Domingo - 30 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO I DO ADVENTO

Evangelho segundo S. Marcos 13, 33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Acautelai-vos e vigiai, porque não sabeis quando chegará o momento. Será como um homem que partiu de viagem: ao deixar a sua casa, deu plenos poderes aos seus servos, atribuindo a cada um a sua tarefa, e mandou ao porteiro que vigiasse. Vigiai, portanto, visto que não sabeis quando virá o dono da casa: se à tarde, se à meia-noite, se ao cantar do galo, se de manhãzinha; não se dê o caso que, vindo inesperadamente, vos encontre a dormir. O que vos digo a vós, digo-o a todos: Vigiai!».

Outras leituras do dia: Is 63, 16b-17. 19b; 64, 2b-7: Sal 79 (80), 2ac e 3b. 15-16. 18-19; 1 Cor 1, 3-9

Santo do dia
S. André, Apóstolo


Somos novamente provocados a continuar a aguardar, no decorrer desta longa vigília da vida, de olhos e coração bem abertos, para poder descobrir o desejado das nações, que dará sentido pleno ao nosso viver. A esperança não consiste em permanecer passivamente quieto, mas em trabalhar afincadamente pelo Senhor e pelos irmãos. Não se enche a vida nem se conquista a felicidade, à última hora. É preciso dar-se conta que Jesus já veio e vive entre nós, figurado, e, às vezes, desfigurado, nos mais necessitados de afecto, cultura e dignidade.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Só Tu, Senhor, és nosso Pai e Redentor;
Não permitas que nosso coração se endureça;
Somos o Teu povo que criaste com todo amor,
Acolhemos a Redenção, em Teu Natal começa.

Vem ao encontro do que pratica o Bem
E apaga, Senhor, nossos antigos pecados;
Somos pecadores, isso sabemo-lo bem:
Queremos acolher-te, corações purificados.

E como Paulo, dar graças pela graça concedida,
Na qual somos enriquecidos por tantos dons;
O maior é a graça do Senhor, agora oferecida
A todo o universo: desce sobre maus e bons.

Mas o Senhor que vem, pede agora cautela
E aconselha a estarmos sempre vigilantes;
É tempo de acordarmos e olhar para a estrela
Que guia nossos passos de eternos viandantes.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 29 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 34-36

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende cuidado convosco, não suceda que os vossos corações se tornem pesados com a intemperança, a embriaguês e as preocupações da vida e esse dia não vos surpreenda subitamente como uma armadilha; porque ele atingirá todos os que habitam sobre a face da terra. Portanto, vigiai e orai em todo o tempo, para que possais livrar-vos de tudo isto que está para acontecer e comparecer sem temor diante do Filho do homem».

Outras leituras do dia: Ap 22, 1-7; Sal 94 (95), 1-2. 4-5. 6-7


Que é, para nós, o Advento: um tempo de renúncia ao que nada vale, ou de apego ao essencial? Um período de tristeza e de penitência, ou a preparação da festa que celebra a chegada esplendorosa do noivo, Jesus Cristo? Jesus alerta-nos para a bulimia e imoderação da vida e propõe-nos um jejum que mantenha a nossa linha e saúde espirituais, eliminando excessos, adiposidades e celulites, que nos desfiguram e atrasam a marcha para a santidade. Precisamos de equilíbrio e bem-estar ecológicos e santificantes. Temos de eliminar a gordura e desenvolver, sobretudo, a cordura: a arte de fazer passar tudo pelo íntimo do coração. O primeiro jejum a praticar, acentuava Santo Agostinho, é o do pecado.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Mostrou-me depois um rio de água viva,
Saía do trono do Cordeiro, do tono de Deus;
Águas fecundas além de toda a expectativa,
A trazer vida divina a todos os filhos seus.

Nas margens do rio a árvore da vida,
Suas folhas, medicamento para as nações
Que, de força renovada e saúde erguida,
Oferecem a Deus seus purificados corações.

Que nossos corações não se tornem pesados,
Pela intemperança ou ainda pela embriaguez:
O Evangelho o diz ou apenas preocupados,
Por coisa que não valem anda ou pouco talvez.

E o Evangelho pede ainda: vigiai e orai,
Em todo o tempo estai sempre atentos;
E cumpri em tudo o mandamento: amai,
Abrindo vosso coração a todos os lamentos.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 28 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 29-33

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Olhai a figueira e as outras árvores: Quando vedes que já têm rebentos, sabeis que o Verão está próximo. Assim também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que está próximo o reino de Deus. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».

Outras leituras do dia: Ap 20, 1-4. 11 – 21, 2; Sal 83 (84), 3. 4. 5-6a e 8


A garantia da esperança está fundada na palavra de Cristo. O regresso do Filho do homem, em poder e majestade, não significa que Deus porá de lado a atitude do amor e a irá substituir pelo poder. A chegada de Deus será como o desabrochar da figueira: preanunciará um verão de amor e de felicidade. O triunfo de Deus assentará sempre na vitória do Crucificado, na demonstração de que a doação da vida, graças à ressurreição, se revelará sempre mais forte do que o medo e a morte. O importante não é saber como irão decorrer todos estes acontecimentos, mas aprender a comportar-se como cristão, durante o tempo da espera. Tudo é efémero e passageiro; só o mistério e a ternura de Deus permanecerão eternamente.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Um anjo descido do céu agarrou o Dragão
E também a serpente antiga que é Satanás;
No fundo do abismo revoltados perecerão,
Deixando aos fiéis, finalmente, Deus e a paz.

A morte e o abismo foram derrotados;
Apareceram então novos céus e nova terra:
É a glória de Jesus em todos os ressuscitados,
Multidão infinda, incontável que louva a Deus.

Produziram frutos em toda a estação,
Os sinais dos tempos souberam interpretar,
Sabem: as palavras do Senhor não passarão,
É a Palavra de Vida que os vais libertar.

Viveram a esperança fundada em Cristo;
Dão fruto como o desabrochar da figueira;
Triunfo que se anuncia e que é apenas isto:
Tempo da criação renovada, a criação primeira!

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 27 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 20-28

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando virdes Jerusalém cercada por exércitos, sabei que está próxima a sua devastação. Então, os que estiverem na Judeia fujam para os montes, os que estiverem dentro da cidade saiam para fora e os que estiverem nos campos não entrem na cidade. Porque serão dias de castigo, nos quais deverá cumprir-se tudo o que está escrito. Ai daquelas que estiverem para ser mães e das que andarem a amamentar nesses dias, porque haverá grande angústia na terra e indignação contra este povo. Cairão ao fio da espada, irão cativos para todas as nações, e Jerusalém será calcada pelos pagãos, até que aos pagãos chegue a sua hora. Haverá sinais no sol, na lua e nas estrelas e, na terra, angústia entre as nações, aterradas com o rugido e a agitação do mar. Os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai suceder ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então hão-de ver o Filho do homem vir numa nuvem, com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, erguei-vos e levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima».

Outras leituras do dia: Ap 18, 1-2. 21-23; 19, 1-3. 9a; Sal 99 (100), 2. 3. 4. 5


Jerusalém, a cidade santa, é a figura do tempo e da eternidade. Urbe tantas vezes destruída e reconstruída, possuía, no Templo, o seu centro e a morada do Deus Altíssimo. Mas a capital judaica representava também a cidade celestial, e o seu templo apontava para o culto verdadeiro e eterno. A devastação total que a vai atingir refere-se à destruição por parte dos romanos, ao fim do mundo presente, mas, sobretudo, à chegada triunfal do Filho do homem, que libertará para sempre todos os filhos de Deus. É tempo, pois, de nos regozijarmos e levantarmos a cabeça, porque o nosso Libertador está prestes a chegar.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Cairá a Babilónia, a prostituta grande,
Antro e guarida de espíritos imundos;
Todo o mal que a partir dali se expande,
Cairá no inferno, bem nos seus fundos.

Depois será o cântico do triunfo no céu,
Porque a Deus pertence a glória e o poder;
Julgará com justiça e verdade o que é Seu,
Os convidados do banquete a oferecer.

Felizes os convidados das núpcias do Cordeiro,
Mesmo se no mundo sofreram perseguições;
Sinais estranhos neste momento derradeiro,
Não tenhais medo: próxima a vossa libertação!

Não tenhais medo da devastação que se prepara:
É para vós o momento de levantar a cabeça
E confiar: o Filho do Homem vem de forma clara!
Será UM entre vós: e eis que a salvação começa!

