Sexta feira - 31 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 54-58

Naquele tempo, Jesus foi à sua terra e começou a ensinar os que estavam na sinagoga, de tal modo que ficavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem esta sabedoria e este poder de fazer milagres? Não é Ele o filho do carpinteiro? A sua Mãe não se chama Maria e os seus irmãos Tiago, José, Simão e Judas? E as suas irmãs não vivem entre nós? De onde Lhe vem tudo isto?». E estavam escandalizados com Ele. Mas Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra e em sua casa». E por causa da falta de fé daquela gente, Jesus não fez ali muitos milagres.

Outras leituras do dia: Lev 23, 1. 14-11. 15-16. 27. 34b-37; Sal 80 (81), 2-4. 5-6ab.10-11ab

Santo do dia
S. Inácio de Loiola, presbítero


… fazei tudo para glória de Deus. (1ª Leitura)

Apesar de sermos incapazes de acrescentar glória a Deus, devemos fazer tudo para glória de Deus. E o que é a glória de Deus? É o amor. Deus é amor, como nos diz S. João. A sua glória é que o amor se difunda. Enfiemos na nossa cabeça que a glória de Deus não são igrejas grandes, nem ouro, nem prestígio, nem diplomas, nem parecermos bem. Para percebermos Deus, temos que pôr os nossos valores de pernas para o ar. Hoje peçamos essa graça.

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Moisés fala da solenidades do Senhor,
E do tempo das assembleias sagradas
Para louvar a Deus, desde sempre o defensor
Do povo, ao longo das mais difíceis estradas.

Será tempo para oferecer sacrifícios, oblações,
Conforme o ritual proposto para cada dia;
É sobretudo um tempo-apelo aos corações
Para que a Lei do Senhor, seja nossa guia.

No Evangelho será aperfeiçoada a Lei antiga;
O Mestre, ensina com medida e autoridade;
Nos novos tempos que a pregação ainda diga
Mais fortemente, a comunhão da santidade.

E se admiravam! Não é o filho do carpinteiro?
São olhares de boa gente, mas tão limitados
Que não vão ao essencial, ao que é primeiro.
Em Jesus, Deus connosco, somos sempre amados.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 30 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 47-53

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: «O reino dos Céus é semelhante a uma rede que, lançada ao mar, apanha toda a espécie de peixes. Logo que se enche, puxam-na para a praia e, sentando-se, escolhem os bons para os cestos e o que não presta deitam-no fora. Assim será no fim do mundo: os Anjos sairão a separar os maus do meio dos justos e a lançá-los na fornalha ardente. Aí haverá choro e ranger de dentes. Entendestes tudo isto?». Eles responderam-Lhe: «Entendemos». Disse-lhes então Jesus: «Por isso, todo o escriba instruído sobre o reino dos Céus é semelhante a um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas». Quando acabou de proferir estas parábolas, Jesus continuou o seu caminho.

Outras leituras do dia: Ex 40, 16-21. 34-38; Sal 83 (84), 3. 4. 5-6a e 8b. 11


O meu ser e a minha carne exultam no Deus vivo. (Salmo)

Há momentos privilegiados em que sentimos Deus dentro de nós, ou uma exaltação ou uma suavidade ou uma intuição ou uma certeza de que é Deus que nos fala. Depois, esta sensação passa e a nossa vida volta ao normal. Mas aqueles momentos ficam como pilares de uma ponte que é a nossa vida. Agarremo-los bem. Eles podem dar-nos muita coragem quando as coisas correm mal. Se não fosse assim, para que é que serviriam? Hoje, recordemos um deles.

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O que o Senhor disse, Moisés executa fielmente;
Montou o santo Tabernáculo logo no primeiro dia;
Faz tudo como o Senhor tinha dito exatamente,
Era fiel totalmente ao que o Senhor dizia.

Na Arca mete as Tábuas dos mandamentos
E depois sobre ela colocou o véu de proteção;
Ali a glória do Senhor em todos os momentos,
Glória divina acolhida com amor no coração.

Glória divina que se encontra nos céus, agora,
Mas também em toda a parte onde o respeito
Do homem é promovido sempre e sem demora;
O homem, a obra sublime de Deus, o seu eleito.

Ele tira do seu tesouro coisas novas e velhas,
Para melhor compreender Deus e seu ensino,
A sua sabedoria está atenta a todas as centelhas
Que vêm de Deus; o humano cheio do divino.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 29 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 11, 19-27

Naquele tempo, muitos judeus tinham ido visitar Marta e Maria, para lhes apresentar condolências pela morte do irmão. Quando ouviu dizer que Jesus estava a chegar, Marta saiu ao seu encontro, enquanto Maria ficou sentada em casa. Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui, meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo».

Outras leituras do dia: Ex 34, 29-35; Sal 98 (99), 5. 6. 7. 8

Santo do dia
S. Marta


… tudo o que pedires a Deus, Deus To concederá. (Evangelho)

Deus não anda com uma varinha mágica a fazer que tudo o que acontece seja o melhor para nós, no sentido de ser o mais agradável. Mas se estivermos em sintonia com Ele, transforma tudo em maneiras de nos unirmos mais a Ele. E isto é o objectivo máximo da nossa vida: a união com Deus. Agora, claro que isto é muito bonito de dizer a frio. Mas penso verdadeiramente que pode ajudar o leitor em alturas de maior sofrimento. O leitor reze sobre isto.

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Amai-vos uns aos outros que Deus vos ama;
Sereis então os sacramentos do seu amor.
Seja esta a verdade que o vosso amor proclama
Em todos os tempos… É o que agrada ao Senhor!

Deus nos amou tanto que enviou o seu Filho;
Se nos amamos faremos sempre sua vontade
E mostraremos ao mundo a luz do seu brilho
Que irradia entre nós a soleira da eternidade.

Tal como aconteceu a Lázaro, irmão de Maria;
Morto? Vede, só pode viver para a eternidade.
“Se tivesses estado aqui, meu irmão não morria”
Não temas: eu o ressuscitarei para tua felicidade.

É assim, quem acredita não morre eternamente,
Pela força do Filho de Deus, vindo ao mundo.
Ele é o Senhor da vida: este é o maior presente
Que Ele vos dá. Presente de amor tão profundo!

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 28 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 36-43

Naquele tempo, Jesus deixou a multidão e foi para casa. Os discípulos aproximaram-se d’Ele e disseram-Lhe: «Explica-nos a parábola do joio no campo». Jesus respondeu: «Aquele que semeia a boa semente é o Filho do homem e o campo é o mundo. A boa semente são os filhos do reino, o joio são os filhos do Maligno e o inimigo que o semeou é o Diabo. A ceifa é o fim do mundo e os ceifeiros são os Anjos. Como o joio é apanhado e queimado no fogo, assim será no fim do mundo: o Filho do homem enviará os seus Anjos, que tirarão do seu reino todos os escandalosos e todos os que praticam a iniquidade, e hão-de lançá-los na fornalha ardente; aí haverá choro e ranger de dentes. Então, os justos brilharão como o sol no reino do seu Pai. Quem tem ouvidos, oiça».

Outras leituras do dia: Ex 33, 7-11 – 34, 5b-9. 28; Sal 102 (103), 6-7. 8-9. 10-11.


… lançá-los na fornalha ardente. (Evangelho)

O resultado desta ceifa contempla a hipótese das pessoas, durante toda a sua vida, rejeitarem seguir a sua consciência. E, naturalmente, ao ressuscitarem, continuarão a não estar com os que a seguiram. Reparemos que Deus faz tudo para nos mostrar o caminho da salvação. Mas como não nos tira a liberdade, temos capacidade de escolha até ao último minuto. Portanto o leitor – sem neuroses – esteja atento às suas escolhas, minuto a minuto.

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Na Tenda do Encontro, fora do acampamento,
Moisés rezava e ia ao encontro do Senhor;
Rezava-lhe como a um amigo de todo o momento;
A oração era uma súplica, um pedido, um clamor.

Tu és Senhor um Deus clemente e compassivo;
Olha pelo Teu povo pecador, com fidelidade,
Perdoa-lhe este seu comportamento abusivo,
Esta falta grande amor… Tu, Senhor, és bondade!

Fomos muitas vezes, Senhor, um povo insubmisso;
Mas, Senhor, digna-Te caminhar ainda entre nós;
Esquece o nosso pecado; esquece o nosso vício,
Perdoa as nossas faltas, Senhor; não nos deixes sós.

