Sábado - 31 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 14, 1. 7-11

Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus para tomar uma refeição. Todos O observavam. Ao notar como os convidados escolhiam os primeiros lugares, Jesus disse-lhes esta parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar. Pode acontecer que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu; então, aquele que vos convidou a ambos, terá que te dizer: ‘Dá o lugar a este’; e ficarás depois envergonhado, se tiveres de ocupar o último lugar. Por isso, quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar; e quando vier aquele que te convidou, dirá: ‘Amigo, sobe mais para cima’; ficarás então honrado aos olhos dos outros convidados. Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».

Outras leituras do dia: Rom 11, 1-2a. 11-12. 25-29; Sal 93 (94), 12-13a. 14-15. 17-18


Quem se exalta será humilhado... (Evangelho)

Neste mundo, muitas vezes, quem se exalta ainda é mais exaltado, quem se humilha ainda se vê mais humilhado. Jesus fala-nos dos valores do reino dos Céus. Aqui é que os pequeninos são os primeiros, os pobres os grandes, os pecadores aqueles de quem Deus cuida. Tornemo-nos pequeninos, para que Deus nos engrandeça. Tornarmo-nos pequeninos não é acabrunharmo-nos, é aprofundarmos a consciência da nossa dependência de Deus. Então Deus põe-nos ao seu colo e exalta-nos.

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Teria Deus rejeitado o seu povo?
De maneira nenhuma. Também eu
Sou da raça de Abraão e algo de novo
Na vida desta gente aconteceu.

Deste povo a salvação chega aos gentios.
A salvação: o melhor presente para o mundo.
Para os meus irmãos de raça tantos desafios,
Verdadeira riqueza do que há mais profundo.

De Sião, virá, de facto, o Libertador-Salvador
Que fará um convite constante à humildade
E ao serviço fraterno, serviço só por amor,
Sacramento de Deus, sinal de bondade.

Se fores convidado vai para o último lugar;
Todo aquele que se humilha será exaltado;
Mais um paradoxo divino, onde o amar
É a única resposta possível do Seu agrado.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 30 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 14, 1-6

Naquele tempo, Jesus entrou, num sábado, em casa de um dos principais fariseus, para tomar uma refeição. Todos O observavam. Diante d’Ele encontrava-se um hidrópico. Jesus tomou a palavra e disse aos doutores da lei e aos fariseus: «É lícito ou não curar ao sábado?». Mas eles ficaram calados. Então Jesus tomou o homem pela mão, curou-o e mandou-o embora. Depois disse-lhes: «Se um filho vosso ou um boi cair num poço, qual de vós não irá logo retirá-lo em dia de sábado?». E eles não puderam replicar a estas palavras.

Outras leituras do dia: Rom 9, 1-5; Sal 147, 12-13. 14-15. 19-


Se um filho vosso... (Evangelho)

Há aqui uma situação em que Jesus diz que os fariseus achariam legítimo infringir a lei para beneficiar um filho, coisa que eles não fazem por outra pessoa. O que Jesus lhes diz é exatamente isso: que fariam por um filho o que não fariam por outra pessoa. O código de ética não escrito diz que não se pode fazer pelos nossos algumas coisas que roçam a ilegalidade e que não se fazem pelos outros. O leitor tem essa coragem?

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É verdade o que vou dizer-vos em Cristo;
Não minto como mo atesta o Espírito Santo;
Amo os meus irmãos de sangue e só por isto
Eu quisera ser amaldiçoado… Amo-os tanto!

São da minha raça, são da minha natureza,
Compete-lhes ser filhos de Deus, adotivos;
Filiação que mostra em si toda a beleza
A que podem aspirar todos os seres vivos.

Porque deles são a glória e as alianças
Que com eles fez o Senhor nos tempos antigos.
São caminhos de amor, de vivas esperanças
Entre Deus e eles; uma relação de amigos.

