Quarta feira - 30 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 3, 16-21

Naquele tempo, disse Jesus a Nicodemos: «Deus amou tanto o mundo que entregou o seu Filho Unigénito, para que todo o homem que acredita n’Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou o Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem acredita n’Ele não é condenado, mas quem não acredita já está condenado, porque não acreditou no nome do Filho Unigénito de Deus. E a causa da condenação é esta: a luz veio ao mundo e os homens amaram mais as trevas do que a luz, porque eram más as suas obras. Todo aquele que pratica más acções odeia a luz e não se aproxima dela, para que as suas obras não sejam denunciadas. Mas quem pratica a verdade aproxima-se da luz, para que as suas obras sejam manifestas, pois são feitas em Deus».

Outras leituras do dia: Act 5, 17-26; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9


Cristo veio ao mundo para nos salvar, e não para nos condenar. Por isso, é imprescindível conduzir os homens à verdade, operar neles a conversão do coração e colocá-los nas mãos misericordiosas de Deus. Cristo é a Luz do mundo, que afugenta do interior dos filhos de Deus as trevas, o medo e a tristeza. Primeiro, é preciso que confessemos a nossa fé em Jesus Cristo. Depois, surgirão os milagres!
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Fúria contra os apóstolos da parte dos saduceus;
Como solução: a cadeia. E assim se tolhe a liberdade.
Como estão longe estes homens do plano de Deus,
Mergulhados na mentira, longe de toda a verdade.

Não queriam que proclamassem o mistério ao povo,
Mas o anjo do Senhor, Deus mesmo, tem outros planos,
E quer que se diga ainda a alegria deste tempo novo,
Tempo de Deus na história, para sermos mais humanos.

Assim Jesus para Nicodemos: Deus amou até ao fim;
Não veio condenar ninguém: a Salvação é universal.
Ide por todo o mundo proclamar porque é que eu vim:
Desde Belém ao Gólgota, o amor e o meu maior sinal.

Acolhei na fé o dom de Deus, a Salvação oferecida.
Não vos condeno. Não acreditais? Já estais condenados,
Não acolheis o fruto da ressurreição, a verdadeira vida,
Que peço aos meus, a proclamem por todos os lados.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 29 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 11, 25-30

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Outras leituras do dia: 1 Job 19, 1. 23-27a; Sal 26, 1. 4. 7 e 8b e 9a. 13-14; 2 Cor 4, 14 – 5, 1

Santo do dia
S. Catarina de Sena, virgem e doutora da Igreja


É bonito e gratificante saudar e dar os parabéns ao Pai, porque nos revela os segredos íntimos do seu coração, porque nos conhece como ninguém, porque é ombro amigo que pacifica o nosso cansaço e suporta as nossas dificuldades, porque nos liberta do peso dos nossas vicissitudes e instala no nosso interior um coração manso e humilde como o seu. Como é saboroso dar a bênção e pedir a bênção a Deus, que é Pai, padrinho, confidente e amigo!
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Em Deus não há trevas; Ele disse: Eu sou a luz;
Estar em comunhão com Ele é andar na verdade,
É caminhar em caminhos onde a virtude nos seduz,
E a virtude se torna caminho para a liberdade.

Comungar com os outros purificar-se do pecado;
Todos pecámos; dizer que não é viver na mentira
E esquecer a fidelidade a que cada um chamado.
Mas Deus é sempre fiel, pronto a deixar sua ira.

Ele é vítima de propiciação por nós e pelo mundo
Revela sua bondade, sobretudo aos pequeninos;
Seu amor não tem fim, é o presente mais profundo
Que Ele nos oferece; bênção para os mais belos hinos.

Também Jesus bendiz o Pai e chama os oprimidos;
O Seu jugo é suave; é manso e humilde de coração.
Vamos então a Ele; nós somos um povo de redimidos.
Jesus está connosco, somos um povo de ressurreição.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 28 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 3, 1-8

Havia um fariseu chamado Nicodemos, que era um dos principais entre os judeus. Foi ter com Jesus de noite e disse-Lhe: «Rabi, nós sabemos que vens da parte de Deus como mestre, pois ninguém pode realizar os milagres que Tu fazes se Deus não está com ele». Jesus respondeu-lhe: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer de novo não pode ver o reino de Deus». Disse-Lhe Nicodemos: «Como pode um homem nascer, sendo já velho? Pode entrar segunda vez no seio materno e voltar a nascer?» Jesus respondeu: «Em verdade, em verdade te digo: Quem não nascer da água e do Espírito não pode entrar no reino de Deus. O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te admires por Eu te haver dito que todos devem nascer de novo. O vento sopra onde quer: ouves a sua voz, mas não sabes donde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito».

Outras leituras do dia: Act 4, 23-31; Sal 2, 1-3. 4-6. 7-9


Três capítulos sintetizam a conversa entre Jesus e Nicodemos, que inclui a confissão de fé, a necessidade do Baptismo e a vontade salvífica de Cristo. Revela a aceitação da pessoa de Jesus: “Sabemos que vens da parte de Deus”. A fé gera uma nova personalidade, que está configurada com Cristo. É preciso nascer de novo, pela água e pelo Espírito, para poder entrar e contemplar o Reino de Deus.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Pedro e João foram postos em liberdade,
Voltaram aos seus e dizem-lhe a sua história;
Uma história que invoca a Deus, na verdade,
E, depois, vai mais além, proclamando Sua glória.

Porque se revoltam as nações contra o Senhor?
Porque se revoltam também contra o seu Ungido?
Para se cumprirem as Escrituras, em todo o pormenor,
E, em confiança anunciar a Palavra a todo o ouvido.

Porque reunidos, estamos cheios do Espírito Santo,
Aquele que é capaz de criar em nós uma vida nova;
Ele nos envia em missão ao mundo, a cada canto;
Ele nos torna seres espirituais onde a vida se renova.

“Como pode um homem nascer, sendo velho?”
É certo que não entra segunda vez no seio materno;
Mas se acolher em seu coração o Evangelho,
É criatura nova, desde sempre, em tempo eterno.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 27 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO II DA PÁSCOA ou da Divina Misericórdia

Evangelho segundo S. João 20, 19-31

Na tarde daquele dia, o primeiro da semana, estando fechadas as portas da casa onde os discípulos se encontravam, com medo dos judeus, veio Jesus, apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e o lado. Os discípulos ficaram cheios de alegria ao verem o Senhor. Jesus disse-lhes de novo: «A paz esteja convosco. Assim como o Pai Me enviou, também Eu vos envio a vós». Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo: àqueles a quem perdoardes os pecados ser-lhes-ão perdoados; e àqueles a quem os retiverdes ser-lhes-ão retidos». Tomé, um dos Doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus. Disseram-lhe os outros discípulos: «Vimos o Senhor». Mas ele respondeu-lhes: «Se não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, se não meter o dedo no lugar dos cravos e a mão no seu lado, não acreditarei». Oito dias depois, estavam os discípulos outra vez em casa e Tomé com eles. Veio Jesus, estando as portas fechadas, apresentou-Se no meio deles e disse: «A paz esteja convosco». Depois disse a Tomé: «Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; aproxima a tua mão e mete-a no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente». Tomé respondeu-Lhe: «Meu Senhor e meu Deus!». Disse-lhe Jesus: «Porque Me viste acreditaste: felizes os que acreditam sem terem visto». Muitos outros milagres fez Jesus na presença dos seus discípulos, que não estão escritos neste livro. Estes, porém, foram escritos para acreditardes que Jesus é o Messias, o Filho de Deus, e para que, acreditando, tenhais a vida em seu nome.

Outras leituras do dia: Act 5, 12-16; Sal 117 (118), 2-4. 22-24. 25-27ª; Ap 1, 9-11a. 12-13. 17-19


Andavam atordoados e instalaram-se na clausura de uma casa, por medo dos judeus. Cristo chega e endereça-lhes votos de paz. Tomé não acredita no que lhe noticiam: quer ver e tocar as chagas do Mestre. Os membros da comunidade primitiva de Jerusalém começam a aceitar e repartir os bens próprios e alheios, cuidam dos seus pobres e celebram a Ceia do Senhor. E tudo isto, com alegria e simplicidade de coração, porque haviam finalmente acreditado no Ressuscitado e se mantinham assíduos aos ensinamentos dos Apóstolos.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Eram assíduos à comunhão fraterna,
Como eram assíduos à fração do pão,
Uma consigna que devia ser eterna,
Sem esquecer a presença na oração.

Vendiam o que tinham e davam aos pobres,
Era como se todos tivessem uma só alma;
São gestos assim, gestos lindos e nobres,
Que nos valem, desde já, a mais nobre palma.

São gestos que revelam o amor de Deus,
A sua misericórdia infinita, na alegria;
São os gestos que caraterizam os filhos seus,
Embora provados no mundo, no dia-a-dia.

