Segunda feira - 31 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 4, 16-30

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Enviou-me a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir». Todos davam testemunho em seu favor e se admiravam das palavras cheias de graça que saíam da sua boca. E perguntavam: «Não é este o filho de José?». Jesus disse- lhes: «Por certo Me citareis o ditado: ‘Médico, cura-te a ti mesmo’. Faz também aqui na tua terra o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum». E acrescentou: «Em verdade vos digo: Nenhum profeta é bem recebido na sua terra. Em verdade vos digo que havia em Israel muitas viúvas no tempo do profeta Elias, quando o céu se fechou durante três anos e seis meses e houve uma grande fome em toda a terra; contudo, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas a uma viúva de Sarepta, na região da Sidónia. Havia em Israel muitos leprosos no tempo do profeta Eliseu; contudo, nenhum deles foi curado, mas apenas o sírio Naamã». Ao ouvirem estas palavras, todos ficaram furiosos na sinagoga. Levantaram-se, expulsaram Jesus da cidade e levaram-n’O até ao cimo da colina sobre a qual a cidade estava edificada, a fim de O precipitarem dali abaixo. Mas Jesus, passando pelo meio deles, seguiu o seu caminho.

Outras leituras do dia: 1 Tes 4, 13-18; Sal 95 (96), 1 e 3. 4-5. 11-12. 13


Para anunciar a boa nova aos pobres. (Evangelho)

Jesus veio anunciar a boa nova aos pobres. Porquê? Porque os pobres são os que precisam. O leitor precisa de Deus? Claro, dirá o leitor. Então diga-me, o que é que mudaria na sua vida se Deus não existisse? Mudaria tudo. O leitor enlouqueceria. Deus não é o amor? Se Deus não existisse, se o amor não existisse, enlouquecíamos. Hoje, agradeça a Deus ser o amor ou contemple o amor em Deus.

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No que se refere aos defuntos estai atentos,
Não vos contristeis como os que não têm esperança;
Compreendemos a vossa dor, os vossos lamentos,
Mas não o desespero; no Senhor, a nossa confiança.

Jesus morreu e ressuscitou, esta é a nossa fé;
Certeza absoluta quem vem da Palavra do Senhor;
Nele viveremos eternamente; Ele nos põe de pé.
A Ressurreição é em nós o maior ato de amor.

Mas no tempo que aqui vivemos ouçamos Jesus;
Na sinagoga, um dia, vejamos como Ele pregou;
Foi enviado aos pobres para ser sua força e luz,
Aos prisioneiros e cativos a liberdade anunciou.

Depois continuou a pregação e a leitura,
Proclamou um ano favorável ao Senhor;
Era assim que rezava aquele passo da Escritura,
Mas é também para nós esta profecia de amor.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 30 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXII DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 7, 1-8.14-15.21-23

Naquele tempo, reuniu-se à volta de Jesus um grupo de fariseus e alguns escribas que tinham vindo de Jerusalém. Viram que alguns dos discípulos de Jesus comiam com as mãos impuras, isto é, sem as lavar. – Na verdade, os fariseus e os judeus em geral não comem sem ter lavado cuidadosamente as mãos, conforme a tradição dos antigos. Ao voltarem da praça pública, não comem sem antes se terem lavado. E seguem muitos outros costumes a que se prenderam por tradição, como lavar os copos, os jarros e as vasilhas de cobre –. Os fariseus e os escribas perguntaram a Jesus: «Porque não seguem os teus discípulos a tradição dos antigos, e comem sem lavar as mãos?». Jesus respondeu-lhes: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Depois, Jesus chamou de novo a Si a multidão e começou a dizer-lhe: «Escutai-Me e procurai compreender. Não há nada fora do homem que ao entrar nele o possa tornar impuro. O que sai do homem é que o torna impuro; porque do interior do homem é que saem as más intenções: imoralidades, roubos, assassínios, adultérios, cobiças, injustiças, fraudes, devassidão, inveja, difamação, orgulho, insensatez. Todos estes vícios saem do interior do homem e são eles que o tornam impuro».

Outras leituras do dia: Deut 4, 1-2.6-8; Slm 14 (15), 2-3a.3cd-4ab.5; Tg 1, 17-18.21b-22.27


Quase sempre, quando ouvimos falar dos Mandamentos da Lei de Deus pensamos em falta de liberdade e numa imposição da Igreja, como se nos quisessem controlar os gestos e o modo de agir. Na melhor das hipóteses, vemos neles o cumprimento da vontade de Deus, mas, mesmo assim, vêm associados a um falso temor de Deus que castiga os transgressores. A Palavra proclamada neste domingo vem desconstruir estas falsas imagens que fomos formando.
O Livro do Deuteronómio transmite-nos as palavras de Moisés que apresentam o mandamento de Deus de praticar a Lei como uma coisa sagrada e fundamental na vida do Povo de Israel: «guardareis os mandamentos do Senhor, vosso Deus». «Observai-os e ponde-os em prática: eles serão a vossa sabedoria e a vossa prudência». Aliás, “Deuteronómio” significa literalmente “segunda lei”, pela sua descoberta no Templo de Jerusalém, cerca de 622 a.C., no reinado de Josias. A Lei de Deus é aqui apresentada como um caminho seguro que nos leva ao próprio Deus. Uma forma de compreender este caminho é pensar no deserto. Perdido no meio das dunas, todo o traço de caminho se torna uma esperança de chegar a um oásis seguro. Assim são os Mandamentos da Lei de Deus. Se os vivermos com fidelidade, estamos certos de estar na estrada segura para Deus, a cumprir a sua vontade e a tornar as nossas vidas mais divinas.
A vida de Jesus foi, toda ela, uma concretização da vontade do Pai. As suas escolhas e opções tinham como referência o agir do próprio Deus e a sua preocupação em proteger aqueles que ama do mal que existe no mundo. Mas a Lei, desenraizada da vida concreta do ser humano, pode tornar-se tudo menos caminho para Deus. No confronto com os fariseus, que cumpriam escrupulosamente a Lei sem a acompanharem de gestos de misericórdia, Jesus evoca o profeta Isaías quando diz: «Bem profetizou Isaías a respeito de vós, hipócritas, como está escrito: ‘Este povo honra-Me com os lábios, mas o seu coração está longe de Mim. É vão o culto que Me prestam, e as doutrinas que ensinam não passam de preceitos humanos’. Vós deixais de lado o mandamento de Deus, para vos prenderdes à tradição dos homens». Este episódio, que nos é trazido pelo Evangelho segundo S. Marcos, faz-nos reflectir sobre a forma como cruzamos a fidelidade à vontade de Deus com o acolhimento de quem nos rodeia. Como diz o Papa Francisco, «a misericórdia salva-nos da hipocrisia da lei», porque só ela vê as necessidades das pessoas que sofrem, tantas vezes vítimas da maldade de outros, de ideologias que escravizam, de interesses económicos, políticos e sociais.
Há que viver unido a Deus em fidelidade à sua vontade, sem perder do horizonte a vida concreta das pessoas. Como diz a Epístola de S. Tiago, «acolhei docilmente a palavra em vós plantada, que pode salvar as vossas almas. Sede cumpridores da palavra e não apenas ouvintes», agindo com misericórdia e compaixão.

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Escutai os preceitos que vos ensino,
E entrareis na terra que vos dá o Senhor;
Fazei da sua prática o mais belo hino,
Não porque é uma Lei, mas por amor.

Os mandamentos serão a vossa inteligência;
Sereis até admirados aos olhos dos povos;
Que eles modelem toda a vossa existência,
E façam vossos comportamentos novos.

Acolhamos também a Palavra que vem do alto;
É um dom de Deus único, grande e precioso;
Acolho esse dom divino e eu rejubilo e canto.
Pôr em prática a Palavra é para vós, imperioso.