Amizade que leva Jesus a curar, sem medo
Aquele hidrópico que há tempos sofria.
O sábado não é para ninguém um degredo:
Eu curo-o, que sua vida tenha outra melodia.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 29 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 13, 31-35

Naquele dia, aproximaram-se alguns fariseus, que disseram a Jesus: «Vai-te daqui, porque Herodes quer matar-te». Jesus respondeu-lhes: «Ide dizer a essa raposa: Eu expulso demónios e realizo curas hoje e amanhã; ao terceiro dia chego ao meu fim. Mas hoje, amanhã e depois de amanhã, devo seguir o meu caminho, porque não é possível que um profeta morra fora de Jerusalém. Jerusalém, Jerusalém, que matas os profetas e apedrejas aqueles que te são enviados, quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha recolhe os pintainhos debaixo das suas asas! Mas vós não quisestes. Pois bem. A vossa casa vai ficar abandonada. E Eu vos digo: Não voltareis a ver-Me, até chegar o dia em que direis: ‘Bendito o que vem em nome do Senhor!’».

Outras leituras do dia: Rom 8, 31b-39; Sal 108 (109), 21-22. 26-27. 30-31


Vai-Te daqui, porque Herodes quer matar-Te. (Evangelho)

Os fariseus não queriam ter em Jesus um mártir, uma pessoa morta por Herodes. Não queriam que a sua boa memória se espalhasse. Às vezes, a boa fama dos outros incomoda-nos. (Outras vezes, não.) Quando nos incomoda e queremos disfarçar, damos um elogio primeiro e espetamos uma farpa a seguir. Muitas destas coisas fazem-se semi-inconscientemente... E, apesar disso, é nossa inteira culpa. Caro leitor, veja se não peca semiconscientemente. Veja se tem consciência do que faz.

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Deus não poupou o Seu próprio Filho;
Entregou-o e Ele morreu por todos nós;
A nossa existência terá outro brilho,
Jesus connosco, já não estamos sós,

Quem poderá separar-nos do amor de Cristo?
A fome, a angústia, a nudez, a tribulação?
Tudo isso pode existir, mas nada disto
Nos pode separar d’Ele, nem a perseguição,

Nem os Anjos, nem a vida, nem a morte.
Poderão querer matar-nos, como aquela raposa
De nome Herodes que desatinado e sem norte
Tinha tomado de seu irmão Filipe a esposa,

E queria, sedento de poder, matar a Jesus.
Jesus continua o caminho que em Jerusalém
Devem morrer os profetas. Lá no alto a Cruz
Espera Aquele que passou a vida fazendo o Bem.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 28 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 6, 12-19

Naqueles dias, Jesus subiu ao monte para rezar e passou a noite em oração a Deus. Quando amanheceu, chamou os discípulos e escolheu doze entre eles, a quem deu o nome de apóstolos: Simão, a quem deu também o nome de Pedro, e seu irmão André; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu, Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado o Zelota; Judas, irmão de Tiago, e Judas Iscariotes, que veio a ser o traidor. Depois desceu com eles do monte e deteve-Se num sítio plano, com numerosos discípulos e uma grande multidão de pessoas de toda a Judeia, de Jerusalém e do litoral de Tiro e de Sidónia. Tinham vindo para ouvir Jesus e serem curados das suas doenças. Os que eram atormentados por espíritos impuros também ficavam curados. Toda a multidão procurava tocar Jesus, porque saía d’Ele uma força que a todos sarava.

Outras leituras do dia: Ef 2, 19-22; Sal 18 A, 2-3. 4-5

Santo do dia
S. Simão e S. Judas, Apóstolos


... porque saía d’Ele uma força que a todos sarava. (Evangelho)

Era bom que tivéssemos Deus entre nós e que d’Ele saísse uma força que a todos curasse. Um santo em que bastasse tocar para sermos curados. Mas nós já não temos um Deus que nos cura quando pedimos, mas um Deus que Se nos dá de uma maneira que estimula o nosso amor gratuito a Ele. É esse o tipo de relação que precisamos, uma relação gratuita. Amar em vez de comprar. Peçamo-la.

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Já não somos estrangeiros,
Nem pessoas de fora;
Junto a Jesus somos os primeiros,
Apóstolos da primeira hora.

Na linha dos profetas
Também fomos edificados;
São claras as nossas metas:
Proclamar Jesus em todos os lados.

Depois de uma noite em oração,
Escolheu os Seus colaboradores;
Seriam apóstolos para a missão,
Uns mártires, outros confessores.

