Domingo - 31 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 20, 1-9

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Outras leituras do dia: Act 10, 34a. 37-43; Sal 117 (118), 1-2. 16ab-17. 22-23; Col 3, 1-4 ou 1 Cor 5, 6b-8


Um dia fui procurar uma tia minha à sua casa. Levava uma menagem importante para ela. Chamava e não me respondia. A porta estava aberta. Entrei movida pela vontade de a encontrar. Ela não estava no interior da casa, mas em cada canto onde houvesse uma referência ao divino ou à santidade havia um vaso com flores. Os meus ouvidos não ouviram a tia, mas a sua mensagem penetrou o mais íntimo de mim.
Na passagem de Lucas que escutamos, o sepulcro está aberto. Pedro e o outro discípulo entram e na fé veem os sinais do Ressuscitado.

Rute Júnior


Para sempre a morte foi vencida,
A história para sempre foi resgatada,
Do sepulcro, triunfante surge a vida,
A morte hoje é o que vemos: nada!

Jesus surge vencedor, total vitória
Que nele todos estamos redimidos:
Esta é a certeza que invade a história,
Sejamos pois filhos de Deus, agradecidos.

Também para nós começa outro tempo,
Deixemos bem para longe todo o pecado
Que nos mereceu tal Redentor, atento
Em tudo, à situação de homem resgatado.

Em Jesus não há mais condenação,
Com Ele vivemos a mesma certeza
De que é Redentor, em tudo nosso irmão
Que traz à nossa vida, divina riqueza.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 30 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


SÁBADO SANTO – MISSA DA VIGÍLIA PASCAL

Evangelho segundo S. Lucas 24, 1-12

No primeiro dia da semana, ao romper da manhã, as mulheres que tinham vindo com Jesus da Galileia foram ao sepulcro, levando os perfumes que tinham preparado. Encontraram a pedra do sepulcro removida e, ao entrarem, não acharam o corpo do Senhor Jesus. Estando elas perplexas com o sucedido, apareceram-lhes dois homens com vestes resplandecentes. Ficaram amedrontadas e inclinaram o rosto para o chão, enquanto eles lhes diziam: «Porque buscais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui: ressuscitou. Lembrai-vos como Ele vos falou, quando ainda estava na Galileia: ‘O Filho do homem tem de ser entregue às mãos dos pecadores, tem de ser crucificado e ressuscitar ao terceiro dia’». Elas lembraram-se então das palavras de Jesus. Voltando do sepulcro, foram contar tudo isto aos Onze, bem como a todos os outros. Eram Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago. Também as outras mulheres que estavam com elas diziam isto aos Apóstolos. Mas tais palavras pareciam-lhes um desvario e não acreditaram nelas. Entretanto, Pedro pôs-se a caminho e correu ao sepulcro. Debruçando-se, viu apenas as ligaduras e voltou para casa admirado com o que tinha sucedido.

Outras leituras do dia: L 1 Gen 1, 1 – 2, 2 ou Gen 1, 1. 26-31ª; L 2 Gen 22, 1-18 ou Gen 22, 1-2. 9a. 10-13. 15-18; L 3 Ex 14, 15 – 15, 1; L 4 Is 54, 5-14; L 5 Is 55, 1-11; L 6 Bar 3, 9-15. 32 – 4, 4; L 7 Ez 36, 16-17a. 18-28; L 8 Rom 6, 3-11


“Aquele que está vivo” ou “O Vivente” eis o título para o Ressuscitado.
Neste texto do anúncio da ressurreição às mulheres encontram-se três episódios encadeados:
- as mulheres junto ao sepulcro;
- os onze recusam o testemunho das mulheres;
- corrida de Pedro ao túmulo.
Sigamos novamente os episódios e acompanhemos o espanto e a fé!

Teófilo Júnior


Sábado santo, sereno, Deus dorme
No silêncio de um sepulcro emprestado;
Ontem foi dia de um pecado enorme,
Justiça que deixa um Deus condenado.

Silêncio e calma onde se adivinha a paz
De uma força para além da morte;
Deus está inerte, é verdade, e ali jaz,
Mas sabemos que o amor é mais forte.

O sepulcro será para sempre aberto,
Como poderia ele reter assim a vida,
Deixando-nos por aí, em futuro incerto,
Como que perdidos, em estrada à deriva.

É apenas o tempo de alguma espera,
Que amanhã veremos o fulgor da glória
Dizendo a todos a certeza de outra era:
A morte será vencida: suprema vitória.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 29 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 18, 1 – 19, 42