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 26 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 12-19

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Deitar-vos-ão as mãos e hão-de perseguir-vos, entregando-vos às sinagogas e às prisões, conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Assim tereis ocasião de dar testemunho. Tende presente em vossos corações que não deveis preparar a vossa defesa. Eu vos darei língua e sabedoria a que nenhum dos vossos adversários poderá resistir ou contradizer. Sereis entregues até pelos vossos pais, irmãos, parentes e amigos. Causarão a morte a alguns de vós e todos vos odiarão por causa do meu nome; mas nenhum cabelo da vossa cabeça se perderá. Pela vossa perseverança salvareis as vossas almas».

Outras leituras do dia: Ap 15, 1-4; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 7-8. 9


Uma quarentena de anos após a morte de Cristo, sobreveio a destruição da cidade de Jerusalém e uma perseguição atroz contra os judeus, sobretudo os cristãos, que foram despojados dos seus direitos cívicos e religiosos. Jesus alerta para esta e outras situações similares, que irão atingir os seus discípulos, ao longo da história. Chegou a hora de dar a cara e utilizar, por palavras e obras, o alvará de testemunhas de Jesus Cristo. Caberá ao Espírito Santo a tarefa de vestir a toga e defender o Evangelho e a nossa vida, exibindo um poder e sabedoria a que nenhum adversário poderá ripostar. A fé, a confiança e a perseverança no Senhor, que nos chamou, nos preservarão de todos os perigos e porão a salvo os cabelos da nossa cabeça: o nosso corpo e a nossa alma.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


No céu apareceu outro sinal maravilhoso,
Uma espécie de mar com fogo misturado;
Mas a seguir as harpas, com timbre melodioso,
Entoavam um cântico onde o Senhor é exaltado.

Senhor as tuas obras são grandes e admiráveis,
Justos e verdadeiros são os teus caminhos;
Vencida foi a Besta e seus caminhos abomináveis,
Mesmo se no futuro, sofrimento ainda adivinho.

Seremos perseguidos e entregues nas prisões,
Conduzir-nos-ão à presença de governadores,
Por causa do Senhor; e os nossos corações
Saberão escolher o AMOR entre os amores.

O Espírito Santo será então a nossa sabedoria,
Ninguém nos poderá resistir ou contradizer.
Vinde à perseguição até mesmo com alegria:
Matar-vos-ão o corpo e EU vos farei viver!

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 25 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 5-11

Naquele tempo, comentavam alguns que o templo estava ornado com belas pedras e piedosas ofertas. Jesus disse-lhes: «Dias virão em que, de tudo o que estais a ver, não ficará pedra sobre pedra: tudo será destruído». Eles perguntaram-Lhe: «Mestre, quando sucederá isto? Que sinal haverá de que está para acontecer?». Jesus respondeu: «Tende cuidado; não vos deixeis enganar, pois muitos virão em meu nome e dirão: ‘Sou eu’; e ainda: ‘O tempo está próximo’. Não os sigais. Quando ouvirdes falar de guerras e revoltas, não vos alarmeis: é preciso que estas coisas aconteçam primeiro, mas não será logo o fim». Disse-lhes ainda: «Há-de erguer-se povo contra povo e reino contra reino. Haverá grandes terramotos e, em diversos lugares, fomes e epidemias. Haverá fenómenos espantosos e grandes sinais no céu».

Outras leituras do dia: Ap 14, 14-19; Sal 95 (96), 10. 11-12. 13


O homem foi criado para viver eternamente, mesmo passando por diversas vicissitudes, como o nascimento, as doenças e a morte. O mundo actual e todas as suas riquezas e magnificências não subsistirão, por mais sumptuosas que apareçam a nossos olhos. Só as obras agradáveis a Deus, e praticadas em favor dos irmãos, nos acompanharão, como garantia de salvação, na peregrinação última para casa do Pai. Os fenómenos espantosos e aterradores, que irão preceder a chegada de Deus, indicam que a nossa terra irá sofrer uma transformação revolucionária, que a tornará nova como o Céu. No itinerário final para reino da Luz, só levaremos, como companhia e herança, o que for eterno como nós.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Outra visão envolta em nuvem branca, pura,
Onde aparecia um anjo com uma foice na mão;
Este é o tempo da ceifa, a seara está madura,
Ceifemos o trigo e o joio, a seara de todo o pão.

Vindimai também os cachos da vinha da terra;
Lançai depois as uvas no lagar da ira de Deus;
Ira de Deus mas que toda a misericórdia encerra,
Para anos ainda peregrinos a caminho dos céus.

Na caminhada, estejamos muito atentos,
Não nos deixemos levar por ricas decorações:
Depois pode ser tempo de pesados lamentos,
Se não damos a Deus e aos irmãos nossos corações

O tempo está próximo, são os tempos do fim,
Mas não deis atenção à voz de falsos profetas,
Que na sua mensagem vos desviam de mim.
Em mim vossas almas não ficarão inquietas.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 24 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 21, 1-4

Naquele tempo, Jesus levantou os olhos e viu os ricos deitarem na arca do Tesouro as suas ofertas. Viu também uma viúva muito pobre deitar duas pequenas moedas. Então Jesus disse: «Em verdade vos digo: Esta viúva pobre deu mais do que todos os outros. Todos eles deram do que lhes sobrava; mas ela, na sua penúria, ofereceu tudo o que possuía para viver».

Outras leituras do dia: Ap 14, 1-3. 4b-5; Sal 23 (24), 1-2. 3-4. 5-6


A viúva deu mais que os outros, pois a contagem não foi aferida pela quantidade e valor das moedas que lançou no cofre do Templo, mas pelo amor com que as entregou: deu da sua miséria, do que lhe fazia falta A observação de Jesus é uma denúncia contra as leis do mercado, a dádiva do que nos sobra e a ostentação da nossa riqueza. O encontro com Deus passa pela ausência de cálculos, pela oferta da pobreza e pela doação do coração. Todos damos do que possuímos, mas hoje recebemos a lição de uma pobre analfabeta. Aquela viúva não possuía dinheiro, mas o seu coração estava repleto de amor. Ensinou-nos que os haveres e o poder podem constituir uma ilusão perigosa e daninha, e que a pessoa é a maior riqueza que há aos olhos de Deus.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Na visão aprece o Cordeiro sobre o monte Sião
E os cento e quarenta e quatro mil resgatados;
Uma voz vinda do céu como estrondo de trovão
Diz o céu de todos estes viventes ali encontrados.

São os que não se perverteram; são os santos
E os que seguiram o Cordeiro em toda a parte;
Na melodia das harpas erguem agora seus cantos,
Melodia divina de suprema beleza e de arte.

São os que como a viúva do Templo deram tudo,
Embora tivesse lançado duas pequenas moedas,
Tão diferente dos que lançaram dinheiro graúdo,
Para serem visto em todas as públicas alamedas.

No fazer bem, não conta a quantidade;
Conta, isso sim, o coração que tudo oferece
E que deixa ali em escondida humildade
A mais profunda, a mais verdadeira prece.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 23 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXXIV DO TEMPO COMUM
NOSSO SENHOR JESUS CRISTO, REI DO UNIVERSO

Evangelho segundo S. Mateus 25, 31-46

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando o Filho do homem vier na sua glória com todos os seus Anjos, sentar-Se-á no seu trono glorioso. Todas as nações se reunirão na sua presença e Ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos; e colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda. Então o Rei dirá aos que estiverem à sua direita: ‘Vinde, benditos de meu Pai; recebei como herança o reino que vos está preparado desde a criação do mundo. Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a Mim o fizestes’. Dirá então aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de Mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e os seus anjos. Porque tive fome e não Me destes de comer; tive sede e não Me destes de beber; era peregrino e não Me recolhestes; estava sem roupa e não Me vestistes; estive doente e na prisão e não Me fostes visitar’. Então também eles Lhe hão-de perguntar: ‘Senhor, quando é que Te vimos com fome ou com sede, peregrino ou sem roupa, doente ou na prisão, e não Te prestámos assistência?’ E Ele lhes responderá: ‘Em verdade vos digo: Quantas vezes o deixastes de fazer a um dos meus irmãos mais pequeninos, também a Mim o deixastes de fazer’. Estes irão para o suplício eterno e os justos para a vida eterna».