Irão pelos caminhos da Judeia,
E, mais tarde, pelo mundo inteiro;
Gente que parte e que anseia
Ser de Jesus, o filho do carpinteiro.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 27 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 13, 18-21

Naquele tempo, disse Jesus: «A que é semelhante o reino de Deus, a que hei-de compará-lo? É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e lançou na sua horta. Cresceu, tornou-se árvore e as aves do céu vieram abrigar-se nos seus ramos». Jesus disse ainda: «A que hei-de comparar o reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado».

Outras leituras do dia:Rom 8, 18-25; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6


... que uma mulher tomou e misturou [com] ... farinha. (Evangelho)

O reino de Deus é semelhante ao fermento que uma mulher misturou com farinha. Nestas reflexões já contei ao leitor que nos meus 15 anos fiz, por engano, broa com farinha de deitar aos porcos e claro que a broa foi toda para os porcos. Conclusão, não se pode fermentar qualquer farinha, ou como Jesus diz noutra passagem, não se pode dar pérolas a porcos. Temos que amar, mas temos que saber como, não pode ser à força, não podemos esmagar o outro.

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Sofremos, mas o sofrimento do tempo atual
Não tem comparação com a futura glória;
Será um tempo em que livres de todo o mal,
O Senhor realizará em nós a sua vitória.

Sofremos hoje as dores da maternidade;
Que a dor não diminua em nós a confiança;
Temos o Espírito como semente de eternidade;
Já estamos salvos: esta é a nossa esperança!

No Espírito esperamos a filiação adotiva;
Filhos de Deus que vivem na ânsia do Céu;
A esperança torna-se assim esperança viva,
Regalo extraordinário que Deus nos deu.

Reino de Deus, como a mostarda em grão,
Semente tão pequenina lançada no jardim;
É também como o fermento escondido no pão,
Milagre da vida que cresce humilde, assim.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 26 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 13, 10-17

Naquele tempo, estava Jesus a ensinar ao sábado numa sinagoga. Apareceu lá uma mulher com um espírito que a tornava enferma havia dezoito anos; andava curvada e não podia de modo algum endireitar-se. Ao vê-la, Jesus chamou-a e disse-lhe: «Mulher, estás livre da tua enfermidade»; e impôs-lhe as mãos. Ela endireitou-se logo e começou a dar glória a Deus. Mas o chefe da sinagoga, indignado por Jesus ter feito uma cura ao sábado, tomou a palavra e disse à multidão: «Há seis dias para trabalhar. Portanto, vinde curar-vos nesses dias e não no dia de sábado». O Senhor respondeu: «Hipócritas! Não solta cada um de vós do estábulo o seu boi ou o seu jumento ao sábado, para o levar a beber? E esta mulher, filha de Abraão, que Satanás prendeu há dezoito anos, não devia libertar-se desse jugo no dia de sábado?». Enquanto Jesus assim falava, todos os seus adversários ficaram envergonhados e a multidão alegrava-se com todas as maravilhas que Ele realizava.

Outras leituras do dia: Rom 8, 12-17; Sal 67 (68), 2 e 4. 6-7ab. 20-21


Com um espírito que a tornava... curvada... (Evangelho)

Jesus endireitou a senhora, o que desagradou aos fariseus. Os fariseus queriam era que Jesus estivesse quieto e calado, porque o que Ele fazia era uma afronta ao seu pecado. Jesus curava e eles sobrecarregavam. Caro leitor, temos que nos deixar afrontar por Jesus. A palavra de Jesus tem que nos «pôr a mexer». Se não o fizer, é muito mau sinal. A palavra de Jesus incomoda o leitor?

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Não sejamos devedores em relação à natureza;
Deixemo-nos conduzir pelo Espírito de vida;
No Espírito a nossa vida terá maior beleza,
Teremos deixado para trás a natureza decaída.

No Espírito de Deus podemos gritar liberdade;
Por Ele conduzidos somos de facto filhos de Deus;
Somos homens e mulheres que vivem na verdade,
Que muda a nossa vida e nos leva aos céus.

Liberdade além do sábado e sua doutrina:
Não merece esta filha de Abraão ser curada?
A Palavra de Jesus é autoridade, tudo ilumina,
Perante ela muitas leis não valem nada.