Naquele tempo, Jesus saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Judas, que O ia entregar, conhecia também o local, porque Jesus Se reunira lá muitas vezes com os discípulos. Tomando consigo uma companhia de soldados e alguns guardas, enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus, Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas. Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer, adiantou-Se e perguntou-lhes: «A quem buscais?». Eles responderam-Lhe: «A Jesus, o Nazareno». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O ia entregar, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Jesus perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles responderam: «A Jesus, o Nazareno». Disse-lhes Jesus: «Já vos disse que sou Eu. Por isso, se é a Mim que buscais, deixai que estes se retirem».
Assim se cumpriam as palavras que Ele tinha dito: «Daqueles que Me deste, não perdi nenhum».
Então, Simão Pedro, que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que meu Pai Me deu?».
Então, a companhia de soldados, o oficial e os guardas dos judeus apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O. Levaram-n’O primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote nesse ano. Caifás é que tinha dado o seguinte conselho aos judeus: «Convém que morra um só homem pelo povo».
Entretanto, Simão Pedro seguia Jesus com outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora. Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira e levou Pedro para dentro. A porteira disse a Pedro: «Tu não és dos discípulos desse homem?». Ele respondeu: «Não sou».
Estavam ali presentes os servos e os guardas, que, por causa do frio, tinham acendido um braseiro e se aqueciam. Pedro também se encontrava com eles a aquecer-se.
Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: «Falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. Porque Me interrogas? Pergunta aos que Me ouviram o que lhes disse: eles bem sabem aquilo de que lhes falei».
A estas palavras, um dos guardas que estava ali presente deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?». Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra-Me em quê. Mas, se falei bem, porque Me bates?».
Então Anás mandou Jesus manietado ao sumo sacerdote Caifás.
Simão Pedro continuava ali a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Tu não és também um dos seus discípulos?». Ele negou, dizendo: «Não sou». Replicou um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Então eu não te vi com Ele no jardim?». Pedro negou novamente, e logo um galo cantou.
Depois, levaram Jesus da residência de Caifás ao Pretório. Era de manhã cedo. Eles não entraram no pretório, para não se contaminarem e assim poderem comer a Páscoa. Pilatos veio cá fora ter com eles e perguntou-lhes: «Que acusação trazeis contra este homem?». Eles responderam-lhe: «Se não fosse malfeitor, não t’O entregávamos». Disse-lhes Pilatos: «Tomai-O vós próprios, e julgai-O segundo a vossa lei». Os judeus responderam: «Não nos é permitido dar a morte a ninguém». Assim se cumpriam as palavras que Jesus tinha dito, ao indicar de que morte ia morrer.
Entretanto, Pilatos entrou novamente no pretório, chamou Jesus e perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura sou eu judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a Mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». Disse-Lhe Pilatos: «Que é a verdade?».
Dito isto, saiu novamente para fora e declarou aos judeus: «Não encontro neste homem culpa nenhuma. Mas vós estais habituados a que eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis que vos solte o Rei dos judeus?». Eles gritaram de novo: «Esse não. Antes Barrabás». Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou que levassem Jesus e O açoitassem. Os soldados teceram uma coroa de espinhos, colocaram-Lha na cabeça e envolveram Jesus num manto de púrpura. Depois aproximavam-se d’Ele e diziam: «Salve, Rei dos judeus». E davam-Lhe bofetadas.
Pilatos saiu novamente para fora e disse: «Eu vo-l’O trago aqui fora, para saberdes que não encontro n’Ele culpa nenhuma». Jesus saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis o homem». Quando viram Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!». Disse-lhes Pilatos: «Tomai-O vós mesmos e crucificai-O, que eu não encontro n’Ele culpa alguma». Responderam-lhe os judeus: «Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus».
Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou assustado. Voltou a entrar no pretório e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-Lhe então Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e para Te crucificar?». Jesus respondeu-lhe: «Nenhum poder terias sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». A partir de então, Pilatos procurava libertar Jesus. Mas os judeus gritavam: «Se O libertares, não és amigo de César: todo aquele que se faz rei é contra César». Ao ouvir estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado «Lagedo», em hebraico «Gabatá».
Era a Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Eis o vosso Rei!». Mas eles gritaram: «À morte, à morte! Crucifica-O!». Disse-lhes Pilatos: «Hei-de crucificar o vosso Rei?». Replicaram-lhe os príncipes dos sacerdotes: «Não temos outro rei senão César». Entregou-lhes então Jesus, para ser crucificado. E eles apoderaram-se de Jesus. Levando a cruz, Jesus saiu para o chamado Lugar do Calvário, que em hebraico se diz Gólgota. Ali O crucificaram, e com Ele mais dois: um de cada lado e Jesus no meio.
Pilatos escreveu ainda um letreiro e colocou-o no alto da cruz; nele estava escrito: «Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus». Muitos judeus leram esse letreiro, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade. Estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam então a Pilatos os príncipes dos sacerdotes dos judeus: «Não escrevas: ‘Rei dos judeus’, mas que Ele afirmou: ‘Eu sou o Rei dos judeus’». Pilatos retorquiu: «O que escrevi está escrito».
Quando crucificaram Jesus, os soldados tomaram as suas vestes, das quais fizeram quatro lotes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica. A túnica não tinha costura: era tecida de alto a baixo como um todo. Disseram uns aos outros: «Não a rasguemos, mas lancemos sortes, para ver de quem será». Assim se cumpria a Escritura: «Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sortes sobre a minha túnica». Foi o que fizeram os soldados.
Estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou. Por ser a Preparação, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso Lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. José veio então tirar o corpo de Jesus. Veio também Nicodemos, aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus. Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes, como é costume sepultar entre os judeus.
No local em que Jesus tinha sido crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora sepultado. Foi aí que, por causa da Preparação dos judeus, porque o sepulcro ficava perto, depositaram Jesus.

Outras leituras do dia: Is 52, 13 – 53, 12; Sal 30 (31), 2 e 6. 12-13. 15-16. 17 e 25; Hebr 4, 14-16 – 5, 7-9


CHEGOU A HORA: PAIXÃO.
Se nos acompanhaste na leitura de algumas passagens do Evangelho de S. João, reparaste que a hora de Jesus ainda não tinha chegado. Todo o Evangelho de João está orientado para a “hora” da Paixão. Desejo contemplar essa hora, em que Jesus diz: «Tudo está consumado» (Jo 19, 30b). Comovente este momento e denso de significado para mim. Esta hora transporta-me para toda a vida de fidelidade de Jesus ao projeto de Deus.
PAIXÃO: clímax da revelação do amor do Pai ao Filho e do Filho ao Pai e da revelação do amor dos discípulos entre si.

Rute Júnior


Dia santo, muito embora de morte.
Morte do meu Senhor, na Cruz,
Para mudar a tua, a minha sorte
E trazer a todos e ao mundo outra luz.

Dia santo, esta sexta-feira santa,
Onde Jesus parece abandonado
No silêncio da dor que é tanta,
No rosto de um Deus crucificado.

Dia santo, único entre tantos dias,
As trevas se adensam no horizonte,
Jesus morre, dor de tantas agonias,
No Calvário para que a vida desponte.

Sim, a Cruz é bem a árvore da vida
Que nos deixa a todos admirados,
No seu amor total, Ele não nos olvida,
Em seus braços abertos somos resgatados.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 28 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


QUINTA-FEIRA da Semana Santa de manhã – MISSA CRISMAL

Evangelho segundo S. Lucas 4, 16-21

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».

Outras leituras: Is 61, 1-3a. 6a. 8b-9; Sal 88 (89), 21-22. 25 e 27; Ap 1, 5-84


Já tiveste oportunidade de escutar alguém com uma larga experiência de vida? Por vezes, está a contar-te uma cena da sua vida e de repente faz rewind para te narrar outra situação que dá sentido à primeira.
Nestes últimos dias temos escutado passagens sobre os últimos dias da vida de Jesus e hoje renuamos ao momento do início da sua vida pública, da sua pregação. Não podemos esquecer que Jesus é o enviado de Deus para nos libertar e a sua entrega à vontade de Deus levou os seus opositores a condená-lo à morte.

Teófilo Júnior


Ouvir o Evangelho

QUINTA-FEIRA da Semana Santa à tarde – MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 13, 1-15

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».

Outras leituras: Ex 12, 1-8. 11-14; Sal 115 (116), 12-13. 15-16bc. 17-18; 1 Cor 11, 23-26


Nesta passagem bíblica Jesus lava os pés aos discípulos.
Já alguém te lavou os pés? Não? E se eu te disser que sim: quantas vezes a tua mãe ou o teu pai (ou quem os substituiu) cuidaram de ti quando eras criança? Fizeram-no sem esforço? Não sabemos. Nem sempre as pessoas dispõem de energia suficiente na realização das suas tarefas.
Já lavaste os pés a alguém? Reflete bem e alegra-te com as vezes que segues o Mestre no serviço. Se és muito novo não estranhes a repugnância inicial no apoio a pessoas que passam situações de doença. Mas lembra-te da alegria espiritual sentida por Francisco de Assis depois do beijo ao leproso.

Rute Júnior


Dia santo a lembrar o pão e o vinho,
Dia do amor extremo, amor até ao fim,
Força para nós ao longo do caminho,
É Jesus que se dá. Diz: “para isso eu vim”.

Dia santo do sacerdócio-sacramento,
Para o sacrifício santo da Eucaristia,
Dom do céu – este é o melhor alimento –
Para as nossas forças, no dia-a-dia.

Dia santo da última santa ceia,
A primeira de tantas na história,
Partilha do pão, autêntica epopeia
Que à terra traz os céus e sua glória.