Outras leituras do dia: Ez 34, 11-12. 15-17; Sal 22 (23), 1-2a. 2b-3. 5-6; 1 Cor 15, 20-26. 28


É a parábola das surpresas: um rei ao serviço dos súbditos, sobretudo dos pobres e dos pequenos. O importante não é o final dos tempos, mas a forma como vivemos o tempo presente. A atitude para com os irmãos é o melhor serviço e o melhor culto que podemos prestar a Deus. Na parábola, não aparece o verbo amar, nem em relação a Deus. O mérito ou a condenação passam pelo que fazemos, ou deixámos de fazer, em prol das pessoas, seja qual for o pensamento ou a religião que professem. Salvamo-nos pelo amor autêntico ao homem. A caridade ultrapassa a fé: não é importante que vejamos Deus no irmão, nem é necessário saber teologia para amar. O dia de juízo dá-nos a certeza da incarnação: Deus mora, sobretudo, no próximo mais humilhado: no preso, no faminto e no doente. O cumprimento do segundo mandamento implica e ratifica, assim, a prática do primeiro.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Das ovelhas cuida: o Senhor é o Bom Pastor;
Como pastor se preocupa com o seu rebanho;
Condu-lo a prados melhores em gesto de amor,
Desde as ovelhas fortes ao mais débil anho.

Apascenta as ovelhas e procura a perdida;
Traz ao aprisco a que se tinha tresmalhado;
É o sentido final da vinda de Jesus e sua vida
Oferecida por todos nós: na Cruz é crucificado.

Morreu, mas para ser primícia de ressurreição,
Trazendo a esperança a todos nós, seus filhos.
A morte para sempre foi destruída; agora em vão
Se encontra connosco no cruzar dos caminhos.

Somos seres talhados para a eternidade,
Eis o Rei que diz: vinde benditos do meu Pai.
Basta viver desde agora as obras de caridade;
Existe apenas o mandamento novo: amai!

Teófilo Minga, fms

Sábado - 22 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 20, 27-40

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus – que negam a ressurreição – e fizeram-lhe a seguinte pergunta: «Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘Se morrer a alguém um irmão, que deixe mulher, mas sem filhos, esse homem deve casar com a viúva, para dar descendência a seu irmão’. Ora havia sete irmãos. O primeiro casou-se e morreu sem filhos. O segundo e depois o terceiro desposaram a viúva; e o mesmo sucedeu aos sete, que morreram e não deixaram filhos. Por fim, morreu também a mulher. De qual destes será ela esposa na ressurreição, uma vez que os sete a tiveram por mulher?». Disse-lhes Jesus: «Os filhos deste mundo casam-se e dão-se em casamento. Mas aqueles que forem dignos de tomar parte na vida futura e na ressurreição dos mortos, nem se casam nem se dão em casamento. Na verdade, já não podem morrer, pois são como os Anjos, e, porque nasceram da ressurreição, são filhos de Deus. E que os mortos ressuscitam, até Moisés o deu a entender no episódio da sarça ardente, quando chama ao Senhor ‘o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacob’. Não é um Deus de mortos, mas de vivos, porque para Ele todos estão vivos». Então alguns escribas tomaram a palavra e disseram: «Falaste bem, Mestre». E ninguém mais se atrevia a fazer-Lhe qualquer pergunta.

Outras leituras do dia: Ap 11, 4-12; Sal 143 (144), 1. 2. 9-10

Santo do dia
S. Cecília, virgem e mártir


A chamada lei do ‘levirato’ impedia o casamento entre judeus e estrangeiros, para que as terras e o território não se pulverizassem nas mãos de estranhos nem a religião dos povos vizinhos eivasse de ídolos o culto ao Deus vivo. O episódio da sarça ardente recorda-nos que Deus é um Deus de vivos, e não de mortos. Ama o homem fiel e não o abandona ao poder da morte. Só Deus mantém as suas promessas e pode tornar novas todas as coisas. Alguma mentalidade cristã anda mais preocupada com o prémio que Deus nos outorgará após a morte, do que com Ele próprio, que é o senhor da vida, que se afeiçoou, fez aliança connosco e nunca se irá separar da sua criatura.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Duas testemunhas que são duas oliveiras,
Modo simbólico de se exprimir e falar;
Fecham o céu, param as chuvas primeiras,
A profecia se realiza em todo o tempo e lugar.

A Besta do abismo contra elas lutará;
Serão vencidas, como o Senhor crucificadas;
Mas depois um sopro de vida as habitará,
Subirão para o céu, eternamente exaltadas.

Ali não se casa nem se é dado em casamento;
A pergunta dos saduceus não tem sentido;
Eles pensam ainda em termos de tempo
Ou de levirato na lei fortemente esculpido.

Sereis como Anjos, filhos da ressurreição.
Não sabeis que Deus é um Deus dos vivos?
Nele não pode morrer nenhum coração,
Seremos dele para sempre, todos redimidos.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 21 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


APRESENTAÇÃO DA VIRGEM SANTA MARIA

Evangelho segundo S. Lucas 19, 45-48

Naquele tempo, Jesus entrou no templo e começou a expulsar os vendedores, dizendo-lhes: «Está escrito: ‘A minha casa é casa de oração’; e vós fizestes dela ‘um covil de ladrões’». Jesus ensinava todos os dias no templo. Os príncipes dos sacerdotes, os escribas e os chefes do povo procuravam dar Lhe a morte, mas não encontravam o modo de o fazer, porque todo o povo ficava maravilhado quando O ouvia.

Outras leituras do dia: Ap 10, 8-11; Sal 118 (119), 14 e 24. 72 e 103. 111 e 131


É caricato e sacrílego que os filhos de Deus pretendam expulsar o Pai de casa. Adão e Eva tentaram-no, no paraíso! A nossa civilização tem a veleidade de repetir esse gesto. Serve-se, para tal, de instrumentos que dão pelo nome de laicismo, relativismo, indiferença, orgulho, etc. Acha que se basta a si própria e que não tem de dar satisfações ao Criador do universo. A nossa terra, que é o lar de habitação de Deus e do homem, local privilegiado para o diálogo mútuo, parece ter-se convertido num ‘covil de ladrões’. Ontem, como hoje, muitas pessoas, pretensamente religiosas, buscam motivos para eliminar Deus da sociedade, mas é sempre o povo simples quem se presta a defendê-l’O, a louvá-l’O e a ficar maravilhado com as palavras cheias de encanto e de ternura que saem da sua boca.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Uma voz do céu falou-me de novo:
Toma o livro aberto, de pé sobre o mar;
Nele está a história do meu povo,
Que amei até ao fim, para o salvar.

Come-o; amargar-te-á nas entranhas,
Mas na tua boca será doce como o mel;
É a história do meu povo; suas façanhas,
O retrato de Deus em tudo sempre fiel.

Retrato do Cordeiro a expulsar os vendedores,
Que da casa de Deus fizeram covil de ladrões;
O dinheiro fez-lhes esquecer o amor dos amores,
Aquele que mendiga o amor de nossos corações.

Depois os escribas e ainda os chefes do povo,
Procuravam a todo o momento dar-lhe a morte.
A história repete-se hoje: não há nada de novo

Sobre o orbe: em tantos lados perdeu o norte.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 20 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 19, 41-44

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximou de Jerusalém, ao ver a cidade, chorou sobre ela e disse: «Se ao menos hoje conhecesses o que te pode dar a paz! Mas não. Está escondido a teus olhos. Dias virão para ti, em que os teus inimigos te rodearão de trincheiras e te apertarão de todos os lados. Esmagar-te-ão a ti e aos teus filhos e não deixarão em ti pedra sobre pedra, por não teres reconhecido o tempo em que foste visitada».

Outras leituras do dia: Ap 5, 1-10; Sal 149, 1-2. 3-4. 5-6a e 9b


Jesus aprecia e ama a capital do seu povo, a cultura e a vida diária de cada um dos seus cidadãos. Hoje, chora amargamente, porque sabe que a cidade irá ser castigada e destruída, e por justa causa: não quis acolher o dom da Palavra de Deus, não soube receber a mensagem festiva e salvífica do Filho de Deus, deixou de ser a casa comum de todos os judeus, o lar pátrio onde deviam amar, construir a felicidade e reconhecer as vezes em que Deus a contemplara e visitara. O divino nunca destrói o humano, mas aperfeiçoa-o e eleva-o a um escalão totalmente novo e admirável. O projecto de Deus era salvífico e magnífico, mas faltou a colaboração humana.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


O livro… quem será digno de o abrir?
Ninguém, nem no céu, nem na terra;
Mas o Cordeiro imolado que há de vir
O livro: Ele o destrutor de toda a guerra!

O Cordeiro que resgatou povos e nações
E fez de nós um Reino para o Senhor Deus.
No sacrifício conquistou nossos corações,
Nele também nós todos somos filhos seus.

Acolhamos pois o que nos pode dar a paz,
O que não fez Jerusalém, cidade ingrata.
A espada será instrumento que a desfaz,
O inimigo será força que a destrói e mata.