Eis o chefe da sinagoga totalmente indignado:
Curar ao sábado? Eis algo que nunca se viu.
Mas Jesus, como se estivesse fora do sagrado:
A pessoa humana é mais que a lei. Quem ouviu?

Teófilo Minga, fms

Domingo - 25 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXX DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 10, 46-52

Naquele tempo, quando Jesus ia a sair de Jericó com os discípulos e uma grande multidão, estava um cego, chamado Bartimeu, filho de Timeu, a pedir esmola à beira do caminho. Ao ouvir dizer que era Jesus de Nazaré que passava, começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim». Muitos repreendiam-no para que se calasse. Mas ele gritava cada vez mais: «Filho de David, tem piedade de mim». Jesus parou e disse: «Chamai-o». Chamaram então o cego e disseram-lhe: «Coragem! Levanta-te, que Ele está a chamar-te». O cego atirou fora a capa, deu um salto e foi ter com Jesus. Jesus perguntou-lhe: «Que queres que Eu te faça?». O cego respondeu-Lhe: «Mestre, que eu veja». Jesus disse-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Logo ele recuperou a vista e seguiu Jesus pelo caminho.

Outras leituras do dia: Jer 31, 7-9; Sal 125 (126), 1-2ab. 2cd-3. 4-5. 6; Hebr 5, 1-6


Deus salva o seu povo. Converte-o do pecado à vida nova da graça, dá-lhe a vista aos olhos da fé para entender melhor o mistério da vida, fortalece a esperança no seu peregrinar terreno e abre-lhe o coração ao amor que se vira para fora de si mesmo. A liturgia da Palavra deste domingo passa por estas certezas e mostra-nos como só Jesus nos pode dar a salva- ção definitiva.
O Livro do Profeta Jeremias recorda-nos que «o Senhor salvou o seu povo, o resto de Israel». Entre a gente deste povo «vêm o cego e o coxo, a mulher que vai ser mãe e a que já deu à luz». Deus vem reunir as ovelhas dispersas, vem trazer-lhes a felicidade e a alegria de quem se sente regressar a lugar seguro. Por isso, a profecia termina dizendo que «eles partiram com lágrimas nos olhos e Eu vou trazê-los no meio das consolações».
O Evangelho segundo São Marcos particulariza o texto do Profeta Jeremias narrando a história de Bartimeu, filho de Timeu, um cego que estava a pedir esmola à beira de um caminho, na saída de Jericó. Quando Jesus passou, o cego começou a gritar: «Jesus, Filho de David, tem piedade de mim», completando o pedido com a manifestação do desejo de recuperar a vista. No seu olhar misericordioso e compassivo, Jesus diz-lhe: «Vai: a tua fé te salvou». Bartimeu recuperou imediatamente a vista e decidiu-se a seguir Jesus pelo mesmo caminho. Neste homem cego estamos representados todos nós, no pecado que nos impede de ver com claridade. Longe de Deus, deixamos de julgar com objetividade, ficamos com medo, escondidos e descomprometidos. Temos também nós de pedir ajuda, fazendo do grito de súplica a nossa forma de oração. Mas esta só é verdadeira se a fizermos ao lado de Jesus, porque ninguém pode ficar a olhar sozinho para o seu próprio pecado… porque se afunda e afoga! Para o pecado olha-se acompanhado por Jesus, com os olhos de misericórdia de Deus. Só assim é possível a reação cristã ao pecado que acontece também com Bartimeu: o arrependimento e a conversão. As palavras imperiosas de Jesus «Vai: a tua fé te salvou» são ainda um convite à colaboração na cura. É na medida em que nos deixamos curar por Jesus que nos renovamos na fé, saímos para fora de nós e descobrimos o mundo como uma oportunidade de seguimento e de colaboração na construção do Reino.
A Epístola aos Hebreus recorda-nos, por fim, que tudo procede de Deus, até o desejo da conversão e da mudança interior. Quando nos transformamos à imagem e semelhança de Jesus, abrimo-nos à esperança em Deus, aceitamo-nos como somos, com a nossa história de pecado aberta a uma vida renovada pelo amor misericordioso de Deus. Ao encarnar e fazer-Se homem, Jesus experimentou as nossas debilidades e tentações e, por isso, melhor que ninguém nos conhece em profundidade. Para deixarmos que Jesus nos cure e nos restitua a vista, só temos de nos colocar à beira do caminho com as nossas fragilidades. Que cegueiras andamos a experimentar e precisam da luz de Cristo?

