Terça feira - 31 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


SEMANA SANTA

Evangelho segundo S. João 13, 21-33. 36-38

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará». Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava. Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado. Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere». Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou Lhe: «Quem é, Senhor?» Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão. Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse- lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa. Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres. Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite. Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo e glorificá l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou». Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois». Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti». Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».

Outras leituras do dia: Is 49, 1-6; Sal 70 (71), 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15 e 17


... sem que Me tenhas negado três vezes. (Evangelho)

Pedro negou Cristo por medo. Nós nem negamos Cristo daquela maneira, nem temos medo de ser crucificados. Mas temos pequenas negações para escapar a pequenos incómodos. Deixarmo-nos estar sentados quando podíamos ajudar, ou – as senhoras, às vezes – deixar que outros ajudem, suportando nós o incómodo de as coisas não ficarem feitas exactamente como queremos, não atendermos o telefonema daquela pessoa aborrecida, etc. Façamos, hoje, uma breve análise retrospectiva.

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Terras de longe, de além-mar prestai atenção,
O Senhor me chamou desde o ventre materno,
Para fazer de mim a luz de toda a nação
E deixar no mundo seu fulgor eterno.

És meu servo, em ti manifesto a minha glória,
Para que ela brilhe até aos confins do mundo
E apareça em todo o tempo minha vitória
Do bem sobre o mal; de um amor profundo.

Mas o mal está aí e eu estou perturbado;
Um de vós vai entregar-me sem demora;
Trevas em volta, esta é a noite do pecado:
O que tens a fazer faz, esta é a tua hora.

Judas saiu, mas ninguém compreendia
O que então se passava; apenas Jesus…
Era noite, eram as trevas, longe ia o dia,
Tempo do demónio que se esconde da luz.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 30 de março de 2015

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SEMANA SANTA

Evangelho segundo S. João 12, 1-11

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. Então Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?» Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis». Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

Outras leituras do dia: Is 42, 1-7; Sal 26 (27), 1. 2. 3. 13-14


… resolveram matar também Lázaro. (Evangelho)

«Porque muitos judeus, por causa dele, (…) acreditavam em Jesus». Ainda não há muito tempo se falou com alguma vivacidade na questão da liberdade de expressão e no respeito pela religião. Como o texto mostra, são assuntos que nunca foram pacíficos. E são assuntos sobre os quais – entre outros – nós, católicos portugueses, temos que ter uma posição. Temos que ser católicos informados e decididos. O leitor é-o?

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Eis o meu servo, enlevo do meu coração;
Eu o formei para ser luz de todos os povos;
Eu o chamei, com carinho tomei-o pela mão;
Em ti quero dar ao mundo tempos novos.

Não, não vais quebrar a cana já fendida,
Vais proclamar a justiça sobre a Terra,
Aquele que sofre vais curar-lhe a ferida,
Por todo o lado anunciar o fim da guerra.

É a hora, está eminente a minha Paixão,
Por isso vim comer à casa dos meus amigos,
Para deixar ao longe um pouco a solidão
Que se experimenta à face de tantos perigos.

Apreciei o gesto de Maria com o perfume.
Deixai-a em paz neste gesto grande de amor;
O seu sentimento ao meu sentimento se une,
Gesto do fundo do coração, alivia minha dor.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 29 de março de 2015