Não vos agarreis a pequenas, ridículas tradições
Que mostram apenas o que o homem é por fora;
Importa muito mais a verdade das vossas ações
Hoje e em todo o tempo: aqui e a toda a hora.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 29 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


MARTÍRIO DE S. JOÃO BAPTISTA

Evangelho segundo S. Marcos 6, 17-29

Naquele tempo, o rei Herodes mandara prender João e algemá-lo no cárcere, por causa de Herodíades, a mulher do seu irmão Filipe, que ele tinha tomado por esposa. João dizia a Herodes: «Não podes ter contigo a mulher do teu irmão». Herodíades odiava João Baptista e queria dar-lhe a morte, mas não podia, porque Herodes respeitava João, sabendo que era justo e santo, e por isso o protegia. Quando o ouvia, ficava perturbado, mas escutava-o com prazer. Entretanto, chegou um dia oportuno, quando Herodes, no seu aniversário natalício, ofereceu um banquete aos grandes da corte, aos oficiais e às principais personalidades da Galileia. Entrou então a filha de Herodíades, que dançou e agradou a Herodes e aos convidados. O rei disse à jovem: «Pede-me o que desejares e eu to darei». E fez este juramento: «Dar-te-ei o que me pedires, ainda que seja a metade do meu reino». Ela saiu e perguntou à mãe: «Que hei-de pedir?». A mãe respondeu-lhe: «Pede a cabeça de João Baptista». Ela voltou apressadamente à presença do rei e fez-lhe este pedido: «Quero que me dês sem demora, num prato, a cabeça de João Baptista». O rei ficou consternado, mas por causa do juramento e dos convidados, não quis recusar o pedido. E mandou imediatamente um guarda, com ordem de trazer a cabeça de João. O guarda foi à cadeia, cortou a cabeça de João e trouxe-a num prato. A jovem recebeu-a e entregou-a à mãe. Quando os discípulos de João souberam a notícia, foram buscar o seu cadáver e deram-lhe sepultura.

Outras leituras do dia: 1 Tes 4, 9-11; Sal 97 (98), 1. 7-8. 9 ou Jer 1, 17-19


Agradou a Herodes. (Evangelho)

Herodes deixou-se levar pela paixão e isso custou a vida a um homem santo. Que esta história não afaste a vista de nós próprios. Temos que nos perguntar qual é a nossa paixão que tira a vida ao nosso irmão. “Nenhuma”, diremos. Mas as pequenas paixões tiram bocadinhos de vida sempre que nos pomos entre o bem que podíamos ter feito e o nosso irmão. O leitor lembre-se de uma ocasião e veja qual foi a paixão que esteve em jogo.

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Foi-me dirigida a Palavra do Senhor;
Vai e diz tudo o que eu te ordenar;
Não tenhas medo perante o terror;
Na profecia, o Senhor contigo vai estar.

Farei de ti uma cidade fortificada,
Uma coluna de ferro em todo o país;
A Palavra sejam sempre proclamada,
Porque a tua boca a minha Palavra diz.

Vão fazer-te guerra; não te vencerão.
Como fizeram guerra a João Batista;
Mataram o profeta por decapitação;
Filha: a sua cabeça é nossa conquista.

Mas não puderam calar a palavra de João;
Retine aos ouvidos daquela gente malvada;
Está no ar o eco infinito da sua pregação;
A sua voz não pode ser reduzida a nada.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 28 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 25,1-13

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a dez virgens, que, tomando as suas lâmpadas, foram ao encontro do esposo. Cinco eram insensatas e cinco eram prudentes. As insensatas, ao tomarem as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo, enquanto as prudentes, com as lâmpadas, levaram azeite nas almotolias. Como o esposo se demorava, começaram todas a dormitar e adormeceram. No meio da noite ouviu-se um brado: ‘Aí vem o esposo; ide ao seu encontro’. Então, as virgens levantaram-se todas e começaram a preparar as lâmpadas. As insensatas disseram às prudentes: ‘Dai-nos do vosso azeite, que as nossas lâmpadas estão a apagar-se’. Mas as prudentes responderam: ‘Talvez não chegue para nós e para vós. Ide antes comprá-lo aos vendedores’. Mas, enquanto foram comprá-lo, chegou o esposo: as que estavam preparadas entraram com ele para o banquete nupcial; e a porta fechou-se. Mais tarde, chegaram também as outras virgens e disseram: ‘Senhor, senhor, abre-nos a porta’. Mas ele respondeu: ‘Em verdade vos digo: Não vos conheço’. Portanto, vigiai, porque não sabeis o dia nem a hora».

Outras leituras do dia: 1 Tes 4, 1-8; Sal 96 (97), 1 e 2ab. 5-6. 10. 11-12 ou 1 Jo 4, 7-16; Slm 118 (119), 9-14; Mt 23, 8-12

Santo do dia
S. Agostinho, bispo e doutor da Igreja


Um só é o vosso Mestre. (Evangelho Mt 23, 8-12)

É bom lembrarmo-nos que os nossos valores normalmente estão ao contrário. O Mestre é uma vozinha fraquinha lá no fundo de nós e não algum personagem da moda política ou outra. O nosso mestre é a nossa consciência que vamos formando – que temos que ir formando! – para agir com recta intenção. E com recta intenção ouvir a voz de Deus. O leitor forma a sua consciência?

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Eis o que vos recomendo no Senhor Jesus:
Santificai-vos. Esta é de Deus a vontade;
Vivei de modo que irradieis sempre sua luz,
Sede no mundo o espelho da sua bondade.

Evitai em tudo e sempre a imoralidade;
Não vos deixeis levar no ardor da paixão;
Deus quer em vossas vidas a santidade,
A pureza do corpo, a pureza do coração.

Vigiai pois e sede sempre prudentes;
Lembrai-vos daquelas virgens esquecidas:
Chega o noivo e é verdade, estão presentes,
Mas as lâmpadas estão vazias e ressequidas.

Vigiai porque não sabeis o dia nem a hora;
Estai sempre prontos para o banquete nupcial;
A santidade seja vosso tesouro aqui e agora:
Praticai sempre o bem e evitai sempre o mal.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 27 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 24, 42-51

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Vigiai, porque não sabeis em que dia virá o vosso Senhor. Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que horas da noite viria o ladrão, estaria vigilante e não deixaria arrombar a sua casa. Por isso, estai vós também preparados, porque na hora em que menos pensais, virá o Filho do homem. Quem é o servo fiel e prudente, que o senhor pôs à frente da sua casa, para lhe dar o alimento em tempo oportuno? Feliz aquele servo que o senhor, ao chegar, encontrar procedendo assim. Em verdade vos digo que lhe confiará a administração de todos os seus bens. Mas se o servo for mau e disser consigo: ‘O meu senhor demora-se’, e começar a espancar os companheiros e a comer e beber com os ébrios, quando o senhor daquele servo chegar, em dia que ele não espera e à hora que ele não pensa, expulsá-lo-á e lhe dará a sorte dos hipócritas. Aí haverá choro e ranger de dentes».

Outras leituras do dia: 1 Tes 3, 7-13; Sal 89 (90), 3-4. 12-13. 14 e 17 ou Sir 26, 1-4.16-21; Slm 130 (131), 1-3; Lc 7, 11-17

Santo do dia
S. Mónica


Deus visitou o seu povo. (Evangelho Lc 7, 11-17)

Agora somos nós que temos que fazer esta visita. Somos nós os representantes de Deus para as pessoas à nossa volta e para a “irmã natureza”. O que quer dizer estar atento às necessidades do outro e da natureza. E às nossas necessidades também. Com um caridoso equilíbrio. O leitor reze sobre este equilíbrio.

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Irmãos, tivemos em vós motivo de consolação,
Em todas as nossas adversidades e tribulações;
Eis o motivo por que nos conquistastes o coração,
E dáveis um sentido justo a todas as nossas ações.

Por isso exultamos em ação de graças e louvor,
Pelos sentimentos de alegria que nos causais;
Grande foi o acolhimento que destes ao Senhor,
Acolhimento no qual ainda hoje viveis e rejubilais.

Continuai, irmãos queridos, a viver na caridade;
Que Jesus dê força e firmeza aos vossos corações;
Não esqueçais sua misericórdia e sua bondade,
No meio de todas as vossas preocupações.

E vigiai porque não sabeis nem o dia nem a hora
Em que ao vosso encontro virá, glorioso, o Senhor;
A vigilância é de sempre, hoje e amanhã, aqui e agora
Sede fiéis e prudentes como é de Deus o servidor!

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 26 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 23, 27-32

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque sois semelhantes a sepulcros caiados: por fora parecem belos, mas por dentro estão cheios de ossos de mortos e de toda a podridão. Assim sois vós também: por fora pareceis justos aos olhos dos homens, mas por dentro estais cheios de hipocrisia e maldade. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque edificais os sepulcros dos profetas e ornamentais os túmulos dos justos; e dizeis: ‘Se tivéssemos vivido no tempo dos nossos pais, não teríamos sido cúmplices na morte dos profetas’. Assim dais testemunho contra vós mesmos, confessando que sois os filhos daqueles que mataram os profetas. Completai então a obra dos vossos pais».

Outras leituras do dia: 1 Tes 2, 9-13; Slm 138 (139), 7-12


... sois os filhos daqueles que mataram os profetas. (Evangelho)

Temos que estar atentos aos profetas à nossa volta. Há uns que são fáceis de identificar. O Evangelho, algumas homilias, alguns escritos espirituais. Outros são mais ou menos fáceis de identificar: uma pessoa que nos diz alguma coisa que entendemos ser “profética”. Mas há profecias que se escondem nos sinais dos tempos e exigem uma sensibilidade especial para serem decifradas. Peçamos a Deus essa sensibilidade.