Contigo voltaremos a ser a boa semente,
Produziremos frutos no campo que é o mundo,
Para que o Teu Reino esteja ainda mais presente
Entre nós, com seu brilho intenso e profundo.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 27 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 31-35

Naquele tempo, Jesus disse ainda à multidão a seguinte parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou no seu campo. Sendo a menor de todas as sementes, depois de crescer, é a maior de todas as hortaliças e torna-se árvore, de modo que as aves do céu vêm abrigar-se nos seus ramos». Disse-lhes outra parábola: «O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento que uma mulher toma e mistura em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado». Tudo isto disse Jesus em parábolas, e sem parábolas nada lhes dizia, a fim de se cumprir o que fora anunciado pelo profeta, que disse: «Abrirei a minha boca em parábolas, proclamarei verdades ocultas desde a criação do mundo».

Outras leituras do dia: Ex 32, 15-24. 30-34; Sal 105 (106), 19-20. 21-22. 23


O reino dos Céus pode comparar-se ao fermento. (Evangelho)

O reino dos Céus é o fermento e nós somos a massa que ele leveda. Mas, na nossa liberdade, temos que deixar o Reino fermentar-nos. Por outro lado, nós, como parte do Reino, também somos fermento que leveda a massa. Temos de cumprir esta dupla missão. É uma missão mais passiva e outra missão mais activa. É o cuidado pelo outro e o deixarmo-nos cuidar pelo outro. (Não vá esse outro ser Deus que nos quer cuidar).

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Moisés descia com as tábuas da Lei
Quando ouviu gritos de guerra entre a gente.
Que se passava com o seu povo, com a sua grei,
Para este frenesim de ruído tão surpreendente?

Surpreendido vê o brilho de um bezerro,
Um bezerro de ouro a quem o povo dançava;
Ficou cheio de indignação ao ver tamanho erro,
Ao ver o grande pecado que o povo praticava.

Moisés intercede para obter o perdão
Deste povo de cerviz dura, povo infiel.
Salve o povo; seja para ele a perdição,
É sua oração frente ao Deus de Israel.

Constrói-se o Reino dos Céus na bondade,
O Reino de que Jesus falava às multidões.
Trabalhemos para que este Reno de liberdade,
Esteja sempre no centro de todos os corações.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 26 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XVII DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. João 6, 1-15

Naquele tempo, Jesus partiu para o outro lado do mar da Galileia, também chamado de Tiberíades. Seguia-O numerosa multidão, por ver os milagres que Ele realizava nos doentes. Jesus subiu a um monte e sentou-Se aí com os seus discípulos. Estava próxima a Páscoa, a festa dos judeus. Erguendo os olhos e vendo que uma grande multidão vinha ao seu encontro, Jesus disse a Filipe: «Onde havemos de comprar pão para lhes dar de comer?» Dizia isto para o experimentar, pois Ele bem sabia o que ia fazer. Respondeu-Lhe Filipe: «Duzentos denários de pão não chegam para dar um bocadinho a cada um». Disse-Lhe um dos discípulos, André, irmão de Simão Pedro: «Está aqui um rapazito que tem cinco pães de cevada e dois peixes. Mas que é isso para tanta gente?» Jesus respondeu: «Mandai-os sentar». Havia muita erva naquele lugar e os homens sentaram-se em número de uns cinco mil. Então, Jesus tomou os pães, deu graças e distribuiu-os aos que estavam sentados, fazendo o mesmo com os peixes; e comeram quanto quiseram. Quando ficaram saciados, Jesus disse aos discípulos: «Recolhei os bocados que sobraram, para que nada se perca». Recolheram-nos e encheram doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido. Quando viram o milagre que Jesus fizera, aqueles homens começaram a dizer: «Este é, na verdade, o Profeta que estava para vir ao mundo». Mas Jesus, sabendo que viriam buscá-l’O para O fazerem rei, retirou-Se novamente, sozinho, para o monte.

Outras leituras do dia: 2 Reis 4, 42-44; Sal 144 (145), 10-11. 15-16. 17-18; Ef 4, 1-6

Santo do dia
S. Joaquim e S. Ana, pais de Nossa Senhora


O tempo de Verão e de férias é uma boa oportunidade para parar e avaliar a forma como estamos a viver a vida cristã. Especificamente, é importante tomar consciência da importância que a Eucaristia tem como alimento da fé, da esperança e da caridade. É por aqui que a liturgia de hoje nos convida a meditar.
O Evangelho de S. João traz-nos a cena da multiplicação dos pães e dos peixes. Como ponto de partida da cena evangélica, o segundo Livro dos Reis traz-nos o profeta Eliseu a saciar a fome a muita gente. Recolhidos os primeiros frutos da colheita, faz-se pão com o qual o profeta diz: «Dá-os a comer a essa gente, porque assim fala o Senhor: “Comerão e ainda há-de sobrar”». O alimento que sacia é feito com o que cada um traz e é na partilha do pouco que Deus faz que todos tenham o que necessitam para viver. O Senhor é generoso na oferta dos dons que transformam a vida dos crentes, quando estes se dispõem a colaborar na obra de salvação. Estamos disponíveis para colaborar na construção do reino de Deus?
Introduzido, assim, o ambiente em que hoje encontramos Jesus, diz-nos o Evangelho que estava próxima a festa da Páscoa. Jesus atravessa o mar de Tiberíades, sobe ao monte com os discípulos e dá-se conta que a multidão que os acompanha não tem que comer. Pede então que se recolha o pouco alimento disponível, cinco pães e dois peixes, com os quais faz uma oração de acção de graças que permite alimentar tanta gente. É tão grande a abundância que o Evangelista comenta que se recolheram «doze cestos com os bocados dos cinco pães de cevada que sobraram aos que tinham comido», mais de cinco mil pessoas. Estamos diante do anúncio da Eucaristia, no qual vários pormenores nos saltam à vista. O primeiro é a proximidade da Páscoa dos judeus, que evoca a grande festa que marcará a centralidade da vida dos cristãos: o mistério de salvação da morte e ressurreição de Cristo. De seguida, o olhar atento de Jesus que conhece as fomes mais profundas da humanidade, que Se comove com a sua miséria e toma a iniciativa de a saciar. Em terceiro lugar, a desproporção entre o pouco de cada um e a abundância do pão que sacia a fome da multidão. Por fim, a consciência do que se consegue quando todos colocam o que têm nas mãos de Deus. É este o mistério da Eucaristia, a celebração da Páscoa do Senhor, que nos recorda como Deus vem para saciar as fomes do mundo, como Jesus Se faz alimento em abundância e só nos pede que colaboremos, dispondo-nos a ir ao seu encontro em gestos de partilha e de generosidade. Diante desta cena, vale a pena questionarmos a forma como vivemos a Eucaristia. Que espaço lhe damos na nossa semana? Como a preparamos e a vivemos?
Por fim, a Epístola do apóstolo S. Paulo aos Efésios lembra-nos que a Eucaristia faz dos cristãos «um só Corpo e um só Espírito». Alimentados do corpo de Cristo, aprendemos a proceder com humildade, mansidão e paciência, a agir com caridade, empenhados «em manter a unidade de espírito pelo vínculo da paz».

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Eram vinte pães de cevada e um saco de trigo;
Eliseu diz para dar de comer a toda a gente;
O criado acha estranho este conselho amigo;
Sobrará ainda pão, o Homem de Deus está crente.

Jesus fará o mesmo milagre mas aumentado;
Seguia a Jesus uma grande, numerosa multidão;
Jesus experimenta Filipe que se sente desanimado;
Onde vamos encontrar para esta gente tanto pão?

Com cinco pães e mais dois peixes, ali ao lado,
Jesus sabe o que fazer: rezar ao Pai e dar graças;
O pão aparece, por milagre, altamente multiplicado,
Eram cinco mil por ali sentados naquelas praças.

Este milagre é para nós também um apelo,
A sermos grandes na compaixão e na partilha;
Ao que está em necessidade vamos socorrê-lo,
A caridade vinda de Deus é a maior maravilha.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 25 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 20, 20-28

Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com os filhos e prostrou-se para Lhe fazer um pedido. Jesus perguntou-lhe: «Que queres?». Ela disse-Lhe: «Ordena que estes meus dois filhos se sentem no teu reino um à tua direita e outro à tua esquerda». Jesus respondeu: «Não sabeis o que estais a pedir. Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?». Eles disseram: «Podemos». Então Jesus declarou-lhes: «Bebereis do meu cálice. Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda não pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem meu Pai o designou». Os outros dez, que tinham escutado, indignaram-se com os dois irmãos. Mas Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós. Quem entre vós quiser tornar-se grande seja vosso servo e quem entre vós quiser ser o primeiro seja vosso escravo. Será como o filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção dos homens».