Chamados a acreditar e a acolher os Espírito Santo,
Acolhamos também a paz de Deus oferecida,
Proclamando, depois, em cada lugar, em cada canto
A fé que, sem ver Jesus, é, para nós, fonte de vida.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 26 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Marcos 16, 9-15

Jesus ressuscitou na manhã do primeiro dia da semana e apareceu em primeiro lugar a Maria Madalena, da qual tinha expulsado sete demónios. Ela foi anunciar aos que tinham andado com Ele e estavam mergulhados em tristeza e pranto. Eles, porém, ouvindo dizer que Jesus estava vivo e fora visto por ela, não acreditaram. Depois disto, manifestou-Se com aspecto diferente a dois deles que iam a caminho do campo. E eles correram a anunciar aos outros, mas também não lhes deram crédito. Mais tarde apareceu aos Onze, quando eles estavam sentados à mesa, e censurou-os pela sua incredulidade e dureza de coração, porque não acreditaram naqueles que O tinham visto ressuscitado. E disse-lhes: «Ide por todo o mundo e proclamai o Evangelho a toda a criatura».

Outras leituras do dia: Act 4, 13-21; Sal 117 (118), 1 e 14-15. 16ab-18. 19-21


Não acreditam nem em Madalena nem nos dois trânsfugas de Emaús. Recusam-se a receber o testemunho da boca de terceiras pessoas. Mas Jesus ordena a estes incrédulos que partam pelo mundo fora e anunciem o Evangelho a todas as criaturas. Todos o farão, e com imensa eficácia, porque o Espírito de Cristo ressuscitado vai com eles, para abrir à fé o coração dos seus ouvintes, e para que a Palavra de Deus possa sair, forte e genuína, dos seus lábios e ecoar pelos recantos do mundo.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Pedro e João eram homens iletrados e plebeus.
Mas os chefes e os escribas ficam surpreendidos:
Fazem milagres como Jesus; mas este era Deus,
Querem-nos calar e ei-los, em tudo, proibidos.

Que havemos de fazer a estes homens? Prisão?
Vamos proibir-lhes de falar em nome de Jesus,
Que o povo todo está a dar-lhes muita atenção.
Não podemos permitir que irradiem esta luz!

Obedecemos a Deus e ao Mestre ressuscitado;
As ameaças não serviram e ei-los em liberdade,
Proclamando Jesus e sua glória em todo o lado:
Não podemos calar o Evangelho e a sua verdade!

Devemos anunciar o Evangelho a toda a criatura;
Deixemos de lado toda a dureza de coração,
E vamos ao mundo, nas mãos levando a Escritura,
A história daquele morto, que é Ressurreição.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 25 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 21, 1-14

Naquele tempo, Jesus manifestou-Se novamente aos discípulos junto ao Mar de Tiberíades. Manifestou-Se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, chamado Dídimo, e Natanael, que era de Caná da Galileia. Também estavam presentes os filhos de Zebedeu e mais dois discípulos de Jesus. Disse-lhes Simão Pedro: «Vou pescar». Eles responderam-lhe: «Nós vamos contigo». Saíram de casa e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada. Ao romper da manhã, Jesus apresentou-Se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Disse-lhes então Jesus: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam: «Não». Disse-lhes Jesus: «Lançai a rede para a direita do barco e encontrareis». Eles lançaram a rede e já mal a podiam arrastar por causa da abundância de peixes. Então o discípulo predilecto de Jesus disse a Pedro: «É o Senhor». Simão Pedro, quando ouviu dizer que era o Senhor, vestiu a túnica que tinha tirado e lançou-se ao mar. Os outros discípulos, que estavam distantes apenas uns duzentos côvados da margem, vieram no barco, puxando a rede com os peixes. Logo que saltaram em terra, viram brasas acesas com peixe em cima, e pão. Disse-lhes Jesus: «Trazei alguns dos peixes que apanhastes agora». Simão Pedro subiu ao barco e puxou a rede para terra, cheia de cento e cinquenta e três grandes peixes. E, apesar de serem tantos, não se rompeu a rede. Disse-lhes Jesus: «Vinde comer». Nenhum dos discípulos se atrevia a perguntar: «Quem és Tu?»: bem sabiam que era o Senhor. Então Jesus aproximou-Se, tomou o pão e deu-lho, fazendo o mesmo com o peixe. Foi esta a terceira vez que Jesus Se manifestou aos discípulos, depois de ter ressuscitado dos mortos.

Outras leituras do dia: Act 4, 1-12; Sal 117 (118), 1-2 e 4. 22-24. 25-27a

Santo do dia
S. Marcos, Evangelista


Jesus aparece pela terceira vez aos discípulos. Mas teve que apresentar alguns sinais para terem a certeza de que Ele estava vivo e continuava a ser o centro das suas vidas. Quando as redes ficam grávidas de peixes, exclamam: ‘É o Senhor!’ Foi o discípulo amado e predilecto, João, quem deu o alerta e reconheceu o Senhor. Os outros não se atreveram a proclamá-lo, embora estivessem cientes de que era Jesus. O amor tudo explica e a tudo se expõe, para dar testemunho e dizer bem d’Aquele que amamos e com quem comprometemos a nossa vida toda.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


João e Pedro anunciam a ressurreição,
Mas logo são presos pelas autoridades;
Será assim, depois, em qualquer situação,
Que Jesus faz medo ao dizer as verdades.

Foi assim com Jesus, será com os seus seguidores;
Mas a Palavra, em todo o tempo, será anunciada,
Mesmo se por isso, sofrerão tantos dissabores,
Os discípulos do Senhor, ao longo da estrada.

O que fazemos e pelo poder do Espírito Santo,
E em nome de Jesus que vós condenastes.
Ressuscitou e a alegria nasce em cada canto,
Vem da pedra angular que vós desprezastes.

Pedra angular que se mostra a todos nós,
Companheiro de caminho em pesca milagrosa.
Queremos, agora, ser no mundo a sua voz
E dizer a todos: a Cruz é fonte de vida gloriosa.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 24 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 24, 35-48

Naquele tempo, os discípulos de Emaús contaram o que tinha acontecido no caminho e como tinham reconhecido Jesus ao partir do pão. Enquanto diziam isto, Jesus apresentou-Se no meio deles e disse-lhes: «A paz esteja convosco». Espantados e cheios de medo, julgavam ver um espírito. Disse-lhes Jesus: «Porque estais perturbados e porque se levantam esses pensamentos nos vossos corações? Vede as minhas mãos e os meus pés: sou Eu mesmo; tocai-Me e vede: um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que Eu tenho». Dito isto, mostrou-lhes as mãos e os pés. E como eles, na sua alegria e admiração, não queriam ainda acreditar, perguntou-lhes: «Tendes aí alguma coisa para comer?» Deram-Lhe uma posta de peixe assado, que Ele tomou e começou a comer diante deles. Depois disse-lhes: «Foram estas as palavras que vos dirigi, quando ainda estava convosco: ‘Tem de se cumprir tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos’». Abriu-lhes então o entendimento para compreenderem as Escrituras e disse-lhes: «Assim está escrito que o Messias havia de sofrer e de ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, e que havia de ser pregado em seu nome o arrependimento e o perdão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. Vós sois as testemunhas de todas estas coisas».

Outras leituras do dia: Act 3, 11-26; Sal 8, 2ab e 5. 6-7. 8-9


Nem eram capazes de acreditar! A alegria era tamanha que os assustara. Será que a bondade do Senhor também nos desconcerta a nós e nos mete medo? Se tudo estava já anunciado há tanto tempo! Os discípulos, como qualquer cristão, são homens de pouca fé e de muitos receios. Cristo ressuscitado estimula confiança dos membros da sua Igreja. Nunca mais irão esquecer o que lhes fora dito, na hora da despedida: “Eu estarei convosco até ao fim dos tempos”.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Se admiraram do milagre no Pórtico de Salomão.
Mas Pedro diz: foi a fé que o curou completamente;
Não somos deuses; somos instrumentos de compaixão,
Para dar aos que sofrem, um futuro novo, diferente.

Agora, ouvi-nos: convertei-vos e sereis perdoados,
Porque quem vós matastes voltou, triunfante, à vida;
Ele tem o poder de perdoar vossas faltas e pecados,
E assim vos faz entrar na alegria da Aliança prometida.

Aliança que aos discípulos de Emaús é explicada,
Quando Jesus lhes aparece e lhes deseja a paz;
Mostrou-lhes os sinais da sua existência passada.
É Ele. Não é nenhum fantasma que o vento desfaz.