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Lembrai-vos dos nossos trabalhos e canseiras
Não quisemos a nenhum de vós ser pesados;
Sabeis que nossas palavras são verdadeiras;
O Evangelho de Deus nos trazia preocupados.

Também nos portamos de maneira justa e santa,
Para sermos irrepreensíveis em relação a vós;
Por isso a nossa alma agora exulta e canta,
Na alegria elevamos a Deus, convoco, a nossa voz.

A Palavra que vos dissemos é uma Palavra divina
Que passa através da nossa palavra humana;
Que ela seja a Palavra que vossa existência ilumina,
E que em toda a parte a vossa voz ainda proclama.

Não queremos ser como os escribas e os fariseus;
Justos por fora; por dentro cheios de maldade.
Queridos irmãos, é tempo de dar graças a Deus,
E acolher em nossas vidas seu amor, sua verdade.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 25 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 23, 23-26

Naquele tempo, disse Jesus: «Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque pagais o dízimo da hortelã, do funcho e do cominho, mas omitis as coisas mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia e a fidelidade. Devíeis praticar estas coisas, sem omitir as outras. Guias cegos! Coais o mosquito e engolis o camelo. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, que por dentro estão cheios de rapina e intemperança. Fariseu cego! Limpa primeiro o interior do copo e do prato, para que também o exterior fique limpo».

Outras leituras do dia: 1 Tes 2, 1-8; Slm 138 (139), 1-3.4-6


Coais o mosquito e engolis o camelo. (Evangelho

É como rezar o terço e andar a dizer mal do próximo. Dizer mal do próximo torna a reza do terço uma hipocrisia. A reza do terço implica um interior limpo. Foi isso que Nossa Senhora disse aos pastorinhos. O facto de rezarmos tem que ser, para nós, uma exigência acrescida, não um apaziguamento da consciência. A não ser que rezemos o terço para não dizermos mal do próximo. Neste caso, há um todo coerente. Nossa Senhora ajuda-nos e acolhe a nossa oração com gosto.

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A visita que vos fizemos foi de grande alegria;
Em Tessalónica sempre nos sentimos muito bem;
Em Filipos suportamos o sofrimento dia a dia;
Vossa comunidade acolheu-nos como uma mãe.

Deus, com certeza quis pôr-nos à prova,
Quando o seu Evangelho nos foi confiado;
No sofrimento a nossa fé dia a dia se renova,
E o Evangelho não deixa de ser anunciado.

Não quisemos para nós palavras lisonjeiras;
Muito menos fomos levados pela ganância;
Vós sois disso as testemunhas primeiras:
Pregamos o Evangelho com afinco e constância.

Partilhamos entre vós o Evangelho, sua riqueza;
Não somos como os escribas, ou como os fariseus
Que esquecem a justiça e toda a sua beleza,
Assim como a misericórdia que vem de Deus.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 24 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 1, 45-51

Naquele tempo, Filipe encontrou Natanael e disse-lhe: «Encontrámos Aquele de quem está escrito na Lei de Moisés e nos Profetas. É Jesus de Nazaré, filho de José». Disse-lhe Natanael: «De Nazaré pode vir alguma coisa boa?». Filipe respondeu-lhe: «Vem ver». Jesus viu Natanael, que vinha ao seu encontro, e disse: «Eis um verdadeiro israelita, em quem não há fingimento». Perguntou-lhe Natanael: «De onde me conheces?». Jesus respondeu-lhe: «Antes que Filipe te chamasse, Eu vi-te quando estavas debaixo da figueira». Disse-lhe Natanael: «Mestre, Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel!». Jesus respondeu: «Porque te disse: ‘Eu vi-te debaixo da figueira’, acreditas. Verás coisas maiores do que estas». E acrescentou: «Em verdade, em verdade vos digo: Vereis o Céu aberto e os Anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do homem».

Outras leituras do dia: Ap 21, 9b-14; Slm 144 (145), 10-13.17-18

Santo do dia
S. Bartolomeu, Apóstolo


Vereis o Céu aberto... (Evangelho)

Aqui na terra também temos pequenos céus que temos para abrir. Há tempos, na televisão, uma pessoa dizia que a felicidade não é possível. Eu acho que é. Podemos ter pequenos céus. Quando nos sentimos amados, as portas do Céu abrem-se para nós. Quando Deus nos manda uma brisa refrescante, as portas do Céu abrem-se sobre nós. As portas do Céu abrem-se muitas vezes à nossa volta. É uma questão de estarmos atentos e irmos agradecendo a Deus.

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Vou mostrar-te a noiva, a Esposa do Cordeiro;
Vi na montanha a cidade santa de Jerusalém;
Descia do Céu a glória de Deus por inteiro;
Ei-la pelos quatro cantos da Terra também.

Tinha o brilho como o de uma pedra preciosa,
Como a pedra de jaspe, intenso, cristalino;
Detive-me: visão extraordinária e gloriosa
Que nos enchia de alegria; que belo hino!

Doze portas lembram os apóstolos do Senhor,
Chamados por Ele aos caminhos do apostolado,
Pelas suas vidas dar-lhe-ão sempre todo o louvor;
Natanael, verdadeiro israelita, também é chamado.

Depois será o grande encontro com Jesus:
Louvado sejas; em ti não há fingimento;
Desde agora serás no mundo minha luz;
Chamo-te hoje; serás meu todo o tempo.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 23 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXI DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. João 6, 60-69

Naquele tempo, muitos discípulos, ao ouvirem Jesus, disseram: «Estas palavras são duras. Quem pode escutá-las?». Jesus, conhecendo interiormente que os discípulos murmuravam por causa disso, perguntou-lhes: «Isto escandaliza-vos? E se virdes o Filho do homem subir para onde estava anteriormente? O espírito é que dá vida, a carne não serve de nada. As palavras que Eu vos disse são espírito e vida. Mas, entre vós, há alguns que não acreditam». Na verdade, Jesus bem sabia, desde o início, quais eram os que não acreditavam e quem era aquele que O havia de entregar. E acrescentou: «Por isso é que vos disse: Ninguém pode vir a Mim, se não lhe for concedido por meu Pai». A partir de então, muitos dos discípulos afastaram-se e já não andavam com Ele. Jesus disse aos Doze: «Também vós quereis ir embora?» Respondeu-Lhe Simão Pedro: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna. Nós acreditamos e sabemos que Tu és o Santo de Deus».

Outras leituras do dia: Jos 24, 1-2a.15-17.18b; Slm 33 (34), 2-3.16-17.18-19.20-21.22-23; Ef 5, 21-32


Nos Exercícios Espirituais de Santo Inácio existe uma meditação chamada de “Duas Bandeiras”. Somos colocados diante da escolha entre a bandeira de Cristo e a bandeira do poder do mal, na consciência de que a nossa vida é feita de opções. Aquilo que escolhermos transformará o nosso modo de ser. Na liturgia da Palavra deste domingo somos confrontados com as escolhas que nos definem diante de Deus.
A primeira leitura, extraída do Livro de Josué, conta-nos como o Povo de Israel, acabado de se instalar na nova terra, é chamado a renovar o seu compromisso com Deus. Josué reúne as tribos de Israel e interroga-as sobre as suas disposições: «Se não vos agrada servir o Senhor, escolhei hoje a quem quereis servir: se os deuses que os vossos pais serviram no outro lado do rio [refere-se ao tempo vivido no Egipto], se os deuses dos amorreus em cuja terra habitais [isto é, Israel]. Eu e a minha família serviremos o Senhor».
Diante da escolha entre permanecer fiel a Deus ou seguir os deuses pagãos dos povos vizinhos, o Povo mantém-se unido ao seu Senhor. Foi Deus quem o libertou da escravidão do Egipto e o conduziu à Terra Prometida. Recordando a história da salvação e as maravilhas que Deus fez por si, o Povo eleito diz numa só voz: «Também nós queremos servir o Senhor, porque Ele é o nosso Deus». Que sentimentos provoca em nós este acontecimento? Até que ponto temos servido o Senhor, revelando com as nossas opções de vida que só Ele é o nosso Deus?
Em continuidade com esta leitura, o Evangelho de S. João traz-nos Jesus a interrogar os seus discípulos sobre as exigências do seguimento. Depois do longo discurso sobre o Pão da Vida, que fomos lendo ao longo dos últimos domingos, muitos dos que o ouviram comentam: «Estas palavras são duras». Diz o texto que, a partir daquele momento, muitos se afastaram e já não andavam com Ele. Então Jesus interpela os Doze Apóstolos com estas palavras: «Também vós quereis ir embora?» Simão Pedro, em nome do grupo, diz: «Para quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de vida eterna». Seguir Jesus é exigente. É preciso amar a Igreja e aceitar o que nos propõe como caminho para Deus, mesmo que, por vezes, não compreendamos tudo o que é dito. É fundamental cultivar uma relação pessoal com Jesus através da oração, onde vamos entendendo a sua Presença no meio de nós, seja nos momentos de maior consolação, seja naqueles em que as dificuldades nos tentam ao desânimo. É ainda importante sair para fora de si mesmo, ao encontro de quem vive mais só, a necessitar de uma mão amiga ou de uma palavra de conforto. Somos responsáveis pelos nossos gestos, pelas escolhas que fazemos.
Por fim, a Epístola aos Efésios traz-nos uma outra leitura das escolhas a partir do amor entre os cônjuges, como imagem do amor entre Cristo e a Igreja. Todos os cristãos são chamados a amar-se como Cristo os amou. E isto significa escolher pôr-se ao serviço uns dos outros, fazendo da família um lugar onde a opção fundamental é viver descentrado de si, aberto a um amor que diviniza e que se torna sagrado, à imagem e semelhança de Jesus.