Outras leituras do dia: 2 Cor 4, 7-15; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6

Santo do dia
S. Tiago, Apóstolo


… os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder [sobre as nações]. Não deve ser assim entre vós. (Evangelho)

Há muitas situações em que estamos numa posição de poder e não o devemos fazer sentir aos outros. Além disso, devemos cuidar de um modo particular dos mais fracos à nossa volta. Podem ser os nossos filhos pequenos, os membros mais frágeis das nossas comunidades, as pessoas que nos servem, dentro ou fora de casa. Todos eles estão sujeitos a experimentar o nosso poder, de uma maneira pesada ou subtil! Hoje, examinemo-nos.

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Trazemos em vasos de barro um tesouro;
É um chamamento constante à humildade;
Temos assim uma riqueza maior que o ouro
Que nos conduz a Deus, à sua liberdade.

Somos oprimidos mas nunca esmagados;
Trazemos em nós mesmo a morte de Jesus;
Andamos hesitantes mas nunca abandonados,
Entregues à morte, a ressurreição é nossa luz.

Não nos importemos com os primeiros lugares,
Como aquela mãe que pede para os seus filhos,
Lá nos altos céus, supremas honras de altares;
Não sabia o que pedia ao pensar em tantos brilhos.

Os outros dez não gostaram de história,
E Jesus aproveita para uma catequese invulgar;
Não sejais como os do mundo; roubam a vitória
Para oprimir os outros que querem avançar.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 24 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 18-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Escutai o que significa a parábola do semeador: Quando um homem ouve a palavra do reino e não a compreende, vem o Maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração. Este é o que recebeu a semente ao longo do caminho. Aquele que recebeu a semente em sítios pedregosos é o que ouve a palavra e a acolhe de momento com alegria, mas não tem raiz em si mesmo, porque é inconstante, e, ao chegar a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbe logo. Aquele que recebeu a semente entre espinhos é o que ouve a palavra, mas os cuidados deste mundo e a sedução da riqueza sufocam a palavra, que assim não dá fruto. E aquele que recebeu a palavra em boa terra é o que ouve a palavra e a compreende. Esse dá fruto e produz ora cem, ora sessenta, ora trinta por um».

Outras leituras do dia: Ex 20, 1-17; Sal 18 B (19), 8-9. 10. 11


Quando um homem ouve a palavra do Reino e não a compreende… (Evangelho)

Jesus usa «compreender» no sentido de «acolher». Se não acolhemos a «palavra do Reino», o Maligno arranca-a do nosso coração. E quem é o maligno? Pode ser o Maligno em si, mas também a pressa, as preocupações do dia-a-dia, o cansaço, a distracção, enfim, tudo o que nos afasta da meditação da palavra. E a meditação da palavra também não é necessariamente a meditação da Escritura, mas de alguma coisa que venha de Deus.

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Fui Eu que da terra do Egito te tirei,
Não terás nenhum deus além de MIM;
Sou Eu o teu Senhor que no início te criei,
Não Me faças em imagens ou coisas assim.

Lembra-te do sábado, é dia santificado;
Durante seis dias farás o que tens a fazer;
Assim fiz Eu quando o Universo foi edificado,
O sétimo dia seja de encontro e bem-fazer.

Pratica sempre os meus mandamentos,
Nunca cobices ou desejes o que é alheio;
Centra-te no Senhor em todos os momentos,
Não matarás, não furtarás… tudo isso é feio.

Sê como a boa terra que acolhe a semente,
Onde se semeia um, mas onde se colhem cem;
Serás assim meu testemunho ante toda a gente,
Serás sacramento de Cristo na terra também.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 23 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. João 15, 1-8

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Ele corta todo o ramo que está em Mim e não dá fruto e limpa todo aquele que dá fruto, para que dê ainda mais fruto. Vós já estais limpos, por causa da palavra que vos anunciei. Permanecei em Mim e Eu permanecerei em vós. Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim também vós, se não permanecerdes em Mim. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Se alguém permanece em Mim e Eu nele, esse dá muito fruto, porque sem Mim nada podeis fazer. Se alguém não permanece em Mim, será lançado fora, como o ramo, e secará. Esses ramos, apanham-nos, lançam-nos ao fogo e eles ardem. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. Então vos tornareis meus discípulos».

Outras leituras do dia: Gal 2, 19-20; Sal 33, 2-3. 4-5. 6-7. 8-9. 10-11

Santo do dia
S. Brígida, religiosa, Padroeira da Europa


Eu sou a... videira. Meu Pai trata da vinha. Ele corta todos os ramos que... não dão fruto. (Evangelho)

Devemos pedir ao Pai que nos corte os ramos por duas razões: porque Ele, melhor que ninguém, sabe quais os que devem ser cortados e porque, sem os ramos velhos, a vide dá muito mais fruto. Nós temos que «nos deixar cortar». O que pode ser doloroso. Mas tenhamos sempre em vista o resultado final. Tenhamos isto presente na nossa oração de hoje.

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Pela Lei morri para viver para Deus,
Crucificado, já não sou eu que vivo;
Bem na Cruz estão os amores meus;
Cristo morre por mim, isso é decisivo!

Aí estou: eu mesmo me sinto confundido,
Por tão grande amor! Entregou-se por mim!
Dom divino, que me deixa redimido,
A rezar aos céus, admirado: “Como assim?!”

Também agora somos convidados
A viver em Jesus, para nele dar fruto;
À unidade com Jesus somos chamados,
Dois em um, em grau absoluto!

Sem Mim, vós nada podeis fazer:
Eu sou a videira, vós sois os ramos!
Sereis meus discípulos ao permanecer
Comigo e eu em vós ao longo dos anos!

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 22 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 13, 1-9

Naquele dia, Jesus saiu de casa e foi sentar-Se à beira-mar. Reuniu-se à sua volta tão grande multidão que teve de subir para um barco e sentar-Se, enquanto a multidão ficava na margem. Disse muitas coisas em parábolas, nestes termos: «Saiu o semeador a semear. Quando semeava, caíram algumas sementes ao longo do caminho: vieram as aves e comeram-nas. Outras caíram em sítios pedregosos, onde não havia muita terra, e logo nasceram porque a terra era pouco profunda; mas depois de nascer o sol, queimaram-se e secaram, por não terem raiz. Outras caíram entre espinhos e os espinhos cresceram e afogaram-nas. Outras caíram em boa terra e deram fruto: umas, cem; outras, sessenta; outras, trinta por um. Quem tem ouvidos, oiça».

Outras leituras do dia: Ex 16, 1-5. 9-15; Sal 77 (78), 18-19. 23-24. 25-26. 27-28

Santo do dia
S. Maria Madalena


Naquele dia, Jesus saiu de casa... (Evangelho)

É muito raro pensarmos em Jesus dentro de casa, pensarmos na vida doméstica de Jesus. Pelo menos, eu nunca ouvi nada nem vi nada escrito sobre isso. Mas não me parece descabido pedir a Jesus que nos ajude a estar em casa como Ele gostaria que estivéssemos. Aqui, o leitor é que sabe o que precisa, mas vá-se habituando a ver Jesus ajudá-lo em sua casa. Veja isso na sua oração de hoje.

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Os filhos de Israel entraram em murmurações
E no deserto falaram contra Moisés e Aarão:
Quereis deixar morrer à fome estas multidões?
Era o clamor angustiado que saia do coração.

N deserto aparece o Senhor em Sua glória;
O Senhor ouviu o murmúrio do seu povo;
Não vai acabar no deserto a sua história;
Na manhã de cada dia vereis algo de novo.

Deus lhe manda uma comida vinda do céu.
“O que é isto?” Pois não sabiam o que era.
Deus não pode jamais abandonar o povo seu.
Para o povo aparece a vida de nova primavera!

Como a semente que à terra é lançada,
Muita se pede por falta de profundidade;
Acolhida a do Senhor não se perde em nada.
Produz cem por um: como é bela esta verdade.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 21 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 12, 46-50

Naquele tempo, enquanto Jesus estava a falar à multidão, chegaram sua Mãe e seus irmãos. Ficaram do lado de fora e queriam falar-Lhe. Alguém Lhe disse: «Tua Mãe e teus irmãos estão lá fora e querem falar contigo». Mas Jesus respondeu a quem O avisou: «Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?». E apontando para os discípulos, disse: «Estes são a minha mãe e os meus irmãos: todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe».

Outras leituras do dia: Ex 14, 21 – 15, 1; Sal Ex 15, 8. 9. 10 e 12.13 e 17


Cantemos ao Senhor, que fez brilhar a sua glória. (1ª Leitura)

Deixa que a glória de Deus brilhe em si? Deixa que Deus o ame? Sente que Deus o ama? Não foge de Deus? O que é que acha que Deus sente a seu respeito? E que é que o leitor faz para que essa glória – o amor de Deus – se reproduza, extravase? Como é que essa glória brilha em si, como é que a glória brilha através de si? Como é que o leitor ama e ao amar transmite a glória de Deus?