Tão real que pede alguma coisa para comer.
Testemunhai agora, de mim, aos confins do mundo;
Tereis compreendido que o Messias devia sofrer.
Mas venceu a morte: este é o milagre mais profundo.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 23 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 24, 13-35

Dois dos discípulos de Jesus iam a caminho duma povoação chamada Emaús, que ficava a duas léguas de Jerusalém. Conversavam entre si sobre tudo o que tinha sucedido. Enquanto falavam e discutiam, Jesus aproximou-Se deles e pôs-Se com eles a caminho. Mas os seus olhos estavam impedidos de O reconhecerem. Ele perguntou-lhes: «Que palavras são essas que trocais entre vós pelo caminho?» Pararam, com ar muito triste, e um deles, chamado Cléofas, respondeu: «Tu és o único habitante de Jerusalém a ignorar o que lá se passou nestes dias». E Ele perguntou: «Que foi?» Responderam-Lhe: «O que se refere a Jesus de Nazaré, profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; e como os príncipes dos sacerdotes e os nossos chefes O entregaram para ser condenado à morte e crucificado. Nós esperávamos que fosse Ele quem havia de libertar Israel. Mas, afinal, é já o terceiro dia depois que isto aconteceu. É verdade que algumas mulheres do nosso grupo nos sobressaltaram: foram de madrugada ao sepulcro, não encontraram o corpo de Jesus e vieram dizer que lhes tinham aparecido uns Anjos a anunciar que Ele estava vivo. Alguns dos nossos foram ao sepulcro e encontraram tudo como as mulheres tinham dito. Mas a Ele não O viram». Então Jesus disse-lhes: «Homens sem inteligência e lentos de espírito para acreditar em tudo o que os profetas anunciaram! Não tinha o Messias de sofrer tudo isso para entrar na sua glória?» Depois, começando por Moisés e passando pelos Profetas, explicou-lhes em todas as Escrituras o que Lhe dizia respeito. Ao chegarem perto da povoação para onde iam, Jesus fez menção de seguir para diante. Mas eles convenceram-n’O a ficar, dizendo: «Ficai connosco, porque o dia está a terminar e vem caindo a noite». Jesus entrou e ficou com eles. E quando Se pôs à mesa, tomou o pão, recitou a bênção, partiu-o e entregou-lho. Nesse momento abriram-se-lhes os olhos e reconheceram-n’O. Mas Ele desapareceu da sua presença. Disseram então um para o outro: «Não ardia cá dentro o nosso coração, quando Ele nos falava pelo caminho e nos explicava as Escrituras?» Partiram imediatamente de regresso a Jerusalém e encontraram reunidos os Onze e os que estavam com eles, que diziam: «Na verdade, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão». E eles contaram o que tinha acontecido no caminho e como O tinham reconhecido ao partir o pão.

Outras leituras do dia: Act 3, 1-10; Sal 104 (105), 1-2. 3-4. 6-7. 8-9


A tentação e a desconfiança tendem sempre a medrar no nosso coração. Tinham-nos dito que…, mas os dias vão passando… e, afinal, Cristo caminha discretamente, ao lado dos dois! Enquanto escutavam as Escrituras, os seus olhos foram-se abrindo e o coração começou a vibrar de novo com a notícia festiva. As palavras do Mestre incendiaram-lhes o coração e o jeito de Jesus partir o pão confirmou-os na fé. E regressaram a Jerusalém, para comunicar e confirmar, junto dos irmãos, a ressurreição do Senhor.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Pedro e João sobem ao Templo para a oração,
Quando encontram aquele coxo de nascença;
Pede esmola aos que passam, pede compaixão,
Pede um gesto de amor, de cálida presença.

Não tenho ouro nem prata, mas em nome de Cristo,
Eu te ordeno: levanta-te e anda, tu meu amigo.
Levantou-se e andou; milagre ali, nunca visto,
Junto à Porta Formosa que era seu lugar e abrigo.

Assombro e admiração pelo que lhe tinha sucedido,
Ao contrário dos viageiros de Emaús, no desalento
Que conversavam sobre tudo o que tinha acontecido:
Drama na capital Jerusalém, há bem pouco tempo.

Homens sem inteligência, tão lentos para acreditar.
Não devia sofrer assim, para se cumprirem as profecias?
Depois, na mesa, ao gesto do pão é um despertar;
Reconheceram-no. O nosso coração ardia, era o Messias!

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 22 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 20, 11-18

Naquele tempo, Maria Madalena estava a chorar junto do sepulcro. Enquanto chorava, debruçou-se para dentro do sepulcro e viu dois Anjos vestidos de branco, sentados, um à cabeceira e outro aos pés, onde estivera deitado o corpo de Jesus. Os Anjos perguntaram a Maria: «Mulher, porque choras?» Ela respondeu- lhes: «Porque levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Dito isto, voltou-se para trás e viu Jesus de pé, sem saber que era Ele. Disse-lhe Jesus: «Mulher, porque choras? A quem procuras?» Pensando que era o jardineiro, ela respondeu-Lhe: «Senhor, se foste tu que O levaste, diz-me onde O puseste, para eu O ir buscar». Disse-lhe Jesus: «Maria!» Ela voltou-se e respondeu em hebraico: «Rabuni!», que quer dizer: «Mestre!» Jesus disse-lhe: «Não Me detenhas, porque ainda não subi para o Pai. Vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para o meu Pai e vosso Pai, para o meu Deus e vosso Deus». Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: «Vi o Senhor». E contou-lhes o que Ele lhe tinha dito.

Outras leituras do dia: Act 2, 36-41; Sal 32 (33), 4-5. 18-19. 20 e 22


Outra vez, a presença de uma mulher, junto do sepulcro vazio. Cristo aparece-lhe e chama Maria pelo seu nome próprio. Esta reconhece a voz familiar do Mestre e entoa o prefácio pascal frente aos apóstolos. Eles tomam conhecimento da ressurreição do Senhor, não através da sua presença física, mas graças ao testemunho de uma discípula que faz ecoar jubilosamente por toda a terra a mensagem que lhe fora ditada pelo próprio Ressuscitado.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Pedro fala à multidão, aos conterrâneos judeus,
Sobre tudo o que aconteceu com Jesus o Messias.
O crucificastes, mas ressuscitou pelo poder de Deus;
Para os habitantes de Jerusalém é tempo de alegrias.

Que havemos de fazer? Era a pergunta repetida.
Convertei-vos e em nome de Jesus sereis perdoados.
Recebei o Batismo, o sacramento da nova vida,
E caminhai, de novo, agora longe de vossos pecados.

Jesus ressuscitou; Ele pode transformar vosso destino,
Como transformou o de Maria Madalena que chora.
Como ela anunciai ao povo de Deus e cantai um hino,
Que o novo tempo que esperávamos, começa agora.

Jesus sobre ao Pai e Madalena diz: “Vi o Senhor”,
Contando aos discípulos suas lágrimas e procura.
Tudo isso era furto de um grande e intenso amor.
Foi para o Pai. Anunciemo-lo no tempo que perdura.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 21 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 28, 8-15

Naquele tempo, Maria Madalena e a outra Maria, que tinham ido ao túmulo do Senhor, afastaram-se a toda a pressa, cheias de temor e de grande alegria, e correram a levar aos discípulos a notícia da Ressurreição. Entretanto, Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que devem ir para a Galileia. Lá Me verão». Enquanto elas iam a caminho, alguns dos guardas foram à cidade participar aos príncipes dos sacerdotes tudo o que tinha acontecido. Estes reuniram-se com os anciãos e, depois de terem deliberado, deram aos soldados uma soma avultada de dinheiro, com esta recomendação: «Dizei: ‘Os discípulos vieram de noite roubá-l’O, enquanto nós estávamos a dormir’. Se isto chegar aos ouvidos do governador, nós o convenceremos e faremos que vos deixem em paz». Eles receberam o dinheiro e fizeram como lhes tinham ensinado. Foi este o boato que se divulgou entre os judeus, até ao dia de hoje.

Outras leituras do dia: Act 2, 14. 22-33; Sal 15 (16), 5 e.8. 9-10. 11

Santo do dia
S. Anselmo, bispo e doutor da Igreja


As mulheres viram o sepulcro vazio e foram comunicar, de imediato, aos discípulos esta boa notícia. Os chefes dos sacerdotes não encontram no túmulo o corpo do Senhor e tiveram a cobardia de propalar a mentira de que alguém havia roubado o cadáver. Jesus serena e pacifica os que n’Ele acreditam: cumpriu-se finalmente a promessa de que havia ressuscitado dos mortos. A razão de ser da nossa fé é esta: aceitar incondicionalmente a palavra e o testemunho do Senhor.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Homens da Judeia e habitantes de Jerusalém,
Compreendei o extraordinário que estamos a viver,
Este homem, que passou pela vida fazendo o bem,
Foi entregue à morte… Ali devia permanecer.

Seria o fim… Gente perversa o cravou numa Cruz.
A morte não podia retê-lo; não era o plano de Deus.
E eis que, fulgurante, do sepulcro, se levanta Jesus.
Varre o poder da morte, para a alegria dos filhos seus.

Somos testemunhas de que Deus o ressuscitou,
Como Maria Madalena e ainda a outra Maria,
Que foram ao sepulcro. Seu coração rejubilou
E comunicam aos apóstolos esta grande alegria.

Não temais, que meus irmãos vão a Galileia.
Lá me verão depois de tudo o que aconteceu;
Darei a todos a paz divina que o mundo anseia.
Ninguém roubou o corpo: aqui estou. Sou EU.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 20 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO DE PÁSCOA DA RESSURREIÇÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 20, 1-9

No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro. Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o outro discípulo que Jesus amava e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou. Entretanto, chegou também Simão Pedro, que o seguira. Entrou no sepulcro e viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte. Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: viu e acreditou. Na verdade, ainda não tinham entendido a Escritura, segundo a qual Jesus devia ressuscitar dos mortos.