Não haverá pedra sobre pedra na cidade;
Por isso o Senhor chora amargamente,
Tanto a quis acolher e salvar de verdade,
Tanto Ele a amou assim profundamente.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 19 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 19, 11-28

Naquele tempo, disse Jesus uma parábola, porque estava perto de Jerusalém e eles pensavam que o reino de Deus ia manifestar-se imediatamente. Então Jesus disse: «Um homem nobre foi para uma região distante, a fim de ser coroado rei e depois voltar. Antes, porém, chamou dez dos seus servos e entregou-lhes dez minas, dizendo: ‘Fazei-as render até que eu volte’. Ora os seus concidadãos detestavam-no e mandaram uma delegação atrás dele para dizer: ‘Não queremos que ele reine sobre nós’. Quando voltou, investido do poder real, mandou chamar à sua presença os servos a quem entregara o dinheiro, para saber o que cada um tinha lucrado. Apresentou-se o primeiro e disse: ‘Senhor, a tua mina rendeu dez minas’. Ele respondeu-lhe: ‘Muito bem, servo bom! Porque foste fiel no pouco, receberás o governo de dez cidades’. Veio o segundo e disse-lhe: ‘Senhor, a tua mina rendeu cinco minas’. A este respondeu igualmente: ‘Tu também, ficarás à frente de cinco cidades’. Depois veio o outro e disse-lhe: ‘Senhor, aqui está a tua mina, que eu guardei num lenço, pois tive medo de ti, que és homem severo: levantas o que não depositaste e colhes o que não semeaste’. Disse-lhe o senhor: ‘Servo mau, pela tua boca te julgo. Sabias que sou homem severo, que levanto o que não depositei e colho o que não semeei. Então, porque não entregaste ao banco o meu dinheiro? No meu regresso tê-lo-ia recuperado com juros’. Depois disse aos presentes: ‘Tirai-lhe a mina e dai-a ao que tem dez’. Eles responderam-lhe: ‘Senhor, ele já tem dez minas!’. O rei respondeu: ‘Eu vos digo: A todo aquele que tem se dará mais, mas àquele que não tem, até o que tem lhe será tirado. Quanto a esses meus inimigos, que não me quiseram como rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença’». Dito isto, Jesus seguiu, à frente do povo, para Jerusalém.

Outras leituras do dia: Ap 4, 1-11; Sal 150, 1-2. 3-4. 5-6


As minas ou os talentos não se ganham, não se conquistam nem se merecem: recebem-se gratuitamente. Há que trabalhar inteligentemente, sabendo porquê e por Quem o fazemos. Deus paga-me, promovendo-me, dando-me mais para fazer, apostando sempre em mim. Deus concede-me produtos destinados à exportação, programados para serem contagiantes e partilhados, como o amor. Se recebemos de graça, é para distribuirmos também gratuitamente.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Depois acolhi o trono de Deus em visão:
Vi no trono do céu, alguém sentado;
Do trono relâmpagos, vozes como trovão,
Uma maneira de dizer: “Deus seja louvado”.

Diante do trono quatro seres viventes
Que cantavam: “Santo, santo, santo
Senhor Deus, Criador de todo o existente;
Sua glória seja dita em cada canto”.

E digamo-la fazendo render os talentos,
Ou aquelas minas que o Senhor nos dá;
Não as esbanjemos em diferentes momentos,
Trabalhar para o Reino é o melhor quer há.

Os talentos são presentes, de graça recebidos.
Que maravilha que Deus aposte em mim;
Tenhamos pois os corações ao céu erguidos,
Que nossa glória ao Senhor seja sem fim.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 18 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Dedicação das Basílicas de S. Pedro e de S. Paulo, Apóstolos

Evangelho segundo S. Lucas 19, 1-10

Naquele tempo, Jesus entrou em Jericó e começou a atravessar a cidade. Vivia ali um homem rico chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos. Procurava ver quem era Jesus, mas, devido à multidão, não podia vê-l’O, porque era de pequena estatura. Então correu mais à frente e subiu a um sicómoro, para ver Jesus, que havia de passar por ali. Quando Jesus chegou ao local, olhou para cima e disse-lhe: «Zaqueu, desce depressa, que Eu hoje devo ficar em tua casa». Ele desceu rapidamente e recebeu Jesus com alegria. Ao verem isto, todos murmuravam, dizendo: «Foi hospedar-Se em casa dum pecador». Entretanto, Zaqueu apresentou-se ao Senhor, dizendo: «Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se causei qualquer prejuízo a alguém, restituirei quatro vezes mais». Disse-lhe Jesus: «Hoje entrou a salvação nesta casa, porque Zaqueu também é filho de Abraão. Com efeito, o Filho do homem veio procurar e salvar o que estava perdido».

Outras leituras do dia: Ap 3, 1-6. 14-22; Sal 14 (15), 2-3ab. 3cd-4ab.5


Zaqueu pretendeu ver Jesus, mas teve a sorte de ser visto, antes, por Ele. Quando Deus nos vê, recria-nos, transforma-nos e faz vir ao de cima o que temos de melhor. Zaqueu fez a caminhada da curiosidade até à fé. Passou a acreditar em Quem, primeiro, havia acreditado nele. Jesus abriu-lhe os olhos, para que ele pudesse ver as pessoas, em vez do dinheiro dos impostos. Ensinou-o a utilizar as mãos, para ele aprender a dar e partilhar com pobres, ou com os que defraudara, em vez de as utilizar para acumular e reter as coisas. Fê-lo descobrir que o cimo da árvore não era o lugar propício para um encontro pessoal, mas a sua própria casa, onde o Senhor se fez convidado e anfitrião, e teve o bom gosto de ficar hospedado.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Ouvi, gente das igrejas o que o Espírito diz:
Tens fama de estar vivo, mas estás morto,
Não te dás conta de que és um pobre infeliz:
Vê, a minha Palavra leva sempre a bom porto.

Vejo as tuas obras e não és frio nem quente;
És morno: então, assim não serves para nada!
Deixa-te purificar pelo fogo, rico irreverente,
E olha: estou à tua porta, espero entrada.

E ser acolhido no centro da tua casa,
Como aconteceu um dia com esse tal Zaqueu,
Que de alma convertida e o peito em brasa,
Devolve mais do que roubou e há de ser meu!

Antes de ver a Jesus, é ele que é visto;
Depois chega a esta casa a salvação.
O Filho do Homem o que quer é isto:
Acolher o pecador na dor de seu coração.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 17 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 18, 35-43

Naquele tempo, quando Jesus Se aproximava de Jericó, estava um cego a pedir esmola, sentado à beira do caminho. Quando ele ouviu passar a multidão, perguntou o que era aquilo. Disseram-lhe que era Jesus Nazareno que passava. Então ele começou a gritar: «Jesus, filho de David, tem piedade de mim». Os que vinham à frente repreendiam-no, para que se calasse, mas ele gritava ainda mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e mandou que Lho trouxessem. Quando ele se aproximou, perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». Ele respondeu-Lhe: «Senhor, que eu veja». Disse-lhe Jesus: «Vê. A tua fé te salvou». No mesmo instante ele recuperou a vista e seguiu Jesus, glorificando a Deus. Ao ver o sucedido, todo o povo deu louvores a Deus.

Outras leituras do dia: Ap 1, 1-4; 2, 1-5a; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6


O desejo máximo do cego era recobrar a vista. Jesus pergunta-lhe: “Que queres que Eu te faça?”, a fim de que ele tomasse consciência do magnífico dom que iria receber. E o cego não só recupera a luz dos olhos, como passa a ver o invisível, o que os outros não conseguem vislumbrar. Liberta-se da multidão, que lhe estorva a comunicação com Cristo, e adere plenamente ao Mestre, seguindo-o pelo caminho. Põe de lado o manto de mendigo de esmolas, porque agora passa a viver principalmente da graça de Deus. No início, soltara um grito, cheio de desassombro, como o de um bebé, ao nascer: “Filho de David, tem piedade de mim!”. Pretendia ser um homem novo e que o Senhor lhe aviasse o atestado de um natal e de um baptismo por estrear. Passou depois a vida a louvar ao Senhor, porque a sua fé o salvara!
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Este é o Apocalipse do servo João,
Verdadeiro testemunho da Palavra de Deus:
Quem a escuta e leva depois em seu coração,
Será do Senhor em todos os caminhos seus.

O Senhor conhece as nossas obras e fadigas,
Mas chama ao arrependimento os malvados:
Põe-nos à prova, mas Suas palavras amigas,
Para nós arrimo e conforto em todos os lados.

Serão força para gritar à beira do caminho,
Como aquele cego que sabe recorrer a Jesus;
Os apóstolos reprovam; mas eis o carinho
Do Nazareno: lê a sua fé e o traz à luz.