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. Marcos 14, 1 – 15, 47

Faltavam dois dias para a festa da Páscoa e dos Ázimos e os príncipes dos sacerdotes e os escribas procuravam maneira de se apoderarem de Jesus à traição para Lhe darem a morte. Mas diziam: «Durante a festa, não, para que não haja algum tumulto entre o povo». Jesus encontrava-Se em Betânia, em casa de Simão o Leproso, e, estando à mesa, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro com perfume de nardo puro de alto preço. Partiu o vaso de alabastro e derramou-o sobre a cabeça de Jesus. Alguns indignaram-se e diziam entre si: «Para que foi esse desperdício de perfume? Podia vender-se por mais de duzentos denários e dar o dinheiro aos pobres». E censuravam a mulher com aspereza. Mas Jesus disse: «Deixai-a. Porque estais a importuná-la? Ela fez uma boa acção para comigo. Na verdade, sempre tereis os pobres convosco e, quando quiserdes, podereis fazer-lhes bem; mas a Mim, nem sempre Me tereis. Ela fez o que estava ao seu alcance: ungiu de antemão o meu corpo para a sepultura. Em verdade vos digo: Onde quer que se proclamar o Evangelho, pelo mundo inteiro, dir-se-á também em sua memória o que ela fez». Então, Judas Iscariotes, um dos Doze, foi ter com os príncipes dos sacerdotes para lhes entregar Jesus. Quando o ouviram, alegraram-se e prometeram dar-lhe dinheiro. E ele procurava uma oportunidade para entregar Jesus. No primeiro dia dos Ázimos, em que se imolava o cordeiro pascal, os discípulos perguntaram a Jesus: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?». Jesus enviou dois discípulos e disse-lhes: «Ide à cidade. Virá ao vosso encontro um homem com uma bilha de água. Segui-o e, onde ele entrar, dizei ao dono da casa: ‘O Mestre pergunta: Onde está a sala, em que hei-de comer a Páscoa com os meus discípulos?’. Ele vos mostrará uma grande sala no andar superior, alcatifada e pronta. Preparai-nos lá o que é preciso». Os discípulos partiram e foram à cidade. Encontraram tudo como Jesus lhes tinha dito e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, chegou Jesus com os Doze. Enquanto estavam à mesa e comiam, Jesus disse: «Em verdade vos digo: Um de vós, que está comigo à mesa, há-de entregar-Me». Eles começaram a entristecer-se e a dizer um após outro: «Serei eu?». Jesus respondeu-lhes: «É um dos Doze, que mete comigo a mão no prato. O Filho do homem vai partir, como está escrito a seu respeito, mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser traído! Teria sido melhor para esse homem não ter nascido». Enquanto comiam, Jesus tomou o pão, recitou a bênção e partiu-o, deu-o aos discípulos e disse: «Tomai: isto é o meu Corpo». Depois tomou um cálice, deu graças e entregou-lho. E todos beberam dele. Disse Jesus: «Este é o meu Sangue, o Sangue da nova aliança, derramado pela multidão dos homens. Em verdade vos digo: Não voltarei a beber do fruto da videira, até ao dia em que beberei do vinho novo no reino de Deus». Cantaram os salmos e saíram para o monte das Oliveiras. Disse-lhes Jesus: «Todos vós Me abandonareis, como está escrito: ‘Ferirei o pastor e dispersar-se-ão as ovelhas’. Mas depois de ressuscitar, irei à vossa frente para a Galileia». Disse-Lhe Pedro: «Embora todos Te abandonem, eu não». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade te digo: Hoje, esta mesma noite, antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás». Mas Pedro continuava a insistir: «Ainda que tenha de morrer contigo, não Te negarei». E todos afirmaram o mesmo. Entretanto, chegaram a uma propriedade chamada Getsémani e Jesus disse aos seus discípulos: «Ficai aqui, enquanto Eu vou orar». Tomou consigo Pedro, Tiago e João e começou a sentir pavor e angústia. Disse-lhes então: «A minha alma está numa tristeza de morte. Ficai aqui e vigiai». Adiantando-Se um pouco, caiu por terra e orou para que, se fosse possível, se afastasse d’Ele aquela hora. Jesus dizia: «Abá, Pai, tudo Te é possível: afasta de Mim este cálice. Contudo, não se faça o que Eu quero, mas o que Tu queres». Depois, foi ter com os discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Simão, estás a dormir? Não pudeste vigiar uma hora? Vigiai e orai, para não entrardes em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca». Afastou-Se de novo e orou, dizendo as mesmas palavras. Voltou novamente e encontrou-os dormindo, porque tinham os olhos pesados e não sabiam que responder. Jesus voltou pela terceira vez e disse-lhes: «Dormi agora e descansai... Chegou a hora: o Filho do homem vai ser entregue às mãos dos pecadores. Levantai-vos. Vamos. Já se aproxima aquele que Me vai entregar». Ainda Jesus estava a falar, quando apareceu Judas, um dos Doze, e com ele uma grande multidão, com espadas e varapaus, enviada pelos príncipes dos sacerdotes, pelos escribas e os anciãos. O traidor tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar, é esse mesmo. Prendei-O e levai-O bem seguro». Logo que chegou, aproximou-se de Jesus e beijou-O, dizendo: «Mestre». Então deitaram-Lhe as mãos e prenderam-n’O. Um dos presentes puxou da espada e feriu o servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha. Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Vós saístes com espadas e varapaus para Me prender, como se fosse um salteador. Todos os dias Eu estava no meio de vós, a ensinar no templo, e não Me prendestes! Mas é para se cumprirem as Escrituras». Então os discípulos deixaram-n’O e fugiram todos. Seguiu-O um jovem, envolto apenas num lençol. Agarraram-no, mas ele, largando o lençol, fugiu nu. Levaram então Jesus à presença do sumo sacerdote, onde se reuniram todos os príncipes dos sacerdotes, os anciãos e os escribas. Pedro, que O seguira de longe, até ao interior do palácio do sumo sacerdote, estava sentado com os guardas, a aquecer-se ao lume. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e todo o Sinédrio procuravam um testemunho contra Jesus para Lhe dar a morte, mas não o encontravam. Muitos testemunhavam falsamente contra Ele, mas os seus depoimentos não eram concordes. Levantaram-se então alguns, para proferir contra Ele este falso testemunho: «Ouvimo-l’O dizer: ‘Destruirei este templo feito pelos homens e em três dias construirei outro que não será feito pelos homens’». Mas nem assim o depoimento deles era concorde. Então o sumo sacerdote levantou-se no meio de todos e perguntou a Jesus: «Não respondes nada ao que eles depõem contra Ti?». Mas Jesus continuava calado e nada respondeu. O sumo sacerdote voltou a interrogá-l’O: «És Tu o Messias, Filho do Deus Bendito?». Jesus respondeu: «Eu Sou. E vós vereis o Filho do homem sentado à direita do Todo-poderoso vir sobre as nuvens do céu». O sumo sacerdote rasgou as vestes e disse: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Ouvistes a blasfémia. Que vos parece?». Todos sentenciaram que Jesus era réu de morte. Depois, alguns começaram a cuspir-Lhe, a tapar-Lhe o rosto com um véu e a dar-Lhe punhadas, dizendo: «Adivinha». E os guardas davam-Lhe bofetadas. Pedro estava em baixo, no pátio, quando chegou uma das criadas do sumo sacerdote. Ao vê-lo a aquecer-se, olhou-o de frente e disse-lhe: «Tu também estavas com Jesus, o Nazareno». Mas ele negou: «Não sei nem entendo o que dizes». Depois saiu para o vestíbulo e o galo cantou. A criada, vendo-o de novo, começou a dizer aos presentes: «Este é um deles». Mas ele negou segunda vez. Pouco depois, os presentes diziam também a Pedro: «Na verdade, tu és deles, pois também és galileu». Mas ele começou a dizer imprecações e a jurar: «Não conheço esse homem de quem falais». E logo o galo cantou pela segunda vez. Então Pedro lembrou-se do que Jesus lhe tinha dito: «Antes de o galo cantar duas vezes, três vezes Me negarás». E desatou a chorar. Logo de manhã, os príncipes dos sacerdotes reuniram-se em conselho com os anciãos e os escribas e todo o Sinédrio. Depois de terem manietado Jesus, foram entregá-l’O a Pilatos. Pilatos perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu: «É como dizes». E os príncipes dos sacerdotes faziam muitas acusações contra Ele. Pilatos interrogou-O de novo: «Não respondes nada? Vê de quantas coisas Te acusam». Mas Jesus nada respondeu, de modo que Pilatos estava admirado. Pela festa da Páscoa, Pilatos costumava soltar-lhes um preso à sua escolha. Havia um, chamado Barrabás, preso com os insurrectos que numa revolta tinham cometido um assassínio. A multidão, subindo, começou a pedir o que era costume conceder-lhes. Pilatos respondeu: «Quereis que vos solte o Rei dos judeus?». Ele sabia que os príncipes dos sacerdotes O tinham entregado por inveja. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes incitaram a multidão a pedir que lhes soltasse antes Barrabás. Pilatos, tomando de novo a palavra, perguntou-lhes: «Então que hei-de fazer d’Aquele que chamais o Rei dos judeus?». Eles gritaram de novo: «Crucifica-O!». Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?». Mas eles gritaram ainda mais: «Crucifica-O!». Então Pilatos, querendo contentar a multidão, soltou-lhes Barrabás e, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-O para ser crucificado. Os soldados levaram-n’O para dentro do palácio, que era o pretório, e convocaram toda a coorte. Revestiram-n’O com um manto de púrpura e puseram-Lhe na cabeça uma coroa de espinhos que haviam tecido. Depois começaram a saudá-l’O: «Salve, Rei dos judeus!». Batiam-Lhe na cabeça com uma cana, cuspiam-Lhe e, dobrando os joelhos, prostravam-se diante d’Ele. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto de púrpura e vestiram-Lhe as suas roupas. Em seguida levaram-n’O dali para O crucificarem. Requisitaram, para Lhe levar a cruz, um homem que passava, vindo do campo, Simão de Cirene, pai de Alexandre e Rufo. E levaram Jesus ao lugar do Gólgota, quer dizer, lugar do Calvário. Queriam dar-Lhe vinho misturado com mirra, mas Ele não o quis beber. Depois crucificaram-n’O. E repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, para verem o que levaria cada um. Eram nove horas da manhã quando O crucificaram. O letreiro que indicava a causa da condenação tinha escrito: «Rei dos Judeus». Crucificaram com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo e desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes e os escribas troçavam uns com os outros, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Esse Messias, o Rei de Israel, desça agora da cruz, para nós vermos e acreditarmos». Até os que estavam crucificados com Ele O injuriavam. Quando chegou o meio-dia, as trevas envolveram toda a terra até às três horas da tarde. E às três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eloí, Eloí, lemá sabactáni?». Que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?». Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias». Alguém correu a embeber uma esponja em vinagre e, pondo-a na ponta duma cana, deu-Lhe a beber e disse: «Deixa ver se Elias vem tirá-l’O dali». Então Jesus, soltando um grande brado, expirou. O véu do templo rasgou-se em duas partes de alto a baixo. O centurião que estava em frente de Jesus, ao vê-l’O expirar daquela maneira, exclamou: «Na verdade, este homem era Filho de Deus». Estavam também ali umas mulheres a observar de longe, entre elas Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e de José, e Salomé, que acompanhavam e serviam Jesus, quando estava na Galileia, e muitas outras que tinham subido com Ele a Jerusalém. Ao cair da tarde – visto ser a Preparação, isto é, a véspera do sábado – José de Arimateia, ilustre membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente à presença de Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus. Pilatos ficou admirado de Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, perguntou-lhe se Jesus já tinha morrido. Informado pelo centurião, ordenou que o corpo fosse entregue a José. José comprou um lençol, desceu o corpo de Jesus e envolveu-O no lençol; depois depositou-O num sepulcro escavado na rocha e rolou uma pedra para a entrada do sepulcro. Entretanto, Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde Jesus tinha sido depositado.