Outras leituras do dia: Act 10, 34a. 37-43; Sal 117 (118), 1-2. 16ab-17. 22-23; Col 3, 1-4 ou 1 Cor 5, 6b-8


Cristo ressuscitou e nós somos testemunhas desse milagre. É este o anúncio jubiloso e a mensagem que a Família de Deus recorda e continua a proclamar, desde o primeiro domingo da Páscoa cristã. Como referem e confirmam os dois últimos Sumos Pontífices, qualquer projeto de reforma na vida da Igreja será sempre ineficaz, se não estiver alicerçado na identificação com Cristo. Só Cristo será a nossa vida e a nossa esperança.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Vós sabeis o que aconteceu por toda a Judeia
Ressuscitou Jesus: passara a vida fazendo o bem
Notícia grande, se espalha para além da Galileia.
Devemos proclamá-la ao mundo, nós também.

Curou tantos e tantos que o Demónio oprimia.
Mataram-no, suspendendo-o no madeiro da Cruz.
Mas Ele, outrora, tinha falado de um terceiro dia,
Um dia diferente: Ressurreição com toda a sua luz.

Aspirai às coisas do alto, vós também, ressuscitados;
Também nos manifestaremos com Ele, na glória.
Como Madalena, sejamos também nós, apressados,
Em proclamar ao mundo a força desta vitória.

No sepulcro, olham: está ainda o sudário no chão;
Acreditaram os discípulos que viram outras ligaduras.
Não podemos silenciar a certeza da Ressurreição,
Agora compreendemos o sentido das Escrituras.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 19 de abril de 2014

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SÁBADO SANTO – MISSA DA VIGÍLIA PASCAL

Evangelho segundo S. Mateus 28, 1-10

Depois do sábado, ao raiar do primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram visitar o sepulcro. De repente, houve um grande terramoto: o Anjo do Senhor desceu do Céu e, aproximando-se, removeu a pedra do sepulcro e sentou-se sobre ela. O seu aspecto era como um relâmpago e a sua túnica branca como a neve. Os guardas começaram a tremer de medo e ficaram como mortos. O Anjo tomou a palavra e disse às mulheres: «Não tenhais medo; sei que procurais Jesus, o Crucificado. Não está aqui: ressuscitou, como tinha dito. Vinde ver o lugar onde jazia. E ide depressa dizer aos discípulos: 'Ele ressuscitou dos mortos e vai adiante de vós para a Galileia. Lá O vereis'. Era o que tinha para vos dizer». As mulheres afastaram-se rapidamente do sepulcro, cheias de temor e grande alegria, e correram a levar a notícia aos discípulos. Jesus saiu ao seu encontro e saudou-as. Elas aproximaram-se, abraçaram-Lhe os pés e prostraram-se diante d’Ele. Disse-lhes então Jesus: «Não temais. Ide avisar os meus irmãos que partam para a Galileia. Lá Me verão».

Outras leituras do dia: L 1 Gen 1, 1 – 2, 2 ou Gen 1, 1. 26-31ª; L 2 Gen 22, 1-18 ou Gen 22, 1-2. 9a. 10-13. 15-18; L 3 Ex 14, 15 – 15, 1; L 4 Is 54, 5-14; L 5 Is 55, 1-11; L 6 Bar 3, 9-15. 32 – 4, 4; L 7 Ez 36, 16-17a. 18-28; L 8 Rom 6, 3-11


Faça-se a luz! Nesta nova criação pascal, surge uma notícia totalmente inédita: Cristo ressuscitado, que morrera pelos nossos pecados, aparece agora como o Vivente, para nos justificar e nos fazer regressar definitivamente à casa do Pai. O povo que andava nas trevas viu o grande Luzeiro, que brotou do esplendor do sepulcro vazio. Este pregão da vitória sobre a morte vai abalar todos os poderes e ser proclamado em todo o universo, graças à vida e à missão da Igreja.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Dia grande de silêncio, em serena espera;
Cristo desceu à mansão dos mortos e na descida,
Paradoxalmente, desponta já a luz de ova era;
Sentimos, de perto, que a morte será vencida.

O Senhor da vida visita os que jazem adormecidos,
E diz a todos os que jazem nas sombras da morte:
Não vos fiz para, na escuridão, ficardes esquecidos;
Vinde à luz do dia; preparai-vos: a vida é mais forte!

Sobre o último inimigo, asseguro-vos a vitória;
Quis descer ao sepulcro, para vos abrir caminho,
E dizer-vos que também sois destinados à glória;
À glória de Deus: em vós refulgirá em todo o brilho

Dia de oração, mas todo vivido na esperança:
Do sepulcro aberto surge uma fonte de vida.
É a ressurreição e o mundo todo que ela alcança.
É a definitiva novidade de Deus em nós acolhida.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 18 de abril de 2014

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SEXTA-FEIRA DA PAIXÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 18, 1 – 19, 42