Agora segue a Jesus com a vista recuperada,
Cantando em toda a parte louvores sem fim;
Para este cego é tempo de nova alvorada:
“Jesus, filho de David, tem piedade de mim”.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 16 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXXIII DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Mateus 25, 14-30

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola: «Um homem, ao partir de viagem, chamou os seus servos e confiou-lhes os seus bens. A um entregou cinco talentos, a outro dois e a outro um, conforme a capacidade de cada qual; e depois partiu. O que tinha recebido cinco talentos fê-los render e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que recebera dois talentos ganhou outros dois. Mas, o que recebera um só talento foi escavar a terra e escondeu o dinheiro do seu senhor. Muito tempo depois, chegou o senhor daqueles servos e foi ajustar contas com eles. O que recebera cinco talentos aproximou-se e apresentou outros cinco, dizendo: ‘Senhor, confiaste-me cinco talentos: aqui estão outros cinco que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera dois talentos e disse: ‘Senhor, confiaste-me dois talentos: aqui estão outros dois que eu ganhei’. Respondeu-lhe o senhor: ‘Muito bem, servo bom e fiel. Porque foste fiel em coisas pequenas, confiar-te-ei as grandes. Vem tomar parte na alegria do teu senhor’. Aproximou-se também o que recebera um só talento e disse: ‘Senhor, eu sabia que és um homem severo, que colhes onde não semeaste e recolhes onde nada lançaste. Por isso, tive medo e escondi o teu talento na terra. Aqui tens o que te pertence’. O senhor respondeu-lhe: ‘Servo mau e preguiçoso, sabias que ceifo onde não semeei e recolho onde nada lancei; devias, portanto, depositar no banco o meu dinheiro e eu teria, ao voltar, recebido com juro o que era meu. Tirai-lhe então o talento e dai-o àquele que tem dez. Porque, a todo aquele que tem, dar-se-á mais e terá em abundância; mas, àquele que não tem, até o pouco que tem lhe será tirado. Quanto ao servo inútil, lançai-o às trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes’».

Outras leituras do dia: Prov 31, 10-13. 19-20. 30-31; Sal 127 (128), 1-2. 3. 4-5; 1 Tes 5, 1-6


O ponto tónico da parábola é que nenhum cristão parte do nada ou sem o capital mínimo: todos recebem uma recheada dose de dons, todos estão equipados, cada um segundo a sua capacidade. É importante assumir como nosso, fazer render com criatividade e colocar ao serviço dos demais o que nos foi entregue. Convém não cavar esconderijos para as dádivas de Deus: se amortalho a minha fé e não a utilizo, melhor fora não a ter recebido. Tenho de aprender a esbanjar as minhas qualidades, em prol dos outros. Se Deus me confiou dois talentos, não me irá pedir o rendimento de cinco. Na hora actual, estou a treinar-me e a desenvolver a minha criatividade, a fim de que o Senhor me promova e me entregue, depois, bens mais importantes.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


A boca do justo é uma fonte de vida,
A sabedoria encontra-se em sua alma;
Usa da palavra da forma mais devida,
Nas horas adversas conserva a calma.

Homem justo que jamais anda nas trevas,
Decerto, sobre ele nunca se abaterá a ruína;
É filho da luz de Deus que irradia e que leva,
Por onde passa; e com esta luz ilumina!

Homem que faz render os “seus” talentos;
Indicação correta da Palavra do Evangelho;
Ao Senhor sabe dar todos os momentos,
Na juventude ou quando for mais velho.

Sejam cinco ou dois ou um, devem render;
Sejamos o servo bom e fiel para o Senhor;
Aquele que em tudo sabe sempre ver e ser
A presença de Deus, para outros, de amor.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 15 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 18, 1-8

Naquele tempo, Jesus disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar: «Em certa cidade vivia um juiz que não temia a Deus nem respeitava os homens. Havia naquela cidade uma viúva que vinha ter com ele e lhe dizia: ‘Faz-me justiça contra o meu adversário’. Durante muito tempo ele não quis atendê-la. Mas depois disse consigo: ‘É certo que eu não temo a Deus nem respeito os homens; mas, porque esta viúva me importuna, vou fazer-lhe justiça, para que não venha incomodar-me indefinidamente’». E o Senhor acrescentou: «Escutai o que diz o juiz iníquo!... E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?»

Outras leituras do dia: 3 Jo 5-8; Sal 111 (112), 1-2. 3-4. 5-6

Santo do dia
S. Alberto Magno, bispo e doutor da Igreja


Eis um juiz iníquo e inacessível, perante uma viúva pobre, sem apoios nem patrocinadores, mas que consegue abrir uma brecha enorme no egoísmo deste magistrado. Primeira lição: A fraqueza pode vencer a força! Segunda: Não devemos temer as nossas fragilidades, porque Deus também é débil a nosso respeito e, ao contrário do citado juiz, gosta de ser incomodado permanentemente e está impaciente por nos ouvir e atender. A passagem evangélica conclui: “Quando o Filho do homem voltar, encontrará fé sobre a terra?”. Sem fé e sem confiança, os nossos pedidos não chegam ao seu destino final. Será que Deus consegue encontrar, no emaranhado das nossas preces, o mais importante, a saber: o cumprimento da sua vontade, a difusão do seu Reino? Ou verifica que consta apenas o pedido de meras e inúteis bagatelas? O pior seria se, após tantos rogos e empenhos, nos esquecêssemos de comparecer em tribunal no dia aprazado, e ficássemos sem receber as ansiadas graças e a clemência divina.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Respeitai em tudo os estrangeiros,
Os órfãos, as viúvas, os fracos também;
Na caridade sede sempre os primeiros,
Vossa vida inteira, a prática do Bem.

Proceder assim é viver na fidelidade
E trazer a vida de Deus ao seio da Igreja;
Tantos outros louvarão tua caridade,
Atitude dos discípulos que o mundo veja.

À caridade reuni sempre a oração;
Rezai sempre, sempre sem cessar;
Assim será santuário vosso coração,
De Deus para o mundo transformar.

Deus atende em tudo a vossa prece,
Diferente do juiz iníquo e malvado:
Ao apelo da viúva foge e desaparece.
Deus é diferente: sempre do nosso lado.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 14 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 17, 26-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Como sucedeu nos dias de Noé, assim será também nos dias do Filho do homem: Comiam e bebiam, casavam e davam-se em casamento, até ao dia em que Noé entrou na arca. Então veio o dilúvio, que os fez perecer a todos. Do mesmo modo sucedeu nos dias de Lot: Comiam e bebiam, compravam e vendiam, plantavam e construiam. Mas no dia em que Lot saiu de Sodoma, Deus mandou do céu uma chuva de fogo e enxofre, que os fez perecer a todos. Assim será no dia em que Se manifestar o Filho do homem. Nesse dia, quem estiver no terraço e tiver coisas em casa não desça para as tirar; e quem estiver no campo não volte atrás. Lembrai-vos da mulher de Lot. Quem procurar salvar a vida há-de perdê-la e quem a perder há-de salvá-la. Eu vos digo que, nessa noite, estarão dois num leito: um será tomado e o outro deixado; estarão duas mulheres a moer juntamente: uma será tomada e a outra deixada». Então os discípulos perguntaram a Jesus: «Senhor, onde será isto?». Ele respondeu-lhes: «Onde estiver o corpo, aí se juntarão os abutres».

Outras leituras do dia: 2 Jo 4-9; Sal 118 (119), 1-2. 10-11. 17-18


‘Caminhamos na terra dos vivos, na presença do Senhor’, como evoca um salmo. A vigilância assenta na sensatez da preparação contínua para acolhermos a última chegada de Deus. Não devemos ser pessoas estranhas a este mundo, nem seres distraídos a respeito das realidades celestes. Vigiar consiste em trabalharmos e permanecermos responsavelmente activos no nosso posto, cumprindo a vontade de Deus. É isso que nos dá densidade interior e transmite felicidade. Estamos todos a caminho da alegria plena e do banquete festivo da glória. A espera do Senhor tem de converter-nos em homens e mulheres, que cultivam e sabem viver diariamente da esperança.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Teus filhos caminham na verdade,
E vivem o mandamento novo:
É a lei desde toda a eternidade,
Que faz dos filhos de Deus um povo.

O amor é viver segundo os mandamentos;
Os mandamentos são a expressão de amor;
Vivamos este apelo todos os momentos:
Estaremos em tudo, no caminho do Senhor.

Por isso estejamos em tudo vigilantes,
Acolhendo sempre a vontade de Deus:
Não apenas hoje: em todos os instantes,
Eis a verdadeira consigna dos filhos seus.

