Sábado - 28 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 5, 43-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo’. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai por aqueles que vos perseguem, para serdes filhos do vosso Pai que está nos Céus; pois Ele faz nascer o sol sobre bons e maus e chover sobre justos e injustos. Se amardes aqueles que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem a mesma coisa os publicanos? E se saudardes apenas os vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não o fazem também os pagãos? Portanto, sede perfeitos, como o vosso Pai celeste é perfeito».

Outras leituras do dia: Deut 26, 16-19; Sal 118 (119), 1-2. 4-5. 7-8


Orai por aqueles que vos perseguem. (Evangelho)

Rezar pelos nosso inimigos é uma maneira óptima de, no nosso coração, eles deixarem de o ser. A minha experiência é que quando já se consegue rezar por alguém que nos fez mal é porque, dentro de nós, o perdão já vai numa fase muito adiantada. Pode ser que a partir daí já possa haver reconciliação total no nosso coração. (Às vezes, não é possível havê-la exteriormente). Hoje, o leitor reze por quem lhe fez mal.

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Põe em prática as minhas leis,
Com toda a alma e todo o coração:
De outro modo perecereis!
Sempre o mesmo apelo à conversão!

Acolhamos pois o Senhor e suas vias.
Escutemos dóceis e em tudo a sua voz.
Este é o caminho das maiores alegrias:
Cantam a Deus e sua presença em nós.

Sua presença que pede uma mudança,
Tão profunda que se abre aos inimigos.
Deus faz assim e nunca se cansa…
Caminho que nos livra de tantos perigos!

Amar os que nos amam? Tem sentido,
Mas isso também o faz o povo pagão.
Quantas vezes não temos ouvido:
O Pai dos Céus é a vossa perfeição!

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 27 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 5, 20-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a vossa justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores apresentar a tua oferta sobre o altar e ali te recordares que o teu irmão tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Outras leituras do dia: Ez 18, 21-28; Sal 129 (130), 1-2. 3-4ab. 4c-6. 7-8


Não sairás de lá enquanto não pagares o último centavo. (Evangelho)

Que é como quem diz: «Ou te reconcilias a bem ou a mal». De maneira que o melhor é ser a bem. Às vezes, pode começar por ser a cabeça a perceber a necessidade da reconciliação, embora o nosso coração ainda esteja longe. Mas com oração pela pessoa que nos ofendeu e com o tempo, o nosso coração também se irá reconciliando. Às vezes, temos que nos reconciliar é com alguma parte de nós. Com quem é que o leitor se tem que reconciliar?

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Deus é justo, valoriza o que fazemos nós;
Ajudemos o malvado a deixar sua maldade,
Sendo de Deus sacramento, brilho e voz,
Proclamando a todos a força da verdade.

Deus quer a conversão do pecador;
Quer que ele volte, quer que ele viva;
Sejamos instrumentos nas mão do Senhor,
Trazendo ao rebanho, ovelhas à deriva!

Sejamos superiores a escribas e fariseus,
Amando com todas as forças nosso irmão;
Só assim entraremos no Reino dos Céus,
Só assim seremos sacramentos de conversão.

Trazer ao altar a oferta do nosso dom,
Perante um irmão que deixamos ferido
É o contrário de tudo aquilo que é bom!
A melhor oferta é um coração arrependido!

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 26 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 7, 7-12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi e dar-se-vos-á, procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á. Qual de vós dará uma pedra a um filho que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe? Ora, se vós que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o vosso Pai que está nos Céus as dará àqueles que Lhas pedem! Portanto, o que quiserdes que os homens vos façam fazei-lho vós também: esta é a Lei e os Profetas».

Outras leituras do dia: Est 4, 17. n. p-r. aa-bb. gg-hh; Sal 137 (138), 1-2a. 2bc-3. 7c-8


Todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a quem bate à porta abrir-se-á. (Evangelho)

Podemos é não receber aquilo que queremos. Mas temos que estar receptivos ao que Deus nos quer dar. O que Deus nos quer dar é sempre melhor do que aquilo que ousamos esperar mas temos que nos abrir, não nos podemos fechar no desespero de não encontrarmos o que queríamos, porque podemos ter a certeza que está para vir uma coisa boa. O leitor veja se tem essa experiência e dê graças a Deus por isso.

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A rainha ferida de angústia mortal
Procura refúgio e ajuda no Senhor;
Pede-lhe que a livre de todo o mal;
A quem recorrer nesta situação de dor?

A oração é acolher Deus e seu espaço.
Confiança absoluta no Deus de seus pais,
De quem espera auxílio e o abraço,
Terno abraço, fim da sua dor, de seus ais.

Pedi hoje e sempre que vos será dado;
Que pede recebe, encontra o que procura;
Palavra certa que vem do outro lado,
Do lado de Deus, bondade e ternura.

Quem dará uma pedra em vez de um pão?
Até os maus dão coisas boas aos filhos queridos.
O Pai do Céu é maior do que o nosso coração;
À nossa prece Ele abre sempre seus ouvidos.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 25 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 29-32

Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».

Outras leituras do dia: Jonas 3, 1-10; Sal 50 (51), 3-4. 12-13. 18-19


Aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus. (Evangelho)

Hoje, nas igrejas – ainda mais nas missas das visitas papais – aglomera-se uma grande multidão à volta de Jesus. Só que hoje cada um de nós tem Jesus para si mesmo no meio de uma grande multidão. Ao contrário, do que acontecia no tempo de Jesus, todos temos uma relação individual com Ele. Ao mesmo tempo, estamos em comunhão uns com os outros. É, pois, uma relação individual e comunitária. É muito melhor do que no tempo de Jesus, quando tinham Jesus com eles em carne e osso. O leitor dê graças a Deus por isso, delicie-se com isso, assimile isso.

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Jonas, um profeta em tudo diferente,
A abrir em leque a nossa curiosidade:
Deus manda-o a Nínive e sua gente,
Mas vai a Tarsis outra grande cidade.

O mar revolta fá-lo voltar a Deus
E aceita finalmente a sua missão.
Não seriam os ninivitas filhos seus,
Convertidos a Deus de todo o coração?

Será o sinal mais tarde para Jesus.
Três dias no ventre do monstro marinho!
Três dias na terra depois da morte na Cruz
É o sinal, para sempre luz e caminho.

Mas aquela geração é bem malvada:
Vê o que Jesus faz, mas não acredita!
A Ressurreição parece não dizer nada,
Desprezam assim esta oferenda infinita

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 24 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 6, 7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam que serão atendidos por falarem muito. Não sejais como eles, porque o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes. Orai assim: ‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai-nos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’. Porque se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».

Outras leituras do dia: Is 55, 10-11; Sal 33 (34), 4-5. 6-7. 16-17. 18-19


Quando orardes, não digais muitas palavras. (Evangelho)

O leitor construa uma frase com uma petição, um louvor, ou tire uma frase do texto de hoje e vá-a repetindo e visualizando, ao ritmo da sua respiração. Pode, por exemplo, ao inspirar dizer mentalmente metade da frase e ao expirar dizer outra metade. Faça isso devagar, com intervalos de alguns segundos entre cada frase. Procure assimilar a frase e descansar nela, fazer uma oração repousante.