Naquele tempo, Jesus saiu com os seus discípulos para o outro lado da torrente do Cedron. Havia lá um jardim, onde Ele entrou com os seus discípulos. Judas, que O ia entregar, conhecia também o local, porque Jesus Se reunira lá muitas vezes com os discípulos. Tomando consigo uma companhia de soldados e alguns guardas, enviados pelos príncipes dos sacerdotes e pelos fariseus, Judas chegou ali, com archotes, lanternas e armas. Sabendo Jesus tudo o que Lhe ia acontecer, adiantou-Se e perguntou-lhes: «A quem buscais?». Eles responderam-Lhe: «A Jesus, o Nazareno». Jesus disse-lhes: «Sou Eu». Judas, que O ia entregar, também estava com eles. Quando Jesus lhes disse: «Sou Eu», recuaram e caíram por terra. Jesus perguntou-lhes novamente: «A quem buscais?». Eles responderam: «A Jesus, o Nazareno». Disse-lhes Jesus: «Já vos disse que sou Eu. Por isso, se é a Mim que buscais, deixai que estes se retirem».
Assim se cumpriam as palavras que Ele tinha dito: «Daqueles que Me deste, não perdi nenhum».
Então, Simão Pedro, que tinha uma espada, desembainhou-a e feriu um servo do sumo sacerdote, cortando-lhe a orelha direita. O servo chamava-se Malco. Mas Jesus disse a Pedro: «Mete a tua espada na bainha. Não hei-de beber o cálice que meu Pai Me deu?».
Então, a companhia de soldados, o oficial e os guardas dos judeus apoderaram-se de Jesus e manietaram-n’O. Levaram-n’O primeiro a Anás, por ser sogro de Caifás, que era o sumo sacerdote nesse ano. Caifás é que tinha dado o seguinte conselho aos judeus: «Convém que morra um só homem pelo povo».
Entretanto, Simão Pedro seguia Jesus com outro discípulo. Esse discípulo era conhecido do sumo sacerdote e entrou com Jesus no pátio do sumo sacerdote, enquanto Pedro ficava à porta, do lado de fora. Então o outro discípulo, conhecido do sumo sacerdote, falou à porteira e levou Pedro para dentro. A porteira disse a Pedro: «Tu não és dos discípulos desse homem?». Ele respondeu: «Não sou».
Estavam ali presentes os servos e os guardas, que, por causa do frio, tinham acendido um braseiro e se aqueciam. Pedro também se encontrava com eles a aquecer-se.
Entretanto, o sumo sacerdote interrogou Jesus acerca dos seus discípulos e da sua doutrina. Jesus respondeu-lhe: «Falei abertamente ao mundo. Sempre ensinei na sinagoga e no templo, onde todos os judeus se reúnem, e não disse nada em segredo. Porque Me interrogas? Pergunta aos que Me ouviram o que lhes disse: eles bem sabem aquilo de que lhes falei».
A estas palavras, um dos guardas que estava ali presente deu uma bofetada a Jesus e disse-Lhe: «É assim que respondes ao sumo sacerdote?». Jesus respondeu-lhe: «Se falei mal, mostra-Me em quê. Mas, se falei bem, porque Me bates?».
Então Anás mandou Jesus manietado ao sumo sacerdote Caifás.
Simão Pedro continuava ali a aquecer-se. Disseram-lhe então: «Tu não és também um dos seus discípulos?». Ele negou, dizendo: «Não sou». Replicou um dos servos do sumo sacerdote, parente daquele a quem Pedro cortara a orelha: «Então eu não te vi com Ele no jardim?». Pedro negou novamente, e logo um galo cantou.
Depois, levaram Jesus da residência de Caifás ao Pretório. Era de manhã cedo. Eles não entraram no pretório, para não se contaminarem e assim poderem comer a Páscoa. Pilatos veio cá fora ter com eles e perguntou-lhes: «Que acusação trazeis contra este homem?». Eles responderam-lhe: «Se não fosse malfeitor, não t’O entregávamos». Disse-lhes Pilatos: «Tomai-O vós próprios, e julgai-O segundo a vossa lei». Os judeus responderam: «Não nos é permitido dar a morte a ninguém». Assim se cumpriam as palavras que Jesus tinha dito, ao indicar de que morte ia morrer.
Entretanto, Pilatos entrou novamente no pretório, chamou Jesus e perguntou-Lhe: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu-lhe: «É por ti que o dizes, ou foram outros que to disseram de Mim?». Disse-Lhe Pilatos: «Porventura sou eu judeu? O teu povo e os sumos sacerdotes é que Te entregaram a Mim. Que fizeste?». Jesus respondeu: «O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue aos judeus. Mas o meu reino não é daqui». Disse-Lhe Pilatos: «Então, Tu és Rei?». Jesus respondeu-lhe: «É como dizes: sou Rei. Para isso nasci e vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta a minha voz». Disse-Lhe Pilatos: «Que é a verdade?».
Dito isto, saiu novamente para fora e declarou aos judeus: «Não encontro neste homem culpa nenhuma. Mas vós estais habituados a que eu vos solte alguém pela Páscoa. Quereis que vos solte o Rei dos judeus?». Eles gritaram de novo: «Esse não. Antes Barrabás». Barrabás era um salteador.
Então Pilatos mandou que levassem Jesus e O açoitassem. Os soldados teceram uma coroa de espinhos, colocaram-Lha na cabeça e envolveram Jesus num manto de púrpura. Depois aproximavam-se d’Ele e diziam: «Salve, Rei dos judeus». E davam-Lhe bofetadas.
Pilatos saiu novamente para fora e disse: «Eu vo-l’O trago aqui fora, para saberdes que não encontro n’Ele culpa nenhuma». Jesus saiu, trazendo a coroa de espinhos e o manto de púrpura. Pilatos disse-lhes: «Eis o homem». Quando viram Jesus, os príncipes dos sacerdotes e os guardas gritaram: «Crucifica-O! Crucifica-O!». Disse-lhes Pilatos: «Tomai-O vós mesmos e crucificai-O, que eu não encontro n’Ele culpa alguma». Responderam-lhe os judeus: «Nós temos uma lei e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque Se fez Filho de Deus».
Quando Pilatos ouviu estas palavras, ficou assustado. Voltou a entrar no pretório e perguntou a Jesus: «Donde és Tu?». Mas Jesus não lhe deu resposta. Disse-Lhe então Pilatos: «Não me falas? Não sabes que tenho poder para Te soltar e para Te crucificar?». Jesus respondeu-lhe: «Nenhum poder terias sobre Mim, se não te fosse dado do alto. Por isso, quem Me entregou a ti tem maior pecado». A partir de então, Pilatos procurava libertar Jesus. Mas os judeus gritavam: «Se O libertares, não és amigo de César: todo aquele que se faz rei é contra César». Ao ouvir estas palavras, Pilatos trouxe Jesus para fora e sentou-se no tribunal, no lugar chamado «Lagedo», em hebraico «Gabatá».
Era a Preparação da Páscoa, por volta do meio-dia. Disse então aos judeus: «Eis o vosso Rei!». Mas eles gritaram: «À morte, à morte! Crucifica-O!». Disse-lhes Pilatos: «Hei-de crucificar o vosso Rei?». Replicaram-lhe os príncipes dos sacerdotes: «Não temos outro rei senão César». Entregou-lhes então Jesus, para ser crucificado. E eles apoderaram-se de Jesus. Levando a cruz, Jesus saiu para o chamado Lugar do Calvário, que em hebraico se diz Gólgota. Ali O crucificaram, e com Ele mais dois: um de cada lado e Jesus no meio.
Pilatos escreveu ainda um letreiro e colocou-o no alto da cruz; nele estava escrito: «Jesus, o Nazareno, Rei dos judeus». Muitos judeus leram esse letreiro, porque o lugar onde Jesus tinha sido crucificado era perto da cidade. Estava escrito em hebraico, grego e latim. Diziam então a Pilatos os príncipes dos sacerdotes dos judeus: «Não escrevas: ‘Rei dos judeus’, mas que Ele afirmou: ‘Eu sou o Rei dos judeus’». Pilatos retorquiu: «O que escrevi está escrito».
Quando crucificaram Jesus, os soldados tomaram as suas vestes, das quais fizeram quatro lotes, um para cada soldado, e ficaram também com a túnica. A túnica não tinha costura: era tecida de alto a baixo como um todo. Disseram uns aos outros: «Não a rasguemos, mas lancemos sortes, para ver de quem será». Assim se cumpria a Escritura: «Repartiram entre si as minhas vestes e deitaram sortes sobre a minha túnica». Foi o que fizeram os soldados.
Estavam junto à cruz de Jesus sua Mãe, a irmã de sua Mãe, Maria, mulher de Cléofas, e Maria Madalena. Ao ver sua Mãe e o discípulo predilecto, Jesus disse a sua Mãe: «Mulher, eis o teu filho». Depois disse ao discípulo: «Eis a tua Mãe». E a partir daquela hora, o discípulo recebeu-a em sua casa.
Depois, sabendo que tudo estava consumado e para que se cumprisse a Escritura, Jesus disse: «Tenho sede». Estava ali um vaso cheio de vinagre. Prenderam a uma vara uma esponja embebida em vinagre e levaram-Lha à boca. Quando Jesus tomou o vinagre, exclamou: «Tudo está consumado». E, inclinando a cabeça, expirou. Por ser a Preparação, e para que os corpos não ficassem na cruz durante o sábado, – era um grande dia aquele sábado – os judeus pediram a Pilatos que se lhes quebrassem as pernas e fossem retirados. Os soldados vieram e quebraram as pernas ao primeiro, depois ao outro que tinha sido crucificado com ele. Ao chegarem a Jesus, vendo-O já morto, não Lhe quebraram as pernas, mas um dos soldados trespassou-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. Aquele que viu é que dá testemunho e o seu testemunho é verdadeiro. Ele sabe que diz a verdade, para que também vós acrediteis.
Assim aconteceu para se cumprir a Escritura, que diz: «Nenhum osso Lhe será quebrado». Diz ainda outra passagem da Escritura: «Hão-de olhar para Aquele que trespassaram».
Depois disto, José de Arimateia, que era discípulo de Jesus, embora oculto por medo dos judeus, pediu licença a Pilatos para levar o corpo de Jesus. Pilatos permitiu-lho. José veio então tirar o corpo de Jesus. Veio também Nicodemos, aquele que, antes, tinha ido de noite ao encontro de Jesus. Trazia uma mistura de quase cem libras de mirra e aloés. Tomaram o corpo de Jesus e envolveram-no em ligaduras juntamente com os perfumes, como é costume sepultar entre os judeus.
No local em que Jesus tinha sido crucificado, havia um jardim e, no jardim, um sepulcro novo, no qual ainda ninguém fora sepultado. Foi aí que, por causa da Preparação dos judeus, porque o sepulcro ficava perto, depositaram Jesus.

Outras leituras do dia: Is 52, 13 – 53, 12; Sal 30 (31), 2 e 6. 12-13. 15-16. 17 e 25; Hebr 4, 14-16 – 5, 7-9


Não se assemelhava, nem possuía sequer aspecto algum de ser humano e, no entanto, era Deus e suportaria todas as dores e sofrimentos. Job exclamara que lhe arrancaram a pele às tiras, para poder ver o Senhor, face a face. Nós podemos e devemos contemplar o Crucificado. Entre as personagens centrais deste relato da Paixão, emerge, sem dúvida, a figura de Maria. É nossa obrigação, depois de Cristo ter deixado tão preciosa herança à sua Igreja, sentirmo-nos discípulos e filhos predilectos de tão dulcíssima Mãe.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Eis o meu servo que de rosto desfigurado,
Perdeu toda a aparência de rosto humano;
Vimos nele o homem desprezível, humilhado;
A sua vida era parte de Deus, de Seu plano.

Foi esmagado pelas nossas iniquidades,
E caiu sobre ele o castigo que nos salva;
Ao suportar todas as nossas iniquidades,
No seu sofrimento raia a luz de nova alva.

O servo é o Filho de Deus: esta é a nossa fé;
Em tudo igual a nós, exceto no pecado,
Sua dor é graça para nós, a manter-nos de pé,
Auxílio oportuno quando, na dor, sou provado.

Filho de Deus que os verdugos matam na Cruz.
O discípulo amado dá testemunho verdadeiro:
Sua morte é para nós esperança de nova luz,
Esperança eterna de vida para o mundo inteiro.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 17 de abril de 2014

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QUINTA-FEIRA da Semana Santa de manhã – MISSA CRISMAL

Evangelho segundo S. Lucas 4, 16-21

Naquele tempo, Jesus foi a Nazaré, onde Se tinha criado. Segundo o seu costume, entrou na sinagoga a um sábado e levantou-Se para fazer a leitura. Entregaram-Lhe o livro do profeta Isaías e, ao abrir o livro, encontrou a passagem em que estava escrito: «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres. Ele me enviou a proclamar a redenção aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor». Depois enrolou o livro, entregou-o ao ajudante e sentou-Se. Estavam fixos em Jesus os olhos de toda a sinagoga. Começou então a dizer-lhes: «Cumpriu-se hoje mesmo esta passagem da Escritura que acabais de ouvir».