Outras leituras do dia: Is 50, 4-7; Sal 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24; Filip 2, 6-11


Com o Domingo de Ramos entramos na Semana Santa, que nos conduz à Páscoa do Senhor. Esta “Semana Maior” de todo o calendário litúrgico e da vida dos cristãos conduz-nos à contemplação e à meditação do mistério da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus. De ramos na mão, aclamemos também Aquele que vem montado num jumento, cantando: «Hossana! Bendito O que vem em nome do Senhor! Hossana nas alturas!».
Se a procissão de entrada nos recorda a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém, aclamado pelas gentes como Cristo vitorioso, a liturgia da Palavra convida-nos a acompanhar o Senhor no duro caminho até à Cruz. A narração da Paixão, que nos chega hoje na versão do Evangelho de S. Marcos, é longa e desafiante. Os judeus conspiram a morte de Jesus e Judas – um dos doze Apóstolos – vende o Mestre enquanto se prepara a ceia pascal. Depois da refeição que dá origem à Eucaristia, Pedro nega o amigo por três vezes, enfraquecido pela violência dos gestos opressores. E enquanto tudo acontece, Jesus reza ao Pai no horto, atravessa os diversos tribunais por onde passa mantendo-Se firme na verdade e na justiça. Ainda que seja Filho de Deus, aceita uma coroa de espinhos como símbolo da sua realeza e assume a cruz como o trono da sua glória.
O Servo de Deus faz-Se servo dos homens e anuncia a vida tornada dom gratuito e serviço sem medida. Quando escutamos a narração de Isaías do chamado «servo sofredor», imediatamente o identificamos com Cristo, na afinidade da narração com a figura de Jesus escarnecido. Diz o profeta: «Apresentei as costas àqueles que me batiam e a face aos que me arrancavam a barba; não desviei o meu rosto dos que me insultavam e cuspiam»; e completa: «mas o Senhor Deus veio em meu auxílio». Para libertar os homens de tudo o que aprisiona, daquilo que gera divisão, ódio, orgulho, egoísmo e escravidão, Jesus deixou-Se morrer numa cruz.
Jesus Cristo é, para nós, exemplo de obediência ao Pai e de serviço aos homens, como escreve S. Paulo aos Filipenses: «Aparecendo como homem, humilhou-Se ainda mais, obedecendo até à morte e morte de cruz. Por isso Deus O exaltou e Lhe deu um nome que está acima de todos os nomes, para que ao nome de Jesus todos se ajoelhem, no céu, na terra e nos abismos, e toda a língua proclame que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai».
Dizia uma antiga homilia do dia de Ramos, datada do século V e atribuída a Santo Epifânio de Salamina: «Dia de festa admirável, pela sua novidade, surpreendente e estupenda: as crianças aclamam a Cristo como Deus e os sacerdotes maldizem-No, as crianças adoram-No e os doutores da lei desprezam-No e caluniam-No. As crianças dizem: “Hossana!” e os seus inimigos gritam: “Crucifica-O!” Aquelas juntam-se ao redor de Cristo com palmas, estes atiram-se a Ele com espadas; aquelas cortam os ramos, estes preparam uma cruz».
Façamos parte do grupo das crianças que acolhem o Salvador e aclamemos a sua glória.

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Dá-me a graça de amparar os extenuados,
De ouvir todas as manhãs seus clamores;
Que os escute nos seus pecados chorados,
No momento da sua angústia, suas dores.

Não me furtei à angústia, ao sofrimento,
Dando minha face a todos os insultos,
Carregando a dor, momento a momento,
Fazendo frente à ofensa de tantos estultos.

Não tive medo, para isso, de baixar dos Céus,
Eu, Cristo Jesus, igual ao Pai, de condição divina;
Não me prevaleci da minha igualdade com Deus,
Para ser luz que verdadeiramente ilumina.

Que ilumina através de sangrenta Paixão,
Logo a seguir ao canto glorioso de tanto ramo.
Todos me deixam; os discípulos adormecerão,
Eu rezo e sofro: preço alto que tanto vos amo.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 28 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 11, 45-56

Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?».

Outras leituras do dia: Ez 37, 21-28; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13


A partir desse dia, decidiram matar Jesus. (Evangelho)

Os chefes dos Judeus resolveram matar um inocente para que os Romanos não destruíssem a «nação». Temos que ter cuidado em não fazer nada de parecido porque coisas como estas não fazemos, com certeza, mas podemos ser tentados a torcer a realidade para servir os nossos interesses e, no meio, sacrificar alguém. Isso pode acontecer na nossa família, nos nossos amigos, no nosso trabalho, etc. Façamos, hoje, um exame de consciência sem pressas.

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Tirarei Israel do meio das nações,
Para o reconduzir de novo à sua terra;
Regressarão pelo caminho, em multidões,
Deixando para trás violência e guerra.

Esquecei falos deuses, infidelidades,
Para serdes, na verdade, o meu povo,
Longe desses deuses e suas veleidades.
E vinde a mim com um coração novo.

Será um milagre com tantos de Jesus;
Até pelos inimigos são reconhecidos;
Os judeus continuam a recusar a luz;
Ei-los em conselho, mas estão perdidos.

Morra um só homem pela nação inteira;
Era a voz do sumo-sacerdote, Caifás;
A Páscoa aproxima-se, está ali à beira.
Querem matar Jesus. Quem o faz?

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 27 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 10, 31-42 2

Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?» Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus». Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia – e a Escritura não pode abolir-se –, de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!» Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu. Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». E muitos ali acreditaram em Jesus.

Outras leituras do dia:Jer 20, 10-13; Sal 17 (18), 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7


Vós sois deuses. (Evangelho)

Em que é que somos deuses? Somos filhos de Deus. E qual é a característica que herdámos do nosso Pai que nos torna mais semelhantes a Ele? O amor. Desde o dia do nosso nascimento, amamos tendencialmente cada vez mais. E quando ressuscitamos, amamos sempre cada vez mais. Amamos sempre cada vez mais, assim infinitamente. Claro que o leitor já começou a amar. Há muito. Mas intensifique. (E seja concreto.)

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Eu ouvia as palavras maldosas da multidão;
Vamos denunciá-lo e sobre ele fazer vingança,
Vamos dominá-lo, trata-lo como um ladrão,
Deitar por terra todas as suas esperanças.

Mas eu sei, de certeza o Senhor está comigo
E os meus perseguidores serão vencidos.
Que posso querer mais? É o meu amigo
E à dor da minha oração presta ouvidos.

Os judeus maldosos querem matar Jesus,
Não pelas obras, mas porque se diz Deus.
Pobres homens totalmente fechados à luz.
Para onde caminham e vão estes judeus?

Faço as obras do Pai e não acreditais,
Sim, morrereis na vossa incredulidade.
Mas é claro: sobre Jesus cada vez mais
Se via a Cruz de tão grande maldade.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 26 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 8, 51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte». Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’. Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?» Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’. Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria». Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’». Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.

Outras leituras do dia: Gen 17, 3-9; Sal 104 (105), 4-5. 6-7. 8-9


Eu conheço-O. (Evangelho)

Como é que nós sabemos que conhecemos a Deus? Parece-me simples: pelos frutos. Mas isto que teoricamente parece simples – «pelos frutos» –, na prática não é assim tão simples. Não é assim tão simples dar bons frutos. Exige muito amor e discernimento, o que vulgarmente chamamos «cabeça»; exige amor e muita cabeça. Amar implica saber como amar, senão não temos em consideração nem as necessidades do outro nem as nossas. Conhecer a Deus é amar com cabeça. O leitor medite nisto.

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Abrão, farei uma Aliança contigo;
Perpétua, serás pai de muitas nações;
Tu serás para sempre o meu amigo,
Assim como as tuas futuras gerações.

Sou teu Deus e dos teus descendentes;
Dar-te-ei a terra em que tens habitado;
Nela germinarão as tuas sementes,
Presença de Deus em mundo criado.

Presença que livra o homem da morte;
Observar a minha palavra é viver sempre.
Os judeus dizem: Este homem perdeu o norte”,
Julga-se maior que Abraão, parece demente.

Antes que Abraão fosse, sabei que Eu já era,
Mas não me glorifico; o Pai me glorifica.
E furiosos, mais brutos do que uma fera,
Querem atirar-lhe pedras; Jesus ali não fica.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 25 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


ANUNCIAÇÃO DO SENHOR – SOLENIDADE

Evangelho segundo S. Lucas 1, 26-38

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, que era descendente de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?». O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Outras leituras do dia: Is 7, 10-14; 8, 10; Sal 39 (40), 7-8a. 8b-9. 10. 11; Hebr 10, 4-10


Ela ficou perturbada com estas palavras. (Evangelho)

Enquanto nos deixarmos perturbar com as palavras de Jesus quer dizer que ainda não “morremos”. O leitor esteja sempre atento se se deixa perturbar. Quando as palavras de Jesus lhe forem indiferentes é mau sinal. Às vezes, não é uma questão de nos serem indiferentes mas de não nos moverem à acção. Isso é talvez o mais comum. O leitor tenha atenção a isso.

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Contra a vontade desse rei Acaz,
Deus dará mesmo um grande sinal.
Sempre surpreendente naquilo que faz
Deus vai direto e decidido ao essencial.