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Josué reúne as tribos de Israel em Siquém,
Para as levar em diálogo a tomar uma decisão;
Eles devem decidir, devem escolher também
E saber onde colocam o amor de seu coração.

De modo nenhum pensamos em deixar o Senhor;
A decisão mais bela foi assim rapidamente tomada;
Ele é o nosso Deus, a Ele damos todo o nosso amor,
Arrancou-nos da escravidão para a pátria amada.

A Ele nos submeteremos; é o nosso Libertador;
E o amaremos, como os maridos as suas mulheres;
Bela imagem para dizer Cristo na Igreja, seu amor,
Que inspira também, na família, nossos deveres.

Sem esquecer, é vidente, o nosso amor por Jesus.
Aos Doze diz: “Também vós quereis ir embora?”
A quem iremos, Senhor? Só Tu és a nossa luz,
Iluminas nossas vidas desde a primeira hora. .

Teófilo Minga, fms

Sábado - 22 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


VIRGEM SANTA MARIA, RAINHA

Evangelho segundo S. Mateus 23, 1-12

Naquele tempo, Jesus falou à multidão e aos discípulos, dizendo: «Na cadeira de Moisés sentaram-se os escribas e os fariseus. Fazei e observai tudo quanto vos disserem, mas não imiteis as suas obras, porque eles dizem e não fazem. Atam fardos pesados e põem-nos aos ombros dos homens, mas eles nem com o dedo os querem mover. Tudo o que fazem é para serem vistos pelos homens: alargam as filactérias e ampliam as borlas; gostam do primeiro lugar nos banquetes e dos primeiros assentos nas sinagogas, das saudações nas praças públicas e que os tratem por ‘Mestres’. Vós, porém, não vos deixeis tratar por ‘Mestres’, porque um só é o vosso Mestre e vós sois todos irmãos. Na terra não chameis a ninguém vosso ‘Pai’, porque um só é o vosso pai, o Pai celeste. Nem vos deixeis tratar por ‘Doutores’, porque um só é o vosso doutor, o Messias. Aquele que for o maior entre vós será o vosso servo. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Outras leituras do dia: Rut 2, 1-3. 8-11 – 4, 13-17; Sal 127 (128), 1-2. 3. 4-5 ou Is 9, 1-6; Sal 112 (113), 1-2. 3-4. 5-6. 7-8; Lc 1, 26-38


Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. (Evangelho Lc 1, 26-38)

Nada nos indica que, ao princípio, Nossa Senhora tivesse alguma ideia do que, no Reino, era “grandeza”. Mas começou a ser instruída desde o começo, quando a “grandeza” do nascimento foi um estábulo. Depois, foi o que sabemos. Daí que Nossa Senhora nos possa ajudar especialmente na nossa conversão aos valores do Reino, tão contrários aos nossos.

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Continua de Rute a linda história;
Um dia vai ao campo apanhar espigas;
Iria cantando canções de memória,
Canções da sua terra ou outras cantigas.

Booz no seu campo acolhe-a com amizade,
Tanto assim que Rute fica muito admirada;
Acolher uma estrangeira com tanta bondade?
Eu que aos vossos olhos poderia ser nada?

História linda de amizade que acaba em amor.
É verdade. Não como os escribas e os fariseus
Que pregam, mas não fazem: que despudor!
Como andam longe do verdadeiro Deus!

Não permitais que vos chamem mestre ou pai,
Um só é o vosso verdadeiro Pai: é o Pai celeste;
É grande aquele que serve e com coragem vai
E acolhe os outros, na humildade que lhe deste.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 21 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 22, 34-40

Naquele tempo, os fariseus, ouvindo dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus, reuniram-se em grupo, e um doutor da Lei perguntou a Jesus, para O experimentar: «Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?». Jesus respondeu: «‘Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu espírito’. Este é o maior e o primeiro mandamento. O segundo, porém, é semelhante a este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Nestes dois mandamentos se resumem toda a Lei e os Profetas».

Outras leituras do dia: Rut 1, 1-2a. 3-6. 14b-16. 22; Sal 145 (146), 5-6ab. 7. 8. 9. 10


Feliz o homem que põe a sua confiança no Senhor. (Salmo)

Deus atende-nos sempre. Quero dizer: como Ele próprio diz, sempre que Lhe pedimos alguma coisa, dá-nos o Espírito Santo. Dito de outra maneira: sempre que Lhe pedimos alguma coisa, põe-nos sempre mais próximos de Si. Porque mesmo se não nos dá o que nós queremos, faz-nos exercitar a nossa liberdade de O escolher, apesar de não nos ter dado o que Lhe pedimos. O leitor medite nisto.

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Elimelech era casado com Noémi;
Desta bela mulher teve dois filhos;
Uma linda história como outras que vi
Nas páginas das bíblias; a luz e seus brilhos.

Linda história de Rute que quer partir
Com a sogra para o país onde quer viver;
Para onde tu fores também eu quero ir,
Onde tu sofreres também eu quer sofrer.

A história linda de um lindo amor.
Lembra a pergunta dos doutores a Jesus:
Mestre, qual é o mandamento maior?
Qual o que na vossa vida traz mais luz?

Amarás o Senhor com todo o teu coração;
Mas há outro que lhe é também igual:
Ama o próximo como a ti: é a minha lição.
Em tudo deveis aprender o que e essencial.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 20 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 22, 1-14

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se de novo aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos do povo e, falando em parábolas, disse-lhes: «O reino dos Céus pode comparar-se a um rei que preparou um banquete nupcial para o seu filho. Mandou os servos chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. Mandou ainda outros servos, ordenando-lhes: ‘Dizei aos convidados: Preparei o meu banquete, os bois e cevados foram abatidos, tudo está pronto. Vinde às bodas’. Mas eles, sem fazerem caso, foram um para o seu campo e outro para o seu negócio; os outros apoderaram-se dos servos, trataram-nos mal e mataram-nos. O rei ficou muito indignado e enviou os seus exércitos, que acabaram com aqueles assassinos e incendiaram a cidade. Disse então aos servos: ‘O banquete está pronto, mas os convidados não eram dignos. Ide às encruzilhadas dos caminhos e convidai para as bodas todos os que encontrardes’. Então os servos, saindo pelos caminhos, reuniram todos os que encontraram, maus e bons. E a sala do banquete encheu-se de convidados. O rei, quando entrou para ver os convidados, viu um homem que não estava vestido com o traje nupcial e disse-lhe: ‘Amigo, como entraste aqui sem o traje nupcial?’. Mas ele ficou calado. O rei disse então aos servos: ‘Amarrai-lhe os pés e as mãos e lançai-o às trevas exteriores; aí haverá choro e ranger de dentes’. Na verdade, muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos».

Outras leituras do dia: Jz 11, 29-39a; Sal 39 (40), 5. 7-8a. 8b-9. 10-11ab

Santo do dia
S. Bernardo, abade e doutor da Igreja


Muitos são os chamados, mas poucos os escolhidos. (Evangelho)

Se não atendermos bem à parábola, esta frase pode causar-nos alguma perplexidade por parecer que Nosso Senhor, entre os que chama, só escolhe alguns. Mas o que a parábola nos diz é que os chamados que não foram escolhidos são os que não quiseram ir ao banquete. É com isso que temos que ter cuidado: pôr alguém ou alguma coisa entre nós e Deus. Hoje, o leitor reze para que Deus lhe dê a graça de O acolher em todas as circunstâncias.