Dia santo do lava-pés, real serviço,
Exemplo do Senhor para todos nós,
Que no silêncio se torna compromisso
A sermos de Deus, heraldos da sua voz.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 27 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 26, 14-25

Naquele tempo, um dos Doze, chamado Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. A partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará». Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar Lhe: «Serei eu, Senhor?» Jesus respondeu: «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que vai entregar-Me. O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido». Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: «Serei eu, Mestre?» Respondeu Jesus: «Tu o disseste».

Outras leituras do dia: Is 50, 4-9a; Sal 68 (69), 8-10. 21bcd-22. 31. 33-34


Vi a citação bíblica do evangelho que hoje escutamos e decidi abrir a Bíblia Sagrada que tenho no meu pc.
Verifiquei que o texto inclui três momentos: traição de Judas, preparação da ceia pascal e anúncio da traição de Judas.
Li, também, as notas de rodapé e percebi o seguinte:
- trinta moedas de prata era o equivalente ao preço de um escravo;
- o primeiro dia dos Ázimos refere-se ao primeiro dos sete dias em que os judeus comiam pão sem fermento (ázimos);
- o tempo (de Jesus) está próximo refere-se ao tempo da morte e da glorificação de Jesus;
- meter a mão no prato de Jesus significa viver em comunhão com Jesus.
Descobre mais pormenores que te ajudem a compreender este texto e a confrontares a tua vida com ele.

Rute Júnior


O Senhor Deus abriu os meus ouvidos
E deu-me a língua para proclamar às gentes
A força da Palavra em gestos destemidos,
Sem medo nas mais variadas frentes.

Bater-me-ão e não oferecerei resistência,
No martírio saberei conquistar a palma,
Porque o Senhor socorre a minha indigência,
Seus insultos não afetarão minha alma.

Mesmo se se encontram Judas pelo meio,
Pensando em trinta moedas de prata;
Traição suprema com tudo o que há de feio:
Entendimento ignóbil a vida do Senhor mata.

Sim porque alguém de vós me há-de trair,
Esta é a profecia mais negra das Escrituras;
Cai o Filho do Homem que veio para redimir
O que estava perdido, e chamá-lo às alturas.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 26 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 13, 21-33.36-38

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará». Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava. Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado. Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere». Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou Lhe: «Quem é, Senhor?» Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão. Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse- lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa. Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres. Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite. Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo e glorificá l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou». Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois». Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti». Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».

Outras leituras do dia: Is 49, 1-6; Sal 70 (71), 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15 e 17


Sento-me à mesa com Jesus. Sinto-me seu discípulo.
Não sou nenhum personagem da série “The Bible”, mas sinto-me a celebrar esta ceia do adeus com Jesus. Sei que não sou Judas nem Simão Pedro, e mesmo assim não estou alheio ao diálogo e sinto a adrenalina. Jesus viveu de verdade a minha condição humana, o que me impele a encarnar as dores de quem sofre.

Teófilo Júnior


O Senhor me chamou antes de ter nascido,
Pronunciou meu nome no ventre de minha mãe,
Sem mérito meu, ele já me tinha escolhido
Para ser seu servo e dizer sua palavra aqui e além.

Mas ser servo é pouco; serei luz das nações.
Anunciarás a salvação até aos confins da terra,
Através de ti quero conquistar os corações,
Serás mensageiro de justiça contra toda a guerra.

Mas não o serás sem a dor, sem o sofrimento;
Os traidores andam por aí, espreitam à solta
E no seu coração de trevas a cada momento,
A sua vida mesquinha de escuridão envolta.

Pode vender-te por míseros trinta dinheiros.
Mas também os amigos podem negar três vezes,
Mesmo quando dizem que serão os primeiros
A dar a vida por Jesus, para além desses revezes.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 25 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 12, 1-11

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. Então Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?» Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis». Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

Outras leituras do dia: Is 42, 1-7; Sal 26 (27), 1. 2. 3. 13-14


Nesta «Semana Santa» que eu desejo viver com autenticidade, desafio-te à descoberta de Jesus na companhia do Evangelista S. João.
Hoje escutamos o sinal da Unção de Betânia, o último sinal da I Parte do quarto evangelho (livro dos sinais), e que estabelece a ponte para a II Parte do evangelho (livro da glória).
Todos os pormenores do texto me desafiam para uma vivência na fé do meu amor a Jesus.

Rute Júnior


Aqui está o meu servo, o meu escolhido
Para trazer a verdadeira justiça às nações,
E fazer do seu povo um povo redimido
Que louva a Deus em seus hinos e canções.

Defende a causa do justo e do desemparada,
Ele, fruto perfeito saído das mãos de Deus,
Escolhido para às nações e povos ser enviado,
Proclamar a todos bem alto o Reino lá dos céus.

Assim fará o Senhor, sem esquecer os amigos
Na sua Páscoa: são eles Lázaro, Marta e Maria;
A amizade é um dom, o melhor doa abrigos
No sofrimento sim, mas também na alegria.

Deixai-a derramar seu perfume nos meus pés,
Pobres os tereis sempre convosco, entre vós,
Perfume caro, seja ele puro nardo ou aloés,
Seu amor por mim é maior no silêncio da sua voz.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 24 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. Lucas 23, 1-49