Outras leituras: Is 61, 1-3a. 6a. 8b-9; Sal 88 (89), 21-22. 25 e 27; Ap 1, 5-84


Já tiveste oportunidade de escutar alguém com uma larga experiência de vida? Por vezes, está a contar-te uma cena da sua vida e de repente faz rewind para te narrar outra situação que dá sentido à primeira.
Nestes últimos dias temos escutado passagens sobre os últimos dias da vida de Jesus e hoje renuamos ao momento do início da sua vida pública, da sua pregação. Não podemos esquecer que Jesus é o enviado de Deus para nos libertar e a sua entrega à vontade de Deus levou os seus opositores a condená-lo à morte.

Teófilo Júnior


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QUINTA-FEIRA da Semana Santa à tarde – MISSA VESPERTINA DA CEIA DO SENHOR

Evangelho segundo S. João 13, 1-15

Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim. No decorrer da ceia, tendo já o Demónio metido no coração de Judas Iscariotes, filho de Simão, a ideia de O entregar, Jesus, sabendo que o Pai Lhe tinha dado toda a autoridade, sabendo que saíra de Deus e para Deus voltava, levantou-Se da mesa, tirou o manto e tomou uma toalha, que pôs à cintura. Depois, deitou água numa bacia e começou a lavar os pés aos discípulos e a enxugá-los com a toalha que pusera à cintura. Quando chegou a Simão Pedro, este disse-Lhe: «Senhor, Tu vais lavar-me os pés?». Jesus respondeu: «O que estou a fazer, não o podes entender agora, mas compreendê-lo-ás mais tarde». Pedro insistiu: «Nunca consentirei que me laves os pés». Jesus respondeu-lhe: «Se não tos lavar, não terás parte comigo». Simão Pedro replicou: «Senhor, então não somente os pés, mas também as mãos e a cabeça». Jesus respondeu-lhe: «Aquele que já tomou banho está limpo e não precisa de lavar senão os pés. Vós estais limpos, mas não todos». Jesus bem sabia quem O havia de entregar. Foi por isso que acrescentou: «Nem todos estais limpos». Depois de lhes lavar os pés, Jesus tomou o manto e pôs-Se de novo à mesa. Então disse-lhes: «Compreendeis o que vos fiz? Vós chamais-Me Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque o sou. Se Eu, que sou Mestre e Senhor, vos lavei os pés, também vós deveis lavar os pés uns aos outros. Dei-vos o exemplo, para que, assim como Eu fiz, vós façais também».

Outras leituras: Ex 12, 1-8. 11-14; Sal 115 (116), 12-13. 15-16bc. 17-18; 1 Cor 11, 23-26


“Tendo amado os seus…”. Jesus vai tomar uma decisão insólita: o senhor prontifica-se a lavar os pés aos seus criados! Instala, assim, a uma nova forma de estar e de viver, no mundo. Tudo passa a ser novo: a palavra, o Evangelho, o mandamento do amor, a convivência fraterna, o pão que alimenta o homem, o sacramento da Eucaristia! A partir de agora, há um novo e único estilo de vida, a imitar e a pôr em prática: o de nosso Senhor Jesus Cristo.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Este mês será para vós o primeiro dos meses;
Mês em que celebrareis a Páscoa a toda a pressa;
Uma instituição perpétua; fá-la-eis todas as vezes:
Recorda a vossa libertação; louvor que não cessa.

Gesto que passa de geração em geração,
Como Paulo: transmite o que do Senhor recebeu;
O Senhor deu graças e depois tomou o pão
Que vai se o seu Corpo que sempre se nos deu.

E na noite íntima e última dessa Santa ceia,
O Senhor fala ainda no gesto do lava-pés;
Sinal de amor total que o mundo anseia.
Aprendamos a lição do mestre d eles-a-lés.

Pedro intransigente e ingénuo diz não;
Não compreende a profecia deste gesto;
Mas, afinal, aceita do Senhor esta lição
Humilde; de facto, um verdadeiro manifesto.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 16 de abril de 2014

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Evangelho segundo S. Mateus 26, 14-25

Naquele tempo, um dos Doze, chamado Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes e disse-lhes: «Que estais dispostos a dar-me para vos entregar Jesus?» Eles garantiram-lhe trinta moedas de prata. A partir de então, Judas procurava uma oportunidade para O entregar. No primeiro dia dos Ázimos, os discípulos foram ter com Jesus e perguntaram-Lhe: «Onde queres que façamos os preparativos para comer a Páscoa?» Ele respondeu: «Ide à cidade, a casa de tal pessoa, e dizei-lhe: ‘O Mestre manda dizer: O meu tempo está próximo. É em tua casa que Eu quero celebrar a Páscoa com os meus discípulos’». Os discípulos fizeram como Jesus lhes tinha mandado e prepararam a Páscoa. Ao cair da tarde, sentou-Se à mesa com os Doze. Enquanto comiam, declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará». Profundamente entristecidos, começou cada um a perguntar Lhe: «Serei eu, Senhor?» Jesus respondeu: «Aquele que meteu comigo a mão no prato é que vai entregar-Me. O Filho do homem vai partir, como está escrito acerca d’Ele. Mas ai daquele por quem o Filho do homem vai ser entregue! Melhor seria para esse homem não ter nascido». Judas, que O ia entregar, tomou a palavra e perguntou: «Serei eu, Mestre?» Respondeu Jesus: «Tu o disseste».

Outras leituras do dia: Is 50, 4-9a; Sal 68 (69), 8-10. 21bcd-22. 31. 33-34


Um de vós Me entregará’. Estas palavras estão sublinhadas, não só pela gravidade da traição e da entrega de Jesus, mas porque a deslealdade nasce e emerge dentro da casa apostólica, entre aqueles que comeram com Ele e estiveram sentados à mesma mesa. Quanto mais perto de nós está a pessoa que se ama, mais dói a sua traição e a falta de amor. A infidelidade caseira causa sempre um sofrimento profundo.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Não desviei o rosto dos que me cuspiam;
O Senhor, meu advogado, está perto de mim,
Ele protege todos aqueles que nele confiam,
Na noite das dores que parece não ter fim.

O demónio tinha entrado na lama de Judas.
Por trinta moedas vai entregar o seu Senhor;
Aqui está o dinheiro que pedes pelas ajudas
Para prenderes Jesus, o tal que falava de amor…

Começa o tempo de Páscoa e seus preparativos;
Agora tudo corre depressa, o tempo se aproxima,
Onde se condena um Deus: é de ficar pensativo;
Por todo o lado é noite; a luz não mais ilumina.

Um de vós me entregará; discípulos entristecidos,
Apenas se perguntam: Senhor, quem será? Serei eu?
Tu o disseste. E partiu. Noite de todos os olvidos
Que nos recorda a morte de Jesus que se ofereceu.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 15 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 13, 21-33. 36-38

Naquele tempo, estando Jesus à mesa com os discípulos, sentiu-Se intimamente perturbado e declarou: «Em verdade, em verdade vos digo: Um de vós Me entregará». Os discípulos olhavam uns para os outros, sem saberem de quem falava. Um dos discípulos, o predilecto de Jesus, estava à mesa, mesmo a seu lado. Simão Pedro fez-lhe sinal e disse: «Pergunta-Lhe a quem Se refere». Ele inclinou-Se sobre o peito de Jesus e perguntou Lhe: «Quem é, Senhor?» Jesus respondeu: «É aquele a quem vou dar este bocado de pão molhado». E, molhando o pão, deu-o a Judas Iscariotes, filho de Simão. Naquele momento, depois de engolir o pão, Satanás entrou nele. Disse- lhe Jesus: «O que tens a fazer, fá-lo depressa». Mas nenhum dos que estavam à mesa compreendeu porque lhe disse tal coisa. Como Judas era quem tinha a bolsa comum, alguns pensavam que Jesus lhe tinha dito: «Vai comprar o que precisamos para a festa»; ou então, que desse alguma esmola aos pobres. Judas recebeu o bocado de pão e saiu imediatamente. Era noite. Depois de ele sair, Jesus disse: «Agora foi glorificado o Filho do homem e Deus foi glorificado n’Ele. Se Deus foi glorificado n’Ele, também Deus O glorificará em Si mesmo e glorificá l’O-á sem demora. Meus filhos, é por pouco tempo que ainda estou convosco. Haveis de procurar-Me e, assim como disse aos judeus, também agora vos digo: não podeis ir para onde Eu vou». Perguntou-Lhe Simão Pedro: «Para onde vais, Senhor?». Jesus respondeu: «Para onde Eu vou, não podes tu seguir-Me por agora; seguir-Me-ás depois». Disse-Lhe Pedro: «Senhor, por que motivo não posso seguir-Te agora? Eu darei a vida por Ti». Disse-Lhe Jesus: «Darás a vida por Mim? Em verdade, em verdade te digo: Não cantará o galo, sem que Me tenhas negado três vezes».