A Virgem vai conceber e dar à luz um Filho:
Jesus que não que holocaustos e imolações;
O verdadeiro sacrifício tem outro brilho,
Não é de toiros ou cabritos; sim de corações.

Um coração para fazer a vontade do Senhor,
Como foi o da jovem donzela, de nome Maria.
Como será? Eis-me aqui na alegria e na dor,
Eu digo SIM ao mistério que vem à luz do dia.

Então o Anjo regressou de novo aos Céus;
Agora, vai começar a missão do Espírito Santo:
Virá sobre ti, para em ti aparecer o Filho de Deus.
NO teu Sim, Maria, rejubila a terra em cada canto.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 24 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 8, 21-30

Naquele tempo, disse Jesus aos fariseus: «Eu vou partir. Haveis de procurar-Me e morrereis no vosso pecado. Vós não podeis ir para onde Eu vou». Diziam então os judeus: «Irá Ele matar-Se? Será por isso que Ele afirma: ‘Vós não podeis ir para onde Eu vou’?» Mas Jesus continuou, dizendo: «Vós sois cá de baixo, Eu sou lá de cima; vós sois deste mundo, Eu não sou deste mundo. Ora Eu disse-vos que morrereis nos vossos pecados, porque, se não acreditardes que ‘Eu sou’, morrereis nos vossos pecados». Então perguntaram-Lhe: «Quem és Tu?» Respondeu-lhes Jesus: «Absolutamente aquilo que vos digo. Tenho muito que dizer e julgar a respeito de vós. Mas Aquele que Me enviou é verdadeiro e Eu comunico ao mundo o que Lhe ouvi». Eles não compreenderam que lhes falava do Pai. Disse-lhes então Jesus: «Quando levantardes o Filho do homem, então sabereis que ‘Eu sou’ e que por Mim nada faço, mas falo como o Pai Me ensinou. Aquele que Me enviou está comigo: não Me deixou só, porque Eu faço sempre o que é do seu agrado». Enquanto Jesus dizia estas palavras, muitos acreditaram n’Ele.

Outras leituras do dia: Num 21, 4-9; Sal 101 (102), 2-3. 16-18. 19-21


Eu faço sempre o que é do seu agrado. (Evangelho)

Se considerarmos Deus como alguém que está do outro lado da nossa felicidade, fazer aquilo que é do seu agrado parece despersonalizar-nos. Já o caso muda de figura se percebermos que a vontade de Deus nos faz felizes. Então ficamos na posição da criança que, antes de atravessar a rua, olha para os lados, já não com medo de apanhar, mas porque percebeu que, se não o fizer, fica debaixo de um carro. A vontade de Deus deixou de ser um peso. Ou não?

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O povo no deserto perde a paciência
E fala conterá Deus e contra Moisés;
As dificuldades são muitas na existência,
As serpentes se multiplicam sob seus pés.

Porque nos tirastes de terras do Egito?
Morremos à míngua de água e de pão.
Ouve depressa nosso angustiado grito…
Reconhecem o pecado… é preciso conversão.

Jesus diz: morrereis nos vossos pecados;
O Filho do Homem, como a antiga serpente,
Na Cruz chamará a si os povos de todos os lados,
A salvação está aí, dom oferecido a toda a gente.

Isto é o que o Pai me ensinou: minha doutrina;
Além disso o Pai que me enviou está comigo.
Acolhei a minha mensagem que ilumina,
Vós todos os que sofreis: em mim tereis abrigo.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 23 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 8, 1-11

Naquele tempo, Jesus foi para o Monte das Oliveiras. Mas de manhã cedo, apareceu outra vez no templo e todo o povo se aproximou d’Ele. Então sentou-Se e começou a ensinar. Os escribas e os fariseus apresentaram a Jesus uma mulher surpreendida em adultério, colocaram-na no meio dos presentes e disseram a Jesus: «Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Na Lei, Moisés mandou-nos apedrejar tais mulheres. Tu que dizes?». Falavam assim para Lhe armarem uma cilada e terem pretexto para O acusar. Mas Jesus inclinou-Se e começou a escrever com o dedo no chão. Como persistiam em interrogá-l’O, Ele ergueu-Se e disse-lhes: «Quem de entre vós estiver sem pecado atire a primeira pedra». Inclinou-Se novamente e continuou a escrever no chão. Eles, porém, quando ouviram tais palavras, foram saindo um após outro, a começar pelos mais velhos, e ficou só Jesus e a mulher, que estava no meio. Jesus ergueu-Se e disse-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?». Ela respondeu: «Ninguém, Senhor». Jesus acrescentou: «Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar».

Outras leituras do dia: Dan 13, 1-9.15-17.19-30.33-62


Também Eu não te condeno. Vai e não tornes a pecar. (Evangelho)

Deus não nos condena. Quer é que não voltemos a pecar, o que parece absolutamente impossível, embora a Igreja nos diga que temos graça suficiente para tal. Sim, temos, mas muitas vezes parece mesmo que não chega, não é? Não pecarmos parece uma coisa do outro mundo. Não é tanto o pecado de fazermos coisas más, mas o pecado de não darmos sempre o nosso melhor. E, no entanto, é por isso que temos que lutar; por isso que nos parece impossível. Se a humanidade não sonhasse com o impossível nunca tinha passado da cepa torta. Temos, pois, que sonhar não pecar.

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E vemos a mulher de Joaquim, Susana,
Acusada por gente infame e demente;
Na dor pelo socorro de Deus, aflita, clama.
Ela sabe Deus misericordioso e clemente.

Dois velhos corruptos espreitam no jardim,
Para fazer mal a Susana, temente ao Senhor;
No seu desejo sórdido e vil querem ali um sim;
Ela se afasta destes demónios sem pudor.

Depois, na falsidade querem condená-la,
Como mais tarde quiseram fazer a outra mulher,
Surpreendida em adultério: vamos apedrejá-la!
Mas não é isso o que o Senhor de bondade quer.

Ninguém te condenou? Ninguém, respondeu!
E à mulher por tantos e tantos vilipendiada,
Também o Senhor diz: muito menos eu…
Vai… E no olhar do Senhor se sentiu amada.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 22 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO V DA QUARESMA

Evangelho segundo S. João 12, 20-33

Naquele tempo, alguns gregos que tinham vindo a Jerusalém para adorar nos dias da festa, foram ter com Filipe, de Betsaida da Galileia, e fizeram-lhe este pedido: «Senhor, nós queríamos ver Jesus». Filipe foi dizê-lo a André; e então André e Filipe foram dizê-lo a Jesus. Jesus respondeu-lhes: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto. Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem despreza a sua vida neste mundo conservá-la-á para a vida eterna. Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará. Agora a minha alma está perturbada. E que hei-de dizer? Pai, salva-Me desta hora? Mas por causa disto é que Eu cheguei a esta hora. Pai, glorifica o teu nome». Veio então do Céu uma voz que dizia: «Já O glorifiquei e tornarei a glorificá-l’O». A multidão que estava presente e ouvira dizia ter sido um trovão. Outros afirmavam: «Foi um Anjo que Lhe falou». Disse Jesus: «Não foi por minha causa que esta voz se fez ouvir; foi por vossa causa. Chegou a hora em que este mundo vai ser julgado. Chegou a hora em que vai ser expulso o príncipe deste mundo. E quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer.