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A Palavra de Deus é Deus que fala
Para trazer Deus aos nossos corações;
Depois, nós somos chamados a amá-la,
Acolhê-la na vida e em nossas orações.

É a Palavra que se torna carne em Jesus
E que em nós produz efeitos decisivos;
Não é em vão que é crucificada na Cruz;
Morre, mas nela nos tornamos seres vivos.

A Palavra: de palavras vazias tão diferente,
Como se fossem oração de tanto repetidas;
Ouvidos atentos, ouçamos Jesus atentamente:
A oração louca a Deus e sara as feridas.

Pai-nosso: somos uma família mundial;
Convite claro às dimensões do universo,
Atentos em tudo ao que é essencial.
Somos unidade num mundo tão diverso.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 23 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 25, 31-46

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’ E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».

Outras leituras do dia: Lev 19, 1-2. 11-18; Sal 18 B (19), 8. 9. 10. 15


Quando é que te vimos com fome ou com sede? (Evangelho)

De facto, se não virmos o Senhor com fome ou com sede não O podemos ajudar. Temos que ir desenvolvendo cada vez mais a nossa sensibilidade ao outro, que é a imagem do Senhor, porque sendo o amor infinito – e a imaginação também – podemos desenvolver maneiras de amar sempre novas. Para isso, temos que pedir a Deus essa sensibilidade ao outro, às necessidades do outro, cada vez maior. Às vezes, não só às necessidades mas a formas de o mimar. O leitor peça.

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Sede santos porque o Senhor é santo;
Consigna que deixo ao povo bem amado,
Para repetir hoje e sempre, em cada canto
E ver no próximo Deus, em todo o lado.

Não roubarás ao próximo o que tem,
Tornando-te depois seu juiz e opressor:
O meu apelo é que faças sempre o bem,
O teu gesto, sempre um gesto de amor.

Encontras-me no pobre e no infeliz
Quando me dás o pão e a água a beber;
Quando fizeste o indigente bem feliz,
Porque nele me viste a Mim a sofrer.

Mas quando aconteceu isso, Senhor?
Quando te vimos nu e demos vestido?
Bem-aventuranças de um mundo melhor,
Evangelho a ser posto em prática, ouvido.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 22 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO I DA QUARESMA

Evangelho segundo S. Marcos 1, 12-15

Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

Outras leituras do dia: Gen 9, 8-15; Sal 24 (25), 4bc-5ab. 6-7bc. 8-9; 1 Pedro 3, 18-22

Santo do dia
Cadeira de S. Pedro, Apóstolo


Depois de termos celebrado na quarta-feira passada o rito penitencial das Cinzas, começou o tempo da Quaresma. Durante quarenta dias, os cristãos são convidados a preparar-se para a celebração das festas pascais. Penitência e conversão são palavras recorrentes neste tempo, como proposta de arrependimento e de renovação da vida a partir de Deus. Como mote a este primeiro Domingo de Quaresma, façamos nosso o canto do salmista: «Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos, ensinai-me as vossas veredas. Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me, porque Vós sois Deus, meu Salvador».
A leitura do Livro do Génesis recorda-nos um momento significativo da história da salvação, a aliança entre Deus e Noé: «Estabelecerei convosco a minha aliança» é o início de um compromisso que Deus faz com os homens, actualizado mais tarde com Moisés, no monte Sinai, e selado definitivamente com a morte de Jesus na Cruz. É através da história do Povo de Israel que Deus prepara e actualiza uma aliança nova e eterna. Herdeiros de Noé, também a nossa história de vida é marcada por esta aliança, mesmo quando andamos longe dos caminhos do Senhor. Deus nunca nos abandona, ainda que o nosso coração se encante por outros deuses, como o dinheiro, o poder e o orgulho.
São estas as três grandes tentações da humanidade, que Jesus tem de enfrentar no deserto, como acena o excerto do Evangelho de S. Marcos que hoje lemos: «Naquele tempo, o Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás». É curioso notar como é o mesmo Espírito do baptismo que conduz Jesus ao deserto para que experimente as sedes mais profundas da humanidade. Ao mesmo tempo, no contexto bíblico, o deserto é lugar de passagem e não de fim, é o lugar que melhor exprime o crente como ser a caminho, na sua vulnerabilidade, necessitado dos dons e das graças de Deus. Quaresma é tempo de enfrentar os nossos desertos e as tentações que nos aliciam a uma vida onde Deus não tem lugar. O jejum, como privação do supérfluo para recentrar no essencial, é um bom ponto de partida para este exercício: jejum de consumismo, de tempo em exagero gasto na internet, de uma vida sempre a correr, de relações conflituosas, etc., para que a vida se transforme em partilha de bens, em tempo para a oração, em momentos de descanso onde se contempla a natureza, em refazer relações distantes. Assim, actualizam-se em nós as palavras de Jesus: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».
Por fim, a primeira Epístola de São Pedro traz-nos a certeza de não caminharmos em vão. Porque «Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus».

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Estabeleço convosco uma Aliança;
Prolongar-se-á nos vossos descendentes;
Um pacto no qual ressurge a esperança,
Para o Povo de Deus, todos os presentes.

Mas também para os de épocas futuras;
Aliança para que todo o ser humano viva;
Segui-la é sinal de que todas as agruras
Serão ultrapassadas; não andamos à deriva.

Aliança, mais tarde a ser renovada
Naquele sacrifício sangrento da Cruz;
No batismo outra pessoa bem-amada
Surge radiante e no mundo torna-se luz.

Vede, este é o tempo da conversão;
Não tenhais medo de ir ao deserto;
Sabeis, é lugar de muita purificação,
Convite a estar de Jesus bem perto.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 21 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 5, 27-32

Naquele tempo, Jesus viu um publicano chamado Levi, sentado no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu Jesus. Levi ofereceu-lhe um grande banquete em sua casa. Havia grande número de publicanos e de outras pessoas com eles à mesa. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os pecadores?» Então Jesus, tomando a palavra, disse-lhes: «Não são os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se arrependam».

Outras leituras do dia: Is 58, 9b-14; Sal 85 (86), 1-2. 3-4. 5-6

Santo do dia
S. Pedro Damião, bispo e doutor da Igreja


Ele, deixando tudo, levantou-se e seguiu Jesus. (Evangelho)

Era bom que nós também pudéssemos deixar tudo mas não podemos. Não podemos deixar as coisas que temos, não podemos deixar as pessoas, não podemos deixar os nossos defeitos e os nossos pecados. Não podemos deixar assim do pé para a mão, mas com tempo e a graça de Deus tudo é possível. Precisamos é de tempo, engenho e a graça de Deus. De engenho mais do que força de vontade bruta. O leitor, hoje, peça este engenho para deixar o que sente estar a mais.

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Se no teu meio acabas com a opressão,
Se a tua palavra diz sempre a verdade;
Se ao faminto sabes repartir o teu pão
E se ao prisioneiro procuras liberdade,

Brilharás então como o sol do meio-dia,
Porque segues os caminhos do Senhor:
Isso é a mais profunda, divina sabedoria
Que vem lá do fundo, fruto do amor.

A um agir assim sempre vos chamo,
Como chamei um dia um tal cobrador;
Será eco da palavra que Eu proclamo;
Sede também testemunhas sem temor.