Não esqueçamos o céu ou vivamos distraídos,
Como no dilúvio ou no tempo de Lot em Sodoma;
Não nos comportemos como nesses tempos idos,
A nossa atitude seja céu que na terra já assoma.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 13 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 17, 20-25

Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus quando viria o reino de Deus e Ele respondeu-lhes, dizendo: «O reino de Deus não vem de maneira visível, nem se dirá: ‘Está aqui ou ali’; porque o reino de Deus está no meio de vós». Depois disse aos seus discípulos: «Dias virão em que desejareis ver um dia do Filho do homem e não o vereis. Hão-de dizer-vos: ‘Está ali’, ou ‘Está aqui’. Não queirais ir nem os sigais. Pois assim como o relâmpago, que faísca dum lado do horizonte e brilha até ao lado oposto, assim será o Filho do homem no seu dia. Mas primeiro tem de sofrer muito e ser rejeitado por esta geração».

Outras leituras do dia: Flm 7-20; Sal 145 (146), 7. 8-9a. 9bc-10


Onde está Deus, e porque permite Ele tantas desgraças e tragédias? É esta a pergunta e o grito amargo que lançámos sempre, quando sobrevêm situações difíceis e incompreensíveis à nossa mente humana. Quando se goza de saúde, bem-estar e felicidade… normalmente não nos preocupamos em saber onde anda Deus. Ora o reino de Deus procede do Pai, exprime-se em Jesus Cristo e confirma-se no Espírito Santo. O Reino habita no meio de nós, actua na nossa geração, embora de uma forma não tão palpável como gostaríamos. Revelar-se-á plenamente no dia do Filho do homem, quando tomarmos consciência de que Ele deu a vida e ressuscitou por cada um dos seus irmãos.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Teu amor foi para mim alegria e consolação,
Por meio de ti os santos foram consolados;
Tu foste para mim e para todos nós um irmão,
Família espiritual, em ti nos sentimos amados.

Então Filémon, quero fazer-te um pedido;
Não te imponho nada, embora tenha autoridade:
Dirijo-me a ti como irmão na fé, como amigo,
Respeitando sempre e em tudo toda a verdade.

Recebe, não como escravo, como irmão querido,
Onésimo: é meu amado filho que gerei na prisão;
Talvez no passado, quem sabe, te possa ter ferido,
Mas é o momento de abrir em grande teu coração.

Em atitudes assim o Reino torna-se presente;
Ele não vem em propaganda grande e visível;
Vem na atitude humilde de todo o crente
Que, na caridade, geras o Reino imprevisível.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 12 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 17, 11-19

Naquele tempo, indo Jesus a caminho de Jerusalém, passava entre a Samaria e a Galileia. Ao entrar numa povoação, vieram ao seu encontro dez leprosos. Conservando-se a distância, disseram em alta voz: «Jesus, Mestre, tem compaixão de nós». Ao vê-los, Jesus disse-lhes: «Ide mostrar-vos aos sacerdotes». E sucedeu que no caminho ficaram limpos da lepra. Um deles, ao ver-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em alta voz, e prostrou-se de rosto por terra aos pés de Jesus para Lhe agradecer. Era um samaritano. Jesus, tomando a palavra, disse: «Não foram dez os que ficaram curados? Onde estão os outros nove? Não se encontrou quem voltasse para dar glória a Deus senão este estrangeiro?». E disse ao homem: «Levanta-te e segue o teu caminho; a tua fé te salvou».

Outras leituras do dia: Tit 3, 1-7; Sal 22 (23), 1-3a. 3b-4. 5. 6


Os leprosos ficaram limpos e curados, porque obedeceram e se apresentaram ao sacerdote, como Jesus lhes ordenara. A graça deriva e flui sempre de Cristo, mas Ele prefere às vezes que os seus representantes redijam também o certificado de saúde. Só um dos doentes regressou, para agradecer o dom auferido. A ‘gratidão é a memória do coração’. Nem sempre sabemos dizer ‘obrigado’, mal habituados como andamos às surpresas diárias e extraordinárias de Deus. Consideramos até algumas graças como direitos adquiridos. Ora, como afirmava o escritor Evely: “A verdadeira graça coloca-nos não só em estado de graça, como em estado de acção de graças”. E cristão não é o que pede ou recebe graças, mas o que sabe dar graças a Deus.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Não digais mal de ninguém, não sejais conflituosos,
Sede afáveis mostrando sempre grande afabilidade,
Praticando qualquer boa obra; sede pois bondosos
Para com os outros: este é o caminho da liberdade.

Na verdade Deus nos salva de toda a insensatez,
Na qual nos deixámos viver no tempo passado;
Discípulos de Jesus, agora é bem a nossa vez
De dizer Deus aos homens em nosso apostolado.

E fazer sempre o bem, como em tudo fez Jesus.
Lembremos da Palavra a história dos dez leprosos,
Para quem o Senhor foi saúde, foi graça, foi luz:
Reconquistaram a saúde: outra vez ditosos.

Mas só um sabe agradecer: era estrangeiro!
Aprendamos nós a lição: em tudo dar graças.
Na gratidão cada um seja sempre o primeiro,
Prende a dizer “obrigado” por onde passas.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 11 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 17, 7-10

Naquele tempo, disse o Senhor: «Quem de vós, tendo um servo a lavrar ou a guardar gado, lhe dirá quando ele volta do campo: ‘Vem depressa sentar-te à mesa’? Não lhe dirá antes: ‘Prepara-me o jantar e cinge-te para me servires, até que eu tenha comido e bebido. Depois comerás e beberás tu’. Terá de agradecer ao servo por lhe ter feito o que mandou? Assim também vós, quando tiverdes feito tudo o que vos foi ordenado, dizei: ‘Somos inúteis servos: fizemos o que devíamos fazer’».

Outras leituras do dia: Tit 2, 1-8. 11-14; Sal 36 (37), 3-4. 18 e 23. 27 e 29

Santo do dia
S. Martinho de Tours, bispo


Só temos jus a proclamar-nos ‘servos inúteis’, se fizermos integral e alegremente o que nos foi mandado. Sabemos que, a nível humano, é uma obrigação de justiça executar bem o serviço encomendado, e receber, depois, o respectivo salário. Porém, no ‘acordo colectivo’ que vigora na empresa de Deus, há cláusulas específicas que eventualmente invertem as relações de trabalho: o patrão e Senhor pode querer transformar-se em trabalhador, e passar ao criado a presidência, como prémio e distinção, se este souber pôr em prática a lei fundamental do amor.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Tu, meu filho Tito, ensina conforme à sã doutrina:
Os anciãos para serem firmes na fé e na caridade,
No amor à Palavra de Deus que tudo ilumina
E nos faz trilhar sempre os caminhos da verdade.

Às anciãs exorta a um comportamento reverente,
Que em tudo sejam sempre mestres da virtude,
O coração acolhedor, o abraço amigo e clemente,
Convite à vida da graça que nunca desilude.

Assim vale a pena ser servo de Jesus Senhor,
Que te molda a ti próprio como modelo,
Para seres no mundo espelho do seu amor,
Um mundo onde serás servo para convertê-lo.

Servo que faz agora e sempre o eu deve fazer,
Na beleza da gratuitidade, o tal servo inútil…
É o servo do Evangelho que outro Sol faz nascer
No caminho dos homens: sua presença não é fútil.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 10 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 17, 1-6

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «É inevitável que haja escândalos; mas ai daquele que os provoca. Melhor seria para ele que lhe atassem ao pescoço uma mó de moinho e o atirassem ao mar, do que ser ocasião de pecado para um só destes pequeninos. Tende cuidado. Se teu irmão cometer uma ofensa, repreende-o, e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se te ofender sete vezes num dia e sete vezes vier ter contigo e te disser: ‘Estou arrependido’, tu lhe perdoarás». Os Apóstolos disseram ao Senhor: «Aumenta a nossa fé». O Senhor respondeu: «Se tivésseis fé como um grão de mostarda, diríeis a esta amoreira: ‘Arranca-te daí e vai plantar-te no mar’, e ela vos obedeceria».

Outras leituras do dia: Tit 1, 1-9; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6

Santo do dia
S. Leão Magno, papa e doutor da Igreja


“Senhor, aumenta a nossa fé!” Era um pedido justo e sensato dos discípulos. Mas o Senhor poderia responder-lhes: ‘Para esse efeito, já tens a Palavra de Deus, a assistência do Espírito Santo, o Baptismo e os demais sacramentos...’. Não te preocupes em pedir o que te falta, mas em aproveitar melhor o que te foi já concedido. Isso servirá para confiares mais em Deus e ajudar os teus irmãos: umas vezes, perdoando-lhes; outras, pedindo, humilde e sinceramente, que te perdoem. O perdão é um dom que deve ser distribuído diariamente, sem repreensões, punições ou quaisquer condições prévias.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Coloca presbíteros segundo as minhas instruções,
Que sejam irrepreensíveis, homens a toda a prova,
Longe de vida leviana e de todas as insubordinações,
Propondo à comunidade vida que sempre se renova.