Outras leituras do dia: Jer 31, 31-34; Sal 50 (51), 3-4. 12-13. 14-15; Hebr 5, 7-9


Caminhamos a passos largos para a Páscoa, ao encontro de Cristo Ressuscitado. Contemplar o mistério do Filho de Deus que dá a vida pela redenção da humanidade pressupõe um coração purificado e trabalhado no confronto com a Palavra de Deus. Neste sentido, as leituras deste quinto Domingo da Quaresma lembram que já chegou a “hora” definitiva da Nova Aliança de Deus com os homens.
A leitura do Livro de Jeremias foca-nos no tema da Aliança que Deus estabelece com a casa de Israel. Pela voz do profeta, Deus revela uma aliança nova, que será alicerçada na bondade, no perdão e gravada no coração de todos os homens: «Hei-de imprimir a minha lei no íntimo da sua alma e gravá-la-ei no seu coração. Eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo. Vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas». Enquanto lemos a profecia, rapidamente a identificamos com a pessoa de Jesus, que passou fazendo o bem, curando as enfermidades dos doentes, perdoando os pecados de quem convertia e pacificando os corações atribulados.
Como me identifico com estas palavras? O que tenho feito, nesta Quaresma, para tornar os meus gestos mais parecidos com Jesus? E o que me falta para viver de coração purificado? Há quanto tempo não me confesso? Nesta semana que agora se inicia, a caminho do Domingo de Ramos, pode ajudar procurar um sacerdote com quem possa conversar e, eventualmente, pedir o Sacramento da Reconciliação.
Jesus, apesar de ser Filho de Deus, não deixou de viver e de experimentar as dores e as dificuldades da humanidade, até ao extremo de dar a sua vida para que a Vida pudesse habitar entre os homens. «Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna», diz-nos a Epístola aos Hebreus. Jesus caminha para a Paixão com sentimentos de misericórdia e de obediência ao Pai, não se demitindo da sua missão redentora. Com esta atitude, torna-se modelo de todos os crentes que procuram a vontade de Deus para as suas vidas. Como posso ir percebendo, nos acontecimentos da vida, como caminhar ao encontro deste Jesus que deu a vida por mim?
No Evangelho de S. João, Jesus diz: «Chegou a hora em que o Filho do Homem vai ser glorificado. Em verdade, em verdade vos digo: Se o grão de trigo, lançado à terra, não morrer, fica só; mas se morrer, dará muito fruto». A “hora” de Jesus é a hora da sua morte na cruz como porta para uma vida nova. Passando por esta “hora”, o Filho de Deus é glorificado e os homens tornam-se concidadãos do reino dos Céus. Esta vida nova é também o estabelecer da Nova Aliança que renova os homens a partir de dentro no Amor de Deus, que ensina a morrer para nascer de novo. Este é o dinamismo do Mistério Pascal de morte-ressurreição no qual todos os crentes estão implicados.
A que tenho de morrer, nesta Quaresma, de vícios e defeitos, para renascer em virtudes e qualidades?

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Concluirei com Israel um pacto novo,
Que a Aliança antiga não foi respeitada;
Porei a nova lei no coração do meu povo,
Será para sempre seu caminho e estrada.

Será o caminho para conhecer o Senhor
Que aprendeu a sofrer em sua vida mortal;
Sofrimento que o levará à Cruz em dor;
Em sangrenta dor, como não se viu igual.

Tempo em que os gentios sobem a Jerusalém,
Curiosos, pedem aos discípulos para ver a Jesus;
Jesus revela o que do fundo do coração lhe vem,
São palavras derradeiras de profunda luz.

Para dar fruto deve morrer o grão de trigo;
Sabeis que se não morre não serve para nada;
Esta é a palavra que vos deixo, como amigo.
Perder a vida por mim, é tê-la encontrada.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 21 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 7, 40-53

Naquele tempo, alguns que tinham ouvido as palavras de Jesus diziam no meio da multidão: «Ele é realmente o Profeta». Outros afirmavam: «É o Messias». Outros, porém, diziam: «Poderá o Messias vir da Galileia? Não diz a Escritura que o Messias será da linhagem de David e virá de Belém, a cidade de David?» Houve assim desacordo entre a multidão a respeito de Jesus. Alguns deles queriam prendê-l’O, mas ninguém Lhe deitou as mãos. Então os guardas do templo foram ter com os príncipes dos sacerdotes e com os fariseus e estes perguntaram-lhes: «Porque não O trouxestes?». Os guardas responderam: «Nunca ninguém falou como esse homem». Os fariseus replicaram: «Também vos deixastes seduzir? Porventura acreditou n’Ele algum dos chefes ou dos fariseus? Mas essa gente, que não conhece a Lei, está maldita». Disse-lhes Nicodemos, aquele que anteriormente tinha ido ter com Jesus e era um deles: «Acaso a nossa Lei julga um homem sem antes o ter ouvido e saber o que ele faz?» Responderam-lhe: «Também tu és galileu? Investiga e verás que da Galileia nunca saiu nenhum profeta». E cada um voltou para sua casa.

Outras leituras do dia: Jer 11, 18-20; Sal 7, 2-3. 9bc-10. 11-12


Também vos deixastes seduzir? (Evangelho)

Os guardas, a quem os príncipes dos sacerdotes se dirigiam, tinham-se deixado seduzir pelas palavras de Jesus. Provavelmente, foram prendê-lo de coração aberto. Quero dizer, para os guardas, prender Jesus era só mais uma tarefa e como não estavam aperreados contra Jesus deixaram-se atrair. É tudo o que Deus nos pede, um coração aberto. Um coração aberto que às vezes o pecado fecha. O leitor mantenha-o aberto.

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O Senhor me avisou dos meus inimigos;
Maus, em silêncio teciam maquinações,
Colocando no meu caminho tantos perigos
Que inventavam suas más e sinistras ações.

Ao matadouro era levado como cordeiro,
Sem saber a conjura que teciam contra mim;
Destruamos esta árvore pela raiz, por inteiro,
Não pode continuar a dizer coisas assim.

Assim foi a história do pobre Jeremias,
Profeta do sofrimento, profeta da dor;
É em tudo a imagem perfeita do Messias
Que vem salvar o mundo, só por amor.

As opiniões dividem-se a seu respeito;
A guarda não lhe põe a mão, não o prende;
Perseguem-no; uns poucos lhe rendem preito.
Nicodemos em palavra sábia também o defende.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 20 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 7, 1-2. 10. 25-30

Naquele tempo, Jesus percorria a Galileia, evitando andar pela Judeia, porque os judeus procuravam dar-Lhe a morte. Estava próxima a festa dos Tabernáculos. Quando os seus parentes subiram a Jerusalém, para irem à festa, Ele subiu também, não às claras, mas em segredo. Diziam então algumas pessoas de Jerusalém: «Não é este homem que procuram matar? Vede como fala abertamente e não Lhe dizem nada. Teriam os chefes reconhecido que Ele é o Messias? Mas nós sabemos de onde é este homem, e, quando o Messias vier, ninguém sabe de onde Ele é». Então, em alta voz, Jesus ensinava no templo, dizendo: «Vós Me conheceis e sabeis de onde Eu sou! No entanto, Eu não vim por minha própria vontade e é verdadeiro Aquele que Me enviou e que vós não conheceis. Mas Eu conheço-O, porque d’Ele venho e foi Ele que Me enviou». Procuravam então prender Jesus, mas ninguém Lhe deitou a mão, porque ainda não chegara a sua hora.

Outras leituras do dia: Sab 2, 1a. 12-22; Sal 33 (34), 17-18. 19-20. 21 e 23


[Os ímpios] ignoram os segredos de Deus. (1ª Leitura)

E o leitor também ignora os segredos de Deus? Se calhar, nunca pensou nisso. O que serão os segredos de Deus? Só sabemos o que Jesus nos veio dizer. No fundo, que os segredos de Deus que o ímpio não conhece mas, subentende-se da frase, o piedoso conhece, são a misericórdia e o amor. É este o grande segredo de Deus. Hoje, o leitor contemple-o.

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O justo incomoda-nos; a morte infamante
Vamos condená-lo; fala abertamente contra nós;
Às claras, opõe-se a nós de forma constante;
É urgente calar de uma vez por todas, sua voz.

O justo nos mostra como gente corrompida
E chama-nos com força a vida diferente;
Na sua palavra quer transformar nossa vida;
Seu apelo à conversão dói-nos, é insistente.

Condená-lo à morte… Como também a Jesus
Que pregava pelas estradas da Galileia;
Sua Palavra era sol brilhante, irradiante luz
Defendendo o amor, de verdade sempre cheia.

Enviado do Pai, ensina na Templo abertamente,
Pois tinha subido para a festa em Jerusalém;
Era a festa dos Tabernáculos e tanta gente
O ouvia com amor; alguns com desdém.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 19 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


S. JOSÉ, ESPOSO DA VIRGEM SANTA MARIA

Evangelho segundo S. Mateus 1, 16. 18-21. 24a

Jacob gerou José, esposo de Maria, da qual nasceu Jesus, chamado Cristo. O nascimento de Jesus deu-se do seguinte modo: Maria, sua Mãe, noiva de José, antes de terem vivido em comum, encontrara-se grávida por virtude do Espírito Santo. Mas José, seu esposo, que era justo e não queria difamá-la, resolveu repudiá-la em segredo. Tinha ele assim pensado, quando lhe apareceu num sonho o Anjo do Senhor, que lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela se gerou é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados». Quando despertou do sono, José fez como lhe ordenara o Anjo do Senhor.