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Jefté percorre Galaad e Menassés;
Estão ali os Amonitas e a toda a pressa,
Vai combater contra eles de lés a lés…
E da sua boca sai uma promessa.

Uma promessa que recai na própria filha;
Que por dois meses pelos montes vagueia;
Nos seus olhos a alegria da vitória não brilha;
Com as companheiras vai errando de dor cheia.

Dor aliviada no banquete oferecido à mesa,
Para o qual todos estamos convidados;
Este será um momento de grande beleza;
Pelas ruas saem já atentos os criados.

Mas eis que são maltratados e feridos;
O banquete espera ainda os convivas.
Muitos os chamados, poucos os escolhidos:
Estejamos atentos, deixemos nossas derivas.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 19 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 20, 1-16a

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário, que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e mandou-os para a sua vinha. Saiu a meia manhã, viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha e dar-vos-ei o que for justo’. E eles foram. Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde, e fez o mesmo. Saindo ao cair da tarde, encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes: ‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’. Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’. Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’. Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz: ‘Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário, a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’. Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um. Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais, mas receberam também um denário cada um. Depois de o terem recebido, começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo: ‘Estes últimos trabalharam só uma hora e deste-lhes a mesma paga que a nós, que suportámos o peso do dia e o calor’. Mas o proprietário respondeu a um deles: ‘Amigo, em nada te prejudico. Não foi um denário que ajustaste comigo? Leva o que é teu e segue o teu caminho. Eu quero dar a este último tanto como a ti. Não me será permitido fazer o que quero do que é meu? Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’. Assim, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos».

Outras leituras do dia: Jz 9, 6-15; Sal 20 (21), 2-3. 4-5. 6-7


... só uma hora e deste-lhes a mesma paga. (Evangelho)

Vejo sempre este texto como um desafio à nossa capacidade de nos alegrarmos com a felicidade dos outros. Suponho que, em tais circunstâncias, a minha reacção seria como a dos trabalhadores da primeira hora. Mas, de facto, não foram prejudicados em nada. Porque será que temos esta dificuldade em nos alegrarmos com o bem dos outros? Quando chegarmos ao Céu vamos ter situações semelhantes. Preparemo-nos. Rezemos.

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Venha a oliveira ungir nossas feridas,
E também a figueira com seus doces figos,
E a videira com o vinho entre tantas bebidas;
Celebremos com o rei um almoço de amigos.

O nosso rei que tem uma vinha;
Vamos todos com gosto lá trabalhar;
Sim, um futuro melhor se adivinha,
Todos juntos é muito fácil avançar.

Haverá operários desde a aurora;
Pagaremos o justo e o necessário;
Haverá ainda os da primeira hora
E da segunda… quer o proprietário.

Deus paga com um coração aberto,
Um coração grande que a todos ama;
O Seu amor por nós é bem certo,
E o trabalho na vinha, Seu amor proclama.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 18 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 19, 23-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Um rico dificilmente entrará no reino dos Céus. É mais fácil passar um camelo pelo fundo duma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Ao ouvirem estas palavras, os discípulos ficaram muito admirados e disseram: «Quem poderá então salvar-se?». Jesus olhou para eles e respondeu: «Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível». Então Pedro tomou a palavra e disse-Lhe: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna. Muitos dos primeiros serão os últimos e muitos dos últimos serão os primeiros».

Outras leituras do dia: Jz 6, 11-24a; Sal 84 (85), 9. 11-12. 13-14


Aos homens isso é impossível, mas a Deus tudo é possível. (Evangelho)

Aos homens é impossível salvarem-se, mas Deus salva-os. Não vejamos isto como uma espécie de pena que Deus tem dos homens que não conseguem nada por si próprios. Vejamos antes assim: Deus é amor e o homem não é nada se não amar. Caro leitor, ame e seja feliz. Hoje peça a Deus: Pai, faz-me amar e ser feliz com isso.

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O Anjo do Senhor aparece a Gedeão,
Que no momento estava a malhar o trigo;
Tantas desgraças sobre Israel… Desilusão!
Mas Gedeão ouve: “O Senhor está contigo”.

Pensava que o Senhor os tinha abandonado;
Mas o Senhor o chama para salvar Israel;
Sente-se pequeno; o Senhor o olha com agrado,
Vai confiar-lhe importante e delicado papel.

Humilde, mas enviado pelo Senhor,
Pode fazer maravilhas de libertação;
Um rico, vive sempre uma extrema dor,
Ao querer dar-se ao Senhor sem divisão.

Quem se salvará? A Deus tudo é possível.
Vós que tudo deixastes para me seguir,
Recebereis muito mais a qualquer nível;
Convosco o Céu ma Terra quero construir.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 17 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 19, 16-22

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um jovem, que Lhe perguntou: «Mestre, que hei-de fazer de bom para ter a vida eterna?». Jesus respondeu-lhe: «Porque Me interrogas sobre o que é bom? Bom é um só. Mas se queres entrar na vida, guarda os mandamentos». Ele perguntou: «Que mandamentos?». Jesus respondeu-lhe: «Não matarás, não cometerás adultério; não furtarás; não levantarás falso testemunho; honra pai e mãe; ama o teu próximo como a ti mesmo». Disse-lhe o jovem: «Tudo isso tenho eu guardado. Que me falta ainda?». Jesus respondeu-lhe: «Se queres ser perfeito, vende o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro nos Céus. Depois vem e segue-Me». Ao ouvir estas palavras, o jovem retirou-se entristecido, porque tinha muitos bens.

Outras leituras do dia: Jz 2, 11-19; Sal 105 (106), 34-35. 36-37. 39-40


Mestre, que hei-de fazer de bom para ter a vida eterna? (Evangelho)

O que aquele jovem tinha que fazer, para além de cumprir os mandamentos, era vender tudo o que tinha e dar aos pobres. Qual é o extra que o leitor tem que fazer, para além de cumprir os mandamentos? Pode ser desapegar-se disto ou daquilo, fazer alguma coisa, tomar uma decisão há muito adiada, amar mais, amar melhor, amar mais inteligentemente. Hoje, faça a sua oração sobre isto.

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Os filhos de Israel procederam mal
Depois de terem vivido em opressão;
Prestaram culto aos deuses de Baal,
Deixaram-se perverter em seu coração.

O Senhor não estava com eles nas expedições;
O povo ficou então perdido, muito angustiado;
Más obras estão escondidas em seus corações
E o Deus libertador é esquecido, passa ao lado.

Mas alguns com boa intenção o procuravam,
Como o jovem rico que deseja a vida eterna;
A perfeição era o melhor sonho que sonhava,
Desde os tempos primeiros da casa paterna.

Jovem amigo, pratica os mandamentos!
Mas desde sempre os tenho guardado
Vai e vende o que tens, sem fingimentos…
O jovem era rico: volta atrás desanimado.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 16 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XX DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. João 6, 51-58

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «Eu sou o pão vivo descido do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha Carne, que Eu darei pela vida do mundo». Os judeus discutiam entre si: «Como pode Ele dar-nos a sua Carne a comer?». Jesus disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Se não comerdes a Carne do Filho do homem e não beberdes o seu Sangue, não tereis a vida em vós. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia. A minha Carne é verdadeira comida e o meu Sangue é verdadeira bebida. Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue permanece em mim e Eu nele. Assim como o Pai, que vive, Me enviou, e Eu vivo pelo Pai, também aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como aquele que os vossos pais comeram, e morreram; quem comer deste pão viverá eternamente».