Que o bispo não seja arrogante ou dado ao vinho,
Nem tão pouco dado à violência, ao lucro desonesto;
Que saiba acolher a comunidade com todo o carinho
E a conduza a bom porto, homem bom e honesto.

Homem de piedade, forte e enraizado na doutrina,
Capaz de perdoar, oferecendo a todos o perdão
Que dará ao pecador a luz radiante da face divina,
E o acolhe fortalecendo em todos a comunhão.

Como os apóstolos dizemos: “Aumenta a nossa fé”.
Pequenina que seja a tua fé, arrastarás montanhas:
Esta é a Palavra verdadeira do profeta de Nazaré,
Convite à confiança, longe de todas as artimanhas.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 9 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM
DEDICAÇÃO DA BASÍLICA DE LATRÃO

Evangelho segundo S. João 2, 13-22

Estava próxima a Páscoa dos judeus e Jesus subiu a Jerusalém. Encontrou no templo os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados às bancas. Fez então um chicote de cordas e expulsou-os a todos do templo, com as ovelhas e os bois; deitou por terra o dinheiro dos cambistas e derrubou-lhes as mesas; e disse aos que vendiam pombas: «Tirai tudo isto daqui; não façais da casa de meu Pai casa de comércio». Os discípulos recordaram-se do que estava escrito: «Devora-me o zelo pela tua casa». Então os judeus tomaram a palavra e perguntaram-Lhe: «Que sinal nos dás de que podes proceder deste modo?». Jesus respondeu-lhes: «Destruí este templo e em três dias o levantarei». Disseram os judeus: «Foram precisos quarenta e seis anos para construir este templo e Tu vais levantá-lo em três dias?». Jesus, porém, falava do templo do seu Corpo. Por isso, quando Ele ressuscitou dos mortos, os discípulos lembraram-se do que tinha dito e acreditaram na Escritura e na palavra de Jesus.

Outras leituras do dia: Ez 47, 1-2. 8-9. 12; Sal 45 (46), 2-3. 5-6. 8-9; 1 Cor 3, 9c-11. 16-17


Cautela com a utilização do azorrague contra os teus irmãos! Antes de pegares nele, repara se estás devidamente munido da mansidão e da humildade de Cristo, e se a única honra que buscas é a do Senhor do Templo. Sob o pretexto do zelo da casa de Deus, escondem-se muitas vezes intuitos perversos: fanatismo, intransigência, fundamentalismo e hipocrisia. Ao destruir o pecado, devemos estar atentos para não eliminar o pecador. A extracção da cizânia nunca pode pôr em risco a vida do grão de trigo.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Águas vivas que brotam do Templo para Oriente;
Na força do seu caudal todo o ser vivo viverá;
Águas que são fonte de vida em sua torrente,
Nas suas margens nenhuma folhagem murchará.

Sejamos também águas vivas que trazem vida
A todos; somos de Deus, seus cooperadores,
Obreiros de uma construção profunda e querida,
Edificação de um mundo onde todos sejam melhores.

Colaboradores de Deus, somos terra de seu cultivo,
Seu Templo que o Espírito de Deus habita em nós;
Sim, sejamos Templo de Deus; do Deus santo e vivo,
Onde o homem sedento de infinito tem a sua voz.

O templo, lugar de oração, não seja lugar de cambistas,
Que o zelo da casa de Deus nos inflame e nos devore;
Nossa relação com Ele será então de grandes vistas,
Mas na simplicidade sem que nada em nós se arvore.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 8 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 16, 9-15

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Arranjai amigos com o vil dinheiro, para que, quando este vier a faltar, eles vos recebam nas moradas eternas. Quem é fiel nas coisas pequenas também é fiel nas grandes; e quem é injusto nas coisas pequenas, também é injusto nas grandes. Se não fostes fiéis no que se refere ao vil dinheiro, quem vos confiará o verdadeiro bem? E se não fostes fiéis no bem alheio, quem vos entregará o que é vosso? Nenhum servo pode servir a dois senhores, porque, ou não gosta de um deles e estima o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro». Os fariseus, que eram amigos de dinheiro, ouviam tudo isto e escarneciam de Jesus. Então Jesus disse-lhes: «Vós quereis passar por justos aos olhos dos homens, mas Deus conhece os vossos corações. O que vale muito para os homens nada vale aos olhos de Deus».

Outras leituras do dia: Filip 4, 10-19; Sal 111 (112), 1-2. 5-6. 8a e 9


A nossa consciência é indivisível, e não a podemos retalhar aos bocados. O uso das coisas é uma espécie de estágio para adquirirmos o à-vontade e a ciência de aferirmos a importância e lidarmos com os bens eternos. Quem é fiel nas pequenas coisas, torna-se mestre nas mais excelsas. Quem é sério e credível ao lidar com os bens alheios, sê-lo-á igualmente no uso dos bens pessoais. Jesus alerta-nos para realidades que são incompatíveis: se O estimamos, optamos por Ele e O servimos, temos de renunciar e colocar de lado o rol dos dons perecíveis. Só Deus nos deve seduzir, e nunca perder o fulgor e o encanto original com que nos marcou.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Obrigado Filipenses por vosso amor por mim,
Vosso grande interesse em minhas necessidades;
Não pedi nada, mas sempre que junto a vós vim,
Vós me socorrestes na alegria e na verdade.

Decididos, tomastes parte na minha tribulação,
Mesmo se eu nunca pedi quaisquer donativos;
A vossa Igreja esteve sempre em comunhão
Comigo e sempre pelos mais belos motivos.

Motivos que se prendem à nobre fidelidade,
Aquela que o Senhor pede na Palavra divina,
E a que respondemos mesmo na adversidade,
Porque a sua Palavra em tudo nos ilumina.

Não, não se pode servir a Deus e ao dinheiro;
Deus conhece em tudo os vossos corações;
Em tudo seja Ele agora e sempre o primeiro,
Seduzidos por Ele em todas as ocasiões.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 7 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 16, 1-8

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Um homem rico tinha um administrador que foi denunciado por andar a desperdiçar os seus bens. Mandou chamá-lo e disse-lhe: ‘Que é isto que ouço dizer de ti? Presta contas da tua administração, porque já não podes continuar a administrar’. O administrador disse consigo: ‘Que hei-de fazer, agora que o meu senhor me vai tirar a administração? Para cavar não tenho forças, de mendigar tenho vergonha. Já sei o que hei-de fazer, para que, ao ser despedido da administração, alguém me receba em sua casa’. Mandou chamar um por um os devedores do seu senhor e disse ao primeiro: ‘Quanto deves ao meu senhor?’. Ele respondeu: ‘Cem talhas de azeite’. O administrador disse-lhe: ‘Toma a tua conta: senta-te depressa e escreve cinquenta’. A seguir disse a outro: ‘E tu quanto deves?’ Ele respondeu: ‘Cem medidas de trigo’. Disse-lhe o administrador: ‘Toma a tua conta e escreve oitenta’. E o senhor elogiou o administrador desonesto, por ter procedido com esperteza. De facto, os filhos deste mundo são mais espertos do que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes».

Outras leituras do dia: Filip 3, 17 – 4, 1; Sal 121 (122), 1-2. 3-4a. 4b-5


O Senhor da parábola não aprova a desonestidade do seu administrador, mas louva a sua inteligência e argúcia. Deus não só tolera, como deseja que cometamos ‘irregularidades’, em prol dos irmãos mais necessitados. Os filhos de Deus devem esforçar-se e recorrer à fantasia, nas horas críticas. Para que servem, afinal, os dons do Espírito Santo? O administrador, que antes só pensara em si mesmo e nos seus interesses, descobre agora os outros e o benefício de ter amigos. A Igreja devia aprender a mesma lição: ela é apenas administradora, e não dona, dos tesouros do Senhor. Não pode viver em circuito fechado, pensando só na sua segurança, prestígio e poder, mas deve colocar em circulação permanente os bens de Deus.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Sede meus irmãos, meu imitadores,
Amando em tudo a Cristo e sua Cruz;
Nas horas de alegria e também nas dores
Recordai sempre o Crucificado Jesus.

É nele que em tudo vos deveis gloriar,
Porque Ele tem poder mesmo sobre a morte;
Ressuscitado, no Espírito, Ele pode conformar
O nosso corpo para a ressurreição; não é sorte!

É a certeza do amor de Deus em nossa vida;
Administremos seus dons com inteligência
E sejamos, na generosidade, sem medida,
Dando a todos mesmo para além da suficiência.