Outras leituras do dia: 2 Sam 7, 4-5a. 12-14a. 16; Sal 88 (89), 2-3. 4-5. 27 e 29; Rom 4, 13. 16-18. 22.


… não temas receber Maria... (Evangelho)

Nós não devemos recear receber Nossa Senhora dentro de nós. Nossa Senhora tem um poder de aconchego muito grande, que devemos experimentar ou talvez já tenhamos experimentado. Hoje proponho ao leitor que se sente ao colo de Nossa Senhora, pouse a sua cabeça no seu ombro e se deixe ficar assim, aconchegado pela Senhora, sua Mãe. Se quiser, converse com a sua Mãe ou deixe-se só estar. Abandone-se à sua Mãe do Céu.

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Quando chegares ao termo dos teus dias
E estiveres a repousar com teus pais,
O Senhor entrará no teu mundo, nos teus dias,
Para uma descendência que nem sequer sonhais.

Abraão, nos primeiros tempos, justificado pela fé
Receberá o mundo inteiro como herança;
Mais tarde, no plano de Deus, também José
É chamado a ter e viver ilimitada confiança.

Não temas receber como esposa, a Maria;
O que nela se gerou é fruto do Espírito Santo;
Será para o mundo causa de grande alegria,
Seu nascimento transborda júbilo a cada canto.

A Virgem, tua esposa, conceberá e dará à luz,
Mas tu, filho de David, és único no plano de Deus;
Sem gerar, por vontade divina, serás pai de Jesus,
Serás grande na Terra, maior ainda nos Céus.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 18 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 5, 17-30

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Meu Pai trabalha incessantemente e Eu também trabalho em todo o tempo». Esta afirmação era mais um motivo para os judeus quererem dar-Lhe a morte: não só por violar o sábado, mas também por chamar a Deus seu Pai, fazendo-Se igual a Deus. Então Jesus tomou a palavra e disse-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: O Filho nada pode fazer por Si próprio, mas só aquilo que viu fazer ao Pai; e tudo o que o Pai faz também o Filho o faz igualmente. Porque o Pai ama o Filho e Lhe manifesta tudo quanto faz; e há-de manifestar-Lhe coisas maiores que estas, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá vida, assim o Filho dá vida a quem Ele quer. O Pai não julga ninguém: entregou ao Filho o poder de tudo julgar, para que todos honrem o Filho, como honram o Pai. Quem não honra o Filho não honra o Pai que O enviou. Em verdade, em verdade vos digo: Quem ouve a minha palavra e acredita n’Aquele que Me enviou tem a vida eterna e não será condenado, porque passou da morte à vida. Em verdade, em verdade vos digo: Aproxima-se a hora – e já chegou – em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus; e os que a ouvirem, viverão. Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim também concedeu ao Filho que tivesse a vida em Si mesmo; e deu-Lhe o poder de julgar, porque é o Filho do homem. Não vos admireis do que estou a dizer, porque vai chegar a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz: Os que tiverem praticado boas obras irão para a ressurreição dos vivos e os que tiverem praticado o mal para a ressurreição dos condenados. Eu não posso fazer nada por Mim próprio: julgo segundo o que oiço e o meu juízo é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade d’Aquele que Me enviou».

Outras leituras do dia: Is 49, 8-15; Sal 144 (145), 8-9. 13cd-14. 17-18

Santo do dia
S. Cirilo de Jerusalém, bispo e doutor da Igreja


Fazendo-Se igual a Deus... (Evangelho)

Podemos nós fazer-nos iguais a Deus? Bem, fazer-nos podemos, mas podemos ser? Não; quanto mais não fosse, porque Jesus não teve pecado. Mas podemos – e devemos (embora enquanto o façamos por dever andemos sempre coxos) – tentar amar sempre, amar até ao fim, amar com inteligência, com todo o coração, com todas as nossas forças. Ao menos, tentemos. O leitor tenta?

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Chegou para ti o dia da salvação,
Formei-te para seres a Aliança do povo,
Para dizeres aos prisioneiros a libertação
E proclamares que hoje é um tempo novo.

Uma mulher não esquece sua criança
Que amamenta com amor e compaixão.
Como poderia deixar morrer a esperança
Que dei a este povo que trago no coração?

Mesmo em dia de sábado Eu penso na vida,
Quando vocês querem apenas dar-me a morte;
O Filho dá com uma generosidade sem medida
A todos, sem que qualquer distinção importe.

Faz as obras do Pai, a maior é a Ressurreição,
Maravilha que a todos nos deixará admirados;
Para vos livrar da morte, ofereci minha Paixão,
E eis a vida em abundância por todos os lados.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 17 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 5, 1-3a. 5-16

Naquele tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. Existe em Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico, Betsatá, que tem cinco pórticos. Ali jazia um grande número de enfermos, cegos, coxos e paralíticos. Estava ali também um homem, enfermo havia trinta e oito anos. Ao vê-lo deitado e sabendo que estava assim há muito tempo, Jesus perguntou-lhe: «Queres ser curado?» O enfermo respondeu-Lhe: «Senhor, não tenho ninguém que me introduza na piscina, quando a água é agitada; enquanto eu vou, outro desce antes de mim». Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda». No mesmo instante o homem ficou são, tomou a sua enxerga e começou a caminhar. Ora aquele dia era sábado. Diziam os judeus àquele que tinha sido curado: «Hoje é sábado: não podes levar a tua enxerga». Mas ele respondeu-lhes: «Aquele que me curou disse-me: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Perguntaram-lhe então: «Quem é que te disse: ‘Toma a tua enxerga e anda’». Mas o homem que tinha sido curado não sabia quem era, porque Jesus tinha-Se afastado da multidão que estava naquele local. Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e disse-lhe: «Agora estás são. Não voltes a pecar, para que não te suceda coisa pior». O homem foi então dizer aos judeus que era Jesus quem o tinha curado. Desde então os judeus começaram a perseguir Jesus, por fazer isto num dia de sábado.

Outras leituras do dia: Ez 47, 1-9. 12; Sal 45 (46), 2-3. 5-6. 8-9


Levanta-te ... e anda. (Evangelho)

Hoje, proponho ao leitor que se levante e ande a partir do estado em que está. Proponho-Lhe que hoje esteja com Deus como estaria de mãos dadas com uma pessoa que ama. O leitor fique quieto, nesta oração de sintonia com Deus, durante um bocado, como ficaria com uma pessoa que ama. E no fim da oração vai ver que se levantou do sítio onde estava anteriormente e que foi transportado para um sítio novo na sua vida.

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Águas do Templo a sair por debaixo da soleira
E que galgam, ultrapassando a distância;
Depois descem à planície e a zona inteira
Cresce, toda verde, em frutos de abundância.

Riqueza das margens fecundas à beira-rio,
Frutos deliciosos agradáveis ao paladar
Em pleno inverno ou no calor do estio…
Aí estão, presente para tanta fome saciar.

Água que no seu correr é presente de vida,
Como também é símbolo de esperada cura;
Ânsia de uma saúde há tanto tempo perdida
E que persiste num mal-estar que ainda dura.

Queres ficar são? Esta é a pergunta de Jesus
Ao enfermo ali deitado há trinta e oito anos;
De repente na vida daquele homem se faz luz.
Mesmo em dia de sábado devemos ser humanos.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 16 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 4, 43-54

Naquele tempo, Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia. Ele próprio tinha declarado que um profeta nunca era apreciado na sua terra. Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus, porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém, por ocasião da festa, a que também eles tinham assistido. Jesus voltou novamente a Caná da Galileia, onde convertera a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real cujo filho se encontrava doente. Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho, que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis». O funcionário insistiu: «Senhor, desce, antes que meu filho morra». Jesus respondeu-lhe: «Vai, que o teu filho vive». O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito e pôs-se a caminho. Já ele descia, quando os servos vieram ao seu encontro e lhe disseram que o filho vivia. Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado. Eles responderam-lhe: «Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou». Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito: «O teu filho vive». E acreditou, ele e todos os de sua casa. Foi este o segundo milagre que Jesus realizou, ao voltar da Judeia para a Galileia.