Deixai murmurar os judeus empedernidos;
vós olhai sempre aos que têm necessidade;
Oferecei-lhe o pão de todos os esquecidos:
É o caminho do céu, verdadeira felicidade.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 20 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 9, 14-15

Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus jejuamos e os teus discípulos não jejuam?» Jesus respondeu-lhes: «Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar».

Outras leituras do dia: Is 58, 1-9a; Sal 50 (51), 3-4. 5.6a. 18-19

Santo do dia
BB. Francisco e Jacinta Marto


Dias virão em que o esposo lhes será tirado e nessa altura hão-de jejuar. (Evangelho)

Nós jejuamos porque não temos o esposo entre nós de uma forma física e para estarmos mais perto do esposo de uma forma espiritual. O jejum ajuda-nos a centrar-nos no essencial porque nos tira o supérfluo e assim ficamos com mais espaço, neste caso, para Deus. Tirando a preocupação com a comida, ficamos com mais espaço mental para Deus. É este o sentido teórico do jejum. De comida ou de outra coisa que nos desconcentre. O leitor jejua (de alguma maneira)?

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Vê bem os teus delitos, meu povo;
Diz à casa de Jacob os seus pecados;
Não tenhas medo de um tempo novo,
Pratica a justiça, socorre os abandonados.

Não importa o jejum que fizestes lei
E depois esqueceis os pobres e oprimidos;
Ajudai-os a todos e o bem sempre fazei;
Melhor dos jejuns onde não há esquecidos

Outro jejum que olha os famintos, os nus;
Este é o caminho para uma nova aurora
De horizonte brilhante, cheio de luz:
Agi de modo que comece aqui e agora.

Esse é o jejum que de facto me agrada;
Vivei na alegria enquanto o esposo está:
Regras e observação podem não valer nada
Se não deixais de lado vossa conduta má.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 19 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 9, 22-25

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos:Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e ressuscitar ao terceiro dia». E, dirigindo-Se a todos, disse: «Se alguém quiser seguir-Me, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, tem de perdê-la; mas quem perder a vida por minha causa salvá-la-á. Na verdade, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio?».

Outras leituras do dia: Deut 30, 15-20; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6


Que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro se vier a perder-se ou arruinar-se a si próprio? (Evangelho)

Não serve de nada ganharmos o exterior se perdermos o nosso interior. É o nosso interior que temos que trabalhar, o nosso caminho para Deus, o nosso caminho para os irmãos, o nosso caminho para nós próprios. Falemos hoje do caminho para nós próprios. Como é que nos amamos? Como é que cuidamos de nós? Ou só tentamos sobreviver? Por exemplo, o leitor arranja tempo para rezar ou hoje foi uma excepção?

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Ponho diante de ti a vida e o bem,
O mandamento de amar o Senhor;
Mas diante de ti ponho também
O mal e a morte: escolha de amor.

Segue o Senhor e a sua Sabedoria,
Caminha sempre pelos seus caminhos;
Nascerá para ti o sol de outro dia,
A ser luz na dor de teus espinhos.

Quem me segue tome a sua Cruz
E venha comigo ao longo da estrada.
Parece duro o ensinamento de Jesus,
É convite a toda a alma enamorada

Que acolhe Jesus, a sua mensagem,
Sem medo de perder a própria vida;
É apelo de certeza a mais coragem,
No caminho a que Jesus nos convida.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 18 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


QUARTA-FEIRA DE CINZAS

Evangelho segundo S. Mateus 6, 1-6. 16-18

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do vosso Pai que está nos Céus. Assim, quando deres esmola, não toques a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas, nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Quando deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita, para que a tua esmola fique em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando rezardes, não sejais como os hipócritas, porque eles gostam de orar de pé, nas sinagogas e nas esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando rezares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora a teu Pai em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa. Quando jejuardes, não tomeis um ar sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas o teu Pai, que está presente em segredo; e teu Pai, que vê o que está oculto, te dará a recompensa».

Outras leituras do dia: Joel 2, 12-18; Sal 50 (51), 3-4. 5-6a. 12-13. 14 e 17; 2 Cor 5, 20 – 6, 2


Tende cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens. (Evangelho

Outra maneira de pôr a questão seria: Qual é a nossa capacidade de trabalhar quando não estamos diante dos homens? Será que precisamos que nos piquem exteriormente para rendermos? Alguns de nós, sim. Então, a solução parece ser arranjarmos nós esses aguilhões para nós próprios. Temos que arranjar maneira de ser independentes de estímulos exteriores na prática do bem e temos que ser capazes de fazer o bem por iniciativa nossa. O leitor é capaz?

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Rasgai o coração e não os vestidos;
Voltai de coração e com jejum ao Senhor;
De tantos pecados, voltai arrependidos:
Esse é o verdadeiro caminho do amor.

Assim purificados sejamos embaixadores
De Deus, proclamando a reconciliação;
Pedido urgente do Senhor dos senhores
Que humilde nos acolhe e pede o coração.

Mas um coração voltado para o interior,
Não procurando a todo o custo ser visto;
Não há que tocar trombetas em tom maior:
Sejamos humildes, assim foi Jesus Cristo.

Se não teremos já a nossa recompensa,
Como aqueles que se mostram nas praças;
Não é assim que Jesus ensina ou pensa;
Ele, caminho para uma multidão de graças.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 17 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 8, 14-21

Naquele tempo, os discípulos esqueceram-se de arranjar comida e só tinham consigo um pão no barco. Então Jesus recomendou-lhes: «Tende cuidado com o fermento dos fariseus e o fermento de Herodes». Eles discutiam entre si, dizendo: «Fala assim porque não temos pão». Mas Jesus ouviu-os e disse-lhes: «Porque estais a discutir que não tendes pão? Ainda não entendeis nem compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? Não vos lembrais quantos cestos de bocados recolhestes, quando Eu parti os cinco pães para as cinco mil pessoas?». Eles responderam: «Doze». «E quantos cestos de bocados recolhestes, quando reparti sete pães para as quatro mil pessoas?». Eles responderam: «Sete». Disse-lhes então Jesus: «Não entendeis ainda?».

Outras leituras do dia: Gen 6, 5-8 – 7, 1-5. 10; Sal 28 (29), 1 e 2. 3ac-4. 3b e 9b-10


Tendes olhos e não vedes, ouvidos e não ouvis? (Evangelho)

Jesus diz-nos estas palavras várias vezes, de maneiras diferentes. Devemos pedir uma sensibilidade sempre maior à palavra de Deus. Sensibilidade para a aplicarmos a nós e sensibilidade para sermos tocados por ela. De a ouvirmos tantas vezes na missa, corremos o risco de ficar um pouco embrutecidos É suposto as Escrituras tocarem-nos, abanarem-nos, despertarem-nos. Se não o fazem é porque alguma coisa está mal dentro de nós. O leitor tem olhos que vêem e ouvidos que ouvem?

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O Senhor viu os homens e sua maldade;
O mal habitava em tudo seu coração:
Arrepende-se do homem e, de verdade,
O Senhor chega a pensar sua destruição.