Outras leituras do dia: Prov 9, 1-6; Sal 33 (34), 2-3. 10-11. 12-13. 14-15; Ef 5, 15-20


Há já várias semanas que a liturgia da Palavra nos conduz pelo capítulo sexto do Evangelho de S. João. É este discurso sobre o Pão da Vida, estritamente ligado ao mistério da Eucaristia, que dá o mote à celebração.
«Eu sou o pão vivo que desceu do Céu», diz-nos Jesus. E continua: «Quem comer deste pão viverá eternamente. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna». Para compreendermos o verdadeiro alcance destas palavras, temos de viajar até ao texto original, redigido em grego. Na citação transcrita, aparece duas vezes o verbo “comer” que corresponde, no original, a dois verbos diferentes. O verbo grego usado na primeira frase é esthiein, que significa “comer”, no sentido estrito de “ingerir”; no segundo caso, é usado um outro verbo, trogein, que significa também “comer”, mas num sentido mais lato, de “mastigar” e “saborear”. É aqui que reside a compreensão do mistério do Corpo de Cristo que nos é dado em alimento. É preciso comer o Corpo de Cristo consagrado na Eucaristia, isto é, é necessário ingeri-Lo para que a vida de Deus nos alimente a fé, a esperança e a caridade. Isto só acontece quando se vive de coração sintonizado com Deus, purificado com regularidade no Sacramento da Reconciliação. A comunhão tem de ser preparada e vivida com seriedade, para produzir efeitos de graças. E tudo isto responde à primeira parte do discurso de Jesus.
Mas há mais: é ainda necessário “mastigar” o Pão que nos é dado, como nos sugere o segundo sentido do gesto “comer”. Temos de digerir a vida de Jesus através da Palavra, também ela alimento que fortalece e consolida a nossa vida cristã. Neste sentido, o Livro dos Provérbios diz que «a Sabedoria edificou a sua casa. Aos insensatos ela diz: ‘Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei. Deixai a insensatez e vivereis; segui o caminho da prudência’». O mistério da vida humana só se compreende se é lido e relido com os olhos de Deus, quando passa pelo crivo da Palavra que os Evangelhos nos transmitem. É pela palavra de Jesus que somos guiados nos caminhos de Deus, que conseguimos discernir as opções a tomar para mais amar e servir o projecto do Reino. É pelo conhecimento interno da vida do Filho de Deus encarnado que se abre o entendimento e a compreensão dos acontecimentos que fazem parte da nossa vida e se descobre por onde passa a vontade de Deus. Como diz de forma semelhante o apóstolo S. Paulo, na Epístola aos Efésios: «Não vivais como insensatos, mas como pessoas inteligentes. Aproveitai bem o tempo, procurai compreender qual é a vontade do Senhor».
Cantamos hoje no refrão do salmo: «Saboreai e vede como o Senhor é bom». Peçamos a graça de saborear sempre a presença de Deus no alimento que nos é dado na Eucaristia e que fortalece a nossa fé: a Palavra que nos torna mais conhecedores da presença de Deus no mundo e o Corpo de Cristo que fortalece a nossa fé.

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Uma casa foi construída pela Sabedoria;
Depois preparou o vinho e pôs a mesa;
Oferece um banquete assim à luz do dia;
Vinde todos e comungai desta riqueza.

Vinde e segui o caminho da razão,
Não vivais mais como insensatos,
Mas como homens de senso e coração
Que no tempo atual pensam seus atos.

E acolhamos depois o Pão vivo,
A melhor oferta vem dos céus;
Seja este Pão o melhor incentivo
Para caminhar em direção a Deus.

É o Pão certo que nos dá a vida,
A vida eterna, a vida verdadeira;
Carne e Sangue, comida e bebida

Para transformar a nossa vida inteira.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 15 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


ASSUNÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Evangelho segundo S. Lucas 1, 39-56

Naqueles dias, Maria pôs-se a caminho e dirigiu-se apressadamente para a montanha, em direcção a uma cidade de Judá. Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, o menino exultou-lhe no seio. Isabel ficou cheia do Espírito Santo e exclamou em alta voz: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Donde me é dado que venha ter comigo a Mãe do meu Senhor? Na verdade, logo que chegou aos meus ouvidos a voz da tua saudação, o menino exultou de alegria no meu seio. Bem-aventurada aquela que acreditou no cumprimento de tudo quanto lhe foi dito da parte do Senhor». Maria disse então: «A minha alma glorifica o Senhor e o meu espírito se alegra em Deus, meu Salvador, porque pôs os olhos na humildade da sua serva: de hoje em diante me chamarão bem-aventurada todas as gerações. O Todo-Poderoso fez em mim maravilhas: Santo é o seu nome. A sua misericórdia se estende de geração em geração sobre aqueles que O temem. Manifestou o poder do seu braço e dispersou os soberbos. Derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes. Aos famintos encheu de bens e aos ricos despediu de mãos vazias. Acolheu a Israel, seu servo, lembrado da sua misericórdia, como tinha prometido a nossos pais, a Abraão e à sua descendência para sempre». Maria ficou junto de Isabel cerca de três meses e depois regressou a sua casa.

Outras leituras do dia: Ap 11, 19a; 12, 1-6a. 10ab; Sal 44 (45), 10. 11. 12. 16; 1 Cor 15, 20-27


O dogma da Assunção da Virgem Santa Maria é relativamente recente (data de 1950) e foi proclamado pelo Papa Pio XII. No entanto, desde cedo as comunidades cristãs primitivas do Oriente celebraram a chamada festa da “dormição” da Mãe de Deus. Ainda que nos foquemos na figura de Maria, este dogma corresponde à fé na ressurreição na carne de cada pessoa humana, a partir da ressurreição de Jesus.
Na visão que o texto do Apocalipse de S. João nos apresenta, encontramos a figura de Maria como Mãe de Deus e Mãe da Igreja. Diz-nos o texto que «uma mulher revestida de sol, com a lua debaixo dos pés e uma coroa de doze estrelas na cabeça» geme as dores da maternidade. O filho, que está para nascer, ameaçado por um enorme dragão, «há-de reger todas as nações com ceptro de ferro». É no Filho que se centra a tensão de toda a cena. A Mãe dá à luz um filho varão, o próprio Deus encarnado, que vem para salvar a humanidade. Jesus faz-Se um de nós, nasce, cresce, vive, morre e ressuscita. Todo o mistério humano tem de ser compreendido à luz da sua vida e só assim se compreende, também, o mistério de Maria. Como ela, não nos podemos demitir das diversas etapas por que passa a nossa vida, do nascer ao morrer. De que forma Deus ocupa espaço nos momentos decisivos do nosso viver?
O Apóstolo S. Paulo, na Epístola que escreve aos Coríntios, recorda que o Filho de Deus abriu o caminho da ressurreição a todos os homens: «Cristo ressuscitou dos mortos, como primícias dos que morreram. Em Cristo, serão todos restituídos à vida». Para percorrermos o mesmo caminho, temos de O seguir na vida presente. O momento final da nossa vida não será um acto isolado, mas a continuidade da vida. Em cada instante temos escolhas e opções entre amar o próximo ou ficar fechado em si mesmo, entre construir ou destruir, entre dar ou reter tudo como se fôssemos o centro do mundo. Maria foi exemplo da mulher descentrada, virada para fora de si, obediente à vontade de Deus e disponível na obra da construção do Reino. À imagem da Mãe de Deus, como nos colocamos em missão, ao serviço de Jesus Cristo?
A liturgia da Palavra completa-se com o Evangelho de S. Lucas. Maria apressa-se em direcção a uma cidade de Judá para ir ao encontro da sua prima Isabel. Põe-se a caminho de quem precisa de ajuda, alegre por se comprometer com o projecto de Deus. Não se detém, quando sente que o Senhor a envia. Maria pertence a esse resto de Israel que aceitou o dom definitivo da salvação de Deus e que, por isso, acolhe o Messias como o dom de Deus a emergir no seu seio. No cântico do Magnificat expressa a acção de graças das esperanças do povo que confia. Apesar de não compreender tudo, está preparada para o que vier. A sua fé não assenta em esperar quaisquer benefícios, mas torna-se serviço à causa do plano salvador de Deus. Maria foi fiel porque foi dizendo «sim» ao leque das possibilidades de Deus e o mesmo nos é pedido. Estamos abertos para acolher o dom, disponíveis no serviço, agradecidos pela força? Em que medida Maria nos serve de modelo na fé, na esperança e na caridade?

Revista Mensageiro do Coração de Jesus | Secretariado Nacional do Apostolado da Oração | www.apostoladodaoracao.pt


No Céu foi vista a Arca da Aliança,
E um sinal: uma mulher de sol revestida
Para dar à luz e renovar toda a esperança
À face da terra por caminhos perdida.

Deus à luz o Filho que há de reger as nações,
Cristo, o primeiro a ressuscitar dos mortos,
E a dar toda a certeza aos nossos corações:
Com Ele chegamos sempre a bons portos.

Pelo pecado todos morremos em Adão,
Mas em Cristo somos chamados à vida;
Ser para a vida: esta é a nossa situação;
Em Cristo, essa certeza nos foi restituída.