Outras leituras do dia: Is 65, 17-21; Sal 29 (30), 2 e 4. 5-6. 11-12a e 13b


… não mais se recordará o passado. (1ª Leitura)

Não é possível não nos recordarmos dos erros passados e às vezes ainda bem. Mas é possível agirmos como se esses pecados estivessem definitivamente para trás das nossas costas, como se Deus tivesse construído em nós «novos céus e nova terra». Pratiquemo-lo, pois. Quais são os pecados que o leitor, hoje, vai considerar definitivamente para trás das costas?

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Vou criar novos Céus e nova Terra;
Não mais recordarão o passado,
Nem mesmo tudo aquilo que encerra
Alguma vida marcada pelo pecado.

Jerusalém será a cidade da alegria,
Terra de júbilo e de encanto novo;
Nela vão ouvir-se notas de nova sinfonia,
Prelúdio da festa sem fim do meu povo.

Festa como a daquele funcionário real
Que recorre a Jesus por seu filho doente;
O poder de Jesus liberta-o de todo o mal,
Pode outra vez viver na alegria, contente.

Com toda a sua família ele acredita,
Depois deste sinal em Caná da Galileia!
Podemos imaginar tanta gente aflita
Rezando a Jesus pela felicidade que anseia.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 15 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO IV DA QUARESMA

Evangelho segundo S. João 3, 14-21

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Assim como Moisés elevou a serpente no deserto, também o Filho do homem será elevado, para que todo aquele que acredita tenha n’Ele a vida eterna. Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus.

Outras leituras do dia: 2 Cr 36, 14-16. 19-23; Sal 136 (137), 1-2. 3. 4-5. 6; Ef 2, 4-10


A caminho da Páscoa, celebramos hoje o chamado «Domingo Laetare» (Domingo da Alegria). Em tempo de penitência, antevemos já as alegrias que nos esperam no encontro com o Ressuscitado e somos motivados a perseverar nos propósitos que trazemos nesta Quaresma. Como canta o salmista, temos de fazer de Deus «a maior das nossas alegrias».
Duas personagens se destacam nas leituras de hoje: Ciro, Rei da Pérsia no século VI a.C., que permite ao povo de Israel o regresso a casa depois do longo e duro exílio da Babilónia, e Nicodemos, que vai de noite falar com Jesus, inquieto e confiante na sua autoridade.
Ciro vem descrito no Segundo Livro das Crónicas como um homem justo, estrangeiro a Israel, mas instrumento da revelação da misericórdia divina para com o povo hebreu, tantas vezes infiel. Ainda que o povo tenha pecado, Deus permanece fiel à Aliança que estabelece com os homens e age por onde menos se espera. Na vida do dia-a-dia, diante dos problemas, a alegria de Deus também quase sempre se revela por onde menos esperamos. Quando achamos que temos de controlar a situação e resolver sozinhos o que nos preocupa, Deus vem trocar as voltas ao nosso modo de pensar e de agir. Temos de abrir os olhos ao que nos acontece e a quem vive ao nosso lado. Nos momentos de desânimo, Deus faz-Se presente na esperança que vem dar sentido à vida.
Nicodemos aparece-nos no início do texto do Evangelho segundo S. João, em diálogo com Jesus.
De coração inquieto, quer sobretudo saber o essencial sobre o Messias esperado, onde está e como se pode encontrar. Jesus diz-lhe que «Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele». Ao pronunciar estas palavras, Jesus evoca o mistério da sua Paixão redentora, a vontade de Deus de vir renovar com o seu amor a vida da humanidade. Depois, acrescenta que «quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».
É pelas boas obras que o crente se identifica com o Filho de Deus, que adquire os seus traços e honra o nome de cristão. Meditando nestas palavras, Nicodemos, depois da morte do Mestre, já não terá medo de se identificar com os amigos de Jesus.
A Quaresma é um tempo propício para treinar as obras de misericórdia em favor dos mais desfavorecidos, oferecendo o que se tem em excesso, renunciando a alguma coisa em favor de uma obra social, partilhando dons e talentos colocados ao serviço da comunidade eclesial onde se vive. Se fazemos parte do povo de Deus que tem em Jesus o seu critério de vida, temos de nos pôr a caminho em obras concretas.
Por fim, diz o apóstolo S. Paulo à comunidade cristã de Éfeso que «a salvação não vem de vós: é dom de Deus». A salvação é puro dom de Deus que, na sua gratuidade, oferece o melhor de si mesmo, o seu Filho, como caminho para uma vida mais autêntica e verdadeira. O que é preciso fazer é dispor-se a deixar-se trabalhar por Ele, como fizeram Ciro e Nicodemos com as suas boas obras.

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Os chefes de Judá multiplicaram sua infidelidade
E profanaram o Templo da cidade, Jerusalém;
Esqueceram o Senhor, Sua Aliança e bondade
E deixaram de lado a prática de todo o bem.

Mas Deus não desiste do seu grande amor;
É rico em misericórdia, esquece o pecado;
Pela graça nos salva, é a graça do Senhor;
Obra Sua, sigamos o caminho por Ele traçado.

Confiemos no Senhor elevado na Cruz;
Ali morreu para que tenhamos vida;
A vida divina em nós é sempre luz,
Deus nos guia, presença oferecida.

Sabemos como Deus amou tanto o mundo,
Ofereceu-nos seu Filho, Jesus de Nazaré;
Oferta única onde amor é mais profundo,
Compreensível apenas na dimensão da fé.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 14 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 18, 9-14

Naquele tempo, Jesus disse a seguinte parábola para alguns que se consideravam justos e desprezavam os outros: «Dois homens subiram ao templo para orar; um era fariseu e o outro publicano. O fariseu, de pé, orava assim: ‘Meu Deus, dou-Vos graças por não ser como os outros homens, que são ladrões, injustos e adúlteros, nem como este publicano. Jejuo duas vezes por semana e pago o dízimo de tudo quanto possuo’. O publicano ficou a distância e nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu; mas batia no peito e dizia: ‘Meu Deus, tende compaixão de mim, que sou pecador’. Eu vos digo que este desceu justificado para sua casa e o outro não. Porque todo aquele que se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Outras leituras do dia: Os 6, 1-6; Sal 50 (51), 3-4. 18-19. 20-21


… nem sequer se atrevia a erguer os olhos ao Céu. (Evangelho)

Às vezes, podemos não nos atrever a erguer os olhos ao Céu. No caso do publicano, era porque tinha a consciência de ser pecador. Nós, pode ser por isso, ou porque estamos deprimidos ou zangados com Deus… mas há que fazer um esforço. A Carta aos Hebreus tem uma passagem muito bonita em que diz que não temos hipótese de fugir à palavra de Deus (4, 12 ss.). Mesmo que não queiramos erguer os olhos ao Céu, Deus está sempre a olhar para nós e é preciso que tenhamos consciência disso para nos sentirmos confortados por Ele. Hoje, peçamos a Deus essa consciência.

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Voltai para o Senhor, Ele cura vossas feridas,
Sua ira, o sabeis, não pode durar eternamente;
Perdoa as nossas faltas, tantas vezes repetidas,
Acolhamos em nós seu amor, o maior presente!

Levantemo-nos pois e vamos à sua presença,
Procuremos o Senhor em toda a verdade;
Veremos que a sua misericórdia é imensa
E dura, para sempre, sua grande fidelidade.

O Senhor ama os simples como o publicano;
Não aprecia os de comportamento fariseu;
Somos chamados dia após dia, anos após ano,
A olhar, com unção, a Cruz onde por nós morreu.