Naquele tempo, levantaram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas, levaram Jesus a Pilatos e começaram a acusá-l’O, dizendo: «Encontrámos este homem a sublevar o nosso povo, a impedir que se pagasse o tributo a César e dizendo ser o Messias-Rei». Pilatos perguntou a Jesus: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu: «Tu o dizes». Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e à multidão: «Não encontro nada de culpável neste homem».
Mas eles insistiam: «Amotina o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui». Ao ouvir isto, Pilatos perguntou se o homem era galileu; e, ao saber que era da jurisdição de Herodes, enviou-O a Herodes, que também estava nesses dias em Jerusalém.
Ao ver Jesus, Herodes ficou muito satisfeito. Havia bastante tempo que O queria ver, pelo que ouvia dizer d’Ele, e esperava que fizesse algum milagre na sua presença. Fez-Lhe muitas perguntas; mas Ele nada respondeu. Os príncipes dos sacerdotes e os escribas que lá estavam acusavam-n’O com insistência. Herodes, com os seus oficiais, tratou-O com desprezo e, por troça, mandou-O cobrir com um manto magnífico e remeteu-O a Pilatos. Herodes e Pilatos, que eram inimigos, ficaram amigos nesse dia.
Pilatos convocou os príncipes dos sacerdotes, os chefes e o povo, e disse-lhes: «Trouxestes este homem à minha presença como agitador do povo. Interroguei-O diante de vós e não encontrei n’Ele nenhum dos crimes de que O acusais. Herodes também não, uma vez que no-l’O mandou de novo. Como vedes, não praticou nada que mereça a morte. Vou, portanto, soltá-l’O, depois de O mandar castigar». Pilatos tinha obrigação de lhes soltar um preso por ocasião da festa. E todos se puseram a gritar: «Mata Esse e solta-nos Barrabás». Barrabás tinha sido metido na cadeia por causa de uma insurreição desencadeada na cidade e por assassínio. De novo Pilatos lhes dirigiu a palavra, querendo libertar Jesus. Mas eles gritavam: «Crucifica-O! Crucifica-O!». Pilatos falou-lhes pela terceira vez: «Mas que mal fez este homem? Não encontrei n’Ele nenhum motivo de morte. Por isso vou soltá-l’O, depois de O mandar castigar». Mas eles continuavam a gritar, pedindo que fosse crucificado, e os seus clamores aumentavam de violência. Então Pilatos decidiu fazer o que eles pediam: soltou aquele que tinha sido metido na cadeia por insurreição e assassínio, como eles reclamavam, e entregou-lhes Jesus para o que eles queriam.
Quando O conduziam, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e puseram-lhe a cruz às costas, para a levar atrás de Jesus. Seguia-O grande multidão de povo e mulheres que batiam no peito e se lamentavam, chorando por Ele. Mas Jesus voltou-Se para elas e disse-lhes: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim; chorai antes por vós mesmas e pelos vossos filhos. Pois dias virão em que se dirá: ‘Felizes as estéreis, os ventres que não geraram e os peitos que não amamentaram’. Começarão a dizer aos montes: ‘Caí sobre nós’; e às colinas: ‘Cobri-nos’. Porque se tratam assim a madeira verde, que acontecerá à seca?». Levavam ainda dois malfeitores para serem executados com Jesus.
Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, crucificaram-n’O a Ele e aos malfeitores, um à direita e outro à esquerda. Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». Depois deitaram sortes, para repartirem entre si as vestes de Jesus. O povo permanecia ali a observar. Por sua vez, os chefes zombavam e diziam: «Salvou os outros: salve-Se a Si mesmo, se é o Messias de Deus, o Eleito». Também os soldados troçavam d’Ele; aproximando-se para Lhe oferecerem vinagre, diziam: «Se és o Rei dos judeus, salva-Te a Ti mesmo». Por cima d’Ele havia um letreiro: «Este é o Rei dos judeus».
Entretanto, um dos malfeitores que tinham sido crucificados insultava-O, dizendo: «Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também». Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: «Não temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça, pois recebemos o castigo das nossas más acções. Mas Ele nada praticou de condenável». E acrescentou: «Jesus, lembra-Te de mim, quando vieres com a tua realeza». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso».
Era já quase meio-dia, quando as trevas cobriram toda a terra, até às três horas da tarde, porque o sol se tinha eclipsado. O véu do templo rasgou-se ao meio. E Jesus exclamou com voz forte: «Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito». Dito isto, expirou.
Vendo o que sucedera, o centurião deu glória a Deus, dizendo: «Realmente este homem era justo». E toda a multidão que tinha assistido àquele espectáculo, ao ver o que se passava, regressava batendo no peito. Todos os conhecidos de Jesus, bem como as mulheres que O acompanhavam desde a Galileia, mantinham-se à distância, observando estas coisas.

Outras leituras do dia: Is 50, 4-7; Sal 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24; Filip 2, 6-11


Bem sabemos que atualmente é fácil contactar com os amigos por vídeo-conferência. Mais ainda: somos capazes de manter uma conversa, convidando diversos amigos, conhecidos ou desconhecidos, e trocar opiniões. Há inclusive uma linguagem simbólica, uma espécie de código, que nos ajuda a abreviar as palavras e a sermos mais rápidos na nossa comunicação.
Hoje espero que essas potencialidades da rede, sejam dirigidas para o bem, para o conhecimento de Jesus! Espero que, no browser do teu pc, abras duas páginas, uma com este extenso texto destes momentos dramáticos da vida de Jesus, e outra na tua rede social. Convida cada um dos teus amigos a assumirem o papel de um personagem e lê o texto com calma para absorver cada pormenor. No final podeis partilhar as vossas impressões e a relação com a vossa própria vida.

Rute Júnior


Domingo de Ramos em encanto de festa,
Com cantos de júbilo, exultando em alegria,
O Rei dos reis num pequeno jumento manifesta
O seu Reino, mesmo se a dor se anuncia.

Nem sequer resisti aos meus agressores
Que me golpearam forte em pleno rosto;
Rei dos reis, mas num manifesto de dores
Desde o nascer do sol até ao sol-posto.

Sou divino, sem me agarrar a essa condição,
Deixei lá no alto, meus belos céus estrelados
Para viver a humanidade da vossa situação,
Em tudo igual a vós, menos nos pecados.

E entro o cenário de um drama, julgamento,
O mais injusto e o mais negro da história:
A verdade se esquece em todo o momento,
Mas não tenhais medo: é minha a vitória.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 23 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 11, 45-56

Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?»

Outras leituras do dia: Ez 37, 21-28; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13


Hoje dirijo uma especial prece a Jesus. Rogo pelas crianças e adolescentes inocentes que têm de enfrentar os tribunais para responderem por situações criadas por adultos.
Repetirei com confiança, ao longo do dia, “cuida daquela menina Senhor!”

Rute Júnior


Tomarei os filhos de Israel do meio das nações,
E vou reuni-los todos juntos na sua própria terra,
Depois de ter purificado em tudo seus corações
E lhe ter anunciado a paz em vez da fatídica guerra.

Serão o meu povo dileto e eu serei o seu Deus,
Esta é a Aliança eterna que vou propor e selar
Com todos os retornados, queridos filhos meus
Que agora veem de perto a salvação: está a chegar.

E Jesus a anuncia através de tantos e tantos sinais,
Que muitos na dúvida, começam agora a acreditar,
E também o mundo dos discípulos é mais e mais,
Mesmo se a Cruz está próxima, mas por levantar.

Profecia de Caifás: um homem só morra pela nação.
Sabemos bem que esse homem, mal recebido, é Jesus,
O único que pode anunciar a Palavra e a salvação,
Dizendo a todos os homens: “Segui-me, eu sou a luz”.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 22 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 10, 31-42

Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?» Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus». Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia – e a Escritura não pode abolir-se –, de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!» Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu. Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». E muitos ali acreditaram em Jesus.

Outras leituras do dia: Jer 20, 10-13; Sal 17 (18), 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7


Acompanho as perseguições a Jesus como se estivesse perto d`Ele, escondida num local seguro vendo o que se passava.
Como posso admirar-me quando vejo alguns discípulos de Jesus que vivem neste século XXI a serem perseguidos? O seu Mestre sofreu tanto por amor!

Rute Júnior


Denunciemos Jeremias e vejamos sua caída…
Mesmo os amigos agora o deixam sozinho,
Vamos seduzi-lo para depois lhe tirar a vida
E nos livrarmos deste profeta em nosso caminho.

Mas o Senhor me protege, está a meu lado,
São os ímpios dos meus opositores que cairão;
Verão o poder do Senhor defender o atribulado,
Aquele que eles tinham votado à perdição.

O mesmo se passa com Jesus, querem apedrejá-lo,
Não porque faz o bem, mas porque, dizem, blasfema.
Hipocrisia de todos aqueles que anseiam matá-lo,
Mesmo sem razão: esta é verdade em todo este tema.

Se não acreditais em mim, acreditai no que faço,
Então vereis que estou no Pai e o Pai em mim,
Mas quereis prender-me e parar o meu passo.
Não importa… Proclamarei a Palavra até ao fim.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 21 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 8, 51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte». Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’. Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?» Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’. Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria». Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’». Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.