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Israel penetra no mar a pé enxuto;
No campo egípcio há grande confusão;
Um exército em força, último reduto,
Quer travar um povo que foge da opressão.

As águas submergem cavalo e cavaleiro,
Os filhos de Israel cantam, louvam ao Senhor;
Este milagre foi vivido pelo povo inteiro
Que agora exulta depois de tanta dor.

E canta ao Senhor um hino de glória,
Como as multidões ao redor de Jesus;
Conservam seu ensinamento na memória;
Querem segui-lo; é o pastor que os conduz.

Fazem-lhe notar que seus irmãos estão lá fora
Ei-los que vêm porque com Ele querem falar.
Mas o ensinamento é outro, diferente agora:
Minha família? A que a minha vontade praticar!

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 20 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 12, 38-42

Naquele tempo, alguns escribas e fariseus disseram a Jesus: «Mestre, queremos ver um sinal da tua parte». Mas Jesus respondeu-lhes: «Esta geração perversa e infiel pretende um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal do profeta Jonas. Assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim o Filho do homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do Juízo, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência quando Jonas pregou; e aqui está quem é maior do que Jonas. No dia do Juízo, a rainha do Sul erguer-se-á com esta geração e há-de condená-la, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão».

Outras leituras do dia: Ex 14, 5-18; Sal Ex 15, 1-2. 3-4. 5-6


… e aqui está quem é maior que Salomão. (Evangelho)

Ser maior que Salomão seria uma coisa extravagante. E, no entanto, Jesus era um homem manso e humilde, que só Se irritava com os fariseus e outros que tais, cuja magnificência estava no seu interior. Como é que era maior que Salomão? É uma inversão de valores completa. Sim, é uma inversão de valores completa e que vem até aos nossos dias. Mas que ainda não penetrou no coração dos povos. E no coração do leitor?

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O povo israelita já estava em fuga;
É notícia que chega aos ouvidos do rei;
Este torce os olhos, a sua face se enruga…
A todo o custo esse povo perseguirei.

E persegue-o com seus carros e cavalos;
A Infantaria também os persegue no caminho;
Estão ali à beira-mar; é preciso devasta-los
E fazer da sua fuga um verdadeiro espinho.

Quando se veem por este exército perseguidos,
Começam a lançar impropérios contra Moisés.
Porque nos tiraste do Egito? Estamos estarrecidos!
Parece que o mundo desaba debaixo de nossos pés.

Moisés condutor do povo pede confiança no Senhor:
Confiai; não sejais uma geração perversa e infiel,
O sinal de Jonas deixa muitas perguntas ao redor,
Mas diz: do ventre da terra surge o Senhor sempre fiel.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 19 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XVI DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 6, 30-34

Naquele tempo, os Apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-Lhe tudo o que tinham feito e ensinado. Então Jesus disse-lhes: «Vinde comigo para um lugar isolado e descansai um pouco». De facto, havia sempre tanta gente a chegar e a partir que eles nem tinham tempo de comer. Partiram, então, de barco para um lugar isolado, sem mais ninguém. Vendo-os afastar-se, muitos perceberam para onde iam; e, de todas as cidades, acorreram a pé para aquele lugar e chegaram lá primeiro que eles. Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

Outras leituras do dia: Jer 23, 1-6; Sal 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6; Ef 2, 13-18


Uma das imagens predilectas da solicitude de Deus pelo seu povo é a do pastor que guarda o seu rebanho. Tirada do quotidiano da vida dos homens, é uma imagem que revela o amor misericordioso que Deus tem por cada um de nós.
Na primeira leitura, o profeta Jeremias acusa os «maus pastores» de satisfazem os seus interesses pessoais à custa do sacrifício das ovelhas. Fragilizam o rebanho porque dispersam as ovelhas para se enriquecerem. Na força da denúncia desta injustiça, o Senhor promete enviar novos pastores que defendam, protejam e guiem em segurança as ovelhas: «Ai dos pastores que perdem e dispersam as ovelhas do meu rebanho! Eu mesmo reunirei o resto das minhas ovelhas e as farei voltar às suas pastagens. Dar-lhes-ei pastores que as apascentem e não mais terão medo nem sobressalto; nem se perderá nenhuma delas». Está em causa o abuso de poder de alguns, que em vez de servirem aqueles a quem são enviados, se servem deles para atingir objectivos pessoais. Infelizmente, o mesmo sucede ainda hoje. Muitos governantes, seja em cargos políticos, seja até quem lidera comunidades cristãs, agem mais por interesses próprios que pelo bem comum e pela construção do Reino. Como diz o Papa Francisco, o pastor é aquele que vai ao encontro do rebanho, que se deixar impregnar do seu odor e que sente as suas vidas a partir de dentro. Só assim, encarnando na vida real das pessoas que mais sofrem, se conhece verdadeiramente o que precisam e como actuar em seu benefício.
A mesma impressão tinha Jesus quando Se comovia ao ver a miséria humana. Depois do regresso dos discípulos, enviados dois a dois a pregar o arrependimento dos pecados, a libertar os corações aprisionados pelo mal e a curar as enfermidades, Jesus reúne-Se com eles num lugar isolado para descansar e rezar. E nem aí tem descanso porque todos O procuram. O Evangelista S. Marcos chega mesmo a dizer que Jesus, ao ver uma grande multidão à sua espera, desejosa de O ouvir, «compadeceu-Se de toda aquela gente, porque eram como ovelhas sem pastor». Jesus sabe bem que o rebanho é propriedade sua, confiado pelo Pai para que viva uma vida nova. Por isso, o próprio Jeremias profetizara: «Dias virão, diz o Senhor, em que farei surgir para David um rebento justo. Será um verdadeiro rei e governará com sabedoria; há-de exercer no país o direito e a justiça». Jesus compadece-Se de quem sofre, de quem vive sem rumo e perdido, de quem não é amado e confortado, acolhido na sua dignidade de ser humano. Jesus é o Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas, comove-Se com elas e vem ao seu encontro. Mas precisa de cada um de nós para que a sua Missão não tenha fim. A cada um é pedido que seja também pastor, que se responsabilize por quem vive à sua volta, que trabalhe pela paz, pela promoção da justiça e pela defesa da verdade.
«Cristo veio anunciar a boa nova da paz», diz-nos o apóstolo S. Paulo na Epístola aos Efésios. Este é o anúncio do Bom Pastor. O que fazemos para que este anúncio continue a ecoar ainda hoje, na realidade onde estamos inseridos?

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Ai dos pastores que arruínam as ovelhas
E delas não se preocupam ou têm cuidado;
Pastores corruptos de condutas velhas,
Pelas quais, pelo Senhor, vão ser castigados.

Diferente foi Jesus, em seu sangue nos aproxima,
Os de longe e os de perto; para todos é a nossa paz;
Na Cruz, no seu sacrifício derradeiro nos ensina
A eliminar as barreiras que a inimizade nos traz.

Ele fez em Si próprio um só homem novo,
Reconciliou-nos a uns e outros, reunidos
Num só corpo e na unidade de um só povo,
No Espírito e no Pai de quem somos queridos.

Ele que chama os apóstolos a descansar;
Vinde comigo, vinde a um sítio mais isolado.
Tanta gente para comer; mas deveis parar…
Vinde, descansai comigo, aqui a meu lado.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 18 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 12, 14-21

Naquele tempo, os fariseus reuniram conselho contra Jesus, a fim de O fazerem desaparecer. Mas Jesus, ao saber disso, retirou-Se dali. Muitos O seguiram e Ele curou-os a todos, mas intimou-os que não descobrissem quem Ele era, para se cumprir o que o profeta Isaías anunciara, ao dizer: «Eis o meu servo, a quem Eu escolhi, o meu predilecto, em quem se compraz a minha alma. Sobre ele farei repousar o meu Espírito, para que anuncie a justiça às nações. Não discutirá nem clamará, nem se fará ouvir a sua voz nas praças. Não quebrará a cana já fendida, nem apagará a torcida que ainda fumega, enquanto não levar a justiça à vitória; e as nações colocarão a esperança no seu nome».