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Por causa de Jacob soltai brados de alegria,
Enaltecei em todo o ado a primeira das nações;
Que os vossos louvores sejam sempre melodia
Que canta em ação de graças em vossos corações.

Este é o tempo do regresso à pátria amada;
O Senhor os traz dos remotos confins do mundo;
Toda a culpa neste tempo novo é perdoada;
Jesus sacerdote também perdoa lá do fundo.

Jesus sacerdote não toma para si a sua glória;
Ele intercede hoje e em todo o tempo por nós;
Sabemos que a sua vitória será a nossa vitória:
A Ressurreição é Seu canto e será nossa voz.

Como foi para aquele cego que volta a ver.
“Jesus, Filho de David, tem piedade de mim!”.
Frente àqueles gritos Jesus deixou-se comover,
E como naquele tempo, ainda hoje é assim.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 24 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 13, 1-9

Naquele tempo, vieram contar a Jesus que Pilatos mandara derramar o sangue de certos galileus, juntamente com o das vítimas que imolavam. Jesus respondeu-lhes: «Julgais que, por terem sofrido tal castigo, esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos do mesmo modo. E aqueles dezoito homens, que a torre de Siloé, ao cair, atingiu e matou? Julgais que eram mais culpados do que todos os outros habitantes de Jerusalém? Eu digo-vos que não. E se não vos arrependerdes, morrereis todos de modo semelhante. Jesus disse então a seguinte parábola: «Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi procurar os frutos que nela houvesse, mas não os encontrou. Disse então ao vinhateiro: ‘Há três anos que venho procurar frutos nesta figueira e não os encontro. Deves cortá-la. Porque há-de estar ela a ocupar inutilmente a terra?’ Mas o vinhateiro respondeu-lhe: ‘Senhor, deixa-a ficar ainda este ano, que eu, entretanto, vou cavar-lhe em volta e deitar-lhe adubo. Talvez venha a dar frutos. Se não der, mandarás cortá-la».

Outras leituras do dia: Rom 8, 1-11; Sal 23 (24), 1-2. 3-4ab. 5-6


Talvez venha a dar frutos. (Evangelho)

Não se pode cortar a árvore porque talvez venha a dar frutos. Deus também não nos condena antes de nos dar plena oportunidade de darmos frutos. E nós lá vamos dando. Mas podíamos dar um fruto contínuo, viver em estado de frutificação permanente, o que implicaria irmos vigiando se vamos dando fruto, mais e melhor. Avaliando o que damos, projetamos o «por vir». O leitor reze sobre esta vigilância necessária.

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A lei do espírito dá vida em Cristo Jesus,
Que nos libertou da morte e do pecado;
Sim, libertou-nos pela Sua morte na Cruz,
Morte ali sem poder…ei-lo ressuscitado!

Sentimos em nós a natureza decaída;
Mas o Espírito é em todos nós libertação.
Em Jesus ressuscitado nos chama a nova vida
E torna espiritual nossa humana condição.

Permanece o convite ao arrependimento…
Não somos melhores que os outros galileus…
A conversão é de ontem, de todo o momento,
Convertidos somos no mundo mais luz de Deus.

Não sejamos como aquela estéril figueira…
Três anos que o Senhor por ali passava
E a mesma pena daquela hora primeira:
Onde o fruto que há tanto tempo esperava?

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 23 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 54-59

Naquele tempo, dizia Jesus à multidão: «Quando vedes levantar-se uma nuvem no poente, logo dizeis: ‘Vem chuva’; e assim acontece. E quando sopra o vento sul, dizeis: ‘Vai fazer muito calor’; e assim sucede. Hipócritas, se sabeis discernir o aspecto da terra e do céu, porque não sabeis discernir o tempo presente? Porque não julgais por vós mesmos o que é justo?». E acrescentou: «Quando fores com o teu adversário ao magistrado, esforça-te por te entenderes com ele no caminho, para que ele não te arraste ao juiz e o juiz te entregue ao oficial de justiça e o oficial de justiça te meta na prisão. Eu te digo: Não sairás de lá, enquanto não pagares o último centavo».