Certeza já realizada plenamente em Maria,
Que à pressa se põe a caminho para a serra;
Saúda a Zacarias e a Isabel com grande alegria;
Leva em si o Menino que salvará toda a Terra.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 14 de agosto 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 19, 3-12

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns fariseus para O porem à prova e disseram-Lhe: «É permitido ao homem repudiar a sua esposa por qualquer motivo?». Jesus respondeu: «Não lestes que o Criador, no princípio, os fez homem e mulher e disse: ‘Por isso o homem deixará pai e mãe para se unir à sua esposa e serão os dois uma só carne?’. Deste modo, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu». Eles objectaram: «Porque ordenou então Moisés que se desse um certificado de divórcio para se repudiar a mulher?». Jesus respondeu-lhes: «Foi por causa da dureza do vosso coração que Moisés vos permitiu repudiar as vossas mulheres. Mas no princípio não foi assim. E Eu digo-vos: Quem repudiar a sua mulher, a não ser em caso de união ilegítima, e casar com outra, comete adultério». Disseram-Lhe os discípulos: Se é esta a situação do homem em relação à mulher, não é conveniente casar-se». Jesus respondeu-lhes: «Nem todos compreendem esta linguagem, senão aquele a quem é concedido. Na verdade, há eunucos que nasceram assim do seio materno, outros que foram feitos pelos homens e outros que se tornaram eunucos por causa do reino dos Céus. Quem puder compreender, compreenda».

Outras leituras do dia: Jos 24, 1-13; Sal 135 (136), 1-3. 16-18. 21-22 e 24

Santo do dia
S. Maximiliano Maria Kolbe, presbítero e mártir


... como Eu vos amei. (Evangelho)

Perante esta frase, são possíveis várias atitudes: ou dizer que é completamente impossível – e é-o, de facto; ou que nos podemos esforçar – e, de facto, podemos. Mas este esforço não pode ser tipo “agora vou esforçar-me”. Tem que ser um esforço pensado pela inteligência e seguro pelo coração. Hoje, o leitor, ponha-se diante de Deus e pense num “outro” para amar, e como é que o há-de fazer melhor.

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Josué convocou os chefes dos anciãos;
Mais ainda: os juízes e os comissários;
Queria agora falar-lhes de seus irmãos,
Os antepassados de tempos vários.

Ante todos decorre aquela história sagrada;
Deus está ali presente tantos anos a fio;
Acompanhou Israel ao longo da sua estrada,
Desde Abraão que tirou do outro lado do rio.

Deus de bondade deu tudo àquele povo;
Vai dar-lhe também os mandamentos,
Caminho seguro para viver algo de novo
Em relação a Deus, em todos os momentos.

Um homem não pode despedir a mulher;
O que Deus uniu, o homem não pode separar;
Aqui o homem não pode fazer o que quer…
Criar divisão? Mas uniram-se no verbo amar!

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 13 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 18, 21 – 19, 1

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?». Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, per¬doei-te, porque me pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’. E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração». Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, partiu da Galileia e foi para o território da Judeia, além do Jordão.

Outras leituras do dia: Jos 3, 7-10a. 11. 13-17; Sal 113 A (114), 1-2. 3-4. 5-6


Até setenta vezes sete. (Evangelho)

Perdoar até setenta vezes sete quer dizer perdoar sempre. E como é que se perdoa sempre a uma pessoa que nos abre uma ferida cada vez maior? O que é preciso é estar aberto, continuar sempre abertos, porque uma ferida aberta tem tendência a fechar-nos. Abertos à acção de Deus em nós para não deixarmos endurecer o nosso coração com o sofrimento. Esse é que é o grande desafio.

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Sem dúvida, Deus está vivo no meio de nós,
A Arca do Soberano segue à nossa frente;
Eis a pátria que sonharam os nossos avós,
Alegria de plenitude para a nossa gente.

Assim foi a travessia do rio Jordão;
As águas do rio ficaram separadas,
A pé enxuto o povo pisou o seu chão;
Ei-los no país das colheitas esperadas.

Deverei perdoar, Senhor, até sete vezes?
Sete é um número já muito aumentado…
Setenta vezes sete, em todos os revezes;
Todo o homem deve ser sempre perdoado.

Também o Senhor perdoou infinitamente,
Diz a linda história do rei cheio de compaixão;
Seja a história luz para nós, constantemente;
Não a do servo perdoado que não teve coração.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 12 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 18, 15-20

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele e repreende-o a sós. Se te escutar, terás ganho o teu irmão. Se não te escutar, toma contigo mais uma ou duas pessoas, para que toda a questão fique resolvida pela palavra de duas ou três testemunhas. Mas se ele não lhes der ouvidos, comunica o caso à Igreja; e se também não der ouvidos à Igreja, considera-o como um pagão ou um publicano. Em verdade vos digo: Tudo o que ligardes na terra será ligado no Céu; e tudo o que desligardes na terra será desligado no Céu. Digo-vos ainda: Se dois de vós se unirem na terra para pedirem qualquer coisa, ser-lhes-á concedida por meu Pai que está nos Céus. Na verdade, onde estão dois ou três reunidos em meu nome, Eu estou no meio deles».

Outras leituras do dia: Deut 34, 1-12; Sal 65 (66), 1-3a. 5 e 9. 16-17


Se o teu irmão te ofender, vai ter com ele... (Evangelho)

Muitas vezes, isto não dá bom resultado. A não ser que a pessoa que ofende o tenha feito involuntariamente, normalmente saímos destes encontros mais ofendidos. Mas podemos ter esse encontro no nosso coração. No nosso coração, podemos estar sempre reconciliados, não querer mal, querer bem, “rezar por”. Podemos ir ter com o nosso irmão no nosso coração. O que já é muito bom porque, muitas vezes, não o queremos ter lá.

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O Senhor mostra ao servo Moisés todo o país
Que tinha prometido a Jacob, Isaac e Abraão.
Contempla-o; não entrarás nele, o Senhor diz
Ao profeta que arrancou o país da escravidão.

É o país que prometi aos teus descendentes.
Moisés morre; na planície de Moab é sepultado.
Aarão é agora o guia indiscutível das suas gentes;
Para isso Moisés já o tinha de antemão abençoado.

Ele levará as suas gentes ao país do leite e do mel.
O luto por Moisés se prolonga por trinta dias,
Pois como ele não tinha havido profetas em Israel,
Profeta da esperança capaz de todas as ousadias.

Ousemos nós perdoar o irmão que nos ofende;
No perdão está a nossa força, a nossa grandeza;
O perdão é a palavra que o mundo entende;
Na vida cristã o perdão, pérola de maior beleza.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 11 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 18, 1-5. 10. 12-14

Naquela hora, os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe: «Quem é o maior no reino dos Céus?». Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse-lhes: «Em verdade vos digo: Se não vos converterdes e não vos tornardes como as crianças, não entrareis no reino dos Céus. Quem for humilde como esta criança, esse será o maior no reino dos Céus. E quem acolher em meu nome uma criança como esta, acolhe-Me a Mim. Vede bem. Não desprezeis um só destes pequeninos. Eu vos digo que os seus Anjos vêem constantemente o rosto de meu Pai que está nos Céus. Jesus disse ainda: «Que vos parece? Se um homem tiver cem ovelhas e uma delas se tresmalhar, não deixará as noventa e nove nos montes para ir procurar a que anda tresmalhada? E se chegar a encontrá-la, em verdade vos digo que se alegra mais por causa dela do que pelas noventa e nove que não se tresmalharam. Assim também, não é da vontade de meu Pai que está nos Céus que se perca um só destes pequeninos».

Outras leituras do dia: Deut 31, 1-8; Sal Deut 32, 3-4a. 7. 8. 9 e 12

Santo do dia
S. Clara, virgem


Quem for humilde como esta criança... (Evangelho)

A criança tem duas características que não são para imitar, o egocentrismo e as birras. E tem duas características que devemos imitar: a confiança e a total dependência dos pais. Assim devemos ser com Deus: ter uma confiança completa e uma dependência total. É isto o contrário do orgulho, o entregarmo-nos completamente nas mãos de Deus. Hoje, o leitor peça esta graça.

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Moisés era então avançado em idade,
E o Senhor lhe diz: não passarás o Jordão.
Mas o Senhor Deus é um Deus de fidelidade,
Não esquece a promessa que tem no coração.

E é certo que o Senhor Deus irá à nossa frente;
Josué recebe a missão; agora é ele o enviado
Para conduzir aquele povo, toda aquela gente,
Levar os escapados do Egito ao país destinado.

Quem é o maior no Reno dos Céus? Uma criança.
Essa é bem a verdade que apresenta o Senhor.
Não tenhamos medo, não perdamos a esperança;
O Senhor está aí; é nosso apoio em toda a dor.

Acompanhemos, então, os mais pequeninos;
Procuremos até, com denodo, o último perdido.
O Céu será então júbilo e canto em belos hinos
E nós, um canto de Deus, sacramento agradecido.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 10 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 12, 24-26

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará».