Outras leituras do dia: Ex 12, 37-42; Sal 135 (136), 1 e 23-24. 10-12. 13-15


… a fim de O fazerem desaparecer. (Evangelho)

Temos tendência a fazer desaparecer o que nos incomoda. E pode ser que haja uma mensagem de Deus no que nos incomoda. Porque o que nos incomoda tem uma função: picar-nos. Desde logo, dar mais realce ao seu contrário, como o azedo ao doce. Muitas vezes, no que nos incomoda há um desafio a superar. Se agradecemos a Deus o que temos de bom, agradeçamos também os desafios. Os desafios são escadas para Deus. (Se não quisermos lutar sozinhos.)

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Saíram então os Israelitas do Egito,
Eram seiscentos mil os que marchavam;
Sentiam-se já como um povo bendito,
Ao longe a terra prometida que sonhavam.

Aquela noite da saída será especial,
Será uma noite de vigília para o Senhor,
A noite em que comem o cordeiro pascal,
A noite da liberdade, mais futuro e melhor.

Os judeus por este tempo vão deliberar
Em conselho contra o servo, Jesus de Nazaré;
É preciso fazer alguma coisa para eliminar
Este profeta que pões os coxos de pé

E cura a gente de tantas enfermidades;
É o Servo do Senhor que foi escolhido;
Sofrerá toda a espécie de atrocidades,
Mas nele somos todos um povo redimido.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 17 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Nossa Senhora do Carmo

Evangelho segundo S. Mateus 12, 1-8

Naquele tempo, Jesus passou através das searas em dia de sábado e os discípulos, sentindo fome, começaram a apanhar e a comer espigas. Os fariseus viram e disseram a Jesus: «Vê como os teus discípulos estão a fazer o que não é permitido ao sábado». Jesus respondeu-lhes: «Não lestes o que fez David, quando ele e os seus companheiros sentiram fome? Entrou na casa de Deus e comeu dos pães da proposição, que não era permitido comer, nem a ele nem aos seus companheiros, mas somente aos sacerdotes. Também não lestes na Lei que, ao sábado, no templo, os sacerdotes violam o repouso sabático e ficam isentos de culpa? Eu vos digo que está aqui alguém que é maior que o templo. Se soubésseis o que significa: ‘Eu quero misericórdia e não sacrifício’, não condenaríeis os que não têm culpa. Porque o Filho do homem é Senhor do sábado».

Outras leituras do dia: Ex 11, 10 – 12, 14; Sal 115 (116), 12-13. 15-16bc. 17-18


Eu quero misericórdia e não sacrifício. (Evangelho)

A Igreja tem dado uma importância extraordinária ao sacrifício pessoal e infinitamente menos à misericórdia. (Basta pensar no Advento e na Quaresma.) A nível comunitário, a Igreja desenvolveu a caridade para com os necessitados, mas a compaixão pelos pecadores – a misericórdia – e o amor ao próximo (individual) e a si mesmo é uma parte da doutrina muito menos desenvolvida. Por isso, é importante perguntarmo-nos: temos essa doutrina no coração?

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Faziam muitos prodígios Moisés e Aarão;
Mas o faraó não deixou sair os filhos de Israel;
Nós sabemos que se lhe endureceu o coração;
Um coração de pedra ou de vinagre ou de fel.

Haverá um tempo em que comerão o cordeiro,
Um cordeiro sem defeito, com um ao de idade,
Prelúdio de outro sacrifício, mais tarde, no madeiro,
Sacrifício suficiente para salvar a humanidade.

Para Israel este dia seria uma data memorável;
Celebrariam uma festa em honra d Senhor;
Uma festa a todos os títulos grande, admirável,
Que recorda os benefícios de Deus, seu amor.

Era a Páscoa antiga onde tudo respira liberdade,
Depois haverá outra Páscoa, a nossa, definitiva;
Caem por terra leis que esquecem a bondade:
Prefiro a misericórdia e que o pecador viva.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 16 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 11, 28-30

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Vinde a Mim, todos os que andais cansados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Porque o meu jugo é suave e a minha carga é leve».

Outras leituras do dia: Ex 3, 13-20; Sal 104 (105), 1 e 5. 8-9. 24-25. 26-27


Aprendei de Mim, que sou manso e humilde... (Evangelho)

Temos, pois, que ser mansos e humildes. São qualidades bonitas, mas um bocadinho etéreas. O que é que isso quer dizer, na prática? Não ser arrogante, não ser orgulhoso… E a mansidão também não é fraqueza, é talvez placidez. Mas se a aprendermos de Cristo, veremos que é uma placidez que se exalta com a injustiça, uma placidez que não é bacoquice, que não é opacidade. É uma placidez arguta, inteligente e muito forte quando lida com as injustiças. Observar o outro com placidez, defender o fraco com fortaleza…

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Moisés foi enviado aos filhos de Israel;
Era o Deus de Jacob, de Isaac, de Israel;
A um país onde correm o leite e o mel,
Deus os levaria, livres de toda a escravidão.

Vai retirá-los da terra onde foram humilhados,
O país do Egito onde o que viviam não era vida;
De facto por todo o lado eram muito explorados,
Era tempo de acabar com esta situação e medida.

Pode o rei do Egito não os deixar partir,
Mas a mão do Senhor Deus é poderosa;
Já se imaginam outros tempos no porvir;
Melhores sem que tudo seja cor-de-rosa.

Também nós por Jesus somos convidados
A caminhar juntos com Ele. Ele nos dizia:
Mesmo se por aí andais sobrecarregados,
O Senhor é vosso Rochedo, vosso guia.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 15 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 11, 25-27

Naquele tempo, Jesus exclamou: «Eu Te bendigo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas verdades aos sábios e inteligentes e as revelaste aos pequeninos. Sim, Pai, Eu Te bendigo, porque assim foi do teu agrado. Tudo Me foi dado por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar».

Outras leituras do dia: Ex 3, 1-6. 9-12; Sal 102 (103), 1-2. 3-4. 6-7

Santo do dia
S. Boaventura, bispo e doutor da Igreja


[Só] revelaste estas verdades aos pequeninos. (Evangelho)

Pequeninos aqui é sinónimo de gente simples. O que é que têm os simples de especial? São os que ouvem sem grandes perguntas, sem grandes raciocínios, sobretudo sem grandes defesas. Têm uma adesão mais irracional, mais espontânea, mais do coração. E também se atiram para a frente com menos calculismo. Abrem os braços a Deus e entregam-se, ficando com pouco para si. São estes os pequeninos. O leitor guarda pouco – ou nada – para si?

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O Anjo do Senhor aparece
Como uma chama ardente;
Moisés olha e estremece:
Que pode estar ali presente?

Então se aproxima para ver
Esta chama do meio do silvado.
Então Deus se faz entender:
“O solo que pisas é sagrado!”.

Era pois Deus que chamava:
Viu seu povo em sofrimento;
Grande missão lhe confiava:
Liberta meu povo, dá-lhe sustento.

Quem sou eu para libertar Teu povo?
Não me revelei aos sábios e inteligentes.
Vai! Contigo começa um tempo novo,
Um tempo cheio de graça, tempo diferente.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 14 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 11, 20-24

Naquele tempo, começou Jesus a censurar duramente as cidades em que se tinha realizado a maior parte dos seus milagres, por não se terem arrependido: «Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque se em Tiro e em Sidónia se tivessem realizado os milagres que em vós se realizaram, há muito teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para Tiro e Sidónia do que para vós. E tu, Cafarnaum, serás exaltada até ao céu? Até ao inferno é que descerás. Porque se em Sodoma se tivessem realizado os milagres que em ti se realizaram, ela teria permanecido até hoje. Mas Eu vos digo que no dia do Juízo haverá mais tolerância para a terra de Sodoma do que para ti».

Outras leituras do dia: Ex 2, 1-15a; Sal 68 (69), 3. 14. 30-31. 33-34


Procurai ... o Senhor e encontrareis a vida. (Salmo

«Atolei-me na lama do abismo e não tenho onde apoiar-me», diz o salmista. Sendo pobres, temos que procurar onde nos apoiarmos. E aflições, se não nos fecharem, tornam-nos mais dependentes de Deus. E lembram-nos que há Deus. Se não houvesse aflições, esquecíamos Deus e andávamos aqui todos contentes. Felicidade a mais aliena-nos. Mas há que ter um equilíbrio entre rezar de felicidade e rezar de aflição. O leitor não se esquece de rezar de felicidade, pois não?

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O menino foi escondido por três meses,
E mais tarde, nos canaviais, à beira rio;
Deus escreve a nossa história, às vezes,
Colocando-nos em situações que são desafios.

Era Moisés porque tinha sido tirado das águas;
Afinal, quando já salvo, foi dado à própria mãe,
Que acabou por ser poupada a tantas mágoas;
Deus está connosco sempre; na angústia também.