Seja nossa oração, a do publicano arrependido:
“Tende compaixão de mim que sou pecador!”.
Oração que sobe, como incenso oferecido
E toca o coração de Deus, sacrário de amor.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 13 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 12, 28b-34

Naquele tempo, aproximou-se de Jesus um escriba e perguntou-Lhe: «Qual é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu-lhe: «O primeiro é este: ‘Escuta, Israel: O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor: Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração, com toda a tua alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças’. O segundo é este: ‘Amarás o teu próximo como a ti mesmo’. Não há nenhum mandamento maior que estes». Disse-Lhe o escriba: «Muito bem, Mestre! Tens razão quando dizes: Deus é único e não há outro além d’Ele. Amá-l’O com todo o coração, com toda a inteligência e com todas as forças, e amar o próximo como a si mesmo, vale mais do que todos os holocaustos e sacrifícios». Ao ver que o escriba dera uma resposta inteligente, Jesus disse-lhe: «Não estás longe do reino de Deus». E ninguém mais se atrevia a interrogá-l’O.

Outras leituras do dia: Os 14, 2-10; Sal 80 (81), 6c-8a. 8bc-9. 10-11ab. 14 e 17


E ninguém mais se atrevia a interrogá-Lo. (Evangelho)

Há palavras que nos enchem de tal maneira que nos deixam sem necessidade de perguntas. Deixam-nos a pensar nessas mesmas palavras. Deixam essas mesmas palavras a ecoar dentro do nosso coração. Nós ficamos a saboreá-las ou, às vezes, a fazer ligações a outras coisas. Hoje proponho ao leitor que tire uma frase de uma das leituras e a saboreie.

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Israel, volta para o Senhor Teu Deus,
Esquece para sempre a via do pecado;
Tu és meu povo, teus filhos são os meus,
Que amo como nunca alguém há amado.

Volta, vou curar-te da tua rebeldia,
Outra vez terás a beleza da oliveira.
Dá-te conta: não te salva a Assíria,
Nem pode ter a palavra derradeira.

A palavra derradeira é o amor
Que te mostrei pregado numa Cruz;
Por isso só eu sou teu Deus e Senhor,
Agora no mundo irradia a minha luz.

Amar o Senhor é o primeiro mandamento;
Amar o próximo, ficai a saber, é o segundo.
Sejam estes dois amores em cada momento
Presentes em vossas vidas de modo profundo.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 12 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 14-23

Naquele tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que era mudo. Logo que o demónio saiu, o mudo falou e a multidão ficou admirada. Mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu. Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança. Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa».

Outras leituras do dia: Jer 7, 23-28; Sal 94 (95), 1-2. 6-7. 8-9


Escutai a minha voz, e Eu serei o vosso Deus. (1ª Leitura)

Se não escutarmos Deus, se não O ouvirmos, Deus não pode actuar. «Ouvir Deus» pode parecer estranho ao leitor, porque Deus não nos fala. É verdade que Deus não nos segreda ao ouvido, mas fala-nos através daquilo que nos toca, através da Bíblia, através de um livro espiritual, de um acontecimento. Temos é que estar atentos. Hoje, veja se costuma estar atento.

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Povo rebelde que não vive o que ordenei,
Povo que esquece e passa ao lado da Aliança;
É um modo de ignorar por completo minha Lei,
Pondo em outros deuses a vossa confiança.

À minha Palavra não prestais atenção;
Voltais para trás e não avançais para mim;
Surdo é o vosso ouvido, perverso o coração;
Do meu povo não esperava uma coisa assim.

Jesus continuará a defender seu povo,
Passando em todo o lado fazendo o BEM;
Seu ensino é de facto um ensino novo,
Fala e atua com autoridade também.

Um reino dividido não pode subsistir;
Expulso os demónios pelo dedo de Deus;
O Reino já está entre vós, a vós de decidir
Se sois contra mim ou se sois filhos meus.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 11 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 5, 17-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Não penseis que vim revogar a Lei ou os Profetas; não vim revogar, mas completar. Em verdade vos digo: Antes que passem o céu e a terra, não passará da Lei a mais pequena letra ou o mais pequeno sinal, sem que tudo se cumpra. Portanto, se alguém transgredir um só destes mandamentos, por mais pequenos que sejam, e ensinar assim aos homens, será o menor no reino dos Céus. Mas aquele que os praticar e ensinar será grande no reino dos Céus».

Outras leituras do dia: Deut 4, 1. 5-9; Sal 147, 12-13. 15-16. 19-20


… não passará da Lei a mais pequena letra... (Evangelho)

E o que é a Lei? O que é que nos diz Jesus? Jesus diz-nos que a Lei é resumida, é contida em dois mandamentos. (Amar a Deus com todas as forças… Amar o próximo como a nós mesmos.) Hoje, Jesus afirma que a Lei estará sempre a ser cumprida até à sua concretização plena e definitiva, no fim dos tempos. Hoje, rezemos para que possamos participar cada vez mais entusiasticamente no cumprimento daqueles dois mandamentos.

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Escutai os preceitos que hoje vos ensino,
Fazei das minhas leis vossa prática e ação;
Vivei cantando sempre este lindo hino
Que eu quero inscrito no vosso coração.

Serão vossa inteligência aos olhos dos povos;
Estes admirados dirão: “Que grande nação!”,
Perante vossos modos de ser que serão novos,
Dignos de louvor, dignos de tanta admiração!

São preceitos de tal maneira importantes
Que Jesus não virá para os revogar;
Dá-lhes plenitude em todos os instantes:
A Lei não se perde, em tudo se há de realizar.

Nunca transgredir pois os mandamentos,
Eles são para todos, caminho de felicidade;
Viver neles hoje e em todos os momentos
É dizer ao mundo Deus e a sua verdade.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 10 de março de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 18, 21-35

Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou-Lhe: «Se meu irmão me ofender, quantas vezes deverei perdoar-lhe? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Na verdade, o reino de Deus pode comparar-se a um rei que quis ajustar contas com os seus servos. Logo de começo, apresentaram-lhe um homem que devia dez mil talentos. Não tendo com que pagar, o senhor mandou que fosse vendido, com a mulher, os filhos e tudo quanto possuía, para assim pagar a dívida. Então o servo prostrou-se a seus pés, dizendo: ‘Senhor, concede-me um prazo e tudo te pagarei’. Cheio de compaixão, o senhor daquele servo deu-lhe a liberdade e perdoou-lhe a dívida. Ao sair, o servo encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários. Segurando-o, começou a apertar-lhe o pescoço, dizendo: ‘Paga o que me deves’. Então o companheiro caiu a seus pés e suplicou-lhe, dizendo: ‘Concede-me um prazo e pagar-te-ei’. Ele, porém, não consentiu e mandou-o prender, até que pagasse tudo quanto devia. Testemunhas desta cena, os seus companheiros ficaram muito tristes e foram contar ao senhor tudo o que havia sucedido. Então, o senhor mandou-o chamar e disse: ‘Servo mau, perdoei-te tudo o que me devias, porque me pediste. Não devias, também tu, compadecer-te do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?’ E o senhor, indignado, entregou-o aos verdugos, até que pagasse tudo o que lhe devia. Assim procederá convosco meu Pai celeste, se cada um de vós não perdoar a seu irmão de todo o coração».

Outras leituras do dia: Dan 3, 25. 34-43; Sal 24 (25), 4bc-5ab. 6-7bc. 8-9


Assim procederá convosco meu Pai... (Evangelho)

Nosso Pai tratará connosco da mesma maneira que tratarmos o nosso irmão. Não é que nosso Pai vingue o nosso irmão, mas sim que nos chame a atenção para a necessidade do arrependimento. Sabemos que é assim porque temos as parábolas da ovelha perdida e do filho pródigo que nos dão a dimensão de um Deus que acolhe os pecadores e não os trata consoante os seus pecados. O homem prevaricador da parábola do Evangelho de hoje não mostra o arrependimento que temos que ter.

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Não nos abandones, Senhor,
Nem esqueças a Tua Aliança;
É verdade, somos um povo pecador,
Mas em Ti repousa nossa esperança.

Um povo reduzido à vista das nações;
Por nossos pecados somos envergonhados;
Esquece, Senhor, a maldade de nossas ações,
E faz de nós ainda um povo resgatado.

Com a capacidade de acolher o perdão
E perdoar hoje e sempre como Tu ensinas;
Este é o modo de seguir a Tua instrução,
Sabedoria divina com que nos iluminas.

Não sejamos como aquele servo insolente
Que, perdoado, não sabe depois perdoar!
Como estava longe, de facto, muito ausente
Do Evangelho que se resume no verbo amar!

Teófilo Minga, fms