Mas Noé encontra graça frente ao Senhor
E na sua arca acolhe a vida envolvente;
Virá o dilúvio com sua força e destruidor;
Tudo é destruído menos Noé e a sua gente.

Jesus também está aí, para salvar a vida,
Perante os discípulos que não compreendiam;
Jesus dera o pão a tantos, dera sem medida,
Sinais do céu, mas os discípulos não viam.

Não compreendeis? Corações endurecidos,
Olhos para não ver; o pão foi multiplicado…
E para que servem, então, vossos ouvidos?
Não vedes nem ouvis o sinal que vos foi dado.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 16 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 8, 11-13

Naquele tempo, apareceram alguns fariseus e começaram a discutir com Jesus. Para O porem à prova, pediam-Lhe um sinal do céu. Jesus suspirou do fundo da alma e respondeu-lhes: «Porque pede esta geração um sinal? Em verdade vos digo: não se dará nenhum sinal a esta geração». Depois deixou-os, voltou a subir para o barco e foi para a outra margem do lago.

Outras leituras do dia: Gen 4, 1-15. 25; Sal 49 (50), 1 e 8. 16bc-17. 20-21


Porque pede esta geração um sinal? (Evangelho)

Porque pedimos nós sinais? Por necessidade de segurança, por falta de confiança. Jesus como que diz: «Ou confiam ou não confiam, mas não vão ter sinais porque dar um sinal é alimentar a falta de confiança». A confiança tem que ser incondicional. Precisamente por Deus ser Deus. Estamos a confiar em Deus, não estamos a confiar numa pessoa que nos pode desiludir. Claro, nós temos é medo de sofrer, mas Deus acompanha-nos no nosso sofrimento. É isso que já devemos ter experimentado no nosso caminhar. Ou o leitor não experimentou?

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Dei à luz um homem com a graça do Senhor;
E depois mais um; Abel e Caim eram irmãos;
Caim trabalhava a terra, Abel era pastor;
Dos dois aos céus sobre a oferta de suas mãos.

Então Caim apresenta os frutos da terra,
E Abel do seu rebanho um gordo cordeiro;
Eis agora que os dois partem em guerra,
Perdem a beleza do instante primeiro.

Caim, Caim onde está Abel, teu irmão?
Agora contra ti, o seu sangue grita,
E sobre ti cairá a desgraça da maldição,
Perdido levarás uma existência aflita.

Mas sobre ti porei a graça de um sinal,
Para que ninguém te atinja de morte.
Não como os fariseus que entre bem e mal
Pedem um sinal: geração perdida, sem norte.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 15 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO VI DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 1, 40-45

Naquele tempo, veio ter com Jesus um leproso. Prostrou-se de joelhos e suplicou-Lhe: «Se quiseres, podes curar-me». Jesus, compadecido, estendeu a mão, tocou-lhe e disse: «Quero: fica limpo». No mesmo instante o deixou a lepra e ele ficou limpo. Advertindo-o severamente, despediu-o com esta ordem: «Não digas nada a ninguém, mas vai mostrar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés ordenou, para lhes servir de testemunho». Ele, porém, logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera, e assim, Jesus já não podia entrar abertamente em nenhuma cidade. Ficava fora, em lugares desertos, e vinham ter com Ele de toda a parte.

Outras leituras do dia: Lev 13, 1-2. 44-46; Sal 31 (32), 1-2. 5. 7 e 11; 1 Cor 10, 31– 11, 1


A liturgia da Palavra deste sexto domingo do Tempo Comum mostra-nos como Deus cuida especialmente dos mais desfavorecidos, dos doentes e marginalizados. De alguma forma, todos nós já fizemos a experiência de sermos incompreendidos e mal amados. Nestes momentos, sentimos como Deus se faz presente para não perdermos a esperança.
O Livro do Levítico prepara-nos para a compreensão do Evangelho. Apresenta um conjunto de preceitos a adoptar por alguém que viesse a contrair a doença da lepra: «o leproso com a doença declarada usará vestuário andrajoso e o cabelo em desalinho, cobrirá o rosto até ao bigode e gritará: ‘Impuro, impuro!’ Todo o tempo que lhe durar a lepra, deve considerar-se impuro e, sendo impuro, deverá morar à parte, fora do acampamento». É fácil reconhecer aqui uma medida sanitária preventiva para evitar o contágio da doença, numa altura em que a medicina era tão rudimentar, mas também impressiona a marginalização a que se estava destinado com a lepra. Mais do que uma contaminação, a doença identificava um género concreto de impureza associado a um castigo de Deus por pecados cometidos. O que impressiona é ver o nível de exclusão a que estava sujeito um leproso, impedido de qualquer vida social e até mesmo religiosa, a ponto de ter de gritar a impureza a quem se aproximava.
Quando lemos no Evangelho de S. Mateus que um leproso se aproximou de Jesus e, prostrando-se de joelhos, lhe suplicou: «Se quiseres, podes curar-me», compreendemos o drama por que passava este homem. Diz ainda o texto que Jesus, compadecido, lhe estendeu a mão, tocou-o e disse: «Quero: fica limpo». O gesto de Jesus mostra bem como Deus ama todas as pessoas sem distinção e tem um carinho especial por quem mais sofre e vive à margem dos padrões ditos “normais” pela sociedade. Por isso, este homem não consegue calar a alegria de se ver amado, curado e abençoado: «logo que partiu, começou a apregoar e a divulgar o que acontecera». Diante das nossas lepras, de tudo aquilo que nos aflige e nos distancia de Deus e dos outros, temos de aprender a dizer, como o leproso: «Senhor, se quiseres, podes curar-me». É esta a atitude do orante que confia a Jesus os seus males, sejam eles físicos ou morais. Quem sabe se não é altura de encontrar um sacerdote com quem falar e, porventura, pedir o Sacramento da Reconciliação. Os frutos do Sacramento são sempre de alegria e leveza, pela experiência de se sentir de novo no caminho do Senhor.
S. Paulo experimentou, à sua medida, o acolhimento de Jesus na sua vida. A sua lepra era o orgulho de uma vida religiosa judaica exemplar, a ponto de perseguir os cristãos por se “desviarem” do caminho que considerava recto. Transforma¬do e renovado por Jesus, é capaz de dizer aos cristãos de Corinto: «fazei tudo para glória de Deus». É assim que devemos proceder.

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Lepra, doença que equivalia a impureza;
Deixava o leproso na maior das solidões;
O corpo manchado não mostrava a beleza;
Pior ainda: longe dele, todos os corações.

Mas não assim, nunca, o coração de Jesus
Que escuta o leproso que acorre a Ele, aflito,
Pedir-lhe que o cure, que seja a sua luz.
O Mestre cheio de compaixão, ouve o seu grito.

Eu quero; quero e em tudo sê purificado.
Depois pede-lhe silêncio; não digas nada!
Mas será possível para ele ficar calado,
Agora que vivia limpo, de pele imaculada?

Façamos tudo para a glória de Deus
Em todo o tempo e em todo o lugar:
Comamos ou bebamos, somos filhos seus;
Paulo ensina o caminho por onde caminhar!