Outras leituras do dia: Gen 17, 3-9; Sal 104 (105), 4-5. 6-7. 8-9


As palavras de Jesus «Se alguém guardar a minha palavra, nunca morrerá» transportam-me hoje para os seguintes versículos do salmo mais longo da Bíblia - o Salmo 119 (118):
“Como poderá um jovem manter puro o seu caminho?
Só guardando as tuas palavras.
Eu procuro-te com todo o coração;
não deixes que me afaste dos teus mandamentos.
Hei de alegrar-me com as tuas leis;
não esquecerei as tuas palavras.” (Sl 119, 9.10.16)
.

Teófilo Júnior


Não te chamarás Abrão, serás antes Abraão
Porque farei de ti o pai de muitas nações;
Aliança que partilho contigo coração a coração,
Fonte de graças para tantas futuras gerações.

É a Aliança também com os teus descendentes,
Aliança perpétua, para hoje e toda a eternidade;
Tu serás o pai na fé para muitos milhões de crentes
Que no rasto dos teus pés a colhem a felicidade.

Diferentes dos judeus que não guardam a Palavra
E, portanto vão morrer… Mas quem assim o diria?
Não morre quem a guarda e no seu coração a grava,
Para louvar a Deus na exultação plena da alegria.

Eu vos digo, não procuro a minha própria glória,
Porque, bem o sabeis, não sou mentiroso como vós.
Eu conheço o Pai e sua vitória é a minha vitória;
Eu o conheço, sou na terra sacramento da sua voz.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 20 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 8, 31-42

Naquele tempo, dizia Jesus aos judeus que tinham acreditado n’Ele: «Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, conhecereis a verdade e a verdade vos libertará». Eles responderam-Lhe: «Nós somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de ninguém. Como é que Tu dizes: ‘Ficareis livres’?» Respondeu Jesus: «Em verdade, em verdade vos digo: Todo aquele que comete o pecado é escravo. Ora o escravo não fica para sempre em casa ; o filho é que fica para sempre. Mas se o Filho vos libertar, sereis realmente homens livres. Bem sei que sois descendentes de Abraão; mas procurais matar-Me, porque a minha palavra não entra em vós. Eu digo o que vi junto de meu Pai e vós fazeis o que ouvistes ao vosso pai». Eles disseram: «O nosso pai é Abraão». Respondeu-lhes Jesus: «Se fôsseis filhos de Abraão, faríeis as obras de Abraão. Mas procurais matar-Me, a Mim que vos disse a verdade que ouvi de Deus. Abraão não procedeu assim. Vós fazeis as obras do vosso pai». Disseram-Lhe eles: «Nós não somos filhos ilegítimos; só temos um pai, que é Deus». Respondeu-lhes Jesus: «Se Deus fosse o vosso Pai, amar-Me-íeis, porque saí de Deus e d’Ele venho. Eu não vim de Mim próprio; foi Ele que Me enviou».

Outras leituras do dia: Dan 3, 14-20. 91-92. 95; Sal Dan 3, 52. 53. 54. 55. 56


Compreendo um pouco deste diálogo de Jesus com aqueles que tinham acreditado n`Ele.
Os argumentos destes judeus fazem-me lembrar as respostas de colegas meus quando são questionados sobre o seu modo de viver. Estão tão amarrados com correntes escravizantes que não veem, nem acreditam na possibilidade de viver livremente.
Nestas férias escolares, aconselho-te a leitura da história de Fernão Capelo Gaivota. Ousa novos voos.
Quanto a mim: quero deixar-me libertar por Jesus, Homem Livre.

Teófilo Júnior


Aí estão eles, três jovens na fornalha ardente
Porque recusam adorar a estátua dourada,
Mete medo a ameaça de um rei demente
Que a todo o custo quer a estátua adorada.

Serviremos só o nosso Deus, mesmo na fornalha
Que podes mais de sete vezes tornar a aquecer;
Sabemos que não há poder humano que nos valha,
Mas o nosso Deus é grande, Ele nos há-de valer.

Também os judeus querem matar Jesus,
Eles que se dizem verdadeiros filhos de Abraão,
Mas a Palavra não é a sua casa; nem a luz
De Deus; não são livres, são filhos da prostituição.

Filhos de Abraão, teríeis seu comportamento
E acolheríeis a vontade do Pai que me enviou,
Mas quereis matar-me a todo momento…
Abraão vos condena, e eu também que SOU.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 19 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


S. JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM SANTA MARIA - SOLENIDADE

Evangelho segundo S. Mateus 1, 16.18-21.24a

Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor.

Outras leituras do dia: 2 Sam 7, 4-5a. 12-14a. 16; Sal 88, 2-3. 4-5. 27 e 29; Rom 4, 13. 16-18. 22.


Hoje celebra-se a Solenidade de São José, pai davídico de Jesus e patrono da Igreja. Farei silêncio para escutar as palavras do Papa Francisco na missa de início do seu pontificado.
Desde que tomei conhecimento do novo Bispo de Roma, no final da tarde de 13/03/2013, tenho encontrado enormes raios de esperança a iluminarem a humanidade.
Vou continuar a rezar pelo Papa. Rezarei, também, por todos os pais do mundo, neste dia a eles dedicado.

Rute Júnior


Eu te protegerei e toda a tua descendência,
Descendência, para mim um reino para sempre,
Serei para ela um Pai em toda a sua existência,
Seus filhos serão meus filhos eternamente.

Sereis donos do mundo pela fé de Abraão,
Que esta descendência não é uma questão de lei;
Serei Pai de vós todos, Pai de toda a nação;
Será grande aos olhos de Deus esta grei:

Descendência tão grande como as estrelas,
Pela fé que viveu em todos os momentos,
E nós, seus filhos, rejubilamos na fé, só de vê-las
Nos céus límpidos de todos os firmamentos.

Fé também necessária no nascimento de Cristo;
José é esposo de Maria, mas pelo Espírito Santo,
Estamos em presença de milagre nunca visto;
José não tem dúvidas e exulta, alegria de um canto.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 18 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. São João 8, 1-11

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Outras leituras do dia: Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62 ou Dan 13, 41c-62; Sal 22 (23),1-3a. 3b-4b.5.6


Os primeiros onze versículos do capítulo 8 do Evangelho segundo S. João apresentam-nos o sinal da misericórdia.
Nesta narrativa sobre a «mulher surpreendida em adultério» podemos ver como tudo anda à volta da “Lei de Moisés”.
A questão põe-se entre Moisés e Jesus, entre a doutrina de um e de outro, o sistema religioso e o seu significado.
Segundo a Lei a mulher deve ser apedrejada até à morte, mas segundo Jesus deve ser salva para a vida da “verdade”.

Rute Júnior


Velhos malvados espreitando no jardim
A jovem mulher Susana, de grande beleza,
Casada em Babilónia; seu marido era Joaquim;
Os dois tementes a Deus: esta era sua grandeza.

E os velhos malvados levantam falsa evidência;
Não aprenderam a virtude com o andar dos anos;
Mas a jovem mulher é toda força e resistência
Contra brutos tão sensuais como desumanos.