Outras leituras do dia: 2 Cor 9, 6-10; Sal 111, 1-2. 5-6. 7-8. 9

Santo do dia
S. Lourenço, diácono e mártir


Quem ama a sua vida, perdê-la-á... (Evangelho)

Então quem despreza a sua vida é que será perfeito? Não. O que esta frase quer dizer é que não podemos amar a vida mais do que a Deus. Basta olharmos para a vida de Jesus para percebermos que é assim. Jesus não desprezou a sua vida. Pelo contrário, vemo-Lo sempre entusiasmado com a sua missão – embora às vezes exasperado ou muito zangado. Mas não amava mais a vida do que o Pai. Quando chegou a hora, entregou a vida. É esta espécie de desprendimento que nos é pedida.

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Meus irmãos, semeai com largueza,
Não deis contrariados, mas com alegria;
Um dom com alegria tem toda a beleza,
É o meu conselho para vós dia a dia.

Deus enriqueceu-vos com tantas graças;
Sejam as vossas vistas largas, não mesquinhas;
Que no mundo, lugar onde tudo passa,
As vossas palavras sejam um eco das minhas.

Reparti com largueza e dai aos pobres;
Não tenhais medo da própria morte;
No Céu entrareis com vossas ações nobres,
Em mim a vossa fraqueza será forte.

Se o grão de trigo cair na terra e não morrer,
Esse grão não germinará em fruto abençoado;
Dar por Mim a própria vida é não a perder,
É ser como o grão cem vezes multiplicado.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 9 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XIX DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. João 6, 41-51

Naquele tempo, os judeus murmuravam de Jesus, por Ele ter dito: «Eu sou o pão que desceu do Céu». E diziam: «Não é Ele Jesus, o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?». Jesus respondeu-lhes: «Não murmureis entre vós. Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia. Está escrito no livro dos Profetas: ‘Serão todos instruídos por Deus’. Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino vem a Mim. Não porque alguém tenha visto o Pai; só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai. Em verdade, em verdade vos digo: Quem acredita tem a vida eterna. Eu sou o pão da vida. No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram. Mas este pão é o que desce do Céu, para que não morra quem dele comer. Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, que Eu darei pela vida do mundo».

Outras leituras do dia: 1 Reis 19, 4-8; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9; Ef 4, 30 – 5, 2


Continuamos a ouvir a catequese de Jesus sobre o Pão da Vida. Jesus apresenta-Se como Aquele que pode saciar as nossas fomes mais profundas, o desejo de sermos amados com dignidade e respeito, para lá das nossas debilidades e fragilidades.
A primeira leitura traz-nos um dos episódios mais dramáticos da vida do profeta Elias. O Primeiro Livro dos Reis narra-nos o momento em que Elias, depois de ter saído vitorioso do Monte Carmelo, onde desmascarara a falsidade do deus Baal, tem de fugir para o deserto, ameaçado pela rainha Jezabel. Fizera um duelo entre a invocação ao Deus de Israel e a crença pagã no deus da fertilidade, Baal, idolatrado por muitos judeus. No momento em que Elias se sente vencedor, a rainha Jezabel ameaça-o de morte e ele foge, com medo. No meio do deserto, desiludido, triste e desalentado, ouve a voz do Anjo do Senhor que diz: «‘Levanta-te e come, porque ainda tens um longo caminho a percorrer’. Ele levantou-se, comeu e bebeu». Fortalecido com aquele alimento, caminha durante quarenta dias e quarenta noites até ao monte de Deus, Horeb. À semelhança do profeta, também nós temos um longo caminho a percorrer. É a nossa vida toda, feita de contrastes entre alegrias e vitórias, a par de tristezas e derrotas. No prato da balança, deixamo-nos facilmente desanimar com as dificuldades e nem sempre vemos ao nosso lado a presença de Deus que nos fortalece. “Levanta-te”, é a voz do Senhor a animar-nos. Talvez nos custe ouvir esta voz porque deixámos de frequentar a Eucaristia com regularidade; ou, então, porque a vivemos sem sabor, perdida a consciência do mistério que nos é dado viver.
O Apóstolo S. João, no seu Evangelho, recorda-nos que o mistério do Sacramento da Eucaristia tem a sua centralidade no Corpo e no Sangue de Cristo. «Eu sou o pão da vida»; «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. Quem comer deste pão viverá eternamente». É na comunhão eucarística que nos fortalecemos para a longa caminhada da vida que nos conduz ao Céu. Transformados por este dom que vem do alto, tornamo-nos participantes da vida de Cristo, colaboradores da sua missão na instauração do Reino de Deus entre os homens. Nem sempre é fácil compreender este mistério e muitos judeus diziam mesmo: «Não é ele [Jesus], o filho de José? Não conhecemos o seu pai e a sua mãe? Como é que Ele diz agora: ‘Eu desci do Céu’?» Curiosamente, a incompreensão desvanece-se pela fidelidade à oração e pela perseverança na frequência regular dos Sacramentos. Somos alimentados na fé sem nos darmos conta e os frutos deste alimento são o aumento da fé, da esperança e da caridade.
Na Epístola aos Efésios, S. Paulo diz: «Sede imitadores de Deus, como filhos muito amados»; e completa o discurso especificando que é preciso sermos bondosos e compassivos, perdoando-nos mutuamente, caminhando na caridade, a exemplo de Cristo. O alimento eucarístico que recebemos deve levar-nos a testemunhar com a vida Aquele que nos fortalece. Quanto mais estivermos em sintonia com Jesus, mais naturalmente seremos idênticos a Ele no modo de agir.

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Elias no deserto andou um dia inteiro;
Cansado, debaixo de uma giesta deseja morrer;
Já basta, Senhor; não sou nenhum guerreiro,
Nem melhor que meus pais; que ando aqui a fazer?

Deus não ouve esta oração desesperada;
Antes dá-lhe água e pão cozido nas brasas;
Levanta-te e come, longa é ainda a estrada.
Fortalecido, parece que tem mesmo asas.

É outra vida animada pelo Espírito Santo;
Não o contristeis, diz Paulo com sabedoria;
Evitai o azedume, a cólera em qualquer canto,
As vossas boas obras apareçam à luz do dia.

Aqueles judeus murmuram então de Jesus:
Não entendiam que fosse do Céu e fosse Pão;
É o Pão de Deus para dar ao mundo outra luz.
É filho de José, vem de Deus, tem uma missão.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 8 de agosto de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 17, 14-20

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um homem, que se ajoelhou diante d’Ele e Lhe disse: «Senhor, tem compaixão do meu filho, porque é epiléptico e sofre muito; cai frequentemente no fogo e muitas vezes na água. Apresentei-o aos teus discípulos, mas eles não puderam curá-lo». Jesus respondeu: «Oh geração incrédula e perversa! Até quando estarei convosco? Até quando terei de vos suportar? Trazei-mo aqui». Jesus ameaçou o demónio, que saiu do menino e este ficou curado a partir daquele momento. Então os discípulos aproximaram-se de Jesus e perguntaram-Lhe em particular: «Por que motivo não pudemos nós expulsá-lo?». Jesus respondeu-lhes: «Por causa da vossa pouca fé. Em verdade vos digo: se tiverdes fé comparável a um grão de mostarda, direis a este monte: ‘Muda-te daqui para acolá’, e ele há-de mudar-se. E nada vos será impossível».

Outras leituras do dia:Deut 6, 4-13; Sal 17 (18), 2-3. 7. 47 e 51ab


... tem compaixão do meu filho. (Evangelho)

Deus pode ter ou não ter compaixão de nós, no sentido de curas físicas. Isso mantém a nossa liberdade e a nossa independência em relação aos favores de Deus. A nossa caminhada para Deus tem que ser independente do que Deus nos faz. A acção de Deus em nós está envolta em brumas. Não sabemos nem o que Deus vai fazer nem estamos completamente seguros quanto ao que Deus já fez. Mas é isso que mantém o nosso amor gratuito.

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Escuta Israel, Eu sou o Teu único Senhor:
Amarás o Senhor Teu Deus de todo o coração;
Para isso esquece outros deuses em teu redor,
Fui eu que Te criei e te construí como nação.

Fiquem estas palavras em ti e teus filhos,
Gravadas no teu coração e na tua mente;
Põe-nas em prática em todos os teus trilhos;
Que elas te transformem profundamente.

Eu te introduzi no país dos teus antepassados;
Depois tudo te dei, fruto da mais pura graça;
Faço ainda milagres que vos deixam admirados,
Sou eu que vos curo e salva no tempo que passa.

Este meu filho cai frequentemente!
Até quando eu vos irei suportar,
Vós, raça depravada e descrente;
Pela fé também o podemos curar.

Teófilo Minga, fms