Teófilo Minga, fms

Sábado - 14 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 10, 1-9

Naquele tempo, designou o Senhor setenta e dois discípulos e enviou-os dois a dois à sua frente, a todas as cidades e lugares aonde Ele havia de ir. E dizia-lhes: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao dono da seara que mande trabalhadores para a sua seara. Ide: Eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem alforge nem sandálias, nem vos demoreis a saudar alguém pelo caminho. Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: ‘Paz a esta casa’. E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco. Ficai nessa casa, comei e bebei do que tiverem, que o trabalhador merece o seu salário. Não andeis de casa em casa. Quando entrardes nalguma cidade e vos receberem, comei do que vos servirem, curai os enfermos que nela houver e dizei-lhes: ‘Está perto de vós o reino de Deus’».

Outras leituras do dia: Act 13, 46-49; Sal 116 (117), 1. 2

Santo do dia
S. Cirilo, monge, e S. Metódio, bispo, Padroeiros da Europa


Trabalhadores para a sua seara. (Evangelho)

E não para outra seara. Temos que ver em que seara trabalhamos. Os erros mais subtis são os erros sob a aparência de bem. Searas que nos parecem boas mas que, no fundo, são más. Por exemplo, trabalho a mais, poupar demais, descansar demais, rezar demais. Ou de menos. Só olharmos para o nosso umbigo. Tudo isto são searas enganosas porque são boas ou más consoante o grau e não boas ou más em si. O leitor esteja atento e medite sobre isto.

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Homens da Palavra, Paulo e Barnabé,
Proclamam-na sem medo, frente aos judeus;
Mas estes parecem tão reticentes à fé…
Eles sabem que todos são filhos de Deus.

Caminham então em direção aos pagãos;
Para a Palavra de Deus não há fronteiras,
Ela nos congrega e faz de todos irmãos…
Vale bem a pena de tantas canseiras.

Mais tarde serão mais apóstolos ainda;
Setenta e dois, milhares ao longo da história.
A beleza da Palavra de Deus, sempre linda,
Revela aos homens Deus e a sua glória.

Há lobos; não tenhais medo, meus cordeiros;
Parti, apóstolos meus, pobres e desprendidos;
Anunciai a paz e sede em tudo os primeiros
A permanecer em mim, sempre unidos.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 13 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 7, 31-37

Naquele tempo, Jesus deixou de novo a região de Tiro e, passando por Sidónia, veio para o mar da Galileia, atravessando o território da Decápole. Trouxeram-Lhe então um surdo que mal podia falar e suplicaram-Lhe que impusesse as mãos sobre ele. Jesus, afastando-Se com ele da multidão, meteu-lhe os dedos nos ouvidos e com saliva tocou-lhe a língua. Depois, erguendo os olhos ao Céu, suspirou e disse-lhe: «Effathá», que quer dizer «Abre-te». Imediatamente se abriram os ouvidos do homem, soltou-se-lhe a prisão da língua e começou a falar correctamente. Jesus recomendou que não contassem nada a ninguém. Mas, quanto mais lho recomendava, tanto mais intensamente eles o apregoavam. Cheios de assombro, diziam: «Tudo o que faz é admirável: faz que os surdos oiçam e que os mudos falem».

Outras leituras do dia: Gen 3, 1-8; Sal 31 (32), 1-2. 5. 6. 7


Um surdo que mal podia falar. (Evangelho)

Eu celebro missa num lar de idosos e dou a comunhão a um senhor que não fala, não vê e quase não ouve. Às vezes, estamos assim. (Deus nos proteja.) Estamos tão tristes, tão tristes, que deixamos de ver, de ouvir, de falar. Nessas alturas, agarremo-nos ao fiozinho de luz com que ficámos, à réstia de esperança que ainda temos. Como diz o profeta Isaías, não podemos apagar a mecha que fumega nem partir a cana fendida. O leitor também não o faça, nunca desespere, sopre sempre na brasa que se está a apagar.

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No jardim havia também uma serpente;
A serpente era o mais astuto dos animais;
Está atenta para ludibriar sempre a gente;
A mulher, a primeira presa fácil demais.

“Comei do fruto; não passara nada”,
“Não comeremos”, o disse o Senhor.
A mulher aos poucos do fruto agradada,
Come; uma tragédia de mal e pior!

Em tudo, como é bem diferente Jesus,
Ali, na Decápole, território das dez cidades;
Atento aos enfermos vai derramando luz,
Para depois curar a gente de todas as idades.

Hoje com suas mãos cura o surdo-mudo;
Toca-lhe apenas a língua com saliva;
Recupera então a saúde e ei-lo em tudo
Na alegria, a viver a verdadeira vida.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 12 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 7, 24-30

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se para a região de Tiro e Sidónia. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse. Mas não pôde passar despercebido, pois logo uma mulher, cuja filha tinha um espírito impuro, ao ouvir falar d’Ele, veio prostrar-se a seus pés. A mulher era pagã, siro-fenícia de nascimento, e pediu-Lhe que expulsasse o demónio de sua filha. Mas Jesus respondeu-lhe: «Deixa primeiro que os filhos estejam saciados, pois não está certo tirar o pão dos filhos para o lançar aos cachorrinhos». Ela, porém, disse: «Senhor, também é verdade que os cachorrinhos comem debaixo da mesa as migalhas das crianças». Então Jesus respondeu-lhe: «Dizes muito bem. Podes voltar para casa, porque o demónio já saiu da tua filha». Ela voltou para casa e encontrou a criança deitada na cama. O demónio tinha saído.

Outras leituras do dia: Gen 2, 18-25; Sal 127 (128), 1-2. 3. 4-5


Feliz de ti que temes o Senhor (...) serás feliz e tudo te correrá bem. (Salmo)

O leitor repare que os últimos verbos estão conjugados no futuro. Logo, tememos Deus agora e tudo nos correrá bem no futuro, o que nos lembra o Céu. É como quem diz: teme Deus agora e irás para o Céu, porque só no Céu é que tudo te correrá bem. Não pode ser de outra maneira. Entretanto, temos que ser fiéis na alegria e na dor. “Cá em baixo”, Deus está a provar a nossa fidelidade. O leitor é fiel?

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Não é bom que o homem esteja só,
Neste jardim cheio de beleza, tão florido;
Deus olhou o homem e ficou com dó:
Sozinho no jardim, é um ser ferido!

Entra então em sono profundo.
Deus que é Bom cria enfim a mulher;
Com ele fica mais rico o mundo,
O homem tem o que deseja e quer.

Como aquela mulher estrangeira
Que vem de joelhos ao pé do Senhor.
Não verá Ele a sua dor inteira,
Ele, em tantos lados, compaixão e amor!

Sim, a salvação começa em Israel;
Mas o Senhor olha sempre além-fronteira;
Não é Ele é o Deus de todos, Emanuel?
Para Deus nenhuma pessoa é estrangeira!

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 11 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 7, 14-23

Naquele tempo, Jesus chamou de novo para junto de Si a multidão e disse-lhes: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro. Se alguém tem ouvidos para ouvir, oiça». Quando Jesus, ao deixar a multidão, entrou em casa, os discípulos perguntaram-Lhe o sentido da parábola. Ele respondeu-lhes: «Vós também não entendestes? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não pode torná-lo impuro, porque não entra no coração, mas no ventre, e depois vai parar à fossa?». Assim, Jesus declarava puros todos os alimentos. E continuou: «O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior dos homens é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, ambições, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro».