São milagres que mostram Deus, sua presença;
Jesus fará outros tantos, presente entre nós,
Em muitas cidades, chamando-as à penitência.
Mas não acreditaram: Corazim, Betsaida, ai de vós…

Se em Tiro e Sídon estes milagres fossem realizados,
Há muito, muito tempo que se teriam arrependido;
Vós, ponde em prática o que vos tenho ensinado,
Caminho de conversão, roteiro que vos sé pedido.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 13 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 10, 34 – 11, 1

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Não penseis que Eu vim trazer a paz à terra. Não vim trazer a paz, mas a espada. De facto, vim separar o filho de seu pai, a filha de sua mãe, a nora da sua sogra, de maneira que os inimigos do homem são os de sua casa. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não é digno de Mim. Quem encontrar a sua vida há-de perdê-la; e quem perder a sua vida por minha causa, há-de encontrá-la. Quem vos recebe, a Mim recebe; e quem Me recebe, recebe Aquele que Me enviou. Quem recebe um profeta por ele ser profeta, receberá a recompensa de profeta; e quem recebe um justo por ele ser justo, receberá a recompensa de justo. E se alguém der de beber, nem que seja um copo de água fresca, a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo, em verdade vos digo: não perderá a sua recompensa». Depois de ter dado estas instruções aos seus doze discípulos, Jesus partiu dali, para ir ensinar e pregar nas cidades daquela gente.

Outras leituras do dia: Ex 1, 8-14. 22; Sal 123 (124), 1-3. 4-6. 7-8


Se alguém der de beber... a um destes pequeninos, por ele ser meu discípulo... (Evangelho)

O leitor já reparou que parece que nós somos premiados se exercermos a caridade com as pessoas por elas serem discípulas de Jesus. Mas, no fundo, todos somos discípulos de Jesus porque todos (?) somos pessoas de boa vontade. Portanto, sempre que exercer a caridade, está a exercê-la a um discípulo (em sentido lato). Compenetre-se disso, hoje reze sobre isto.

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Apareceu no Egito um novo rei
Que não via bem o povo israelita,
E fez tudo para suprimir esta grei
E tirar este povo da sua vista.

Sujeitaram o povo a trabalhos forçados;
Mas, ainda que oprimido, o povo crescia;
Dão-lhe então trabalhos ainda mais pesados,
Na esperança de que assim desapareceria.

Os amigos do Senhor enfrentarão o sofrimento,
Que Ele não trouxe a paz à terra, mas a espada;
É bom estar preparado e atento a cada momento,
Para responder ao Senhor de maneira adequada.

Pelo Senhor devemos dar a própria vida
E segui-Lo tomando aos ombros nossa cruz;
Uma vida dada assim nunca é perdida;
É um amor maior para acolher Jesus.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 12 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XV DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 6, 7-13

Naquele tempo, Jesus chamou os doze Apóstolos e começou a enviá-los dois a dois. Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias, e não levassem duas túnicas. Disse-lhes também: «Quando entrardes em alguma casa, ficai nela até partirdes dali. E se não fordes recebidos em alguma localidade, se os habitantes não vos ouvirem, ao sair de lá, sacudi o pó dos vossos pés como testemunho contra eles». Os Apóstolos partiram e pregaram o arrependimento, expulsaram muitos demónios, ungiram com óleo muitos doentes e curaram-nos.

Outras leituras do dia: Amós 7, 12-15; Sal 84 (85), 9ab-10. 11-12. 13-14; Ef 1, 3-14 ou Ef 1, 3-10


Em continuidade com a liturgia da Palavra do domingo passado, somos convidados a meditar na vocação profética. Dos profetas do Antigo Testamento aos Apóstolos de Jesus, Deus escolhe e envia mensageiros da Boa Nova a levar a esperança a todos os povos.
A primeira leitura coloca-nos diante da denúncia profética de Amós. O profeta viveu por volta do século VIII a.C., no reino de Israel, durante o reinado de Jeroboão II. Vivia-se um período de paz política e, por isso, também de prosperidade económica e religiosa. Curiosamente, é nestas condições que se verifica o contraste entre ricos e pobres, entre quem tem poder e quem é subjugado. Amós é, por isso, enviado a denunciar as injustiças sociais e a opressão dos indefesos. Consciente da sua pequenez, recorda que a iniciativa profética partiu do próprio Deus: «Eu não era profeta, nem filho de profeta. Era pastor de gado e cultivava sicómoros». É o Senhor que o tira da guarda do rebanho e lhe diz: «Vai profetizar ao meu povo de Israel». Ao lermos a narração deste episódio, não deixamos de encontrar algo de semelhante nos dias de hoje: com o progresso tecnológico e a tranquilidade política, aumenta o bem-estar das populações, mas nem por isso diminuem as desigualdades sociais. É na nossa – aparente – incapacidade para actuar que brota a força de Deus a agir no mundo. O que temos de fazer é estar disponíveis e atentos ao que Deus nos vai pedindo.
Na mesma linha do Antigo Testamento, o Evangelho de S. Marcos traz-nos hoje o envio em missão dos doze Apóstolos de Jesus. «Apóstolo» significa, literalmente, «enviado», «mensageiro», traduzindo a vocação profética destes homens no envio a anunciar uma nova vida alicerçada em Jesus. Mais uma vez, a iniciativa parte de Deus, que escolhe os que quer para colaborarem na missão de pregar o arrependimento dos pecados, de libertar as pessoas daquilo que as escraviza e destrói, de abençoar e curar os doentes e oprimidos. Para que sejam eficazes, Jesus recorda-lhes que não devem colocar a confiança em meios humanos, mas na força do Espírito de Cristo, que é Quem os envia: «Deu-lhes poder sobre os espíritos impuros e ordenou-lhes que nada levassem para o caminho, a não ser o bastão: nem pão, nem alforge, nem dinheiro; que fossem calçados com sandálias e não levassem duas túnicas». Frequentemente, queremos tornar mais eficaz a nossa actuação junto daqueles com quem vivemos, mas agarramo-nos demasiado a nós mesmos, projectamos tudo como se só contasse o nosso esforço e esquecemo-nos de dar espaço a que Deus possa agir por nós. É preciso aprender a arte da simplicidade e da confiança, na certeza que Deus providencia o que necessitamos para fazer o bem.
S. Paulo, também ele enviado como Apóstolo dos Gentios, é exemplo da acção de Deus em cada um de nós. De perseguidor dos primeiros cristãos torna-se aliado de Cristo na expansão do reino de Deus. Na sua Epístola aos Efésios, traz-nos um hino de louvor a Deus pela história da salvação. Tudo é realizado por meio do seu Filho Jesus Cristo, pela acção do Espírito Santo, no qual nos tornamos filhos adoptivos do próprio Deus.

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Amós é mandado para Judá;
Ali deve proclamar a Palavra de Deus;
É Amazias que quer que ele vá
A terras do sul, falar aos filhos seus.

Cultivava figueiras, era simples pastor;
A partir de agora será o grande profeta
Que dirá a palavra de Deus com ardor,
Dizendo a todos que a justiça é uma meta.

Paulo falará da justiça do Filho
Que nos deu todas as bênçãos espirituais;
Assim a nossa vida tem outro brilho,
Na terra acolhemos já os bens celestiais.

E fá-lo-emos com toda a simplicidade,
Como disse Jesus aos apóstolos enviados;
Os apóstolos devem viver na santa liberdade,
Com a alma em fogo, pelos Espírito animados. .

Teófilo Minga, fms

Sábado - 11 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 19, 27-29

Naquele tempo, disse Pedro a Jesus: «Nós deixámos tudo para Te seguir. Que recompensa teremos?». Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: No mundo renovado, quando o Filho do homem vier sentar-Se no seu trono de glória, também vós que Me seguistes vos sentareis em doze tronos para julgar as doze tribos de Israel. E todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmãs, pai, mãe, filhos ou terras, por causa do meu nome, receberá cem vezes mais e terá como herança a vida eterna».

Outras leituras do dia: Prov 2, 1-9; Sal 33 (34), 2-3. 4-5. 6-7. 8-9. 10-11

Santo do dia
S. Bento, Abade, Padroeiro da Europa


Então compreenderás... todos os caminhos da felicidade. (1ª Leitura)

Como isto é difícil, encontrar os caminhos da felicidade quando nos sobrevém uma doença ou uma dificuldade grande. Há que manter a serenidade mesmo que os nervos apertem. Não só de uma maneira estóica, mas porque assentamos em Deus como as águas do oceano assentam no fundo do mar. É um processo, não uma coisa imediata. Rezemos pela nossa serenidade.