Estão longe da luz que ilumina o mundo,
Preferindo viver na espessa escuridão
De quem se deixou dominar por mal profundo
Que lhes rouba a beleza e destrói o coração.

Eu sou a luz , a luz do mundo e a luz da vida,
E o meu testemunho é verdadeiro; vem do céu
Onde está o Pai, amor sem limites e sem medida,
O Pai que me enviou ao mundo para o fazer seu.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 17 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


DOMINGO V DA QUARESMA

Evangelho segundo S. João 8, 1-11

Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Disse então Jesus: «Nem Eu te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Outras leituras do dia: Is 43, 16-21; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6; Filip 3, 8-14


Os escribas e os fariseus pretendiam armar uma cilada a Jesus forjando um pretexto para o acusar.
A sabedoria de Jesus não permite aos seus adversários atingir os seus objetivos.
Jesus não condenou a mulher e encorajou-a a começar uma vida diferente, não voltando a cometer os pecados antigos.

Teófilo Júnior


Sou o Senhor que rasgou um caminho no mar,
Que derrubou cavalos e também os cavaleiros,
Caídos pelo chão para não mais se levantar,
Para mim os humildes serão os primeiros.

E não vos lembreis mais do passado antigo,
Porque novas coisas já estão acontecendo,
Caminhos e água aparecem no deserto agressivo
O meu povo cantará meus louvores, agradecendo.

Um povo para quem Cristo é suprema vantagem,
Por Ele, decidido, é capaz de deitar tudo a perder
Num ato de amor, mas também ato de coragem,
A perfeição não está na Lei, está na fé, em crer.

A fé capaz de produzir frutos autênticos de amor,
Capaz de perdoar mesmo o pecado mais profundo.
“Ninguém te condenou, mulher?”. “Ninguém, Senhor”.
Nem eu. Vai e sê testemunha do meu amor no mundo.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 16 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 7, 40-53

Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão: «Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias». Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?» Houve assim desacordo entre a multidão a respeito de Jesus. Alguns deles queriam prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou as mãos. Então os guardas do templo foram ter com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus e estes perguntaram-lhes: «Porque não O trouxestes?». Os guardas responderam: «Nunca ninguém falou como esse homem». Os fariseus replicaram: «Também vos deixastes seduzir? Porventura acreditou n’Ele algum dos chefes ou dos fariseus? Mas essa gente, que não conhece a Lei, está maldita». Disse-lhes Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido ter com Jesus e era um deles: «Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?» Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta». E cada um voltou para sua casa.

Outras leituras do dia: Jer 11, 18-20; Sal 7, 2-3. 9bc-10. 11-12


Nestes últimos versículos do capítulo 7 de S. João vemos claramente Jesus como sinal de contradição.
Por um lado Jesus é acreditado como Messias e por outro lado é negado.
Uns dizem: «Ele é realmente o Profeta», outros dizem: «É o Messias (Cristo)»; mas outros replicam: «Poderá o Messias vir da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?».
As discussões acerca de Jesus continuam e relacionam-se com a Lei judaica…
Jesus jamais se deixa controlar pela letra da lei que oprime a pessoa.

Rute Júnior


Eu me senti como cordeiro cheio de esperança,
Perseguido sempre, até me levarem ao matadouro,
Mas eu sei Senhor, eu pus em Ti toda a confiança,
Tu és tudo para mim, meu coração e tesouro.

Vamos destruir a árvore em plena fortaleza,
Eliminá-lo completamente da terra dos vivos,
Que o seu nome desapareça em toda a certeza,
Que nem a sua sombra permaneça nos arquivos.

Figura antiga do Messias que divide as opiniões.
“É o Cristo”. Mas vem o Cristo de terras da Galileia?
Com o pensamento também se dividem os corações,
Ele é descendente de David, em Belém da Judeia.

Os guardas confirmam que Ele fala como ninguém;
Mas os Fariseus perguntam se eles se converteram;
São o “pequeno povo” que não sabe muito bem
Quem é Jesus… E contudo, muitos por Ele morreram.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 15 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 7, 1-2.10.25-30

Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte. Estava próxima a festa dos Tabernáculos. Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo. Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar? Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias? Mas nós sabemos de onde é este homem, e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é». Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis. Mas Eu conheço-O, porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou». Procuravam então prender Jesus, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.

Outras leituras do dia: Sab 2, 1a. 12-22; Sal 33 (34), 17-18. 19-20. 21 e 23


Hoje e amanhã escutaremos alguns versículos do capítulo 7 do Evangelho segundo S. João, o qual refere Jesus como sinal de contradição.
O presente diálogo surge por ocasião da festa dos Tabernáculos e centra-se no templo de Jerusalém.
Um grupo de pessoas que conhecem Jesus, homem de Nazaré como um judeu entre os judeus, não o reconhece como Messias.

Rute Júnior


Gente sem Deus que ataca o homem virtuoso,
Porque ele denuncia da gente a vida errada.
Mas a sua palavra é sempre dom precioso,
Lança de dois gumes, corante e altamente a afiada.

Filho de Deus, em tudo humilde e verdadeiro,
Fazendo frente a seus inimigos implacáveis,
Capaz de tudo; no sofrimento é forte e o primeiro
Mesmo se o condenam por suas palavras indesejáveis.

Figura de Cristo que permanece na Galileia,
Onde a sua pregação anuncia a vitória da paz,
Ao longe e ao largo, mas não na Judeia,
Onde é rejeitado por todo o bem que faz.

Mas Jesus continua a ensinar no Templo,
Mesmo se eles o querem matar: está decidido!
Mas a sua hora ainda não chegou; e eu contemplo
Jesus no caminho para a Paixão… dom amadurecido!.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 14 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 5, 31-47

Naquele tempo, Jesus disse aos judeus: «Se Eu der testemunho de Mim mesmo, o meu testemunho não será considerado verdadeiro. É outro que dá testemunho de Mim e Eu sei que o testemunho que Ele dá de Mim é verdadeiro. Vós mandastes emissários a João Baptista e ele deu testemunho da verdade. Não é de um homem que Eu recebo testemunho, mas digo-vos isto para que sejais salvos. João era uma lâmpada que ardia e brilhava e vós, por um momento, quisestes alegrar-vos com a sua luz. Mas Eu tenho um testemunho maior que o de João, pois as obras que o Pai Me deu para consumar – as obras que realizo – dão testemunho de que o Pai Me enviou. E o Pai, que Me enviou, também Ele deu testemunho de Mim. Nunca ouvistes a sua voz, nem vistes a sua figura e a sua palavra não habita em vós, porque não acreditais n’Aquele que Ele enviou. Examinais as Escrituras, pensando encontrar nelas a vida eterna; são elas que dão testemunho de Mim e não quereis vir a Mim para encontrar essa vida. Não é dos homens que Eu recebo glória; mas Eu conheço-vos e sei que não tendes em vós o amor de Deus. Vim em nome de meu Pai e não Me recebeis; mas se vier outro em seu próprio nome, recebê-lo-eis. Como podeis acreditar, vós que recebeis glória uns dos outros e não procurais a glória que vem só de Deus? Não penseis que Eu vou acusar-vos ao Pai: o vosso acusador será Moisés, em quem pusestes a vossa esperança. Se acreditásseis em Moisés, acreditaríeis em Mim, pois ele escreveu a meu respeito. Mas se não acreditais nos seus escritos, como haveis de acreditar nas minhas palavras?».