Outras leituras do dia: Gen 2, 4b-9. 15-17; Sal 103 (104), 1-2a. 27-28. 29bc-30


O que sai do homem é que o torna impuro. (Evangelho)

Se é o que sai do homem, é o que estava lá dentro. Logo, o que está dentro do homem é que o pode tornar impuro. E o sair pode ser a expressão da impureza que há dentro do homem porque, como Jesus diz noutro sítio, a boca fala do que vai no coração. Aquilo de que a boca fala ou o que nos vem ao pensamento são indicadores do que temos no coração e dão-nos uma orientação por onde deve ir o nosso esforço e a nossa oração. Ou para reforçar, ou para purificar. Hoje, o leitor pense nisso…

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Existia a terra, ma só e deserta;
Ninguém que trabalhasse a criação…
A tristeza era então mais do que certa,
Tristeza no meio de tanta solidão.

Deus plasma o homem e coloca-o no jardim,
Insuflando nele depois o sopro de vida;
O triste isolamento chegava então ao fim;
O homem era feliz… mas uma árvore proibida.

Só Deus pode conhecer o bem e o mal;
Ele conhece o bem da realidade criada;
Para o homem é apenas essencial
Seguir a Deus, suas ordens, sua estrada.

E saber o que pode torná-lo impuro;
Não é impuro com o que vem de fora;
Olhe o seu coração: pode tornar-se duro,
Longe dos caminhos de Deus, aqui e agora.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 10 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 7, 1-13

Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral só comem depois de lavar cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Jesus acrescentou: «Sabeis muito bem desprezar o mandamento de Deus, para observar a vossa tradição. Porque Moisés disse: ‘Honra teu pai e tua mãe’; e ainda: ‘Quem amaldiçoar o seu pai ou a sua mãe deve morrer’. Mas vós dizeis que se alguém tiver bens para ajudar os seus pais necessitados, mas declarar esses bens como oferta sagrada, nesse caso fica dispensado de ajudar o pai ou a mãe. Deste modo anulais a palavra de Deus com a tradição que transmitis. E fazeis muitas coisas deste género».

Outras leituras do dia: Gen 1, 20 – 2, 4a; Sal 8, 4-5. 6-7. 8-9


Alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras. (Evangelho)

Os discípulos comiam com as mãos impuras e nós comungamos sem uma vontade eficaz de mudar. Quais são os nossos defeitos, quais as nossas qualidades, o que é que podemos, o que é que vamos fazer para crescer? Normalmente, não teremos grandes razões para não comungar, mas às vezes também não teremos grandes razões para comungar. Quero dizer, às vezes vivemos uma vida mais ou menos, nem quente nem fria, nem preta nem branca, como que arrastando a alma. Há que pôr a comunhão em paralelo com a nossa vida espiritual, não pode ser uma rotina. Como é na vida do leitor?

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No quinto dia, Deus continua a criação;
Os animais marinhos e as aves lá nos céus,
São agora eles que a seu modo proclamarão
A grandeza infinita e a bondade de Deus.

Deus trabalha ainda com perseverança,
Na história primeira da humanidade;
Criação do homem, imagem e semelhança
De Deus; Seu sacramento em toda a verdade.

O homem e a mulher são a obra-prima
Da Criação; superam todas as tradições,
Onde a luz de Deus já não ilumina;
São para as pessoas fonte de opressões.

O importante é louvar a Deus com o coração
E não com palavras, tantas vezes ocas, vazias,
Como faziam os homens da antiga tradição;
Agora é a novidade de Deus ao longo dos dias.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 9 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 6, 53-56

Naquele tempo, Jesus e os seus discípulos fizeram a travessia do lago e vieram para terra em Genesaré, onde aportaram. Quando saíram do barco, as pessoas reconheceram logo Jesus; então percorreram toda aquela região e começaram a trazer os doentes nos catres, para onde ouviam dizer que Ele estava. Nas aldeias, cidades ou casais onde Jesus entrasse, colocavam os enfermos nas praças públicas e pediam que os deixasse tocar-Lhe ao menos na orla do manto. E todos os que O tocavam ficavam curados.

Outras leituras do dia: Gen 1, 1-19; Sal 103 (104), 1-2a. 5-6. 10 e 12. 24 e 35c


Pediam que os deixasse tocar-Lhe ao menos na orla do manto. (Evangelho)

Que sorte temos nós em não ter que tocar na orla do manto de Jesus para termos contacto com Ele. É verdade que também não somos curados das nossas doenças, mas de que é que isso nos servia? Se fosse como no tempo de Jesus, éramos curados de uma doença para depois nos aparecer outra. Assim, temos um contacto muito mais íntimo com Jesus, nós dentro d’Ele, Ele dentro de nós. O leitor, hoje, dentro d’Ele, agradeça-Lhe a intimidade que tem com Ele.

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Toda a Criação é um ato de amor;
Foi assim logo no início do tempo;
Da Palavra que ama surge em fulgor,
A abóboda dos céus, todo o firmamento.

“Seja a luz! E deslumbrante apareceu;
É a primeira maravilha da Criação,
Logo no primeiro dia que amanheceu
Fonte de vida de todas as coisas que são.

Dia a dia Deus viu que tudo era bom,
O firmamento dos céus, a água, a terra;
A Criação tem o selo de Deus, o seu tom,
Música de Deus que o Universo encerra.

Criação que continuará depois com Jesus;
Uma criação segunda na saúde recuperada;
É uma vida diferente; de facto, é outra luz
Numa existência perdida, agora renovada.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 8 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO V DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 1, 29-39

Naquele tempo, Jesus saiu da sinagoga e foi, com Tiago e João, a casa de Simão e André. A sogra de Simão estava de cama com febre e logo Lhe falaram dela. Jesus aproximou-Se, tomou-a pela mão e levantou-a. A febre deixou-a e ela começou a servi-los. Ao cair da tarde, já depois do sol-posto, trouxeram-Lhe todos os doentes e possessos e a cidade inteira ficou reunida diante da porta. Jesus curou muitas pessoas, que eram atormentadas por várias doenças, e expulsou muitos demónios. Mas não deixava que os demónios falassem, porque sabiam quem Ele era. De manhã, muito cedo, levantou-Se e saiu. Retirou-Se para um sítio ermo e aí começou a orar. Simão e os companheiros foram à procura d’Ele e, quando O encontraram, disseram-Lhe: «Todos Te procuram». Ele respondeu-lhes: «Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de pregar aí também, porque foi para isso que Eu vim». E foi por toda a Galileia, pregando nas sinagogas e expulsando os demónios.