Outras leituras do dia: Is 49, 1-6; Sal 70 (71), 1-2. 3-4a. 5-6ab. 15 e 17


A traição de Judas é inconcebível. A negação de Pedro, também. Um deixou-se levar pela inveja e pela cobiça; o outro, pela cobardia e pelo medo. Deus derramou sobre os dois discípulos o seu olhar misericordioso. Um esquivou-se e preferiu enforcar-se. O outro chorou amargamente o seu pecado. Pedro seria o representante de Jesus, na orientação da sua Igreja. Judas perpetuou-se como sinal de maldade e de condenação.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Sabes, eu te chamei desde o ventre materno.
És meu servo, em ti manifestarei minha glória,
Que no meu amor estava desde tempo eterno:
Agora sê no mundo sacramento da minha memória.

Reconduz do exílio os sobreviventes de Israel,
Não serás apenas meu servo, mas a luz das nações,
Na pátria que te dei, onde corre o leite e o mel,
Mas também além-mar, em todas as ocasiões.

Não tenhas medo; também estou perturbado,
Que um de vós, bem depressa, ma há de entregar.
Quem? E o discípulo predileto, ali mesmo ao lado,
Ouve: será aquele que este pão molhado comerá.

Era noite. O que tens a fazer, fá-lo depressa;
Deus glorificará o seu Filho, sem demora.
No horizonte da sua morte, já está a promessa
De uma vitória sobre a morte que se vai embora.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 14 de abril de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 12, 1-11

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde vivia Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Ofereceram-Lhe lá um jantar: Marta andava a servir e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Jesus. Então Maria tomou uma libra de perfume de nardo puro, de alto preço, ungiu os pés de Jesus e enxugou-Lhos com os cabelos; e a casa encheu-se com o perfume do bálsamo. Disse então Judas Iscariotes, um dos discípulos, aquele que havia de entregar Jesus: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários, para dar aos pobres?» Disse isto, não porque se importava com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa comum, tirava o que nela se lançava. Jesus respondeu-lhe: «Deixa-a em paz: ela tinha guardado o perfume para o dia da minha sepultura. Pobres, sempre os tereis convosco; mas a Mim, nem sempre Me tereis». Soube então grande número de judeus que Jesus Se encontrava ali e vieram, não só por causa de Jesus, mas também para verem Lázaro, que Ele tinha ressuscitado dos mortos. Entretanto, os príncipes dos sacerdotes resolveram matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus.

Outras leituras do dia: Is 42, 1-7; Sal 26 (27), 1. 2. 3. 13-14


O perfume e os pobres casam bem entre si. Se se pretende agradar a Deus, através de um culto verdadeiro, é preciso não esquecer os que devem estar presentes na nossa vida e nas nossas obras. Contudo, se se pensa construir um mundo onde Deus não tenha lugar, tudo perderá sentido e se revoltará contra o próprio homem, como lembrou Paulo VI. Os discursos inflamados que advogam a doação total aos pobres dos bens do culto não costumam preocupar-se nem com Deus nem com os pobres. É recomendável o conselho de S. João Crisóstomo: “Primeiro, coloquemos os pobres, e, só depois, os vasos sagrados do Templo.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Eis o meu servo que protejo, é o meu eleito;
No meu espírito santo leva a justiça às nações;
Ele é digno de louvor e do mais digno preito;
Servo em sofrimento no meio das multidões.

Proclamará a justiça, sem quebrar a cana fendida,
Levará a minha Palavra aos confins do Universo,
Para que em todo o lado seja testemunho de vida,
Num mundo de corrupção, iniquo e perverso.

Dará a vista aos cegos, a liberdade aos prisioneiros,
Como eu dei a Lázaro – autêntica ressurreição - .
No dom da vida, meus discípulos sejam os primeiros,
Sendo bálsamo e unguento para todo o coração.

Deixai esta mulher com o perfume de nardo puro,
Ungir meus pés e secá-los com os seus cabelos.
Amor excelso que seja profecia, hoje e no futuro;
Testemunho grande em gesto dos mais belos.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 13 de abril de 2014

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DOMINGO DE RAMOS NA PAIXÃO DO SENHOR

Evangelho segundo S. Mateus 27, 11-54

Naquele tempo, Jesus foi levado à presença do governador Pilatos, que lhe perguntou: «Tu és o Rei dos judeus?». Jesus respondeu: «É como dizes». Mas, ao ser acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-Lhe então Pilatos: «Não ouves quantas acusações levantam contra Ti?». Mas Jesus não respondeu coisa alguma, a ponto de o governador ficar muito admirado. Ora, pela festa da Páscoa, o governador costumava soltar um preso, à escolha do povo. Nessa altura, havia um preso famoso, chamado Barrabás. E, quando eles se reuniram, disse-lhes Pilatos: «Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Jesus, chamado Cristo?». Ele bem sabia que O tinham entregado por inveja. Enquanto estava sentado no tribunal, a mulher mandou-lhe dizer: «Não te prendas com a causa desse justo, pois hoje sofri muito em sonhos por causa d’Ele». Entretanto, os príncipes dos sacerdotes e os anciãos persuadiram a multidão a que pedisse Barrabás e fizesse morrer Jesus. O governador tomou a palavra e perguntou-lhes: «Qual dos dois quereis que vos solte?». Eles responderam: «Barrabás». Disse-lhes Pilatos: «E que hei-de fazer de Jesus, chamado Cristo?». Responderam todos: «Seja crucificado». Pilatos insistiu: «Que mal fez Ele?». Mas eles gritavam cada vez mais: «Seja crucificado». Pilatos, vendo que não conseguia nada e aumentava o tumulto, mandou vir água e lavou as mãos na presença da multidão, dizendo: «Estou inocente do sangue deste homem. Isso é lá convosco». E todo o povo respondeu: «O seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos». Soltou-lhes então Barrabás. E, depois de ter mandado açoitar Jesus, entregou-lh’O para ser crucificado. Então os soldados do governador levaram Jesus para o pretório e reuniram à volta d’Ele toda a corte. Tiraram-Lhe a roupa e envolveram-n’O num manto vermelho. Teceram uma coroa de espinhos e puseram-Lha na cabeça e colocaram uma cana na sua mão direita. Ajoelhando diante d’Ele, escarneciam-n’O, dizendo: «Salve, Rei dos judeus!». Depois, cuspiam-Lhe no rosto e, pegando na cana, batiam-Lhe com ela na cabeça. Depois de O terem escarnecido, tiraram-Lhe o manto, vestiram-Lhe as suas roupas e levaram-n’O para ser crucificado. Ao saírem, encontraram um homem de Cirene, chamado Simão, e requisitaram-no para levar a cruz de Jesus. Chegados a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar do Calvário, deram-Lhe a beber vinho misturado com fel. Mas Jesus, depois de o provar, não quis beber. Depois de O terem crucificado, repartiram entre si as suas vestes, tirando-as à sorte, e ficaram ali sentados a guardá-l’O. Por cima da sua cabeça puseram um letreiro, indicando a causa da sua condenação: «Este é Jesus, o Rei dos judeus». Foram crucificados com Ele dois salteadores, um à direita e outro à esquerda. Os que passavam insultavam-n’O e abanavam a cabeça, dizendo: «Tu que destruías o templo e o reedificavas em três dias, salva-Te a Ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz». Os príncipes dos sacerdotes, juntamente com os escribas e os anciãos, também troçavam d’Ele, dizendo: «Salvou os outros e não pode salvar-Se a Si mesmo! Se é o Rei de Israel, desça agora da cruz e acreditaremos n’Ele. Confiou em Deus: Ele que O livre agora, se O ama, porque disse: ‘Eu sou Filho de Deus’». Até os salteadores crucificados com Ele O insultavam. Desde o meio-dia até às três horas da tarde, as trevas envolveram toda a terra. E, pelas três horas da tarde, Jesus clamou com voz forte: «Eli, Eli, lemá sabactáni?», que quer dizer: «Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?». Alguns dos presentes, ouvindo isto, disseram: «Está a chamar por Elias». Um deles correu a tomar uma esponja, embebeu-a em vinagre, pô-la na ponta duma cana e deu-Lhe a beber. Mas os outros disseram: «Deixa lá. Vejamos se Elias vem salvá-l’O». E Jesus, clamando outra vez com voz forte, expirou. Então, o véu do templo rasgou-se em duas partes, de alto a baixo; a terra tremeu e as rochas fenderam-se. Abriram-se os túmulos e muitos dos corpos de santos que tinham morrido ressuscitaram; e, saindo do sepulcro, depois da ressurreição de Jesus, entraram na cidade santa e apareceram a muitos. Entretanto, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, ao verem o tremor de terra e o que estava a acontecer, ficaram aterrados e disseram: «Este era verdadeiramente Filho de Deus».

Outras leituras do dia: Is 50, 4-7; Sal 21 (22), 8-9. 17-18a. 19-20. 23-24; Filip 2, 6-11


No relato da paixão de Cristo, aparecem sempre os sinais que o revelam como profeta vitorioso: a entrada em Jerusalém: a ceia pascal, a traição, a fuga dos discípulos, a prisão e os escárnios, a cruz, a morte… Mas a mão de Deus amparou sempre o Filho, que tomara a condição de servo, embora fosse de natureza divina.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


A graça para dar uma palavra de alento
Foi-me dada para consolar os abatidos;
Discípulo, em tudo, devo estar atento,
À dor de um povo devo abrir os ouvidos.