Outras leituras do dia: Ex 32, 7-14; Sal 105 (106), 19-20. 21-22. 23


Nesta terceira parte do capítulo 5 do Evangelho segundo S. João, o monólogo de Jesus prossegue com a referência às testemunhas da sua divindade. Se antes era o Pai que o credenciava, agora é o Pai, João Batista, as Escrituras e, nomeadamente Moisés.
Nos últimos versículos vemos as razões que levam os ouvintes de Jesus a não o aceitarem como Filho de Deus: a falta de amor a Deus, a procura da glória humana e a falta de fé para entenderem corretamente a revelação contida no Antigo Testamento.

Rute Júnior


Este povo apostatou com bezerros de ouro,
Dizendo que este deus que os livrou do Egipto,
Este deus que nada mais é do que um vil touro,
Adorado por um povo rebelde: que diria isto?

Destruirei este povo, mas tu serás grande nação;
Moisés não se deixa vencer, intercede pelo povo
E diante do Senhor faz a mais comovida oração
Que há-de trazer um resgate: sabemos, de novo

Deus se arrepende. E o desastre previsto
Cai por terra… Tantos anos depois, Jesus
Adverte os Judeus que o Pai o mandou: é Cristo
Bem maior que João a trazer ao mundo outra luz.

As minhas obras testemunham que o Pai me enviou,
Mas vejo que não tendes em vós o amor de Deus;
Esperais em Moisés e na lei que ele promulgou:
Moisés vos acusa: não sois em nada filhos seus.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 13 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 5, 17-30

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Meu Pai trabalha incessantemente e Eu também trabalho em todo o tempo». Esta afirmação era mais um motivo para os judeus quererem dar-Lhe a morte: não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu Pai, fazendo-Se igual a Deus. Então Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai; e tudo o que o Pai faz também o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho e Lhe manifesta tudo quanto faz; e há-de manifestar-Lhe coisas maiores que estas, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim o Filho dá vida a quem Ele quer. O Pai não julga ninguém: entregou ao Filho o poder de tudo julgar, para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou. Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não será condenado, porque passou da morte à vida. Em verdade, em verdade vos digo: Aproxima-se a hora – e já chegou – em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão. Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim também concedeu ao Filho que tivesse a vida em Si mesmo; e deu-Lhe o poder de julgar, porque é o Filho do homem. Não vos admireis do que estou a dizer, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz: Os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados. Eu não posso fazer nada por Mim próprio: julgo segundo o que oiço e o meu juízo é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou».

Outras leituras do dia: Is 49, 8-15; Sal 144 (145), 8-9. 13cd-14. 17-18


Continuamos a leitura do capítulo 5 do Evangelho segundo S. João.
Escutamos no monólogo de Jesus a sua ação como obra sua e do Pai.
Ao realizar uma obra que é própria de Deus, como ressuscitar dos mortos e dar a vida, Jesus coloca-se em igualdade com o Pai.
É admirável a sintonia da vontade de Jesus com a vontade do Pai.

Rute Júnior


Este é o tempo favorável, tempo de salvação.
Digo aos prisioneiros: “É tempo, vinde para fora”,
Venham à luz do dia os que vivem na escuridão,
Chegou o novo tempo: a salvação aqui e agora.

Gritai de alegria, céus do Senhor, exulte a terra,
As montanhas digam seus louvores entre gritos,
Porque o Senhor vem com a alegria que encerra
O seu coração que apaga as lágrimas dos aflitos.

Esta é a missão do Filho enviado pelo Pai,
Como o Pai ressuscita os mortos e dá a vida,
Levanta o oprimido e todo aquele que cai,
Sim, a todos a salvação eterna é oferecida.

Chegou a hora de deixar vazias as sepulturas
E de escolher aqueles que praticaram o bem,
Serão recebidos no seio do Pai, lá nas alturas.
Meu julgamento é certo, graça oferecida também.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 12 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 5, 1-3a.5-16

Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos. Ali jazia um grande número de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos. Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?» O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim». Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda». No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado. Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga». Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local. Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior». O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado.

Outras leituras do dia: Ez 47, 1-9. 12; Sal 45 (46), 2-3. 5-6. 8-9


No Evangelho segundo S. João, os milagres são chamados “sinais” porque nos manifestam quem é Jesus, o seu ser divino e o seu poder salvador.
Nestes três dias leremos todo o capítulo quinto do Evangelho de S. João, o sinal na piscina de Betsatá.
Hoje escutamos a descrição da cura de um paralítico na piscina de Betsatá, num sábado. Como o sábado é o dia sagrado para os judeus, estes criticam o facto da cura e procuram saber junto do curado quem o curou, ou seja, o taumaturgo.
Hoje acolho Jesus que vem ao meu encontro para curar a minha enfermidade!

Rute Júnior


Águas do Templo de leste para este correndo,
Rio que avança, onde todos encontram vida,
Árvores de fruto com folhas nunca esmorecendo,
E fruto que permanece para além de toda a medida.

Piscina de cinco pórticos, água de salvação
Para cegos e coxos vivendo entre desenganos
Que acorrem em procura de saúde; em vão
Um homem que espera há trinta e oito anos.

Jesus: “Queres sentir-te bem, filho bem-amado?”
Pergunta inútil que a resposta é clara, é SIM.
Toma o teu colchão e parte agora, já curado;
Para isso o Pai me mandou; para isso eu vim.

Falam os judeus: em dia de sábado curou;
Ele não pode fazer isso; vai contra a nossa fé.
O Conselho se reúne e eis o que decretou:
À morte do madeiro, Jesus, profeta de Nazaré.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 11 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 4, 43-54

Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia. Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido. Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra». Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.

Outras leituras do dia: Is 65, 17-21; Sal 29 (30), 2 e 4. 5-6. 11-12a e 13b


Jesus tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Mas ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque viram o que ele fizera em Jerusalém durante as festas da páscoa.
Jesus encontra-se de novo em Caná, onde tinha convertido a água em vinho. Um funcionário ao serviço do tetrarca da Galileia, Herodes Antipas, foi ter com Jesus pedindo-lhe para ir a Cafarnaúm curar o seu filho. A palavra de Jesus realiza aquilo que diz. O funcionário real acredita nas palavras de Jesus e comprova a cura do filho no preciso momento em que Jesus o diz.

Teófilo Júnior


Criarei novos céus, criarei nova terra,
Não vos lembreis mais do passado,
Esquecei a dor e o luto de toda a guerra
E vivei na alegria, este dom tão sagrado.

Sim, a cidade de Jerusalém será alegria,
Os seus habitantes longe de toda a tristeza
Que chega a aurora de um novo dia,
É outro tempo para vós, de grande riqueza.

Um profeta não o é no seu próprio povo,
Mas continuo minha pregação entre vós;
Que a minha Palavra seja alimento novo
Na vossa história; EU SOU e não estais sós.