Outras leituras do dia: Job 7, 1-4. 6-7; Sal 146 (147), 1-2. 3-4. 5-6; 1 Cor 9, 16-19. 22-2


A liturgia da Palavra de hoje coloca-nos diante da interrogação sobre o sentido do sofrimento humano. Porque é que a vida é marcada pelas dificuldades, como viver sereno diante de tantas contrariedades? Deus oferece ao homem projectos de vida, não de morte, mesmo que o caminhar na terra não seja sempre sereno. Como canta o salmista, a nossa maior certeza é que Deus «sara os corações dilacerados».
O Livro de Job apresenta-nos o exemplo do homem justo e piedoso que vê a vida transformada em sofrimento. Privado da família e dos amigos, dos bens que construiu e até do sentido para a vida, interroga-se sobre a presença de Deus: «Os meus dias passam mais velozes que uma lançadeira de tear e desvanecem-se sem esperança». Onde está Deus quando tudo corre mal? Diante das dificuldades, facilmente se pergunta «Porque é que Deus permitiu isto?», culpabilizando-O pelo mal que, muitas vezes, é consequência dos actos irreflectidos do próprio homem. Quase sempre o segredo está em endereçar a pergunta numa outra direcção: «Onde é que Deus está, independentemente disto?», na certeza que Deus não abandona ninguém.
S. Paulo é um exemplo de um homem renovado a partir do sofrimento. Persegue a Igreja primitiva, está presente na morte de Santo Estêvão, o protomártir, cai do cavalo na estrada de Damasco e a sua cegueira torna-se caminho de conversão. Como homem renovado, vemo-lo dirigir-se à comunidade de Corinto com estas palavras: «Anunciar o Evangelho não é para mim um título de glória. Ai de mim se não anunciar o Evangelho!» Desde o momento em que se deixou encontrar por Cristo que não ficou parado a lamentar-se das infelicidades da vida, mas responsabilizou-se diante d’Aquele que o amou, ao ponto de dizer ainda: «Com os fracos tornei-me fraco, a fim de ganhar os fracos. Fiz-me tudo para todos. E tudo faço por causa do Evangelho».
O Evangelho de S. Marcos apresenta-nos Jesus no início da sua vida pública, empenhado em proclamar um mundo novo. A sua pregação é universal e torna mais leves os pesos da vida dos homens. Os seus milagres tornam-se sinal de que o Reino de Deus já chegou, são gestos que anunciam a felicidade ao alcance de todos: cura a sogra de Simão, os doentes e possessos que encontra pelos caminhos, as pessoas atormentadas por várias doenças e isoladas da comunidade. Em todos eles está representada a humanidade que sofre, privada de vida pelas injustiças e pelo egoísmo, marcada pela dor da exclusão ou pela doença. Jesus aproxima-Se sem temor e toma a iniciativa de vir ao nosso encontro; toma pela mão e alivia as nossas penas; levanta e faz-nos recomeçar de novo (o verbo grego aqui usado para «levantar» – egueiro – é usado em contextos de ressurreição). E a consequência do encontro com Jesus é a experiência da vida colocada ao serviço dos outros. Então Jesus retirou-Se para um sítio ermo para rezar e foi por toda a Galileia pregando nas sinagogas e curando os doentes. Em vez de nos lamentarmos com as desgraças da vida, façamos o mesmo que o Mestre.

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Ai de mim, Paulo, se não anuncio o Evangelho,
Anunciar o Evangelho é para mim um dever;
A Palavra de Deus deixará o mundo mais belo,
A tempo e a contratempo a Palavra devo dizer.

Esse foi o encargo que o Senhor me pediu;
Fui chamado para ser o apóstolo da gentes,
No caminho para Damasco onde o Senhor me viu,
Perseguir a Sua Igreja em tantas das suas frentes.

Servir a Igreja como Simão, e como André,
Como o fizeram tantos que foram escolhidos,
Arautos pelo mundo inteiro, levando a fé
Ao mundo por caminhos nunca antes percorridos.

Apostolado que deve ir de par com oração;
Em lugar deserto, retirado, ali rezava Jesus.
É o exemplo; deixemos por momento a multidão;
Encontrá-la-emos para a servir ainda com mais luz.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 7 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


AS CINCO CHAGAS DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 19, 28-37

Naquele tempo, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou. Por ser a Preparação da Páscoa, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis. Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».

Outras leituras do dia: Is 53, 1-10; Sal 21 (22), 7-8. 15. 17-18a. 22-23


… sabendo que tudo estava consumado. (Evangelho)

Podemos fazer o mesmo nas pequenas coisas do dia-a-dia. Consumá-las, acabá-las, não deixarmos as coisas a meias. Espiritualmente isto é muito importante, porque podemos perder um filão que nos estava a conduzir a um maior aprofundamento da nossa relação com Deus. Às vezes, isso traduz-se em voltarmos ao ponto onde estávamos no dia anterior e continuarmos dali para a frente. O leitor pense nisto.

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Desprezado pelos homens, homem das dores,
Servo de Deus, acostumado ao sofrimento;
Tudo suporta porque nele o amor dos amores
É salvação nossa, graça de todo o momento.

Pelas suas chagas todos fomos curados;
Ele, servo ferido pelas ofensas do povo.
Ferida aberta que apaga todos os pecados,
E faz do homem pecador, um homem novo.

“Tenho sede”. No vinagre tudo fica consumado,
Sacrifício da Cruz que resgata o mundo inteiro;
A cabeça se inclina o coração é trespassado,
Redenção oferecida no sangue do Cordeiro.

Amor divino de uma morte anunciada,
Para que todos nós renovemos o dom da fé;
Olhar firme, na Cruz ao alto levantada,
A Redenção do mundo, Jesus de Nazaré.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 6 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 6, 14-29

Naquele tempo, o rei Herodes ouviu falar de Jesus, pois a sua fama chegara a toda a parte e dizia-se: «João Baptista ressuscitou dos mortos; por isso ele tem o poder de fazer milagres». Outros diziam: «É Elias». Outros diziam ainda: «É um profeta como os antigos profetas». Mas Herodes, ao ouvir falar de tudo isto, dizia: «João, a quem mandei cortar a cabeça, ressuscitou». De facto, Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a esposa de seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por mulher. João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão». Herodíades odiava João Baptista e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer. Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia. Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei». E fez este juramento: « Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista». Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista». O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido. E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe. Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.

Outras leituras do dia: Hebr 13, 1-8; Sal 26 (27), 1. 3. 5. 8b-9abc


Quero que me dês sem demora, (...) a cabeça de João. (Evangelho)

E nós queremos a cabeça de quem? De ninguém, claro. Se pusermos assim “a coisa”, claro que não queremos a cabeça de ninguém. Mas de quem é que não gostamos, quem é aquela pessoa com quem nós gostamos de implicar, ou aquela pessoa de quem nós nos rimos à socapa, ou aquela pessoa para quem nunca temos tempo ou de cujas graças nunca nos rimos? Talvez esteja na hora de deixarmos de pedir a sua cabeça e de rezarmos por ela…

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Não esqueçais o amor fraterno, a hospitalidade,
Acolhei-vos todos, uns aos outros sem senões,
Não esqueçais os que foram privados de liberdade
E na prisão, tristes, vivem a maior das solidões.

Entre vós, seja a vossa conduta sempre perfeita,
Respeitando sempre o amor do casamento;
Não sejais avarentos, pensando apenas na receita,
Esquecendo a Deus, nossa ajuda a todo o omento.

E não tenhais medo como não teve o Batista,
Reprovando os adúlteros Herodes mais Erodias;
Era um escândalo gritante, de todos tão à vista,
A voz do profeta é decidida ao longo dos dias.