Bateram-me, mas o senhor está a meu lado,
Não desviei o rosto dos que me insultavam;
Mesmo assim nunca fiquei envergonhado,
Nos sofrimentos que corpo e alma me tomavam.

Jesus é aquele que era de condição divina;
Deixou os céus assumindo a condição humana;
Ao abaixar-se sua vida nossas vidas ilumina,
Oferecendo-se por nós, maior sinal que nos ama.

Sim, soltam Barrabás; Ele é condenado à morte;
O Centurião: era verdadeiramente o Filho de Deus;
Havia a profecia: três dias depois será mais forte
A vida que trás vida eterna a todos os filhos seus.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 12 de abril de 2104

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Evangelho segundo S. João 11, 45-56

Naquele tempo, muitos judeus que tinham vindo visitar Maria, para lhe apresentarem condolências pela morte de Lázaro, ao verem o que Jesus fizera, ressuscitando-o dos mortos, acreditaram n’Ele. Alguns deles, porém, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. Então os príncipes dos sacerdotes e os fariseus reuniram conselho e disseram: «Que havemos de fazer, uma vez que este homem realiza tantos milagres? Se O deixamos continuar assim, todos acreditarão n’Ele; e virão os romanos destruir-nos o nosso Lugar santo e toda a nação». Então Caifás, que era sumo sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada. Não compreendeis que é melhor para nós morrer um só homem pelo povo do que perecer a nação inteira?» Não disse isto por si próprio; mas, porque era sumo sacerdote nesse ano, profetizou que Jesus havia de morrer pela nação; e não só pela nação, mas também para congregar na unidade todos os filhos de Deus que andavam dispersos. A partir desse dia, decidiram matar Jesus. Por isso Jesus já não andava abertamente entre os judeus, mas retirou-Se para uma região próxima do deserto, para uma cidade chamada Efraim, e aí permaneceu com os discípulos. Entretanto, estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos subiram da província a Jerusalém, para se purificarem, antes da Páscoa. Procuravam então Jesus e perguntavam uns aos outros no templo: «Que vos parece? Ele não virá à festa?»

Outras leituras do dia: Ez 37, 21-28; Sal Jer 31, 10. 11-12ab. 13


A chantagem, agora, provém da autoridade religiosa. ‘Se não o matarmos, toda a nação vai perecer’. Como se a maldade justificasse a morte de um inocente. Jesus tinha assumido a sério a sua missão, aceitando todas as consequências daí decorrentes. Tentam prendê-l’O, mas Ele aparece na festa, para lhe conferir um sentido novo: acabou de chegar o tempo da nova Páscoa.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Vou tirar os filhos de Israel do meio das nações,
Vu reuni-los de várias tribos e fazer um só povo;
De todos os reinos virão, em júbilo, as multidões;
Não haja mais divisão, ídolos, chega um tempo novo.

Hei de livrá-los de todas as suas infidelidades;
Hei de purifica-los; serão o meu povo; eu, seu Deus;
Tudo será diferente, em qualquer dos tempos e idades,
Eles vãos sentir-se em tudo, diletos filhos meus.

Mas os judeus continuam a querer matar Jesus,
Porque realiza muitos milagres e todos acreditarão.
Começa a desenhar-se a sombra pesada de uma cruz;
Mas a profecia antiga diz: morra um só pela nação!

Jesus ameaçado retira-se, então para o deserto,
E longe da fúria dos seus, em paz ali permanecia,
Numa cidade chamada Efraim, cidade ali tão perto;
Nuvens no horizonte, carregadas: um mal se anuncia!

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 11 de abril de 2014

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Evangelho segundo S. João 10, 31-42

Naquele tempo, os judeus agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, Então Jesus disse-lhes: «Apresentei-vos muitas boas obras, da parte de meu Pai. Por qual dessas obras Me quereis apedrejar?» Responderam os judeus: «Não é por qualquer boa obra que Te queremos apedrejar: é por blasfémia, porque Tu, sendo homem, Te fazes Deus». Disse-lhes Jesus: «Não está escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses’? Se a Lei chama ‘deuses’ a quem a palavra de Deus se dirigia – e a Escritura não pode abolir-se –, de Mim, que o Pai consagrou e enviou ao mundo, vós dizeis: ‘Estás a blasfemar’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho de Deus’!» Se não faço as obras de meu Pai, não acrediteis. Mas se as faço, embora não acrediteis em Mim, acreditai nas minhas obras, para reconhecerdes e saberdes que o Pai está em Mim e Eu estou no Pai». De novo procuraram prendê-l’O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Jesus retirou-Se novamente para além do Jordão, para o local onde anteriormente João tinha estado a baptizar e lá permaneceu. Muitos foram ter com Ele e diziam: «É certo que João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse deste homem era verdade». E muitos ali acreditaram em Jesus.

Outras leituras do dia: Jer 20, 10-13; Sal 17 (18), 2-3a. 3bc-4. 5-6. 7


As pedras hão de ser suficientemente pequenas para que causem dores, mas não provoquem a morte, de imediato. Era uma norma legal que devia ser observada, no momento da lapidação. A crucifixão de Cristo não consistiu apenas no acto pontual de ser cravado na cruz, mas implicou uma enorme crueldade e um sofrimento atroz, dada a obstinação dos que não reconheceram os sinais que Deus enviara ao seu povo. Cristo doou a vida na cruz, mas após a ter tido por companheira, na caminhada de todos os dias.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Vamos denunciá-lo, dará em falso um passo,
E nele nós, seus inimigos, nos poderemos vingar.
Mas ficaram cheios de vergonha pelo seu fracasso,
Mesmo se na falsidade me foram denunciar.

Serão os meus perseguidores que cairão,
Porque o Senhor do Universo está comigo;
Ele sonda o justo, perscruta seus rins e coração;
Nele ponho minha causa, é sempre meu amigo.

Também os judeus querem apedrejar Jesus,
A quem não perdoam por se dizer Filho de Deus.
Dizemos bem: pior cego é aquele que não quer ver,
E este é o caso destes empedernidos judeus.

Sempre fiz boas obras; então porque não acreditais?
Mas sinto que quereis agarrar-me em vossas mãos.
Repito-vos ainda: o Pai está em mim, Eu estou no Pai;
Vim para, na Cruz, fazer de vós verdadeiros irmãos.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 10 de abril de 2014

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Evangelho segundo S. João 8, 51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: «Em verdade, em verdade vos digo: Se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte». Responderam-Lhe os judeus: «Agora sabemos que tens o demónio. Abraão morreu, os profetas também, mas Tu dizes: ‘Se alguém guardar a minha palavra, nunca sofrerá a morte’. Serás Tu maior do que o nosso pai Abraão, que morreu? E os profetas também morreram. Quem pretendes ser?» Disse-lhes Jesus: «Se Eu Me glorificar a Mim próprio, a minha glória não vale nada. Quem Me glorifica é meu Pai, Aquele de quem dizeis: ‘É o nosso Deus’. Vós não O conheceis, mas Eu conheço-O; e se dissesse que não O conhecia, seria mentiroso como vós. Mas Eu conheço-O e guardo a sua palavra. Abraão, vosso pai, exultou por ver o meu dia; ele viu-o e exultou de alegria». Disseram-Lhe então os judeus: «Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?!» Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: Antes de Abraão existir, ‘Eu sou’». Então agarraram em pedras para apedrejarem Jesus, mas Ele ocultou-Se e saiu do templo.

Outras leituras do dia: Gen 17, 3-9; Sal 104 (105), 4-5. 6-7. 8-9


Aparecem de novo as pedras. Primeiro, surgiram as da tentação, que estavam destinadas para ser transformadas em pão. Depois, foi lançado o desafio a quem se atrevesse a atirar a primeira. Agora, estão prontas para ser arremessadas contra Cristo. São habilidades que servem para justificar o mal, ignorando e esquecendo o bem que se pratica. No final, os acusadores acabam por renegar o próprio Jesus e conduzem-n’O até ao Calvário.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Abraão será Pai de uma multitude de nações;
A tua descendência será grande, incontável;
De tantos lados e países acorrerão multidões,
Serás pai para ela: tua missão é admirável.

Será o começo da Aliança para sempre, definitiva,
A que se prolonga no tempo, rica, cheia de graça;
Aliança que, em tudo, se preocupa com a vida,
Hoje e sempre, em todo o tempo que passa.

Aliança que muitos judeus não respeitaram,
Que não se voltaram para a força da Palavra.
Ao contrário: com sonhos que outros ajudaram,
Destroem a glória do Senhor que em nós se grava.

Não tens cinquenta anos e já viste Abrão?
Em verdade, antes de Abrão eu já existia.
Vim partilhar a vossa humana condição
E chamar a todos a uma verdadeira alegria.

Teófilo Minga, fms