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Meus filho, em todo guarda meus preceitos
E presta ouvido atento à divina sabedoria;
Grandes serão aos olhos do Senhor teus feitos,
Que orientas para Ele teu coração dia a dia.

Assim entenderás os caminhos do Senhor;
Então nada vais preferir ao amor de Cristo:
Ele será a tua proteção; centro do teu amor,
Que Ele seja tudo para ti; nisso eu insisto.

A Palavra seja também vossa estrada,
A principal que conduz a vossa vida;
Então já no mundo habitareis a morada
Excelsa dos Céus a que Jesus vos convida.

Nós deixamos tudo para seguir Jesus.
Que receberemos? Pedro diz com seriedade.
Vós que fostes no mundo chama da minha luz,
Tereis cem por cento mais… e a eternidade.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 10 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 10, 16-23

Naquele tempo, disse Jesus aos seus apóstolos: «Envio-vos como ovelhas para o meio de lobos. Portanto, sede prudentes como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens: hão-de entregar-vos aos tribunais e açoitar-vos nas sinagogas. Por minha causa, sereis levados à presença de governadores e reis, para dar testemunho diante deles e das nações. Quando vos entregarem, não vos preocupeis em saber como falar nem com o que dizer, porque nessa altura vos será sugerido o que deveis dizer; porque não sereis vós a falar, mas é o Espírito do vosso Pai que falará em vós. O irmão entregará à morte o irmão e o pai entregará o filho. Os filhos hão-de erguer-se contra os pais e causar-lhes a morte. E sereis odiados por todos por causa do meu nome. Mas aquele que perseverar até ao fim, esse será salvo. Quando vos perseguirem numa cidade, fugi para outra. Em verdade vos digo: não acabareis de percorrer as cidades de Israel, antes de vir o Filho do homem».

Outras leituras do dia: Gen 46, 1-7. 28-30; Sal 36 (37), 3-4. 18-19. 27-28. 39-40


Sede prudentes como as serpentes, simples como as pombas. Tende cuidado com os homens... (Evangelho)

O leitor já reparou que nós aprendemos a amar por imitação. Mais ou menos por aquilo que nos parece, como se aprendêssemos piano a ver as outras pessoas tocar. Ser prudentes como as serpentes e simples como as pombas implica uma grande sabedoria, reflexão e um estudo que muitas vezes não temos. Amar é deixado ao nosso critério, com resultados nem sempre brilhantes. Hoje, rezemos para irmos aprendendo a amar.

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Jacob pôs-se a caminho e chaga a Bersabé;
Deus vai falar-lhe de noite em uma visão;
Desce ao Egito, lá encontrarás teu filho José,
O teu filho mais novo que amas de coração.

Depois José encontrará seu pai Jacob;
Cai-lhe ao pescoço e chorará longamente;
Momento de grade emoção; desfaz-se um nó
Que algumas lágrimas de amor consente.

Saudade que se vive depois de tanta ausência;
Os apóstolos como ovelhas partem em missão;
Estarão no meio de lobos, indesejada experiência,
Ao dar testemunho de Jesus no mundo pagão.

Por causa de mim todos vós sereis perseguidos;
Sereis mesmo levados à frente de governadores;
Não tenhais medo; pelo Espírito sereis assistidos,
Ele estará convosco em todas as vossas dores.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 9 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 10, 7-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus Apóstolos: «Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. Curai os enfermos, ressuscitai os mortos, sarai os leprosos, expulsai os demónios. Recebestes de graça; dai de graça. Não adquirais ouro, prata ou cobre, para guardardes nas vossas bolsas; nem alforge para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem cajado; porque o trabalhador merece o seu sustento. Quando entrardes em alguma cidade ou aldeia, procurai saber de alguém que seja digno e ficai em sua casa até partirdes daquele lugar. Ao entrardes na casa, saudai-a, e se for digna, desça a vossa paz sobre ela; mas se não for digna, volte para vós a vossa paz. Se alguém não vos receber nem ouvir as vossas palavras, saí dessa casa ou dessa cidade e sacudi o pó dos vossos pés. Em verdade vos digo que haverá mais tolerância, no dia do Juízo, para a terra de Sodoma e Gomorra do que para aquela cidade».

Outras leituras do dia: Gen 44, 18-21. 23b-29 – 45, 1-5; Sal 104 (105), 16-17. 18-19. 20-21


Ide e proclamai que está próximo o reino dos Céus. (Evangelho)

Proclamar o reino dos Céus é proclamar o Evangelho. Proclamar o Evangelho tem um sentido literal, mas também o proclamamos com a nossa atitude e com a defesa dos valores cristãos e católicos. Por isso é muito importante estarmos bem cientes de quais são esses valores, termos uma consciência muito bem formada, ter “as coisas” muito bem pensadas. A proclamação do Evangelho é uma obrigação séria. O leitor, hoje, medite em como é que a faz.

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Judá aproxima-se de José por aquele tempo,
Pois José tinha vivido anos em terras de Egito;
O pai que queria saber como em cada momento
Tinha sido a vida naquele país longe, nunca visto.

José dar-se-á a conhecer aos irmãos um dia,
Fazendo sair toda a gente da sua presença.
E disse. “Eu sou José vosso irmão!”. Alegria!
Os irmãos ficam aturdidos! Alegria sim, imensa!

Depois, alegria aos que anunciam o Evangelho.
Recebestes de graça! Dai agora gratuitamente.
A vossa missão é o que no mundo há de mais belo,
Com a Palavra de Deus, o mundo é diferente!

Pelo caminho não leveis ouro, prata ou cobre,
Que todo o trabalhador merece seu sustento.
A vossa disponibilidade é a atitude mais nobre;
Não esqueçais isso nunca, nem um só momento.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 8 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 10, 1-7

Naquele tempo, Jesus chamou a Si os seus Doze discípulos e deu-lhes poder de expulsar os espíritos impuros e de curar todas as doenças e enfermidades. São estes os nomes dos doze apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Cananeu, e Judas Iscariotes, que foi quem O entregou. Jesus enviou estes Doze, dando-lhes as seguintes instruções: «Não sigais o caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos. Ide primeiramente às ovelhas perdidas da casa de Israel. Pelo caminho, proclamai que está perto o reino dos Céus».

Outras leituras do dia: Gen 41, 55-57 – 42, 5-7a. 17-24a; Sal 32 (33), 2-3. 10-11. 18-19


Ide... às ovelhas perdidas da casa de Israel. (Evangelho)

Estas ovelhas perdidas andam à procura de quê? O caminho para algum lado, alguma pessoa? O certo é que Deus manda os seus discípulos irem ter com elas e o próprio Deus vai ter com elas. Para quê? Para lhes perguntar se querem voltar para Deus, regressar à casa do Pai. O leitor quer “regressar” à casa do Pai? E quer manter-se na casa do Pai? Em que é que isso se consubstancia na sua vida?

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Por todo o Egito começou uma grande fome;
O faraó não hesita: manda os egípcios a José;
Há gente que há dias e dias não mata a fome:
O que ele disser é o que deve ser, é o que é.

Chegam os filhos de Jacob para comprar trigo,
Porque havia muita fome em Canaã também;
José reconhece-os, mas não se mostra amigo;
É apenas um estratagema porque lhes quer bem.

Na verdade, José depressa vai dar-lhes alimento;
Arrependem-se do que outrora fizeram ao irmão;
José vai falar-lhes e nesta crise dar-lhes o alento;
Vieram ao Egito; não podem ter vindo em vão.

Mais tarde, outras serão mandados por Jesus,
Partindo com toda a autoridade que lhes é dada;
Devem curar, expulsar demónios e ainda ser luz.
Pelo mundo devem deixar a Palavra anunciada

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 7 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 9, 32-38

Naquele tempo, apresentaram a Jesus um mudo possesso do demónio. Logo que o demónio foi expulso, o mudo falou. A multidão ficou admirada e dizia: «Nunca se viu coisa semelhante em Israel». Mas os fariseus diziam: «É pelo príncipe dos demónios que Ele expulsa os demónios». Jesus percorria todas as cidades e aldeias, ensinando nas sinagogas, pregando o Evangelho do reino e curando todas as doenças e enfermidades. Ao ver as multidões, encheu-Se de compaixão, porque andavam fatigadas e abatidas, como ovelhas sem pastor. Jesus disse então aos seus discípulos: «A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara».

Outras leituras do dia: Gen 32, 22-32 (hebr. 23-33); Sal 16 (17), 1. 2-3. 6-7. 8b-9a e 15


Pedi ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara. (Evangelho)

É preciso mais trabalhadores e mais trabalho. Já há pessoas que fazem circular pela internet coisas religiosas. Conheço vários chefes de empresa que distribuem aos seus empregados escritos religiosos e que lhes dão tempo para rezarem nas empresas. Não é difícil evangelizarmos o próximo. É só uma questão de querermos. As pessoas que precisam estão ao virar da esquina.