Tantos outros milagres podem acontecer
Que trarão cada um de vós à verdadeira vida;
Como o filho deste oficial que voltou a viver;
Meu segundo sinal e uma fé renascida.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 10 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


DOMINGO IV DA QUARESMA

Evangelho segundo S. Lucas 15, 1-3.11-32

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Um homem tinha dois filhos. O mais novo disse ao pai: ‘Pai, dá-me a parte da herança que me toca’. O pai repartiu os bens pelos filhos. Alguns dias depois, o filho mais novo, juntando todos os seus haveres, partiu para um país distante e por lá esbanjou quanto possuía, numa vida dissoluta. Tendo gasto tudo, houve uma grande fome naquela região e ele começou a passar privações. Entrou então ao serviço de um dos habitantes daquela terra, que o mandou para os seus campos guardar porcos. Bem desejava ele matar a fome com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhas dava. Então, caindo em si, disse: ‘Quantos trabalhadores de meu pai têm pão em abundância, e eu aqui a morrer de fome! Vou-me embora, vou ter com meu pai e dizer-lhe: Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho, mas trata-me como um dos teus trabalhadores’. Pôs-se a caminho e foi ter com o pai. Ainda ele estava longe, quando o pai o viu: encheu-se de compaixão e correu a lançar-se-lhe ao pescoço, cobrindo-o de beijos. Disse-lhe o filho: ‘Pai, pequei contra o Céu e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho’. Mas o pai disse aos servos: ‘Trazei depressa a melhor túnica e vesti-lha. Ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés. Trazei o vitelo gordo e matai-o. Comamos e festejemos, porque este meu filho estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’. E começou a festa. Ora o filho mais velho estava no campo. Quando regressou, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. Chamou um dos servos e perguntou-lhe o que era aquilo. O servo respondeu-lhe: ‘O teu irmão voltou e teu pai mandou matar o vitelo gordo, porque ele chegou são e salvo’. Ele ficou ressentido e não queria entrar. Então o pai veio cá fora instar com ele. Mas ele respondeu ao pai: ‘Há tantos anos que eu te sirvo, sem nunca transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito para fazer uma festa com os meus amigos. E agora, quando chegou esse teu filho, que consumiu os teus bens com mulheres de má vida, mataste-lhe o vitelo gordo’. Disse-lhe o pai: ‘Filho, tu estás sempre comigo e tudo o que é meu é teu. Mas tínhamos de fazer uma festa e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e voltou à vida, estava perdido e foi reencontrado’».

Outras leituras do dia: Jos 5, 9a. 10-12; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7; 2 Cor 5, 17-21


Há sempre algo de novo quando revisitamos um lugar. Assim acontece nesta parábola que no dia 2 deste mês escutámos.
Hoje o meu olhar fixa-se na contemplação das palavras do filho mais novo e nas palavras do pai, ao longo de todo o texto. Perante a condição degradante a que chegara, o filho mais novo pensa ir ter com o pai e pedir-lhe que o trate como um dos seus trabalhadores. Quando o pai avista ao longe o filho, acolhe-o antes mesmo de escutar as suas palavras de arrependimento, e não deixa que pronuncie as últimas palavras relativas à situação de trabalhador. O pai envolve o filho com o seu perdão e fá-lo nova pessoa.
Acredito que antes de eu reconhecer os meus erros, já Deus está de braços abertos para me fazer de novo.

Rute Júnior


Em Cristo sois uma nova Criação
Foi-se a antiga tão marcada pela lei;
Agora somos todos filhos da reconciliação
Que a todos une e de todos faz nova criação.

Somos de Cristo humildes embaixadores,
Agora quer estamos nele reconciliados,
Ficou para trás o pecado e os pecadores
Se sentem neste amor de Deus renovados.

É bem a história dos dois filhos tão diferentes,
Mas que ferem igualmente o amor do Pai;
Um parte, o outro fica, mas ambos ausentes
Do amor infinito que dos céus à terra vai.

Arco-íris de misericórdia e compaixão
Que acolhe o Filho Pródigo de país distante, além,
Mas também o filhos mais velho, ali no mesmo chão
Que não compreendeu a amor do Pai tão instante.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 9 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 18, 9-14

Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Outras leituras do dia: Os 6, 1-6; Sal 50 (51), 3-4. 18-19. 20-21


Sabemos distinguir um colega que “tem a mania” de ser bom e espertinho, de um colega humilde e sabedor.
Queremos ser do grupo dos convencidos ou daqueles que reconhecem as suas capacidades e também as suas limitações? Queremos aperfeiçoar-nos ou queremos continuar a pensar que já sabemos tudo e não precisamos que ninguém nos dê lições de vida?

Teófilo Júnior


Volta para mim Israel, conheço as tuas feridas,
Eu as tratarei com amor e todo o carinho;
Sereis então de novo felizes em vossas vidas
Que a felicidade está em fazer comigo caminho.

Deixai-vos então envolver no meu amor,
Levantai-vos e caminhai na minha presença,
Eu sou em tudo compaixão, o vosso Senhor
Que vos acolhe com misericórdia imensa.

Mas conservai entre vós a humildade
Como o publicano que se sente pecador,
Mas vem rezar ao Templo em toda a verdade,
É assim que toca o coração do seu Senhor.

Não importa o jejum do fariseu orgulhoso
Que não é como os outros, pobres coitados,
Sai o publicano perdoado pelo Deus bondoso.
Como sairá o fariseu assim tão sem pecados?

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 8 de março de 2013

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 12, 28b-34

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu-lhe: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.

Outras leituras do dia: Os 14, 2-10; Sal 80 (81), 6c-8a. 8bc-9. 10-11ab. 14 e 17

Santo do dia
S. João de Deus, religioso


Quando tens de estudar "montes" de páginas para um teste de História, perguntas ao professor quais as mais importantes e de maior interesse.
Perante a imensidão de preceitos e tradições que existiam no tempo de Jesus, um escriba resolve perguntar-lhe qual o mais importante.
Jesus responde-lhe citando o “Chemá Israel” (Escuta, Israel: Deuteronómio 6, 4-5). Esta expressão não é estranha aos alunos de EMRC que estudaram o judaísmo no 7º ano de escolaridade. Todo o judeu cumpridor da Lei recitava o Chemá voltado para Jerusalém.
Vamos cantar na vida o amor a Deus-Amor e o amor ao próximo!

Teófilo Júnior


Volta para o Senhor, meu povo, volta Israel,
E deixa longe, bem longe toda a iniquidade.
Nesta terra sagrada onde corre o leite e o mel,
Quero que encontres o dom divino da felicidade.

A Assíria não pode salvar com toda a sua riqueza,
Voltai para mim que vos amo de todo o coração;
Longe do pecado encontrareis toda a beleza
Do retorna ao vosso Deus, rico em compaixão.

E que vos diz qual é o primeiro dos mandamentos:
Amar ao Senhor com todo o coração, toda a alma,
Em toda a parte e também em todos os momentos,
Esta é a vossa maior honra, a vossa maior palma.

Amarás o teu próximo como a ti mesmo te amas,
Este é outro mandamento, igual ao primeiro;
Com o teu testemunho o conheces e proclamas,
Amor até ao fim como fez para nós o Cordeiro.

Teófilo Minga, fms