Não se louva a desonestidade do administrador,
Mas porque soube pensar mais além, nos amigos;
Naquela argúcia mesmo Deus vê algo de amor,
Em que se salva a si também de muitos perigos.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 6 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 15, 1-10

Naquele tempo, os publicanos e os pecadores aproximavam-se todos de Jesus, para O ouvirem. Mas os fariseus e os escribas murmuravam entre si, dizendo: «Este homem acolhe os pecadores e come com eles». Jesus disse-lhes então a seguinte parábola: «Quem de vós, que possua cem ovelhas e tenha perdido uma delas, não deixa as outras noventa e nove no deserto, para ir à procura da que anda perdida, até a encontrar? Quando a encontra, põe-na alegremente aos ombros e, ao chegar a casa, chama os amigos e vizinhos e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a minha ovelha perdida’. Eu vos digo: Assim haverá mais alegria no Céu por um só pecador que se arrependa, do que por noventa e nove justos, que não precisam de arrependimento. Ou então, qual é a mulher que, possuindo dez dracmas e tendo perdido uma, não acende uma lâmpada, varre a casa e procura cuidadosamente a moeda até a encontrar? Quando a encontra, chama as amigas e vizinhas e diz-lhes: ‘Alegrai-vos comigo, porque encontrei a dracma perdida’. Eu vos digo: Assim haverá alegria entre os Anjos de Deus por um só pecador que se arrependa».

Outras leituras do dia: Filip 3, 3-8a; Sal 104 (105), 2-3. 4-5. 6-7


Deus recusa-se a ficar empobrecido. A ovelha tresmalhada ou a dracma que se esgueirou pelo bolso roto do avental da dona de casa simbolizam os filhos de Deus que possuem um valor único e incalculável. A sua perda constitui um dano irreparável no património do Pai celeste. Podemos prescindir do estatuto de filhos, mas Deus nunca se resigna a ficar sem a sua criatura. A casa fica assombrada, vazia e fria, se um filho foge: Deus precisa da nossa presença e do calor da nossa amizade. Quando regressamos a casa, o Pai distingue-nos ao longe, culmina-nos de beijos e abraços, solta um grito de júbilo e inicia a festa de toda a família, porque sabe que inaugura e abençoa, nesse dia, um novo lar.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Não nos gloriamos na carne, não;
Nós nos gloriamos em Cristo Jesus;
Ele conquistou em tudo nosso coração,
Queremos ser no mundo a sua luz.

No que toca à justiça fui irrepreensível;
Mas o que para mim era ganho é agora
Perda; por Cristo tudo me parece perecível;
A Ele pertenço, hoje e aqui e em toda a hora.

Tudo o que tinha, o dou por perdido;
Achei a pérola rica; a de maior valor;
Como a mulher que de júbilo excedido
Encontra a dracma; de mesmo o pastor

Que sem medo, procura ainda uma ovelha;
Deixa as noventa e no e vai atrás da perdida;
Ao encontra-la é com toda a certeza uma centelha
De céu que aparece sobre a terra: outra vez vida!

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 5 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 14, 25-33

Naquele tempo, seguia Jesus uma grande multidão. Jesus voltou-Se e disse-lhes: «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo. Quem de vós, desejando construir uma torre, não se senta primeiro a calcular a despesa, para ver se tem com que terminá-la? Não suceda que, depois de assentar os alicerces, se mostre incapaz de a concluir e todos os que olharem comecem a fazer troça, dizendo: ‘Esse homem começou a edificar, mas não foi capaz de concluir’. E qual é o rei que parte para a guerra contra outro rei e não se senta primeiro a considerar se é capaz de se opor, com dez mil soldados, àquele que vem contra ele com vinte mil? Aliás, enquanto o outro ainda está longe, manda-lhe uma delegação a pedir as condições de paz. Assim, quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

Outras leituras do dia: Filip 2, 12-18; Sal 26 (27), 1. 4. 13-14


O seguimento de Cristo requer inteligência e coerência. Construir uma torre a meias não é fazer uma ‘capela imperfeita’ ou incompleta (como as do Mosteiro da Batalha, que são uma obra de arte, mas contribuir para um rotundo fracasso e falir completamente. O crente tem de saber o que quer, onde pretende chegar e as razões da sua fé. Um cristão a meias ou ‘um não praticante’ é um ser oco, sem miolo nem identidade. Mais: o cristão deve ser realista: calcular os riscos, buscar os meios adequados, porque a sua vida é uma aventura séria, que exige cálculos e reflexão, como quem idealizou e deseja levantar uma torre. Finalmente, tem de couraçar-se de audácia e pôr de lado toda a timidez: medir as suas forças, mas acreditar, sobretudo, no poder de Deus e da oração. Deus só financia projectos grandiosos, empresas difíceis, feitas à sua medida. Obras mesquinhas não dignificam a arte e a sabedoria do Senhor do universo, nem condizem com a criatividade e o arrojo de um filho de Deus.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Fazei tudo, meu irmãos, sem discussões,
Brilhe o vosso exemplo como astros no mundo,
Onde a grandeza inscrita em vossos corações
É testemunho de Cristo poderoso e profundo.

Conservai em tudo e sempre a Palavra de Vida,
Alegrai-vos comigo, no Senhor, também vós;
Alegria plena que vem de dento e vos é devida,
Alegria que vos faz arautos de Cristo, sua voz.

Arautos que amam em plenitude, até ao fim;
Pai, mãe, esposa…Ele é a vossa preferência;
Segui-lo é que Ele seja o primeiro amor e assim
Preferi-lo em tudo, em toda a nossa existência.

Calculai vossos riscos por Cristo, nosso Senhor;
Cristo nos chama sempre a grande aventura;
Respondamos humildes, mas com grande amor,
Sustentados pelo amor de Deus que sempre dura.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 4 de novembro de 2014

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 14, 15-24 2

Naquele tempo, disse a Jesus um dos que estavam com Ele à mesa: «Feliz de quem tomar parte no banquete do reino de Deus». Respondeu-lhe Jesus: «Certo homem preparou um grande banquete e convidou muita gente. À hora do festim, enviou um servo para dizer aos convidados: ‘Vinde, que está tudo pronto’. Mas todos eles se foram desculpando. O primeiro disse: ‘Comprei um campo e preciso de ir vê-lo. Peço-te que me dispenses’. Outro disse: ‘Comprei cinco juntas de bois e vou experimentá-las. Peço-te que me dispenses’. E outro disse: ‘Casei-me e por isso não posso ir’. Ao voltar, o servo contou tudo isso ao seu senhor. Então o dono da casa indignou-se e disse ao servo: ‘Vai depressa pelas praças e ruas da cidade e traz para aqui os pobres, os aleijados, os cegos e os coxos’. No fim, o servo disse: ‘Senhor, as tuas ordens foram cumpridas, mas ainda há lugar’. O dono da casa disse então ao servo: ‘Vai pelos caminhos e azinhagas e obriga toda a gente a entrar, para que a minha casa fique cheia. Porque eu vos digo que nenhum daqueles que foram convidados provará do meu banquete’».

Outras leituras do dia: Filip 2, 5-11; Sal 21 (22), 26b-27. 28. 29-30a. 30c-32


Eis uma surpreendente contradição entre o desejo e prática. As pessoas pretendem ser convidados para a ceia, mas, depois, não comparecem à festa. Parece que a fome radicava mais na ostentação do que na amizade e na sinceridade para com o anfitrião. É necessário que haja coerência entre o que se pretende e o que se faz. É preciso servir a Deus e ao necessitado, como gostaríamos de ser ajudados e atendidos. Para Deus, um banquete tem de ter sempre a sala a abarrotar, porque todos são convidados e o Reino dos Céus implica que a festa e a reunião de todos os filhos de Deus seja ecuménica e total.
«Palavra e Vida 2014» - O Evangelho comentado cada dia - uma iniciativa dos Missionários Claretianos, ao serviço da evangelização.


Tende em vós os mesmo sentimentos,
Os que encontramos em Cristo Jesus,
Que nos acolhe em todos os momentos:
Acolhamos agora nós também sua luz.

Esvaziemo-nos de nós mesmos: servir,
Como Jesus serviu ao deixar os céus;
Na Cruz nos salvou e começou a construir
Nova humanidade para os filhos seus.

Humanidade que sonhe um mundo diferente,
Onde toda a língua proclame: Jesus é o Senhor;
O banquete do Reino é aberto a toda a gente:
Sirvamo-lo nós agora com todo o amor.

Talvez não venham os convivas primeiros
E seja necessário ir ao encontro dos caminhos.
É la que se encontram os convivas verdadeiros,
Aqueles que sofrem na ferida de seus espinhos.

Teófilo Minga, fms