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Jacob lutou até ao romper da aurora
Com alguém que lhe atingiu o quadril;
Na luta sofreu forte deslocação e agora
As dores podem multiplicar-se por mil.

O desconhecido quer partir, a aurora raiou,
Mas Jacob pede ainda para ser abençoado;
Então o desconhecido o nome dele mudou,
Em vez de Jacob, Israel será agora chamado.

Finalmente Jacob será mesmo abençoado,
Depois sua vida foi totalmente defendida
Em Deus todo e qualquer um é curado,
Em Jesus podemos começar sempre nova vida.

Assim como aquele mudo que Jesus vai curar;
Ficarão admiradas e com razão as multidões.
Como pode Ele por Belzebu o demónio expulsar?
Jesus continuava curando as pessoas, os corações.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 6 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Mateus 9, 18-26

Naquele tempo, estava Jesus a falar aos seus discípulos, quando um chefe se aproximou e se prostrou diante d’Ele, dizendo: «A minha filha acaba de falecer. Mas vem impor a mão sobre ela e viverá». Jesus levantou-Se e acompanhou-o com os discípulos. Entretanto, uma mulher que sofria um fluxo de sangue havia doze anos, aproximou-se por detrás d’Ele e tocou-Lhe na fímbria do manto, pensando consigo: «Se eu ao menos Lhe tocar no manto, ficarei curada». Mas Jesus voltou-Se e, ao vê-la, disse-lhe: «Tem confiança, minha filha. A tua fé te salvou». E a partir daquele momento a mulher ficou curada. Ao chegar a casa do chefe e ao ver os tocadores de flauta e a multidão em grande alvoroço, Jesus disse-lhes: «Retirai-vos, porque a menina não morreu; está a dormir». Riram-se d’Ele. Mas quando mandou sair a multidão, Jesus entrou, tomou a menina pela mão e ela levantou-se. E a notícia divulgou-se por toda aquela terra.

Outras leituras do dia: Gen 28, 10-22a; Sal 90 (91), 1-2. 3-4. 14-15ab

Santo do dia
S. Maria Goretti, virgem e mártir


Se eu... Lhe tocar no manto... Foi a tua fé que te salvou. (Evangelho)

Temos os dois ingredientes necessários para o milagre: a fé e a acção divina. Mas o milagre maior é a fé sem milagres, a fé de todos os dias, a fé que de vez em quando se esvai, que de vez em quando não sabemos onde está, que se perde “pelas ruas da amargura” ou pelas “ruas da alegria”, que também nos podem afastar de Deus. A fé que tem que se provar quando as desgraças nos cercam. Porque a fé não é para andarmos a exigir milagres.

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Naqueles dias Jacob chegou a um certo lugar;
Ali passa toda a noite porque já era sol-posto;
Reclinado numa pedra, ali mesmo vai sonhar,
Quando descansa e adormecido fica o rosto.

Eu sou o Senhor Deus de teu pai Abraão,
De teu pai Isaac e outros antepassados;
Tua descendência será uma grande nação,
Teus filhos numerosos não serão contados.

Jacob desperta e vê que ali esteve o Senhor;
Este lugar é a casa de Deus, é a porta do Céu.
Agora continua o caminho com ânimo e ardor;
O Senhor está contigo, é companhia ao lado teu.

Verdadeiro milagre assim como os fazia Jesus;
Curou aquela mulher presa de hemorragia;
Depois continua o caminho para ainda ser luz,
Aquela menina não morrera… apenas dormia.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 5 de julho de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XIV DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 6, 1-6

Naquele tempo, Jesus dirigiu-Se à sua terra e os discípulos acompanharam-n’O. Quando chegou o sábado, começou a ensinar na sinagoga. Os numerosos ouvintes estavam admirados e diziam: «De onde Lhe vem tudo isto? Que sabedoria é esta que Lhe foi dada e os prodigiosos milagres feitos por suas mãos? Não é Ele o carpinteiro, Filho de Maria, e irmão de Tiago, de José, de Judas e de Simão? E não estão as suas irmãs aqui entre nós?». E ficavam perplexos a seu respeito. Jesus disse-lhes: «Um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». E não podia ali fazer qualquer milagre; apenas curou alguns doentes, impondo-lhes as mãos. Estava admirado com a falta de fé daquela gente. E percorria as aldeias dos arredores, ensinando.

Outras leituras do dia: Ez 2, 2-5; Sal 122 (123), 1-2a. 2bcd. 3-4; 2 Cor 12, 7-10


A liturgia da Palavra deste domingo coloca-nos diante da vocação profética, de alguém que fala em nome de Deus. O que diz não é fruto de si próprio, mas é por inspiração divina que anuncia a conversão dos costumes, a purificação do coração, a fidelidade a Deus. De certa forma, somos todos, ainda hoje, chamados a ser profetas da Boa-Nova que Jesus anunciou.
Cabe ao profeta um lugar na comunidade dos crentes, mas é sobretudo a vocação que o faz como tal. É sempre Deus quem tem a iniciativa de chamar, Ele inspira o que dizer ao povo a quem o profeta é enviado; é ainda por Deus que a vocação se fortalece nas adversidades surgidas durante o anúncio. Na primeira leitura, encontramos isto no início da vocação profética de Ezequiel. Seguindo este esquema bíblico, encontramos o Espírito de Deus a provocar Ezequiel quando menos está à espera. Vem, fá-lo levantar-se e diz-lhe: «Filho do homem, Eu te envio aos filhos de Israel… É a esses filhos de cabeça dura e coração obstinado que te envio, para lhes dizeres: “Eis o que diz o Senhor”». Ezequiel não vai falar em seu nome, mais ainda, não vai anunciar o que o pode dignificar; Deus escolhe-o por ser um homem fiel, justo e verdadeiro, para que o povo de Israel se converta das suas infidelidades, dos seus actos de injustiça para com os pobres, da falta de verdade diante do seu Deus. Destas observações podemos tirar uma primeira conclusão: Deus continua a chamar-nos para anunciar o seu Amor, sobretudo com os nossos gestos de misericórdia, de acolhimento e de perdão.
Na segunda Epístola aos Coríntios, S. Paulo recorda que também ele foi um profeta escolhido para anunciar a vida de Jesus Cristo. E lembra, sobretudo, que a sua vocação revela como Deus Se manifesta na fraqueza e na fragilidade, como a acção divina se realiza através de instrumentos débeis, finitos e limitados: «Alegro-me nas minhas fraquezas, nas afrontas, nas adversidades, nas perseguições e nas angústias sofridas por amor de Cristo, porque, quando sou fraco, então é que sou forte». De perseguidor dos cristãos torna-se um Apóstolo de Cristo e, diante da pequenez experimentada, é o próprio Deus que o confirma na missão: «Basta-te a minha graça, porque é na fraqueza que se manifesta todo o meu poder». Ao contemplar esta figura, somos também convidados a partir em missão, fortalecidos pelos dons de Deus, mesmo reconhecendo as próprias fragilidades. A debilidade é, quase sempre, o meio escolhido por Deus para realizar a sua obra.
Por fim, o Evangelho segundo S. Marcos diz-nos que também Jesus, quando Se encontrava com os seus conterrâneos da Galileia, Se viu rejeitado e incompreendido, a ponto de desabafar que «um profeta só é desprezado na sua terra, entre os seus parentes e em sua casa». Nascido numa gruta, de família modesta e humilde, para os seus concidadão não podia ser o Messias. Afinal, era mesmo aí que começava a encarnação do Filho de Deus. Provavelmente, também vivem connosco pessoas a quem não damos o devido valor, com quem temos dificuldades de relação ou preconceitos. Quem sabe se é por aí que Deus nos pode estar a querer falar!

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Vou enviar-te aos filhos de Israel;
Sei que são um povo de rebeldia,
De coração obstinado, povo infiel,
Tu serás meu profeta; vai e anuncia.

Diz-lhe a minha Palavra, Palavra viva,
Mesmo no meio de toda a dificuldade;
Como Paulo, capaz de toda a tentativa
Pelo Evangelho de alegria e da verdade.

Podia encher-se de orgulho por revelações
Extraordinárias que viveu no seu caminho;
A humildade será apelo em todas as estações,
Ele sente na carne e no corpo um espinho.

Mas como um profeta será desprezado;
Algumas vezes ele será mesmo ofendido,
Assim como Jesus que morre crucificado:
Em sua própria terra não foi querido.

Teófilo Minga, fms