Até que chegou Salomé, em grande festa
Que dança tão bem para os reais convivas.
Todo o ódio de Erodias então se manifesta:
A cabeça de João, sem aplausos nem vivas.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 5 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 6, 7-13

Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos.

Outras leituras do dia: Hebr 12, 18-19. 21-24; Sal 47 (48), 2-3a. 3b-4. 9. 10-11


Ordenou-lhes que nada levassem para o caminho. (Evangelho)

Iam completamente dependentes de Deus. Do amor dos seus irmãos. E Deus é o amor. E onde não encontrassem Deus – o amor dos irmãos – que sacudissem o pó dos pés, que deixassem ficar tudo para trás. Também nós devemos deixar para trás tudo o que nos faz mal. Mas às vezes é muito difícil. Parece mesmo impossível. Hoje, rezemos por quem nos faz mal. Ajuda muito.

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Não nos aproximemos de Deus como os antigos,
No fogo ardente ou mesmo na obscuridade,
Com medo, como Moisés no meio de perigos,
Que podem ser as trevas ou a tempestade.

Não, nós aproximamo-nos ao monte Sião,
A cidade onde encontramos o Deus vivente,
Aquele que é a plenitude do nosso coração,
E em nossa vida está sempre presente.

Sempre presente por Jesus, nosso Mediador;
Jesus traz o Reino de Deus, a nova criação,
Os novos céus e a nova terra, fruto do amor,
Que realiza até o fim plenitude da salvação.

Vai realizá-la também através de nós;
Ele nos manda dois a dois por esses caminhos,
Expulsar os espíritos impuros e sermos sua voz,
Para trazer esperança à dor de tantos espinhos.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 4 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 6, 1-6

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando

Outras leituras do dia: Hebr 12, 4-7. 11-15; Sal 102 (103), 1-2. 13-14. 17a e 18


Um profeta só é desprezado na sua terra. (Evangelho)

Podemos ter a tendência de achar que, espiritualmente, o que vem de fora de nós é que é bom: um livro novo, uma maneira de rezar nova, um padre novo. Há que desenvolver a nossa própria espiritualidade, porque é Deus que nos guia e não a última moda espiritual. Caso contrário, ficamos umas aranhas tontas e nunca aprofundaremos nada. Há que ter a coragem de sermos nós próprios. Peçamos essa graça.

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Ainda não resististes até ao fim contra o pecado,
Não desprezeis por isso as correções do Senhor;
Ele caminha convosco, está ao vosso lado,
A sua correção é sempre fruto do amor.

Procurai com todos a paz e santificação,
Vigiai, que todos acolham a Deus e sua graça;
Isso é o que Deus tem mais a coração,
Sentir-vos junto a Ele neste tempo que passa.

E acolhamos a Jesus em tudo o eu Ele faz,
Dando consistência e força à nossa vida de fé;
Seja Ele em tudo a nossa esperança, a nossa paz.
Por Ele, mesmo na dor, mantenhamo-nos de pé.

Que Jesus não se admire da nossa incredulidade:
“Um profeta só é desprezado na sua terra”.
Que de nós não se diga certeza desta verdade,
Contra a indiferença da fé, partamos em guerra.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 3 de fevereiro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 5, 21-43

Naquele tempo, depois de Jesus ter atravessado de barco para a outra margem do lago, reuniu-se uma grande multidão à sua volta, e Ele deteve-se à beira-mar. Chegou então um dos chefes da sinagoga, chamado Jairo. Ao ver Jesus, caiu a seus pés e suplicou-Lhe com insistência: «A minha filha está a morrer. Vem impor-lhe as mãos, para que se salve e viva». Jesus foi com ele, seguido por grande multidão, que O apertava de todos os lados. Ora, certa mulher que tinha um fluxo de sangue havia doze anos, que sofrera muito nas mãos de vários médicos e gastara todos os seus bens, sem ter obtido qualquer resultado, antes piorava cada vez mais, tendo ouvido falar de Jesus, veio por entre a multidão e tocou-Lhe por detrás no manto, dizendo consigo: «Se eu, ao menos, tocar nas suas vestes, ficarei curada». No mesmo instante estancou o fluxo de sangue e sentiu no seu corpo que estava curada da doença. Jesus notou logo que saíra uma força de Si mesmo. Voltou-Se para a multidão e perguntou: «Quem tocou nas minhas vestes?». Os discípulos responderam-Lhe: «Vês a multidão que Te aperta e perguntas: ‘Quem Me tocou?’». Mas Jesus olhou em volta, para ver quem O tinha tocado. A mulher, assustada e a tremer, por saber o que lhe tinha acontecido, veio prostrar-se diante de Jesus e disse-Lhe a verdade. Jesus respondeu-lhe: «Minha filha, a tua fé te salvou». Ainda Ele falava, quando vieram dizer da casa do chefe da sinagoga: «A tua filha morreu. Porque estás ainda a importunar o Mestre?». Mas Jesus, ouvindo estas palavras, disse ao chefe da sinagoga: «Não temas; basta que tenhas fé». E não deixou que ninguém O acompanhasse, a não ser Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago. Quando chegaram a casa do chefe da sinagoga, Jesus encontrou grande alvoroço, com gente que chorava e gritava. Ao entrar, perguntou-lhes: «Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Jesus, depois de os ter mandado sair a todos, levando consigo apenas o pai da menina e os que vinham com Ele, entrou no local onde jazia a menina, pegou-lhe na mão e disse: «Talitha Kum», que significa: «Menina, Eu te ordeno: levanta-te». Ela ergueu-se imediatamente e começou a andar, pois já tinha doze anos. Ficaram todos muito maravilhados. Jesus recomendou-lhes insistentemente que ninguém soubesse do caso e mandou dar de comer à menina.

Outras leituras do dia: Hebr 12, 1-4; Sal 21 (22), 26b-27. 28. 30. 31-32

Santo do dia
S. Brás, bispo e mártir


Ele deteve-Se à beira-mar. (Evangelho)

O leitor “detenha-se” com Jesus à beira-mar. Sente-se com Ele na areia molhada e fale-Lhe de si, sobre o que quiser. Ou então siga a minha sugestão: agradeça-Lhe. Se o leitor se queixa de alguma coisa, agradeça o que de bom ainda há nessa situação. Por exemplo, se explode por tudo e por nada, se está sem paciência, agradeça a Deus por aquela vez em que não explodiu. Agradecer traz calma. Vai ver que, para agradecer, é obrigado a acalmar-se.

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Tantas testemunhas no decorrer do tempo
Que deixaram para trás tudo o que é pecado,
Apaixonando-se por Jesus em cada momento,
Amor total que acolhe em tudo o Bem-Amado.

Resistir até ao martírio se for necessário,
Numa confiança inquebrantável em Jesus;
Como Jairo em lágrimas, que em pedido sumário,
Quer para a sua filha nova vida e mais luz.

Mas no caminho aparece ainda uma mulher
Que sofria de fluxo de sangue há doze anos,
Sabe que se toca Jesus obtém o que quer,
Será livre do mal e de tantos desenganos.

E os dois milagres acontecem assim;
Jesus é compaixão perante o sofrimento;
O sofrimento e a dor são apagados até ao fim,
Com Jesus a vida é sempre em novo advento.

Teófilo Minga, fms