Outras leituras do dia: Rom 7, 18-25a; Sal 118 (119), 66 e 68. 76 e 77. 93 e 94


Porque não julgais por vós mesmos o que é justo? (Evangelho)

O caso que Jesus apresenta diz respeito a uma desavença entre duas pessoas que, por falta de capacidade de se entenderem, recorrem a uma autoridade judicial. As duas pessoas, ou pelo menos uma, de coração duro, não são capazes de se entender. Jesus condena o coração preguiçoso que não pensa por si. Jesus defende um discernimento adulto, independente. O leitor, na sua meditação de hoje, procure exemplos disto, na sua vida, que não sejam isolados.

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Quem me livrará deste corpo de morte?
Só Deus, disso tenho a absoluta certeza.
Sim, Deus na minha vida é seguro norte
A levar-me por caminhos cheios de beleza.

O que não quero, eu faço: espelho do pecado
Até à raiz mais profunda do meu próprio ser!
Mas sei que em Jesus descubro o outro lado,
O Homem Novo que o pecado há de vencer.

Estejamos atentos a toda a espécie de sinais,
Para não receber de Jesus a justa repreensão:
“Hipócritas, este tempo como não o apreciais?”.
Descubramos o tempo de autêntica conversão.

Se com o nosso adversário fazemos caminho
É melhor estender-lhe a mão e fazer a paz.
Toda a divisão é como a ferida de um espinho
Que não deixa crescer… Vejamos o que Jesus faz!

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 22 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 49-53

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Eu vim trazer o fogo à terra e que quero Eu senão que ele se acenda? Tenho de receber um baptismo e estou ansioso até que ele se realize. Pensais que Eu vim estabelecer a paz na terra? Não. Eu vos digo que vim trazer a divisão. A partir de agora, estarão cinco divididos numa casa: três contra dois e dois contra três. Estarão divididos o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra».

Outras leituras do dia: Rom 6, 19-23; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6

Santo do dia
S. João Paulo II


O caminho dos pecadores leva à perdição. (Salmo)

Não estamos nada convencidos disto. Muitos de nós não temos grandes pecados e não achamos que a vida leve a grande perdição. Mas pode levar. (Pode? – perguntar-me-á o leitor.) O ramerrame da nossa vida pode levar a uma certa insensibilidade em relação ao que poderíamos fazer MAIS, dar mais, viver mais. Temos que olhar para a nossa vida e ver onde é que podemos melhorar. Há todo um leque de coisas que se abre. O leitor faça isso hoje.

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Falo à maneira dos homens devido à vossa fraqueza;
Vós oferecestes os vossos membros à prática do mal;
Vos fizestes mesmo escravos de toda a impureza;
É tempo de voltar à prática do bem, ao essencial.

Oferecei agora vossos membros à santificação;
Aí encontrareis o Jesus Cristo em toda a verdade.
É a palavra que vos deixo, meu apelo à conversão:
Vós fostes feitos para Deus, feitos para a santidade.

Não tenhais medo do fogo que Deus trouxe à terra,
É um fogo ardente que o Senhor deseja bem ateado;
É também conquista para Deus, verdadeira guerra
Que destruirá pela raiz, a raiz de todo o pecado.

Seja este fogo de Deus a dirigir nossos passos,
Fogo do Espírito que nos consome do interior,
Capaz de nos levar à conquista de outros espaços,
Onde Deus se revela com a verdade do Seu amor.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 21 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 39-48

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Compreendei isto: se o dono da casa soubesse a que hora viria o ladrão, não o deixaria arrombar a sua casa. Estai vós também preparados, porque na hora em que não pensais virá o Filho do homem». Disse Pedro a Jesus: «Senhor, é para nós que dizes esta parábola, ou também para todos os outros?». O Senhor respondeu: «Quem é o administrador fiel e prudente que o senhor estabelecerá à frente da sua casa, para dar devidamente a cada um a sua ração de trigo? Feliz o servo a quem o senhor, ao chegar, encontrar assim ocupado. Em verdade vos digo que o porá à frente de todos os seus bens. Mas se aquele servo disser consigo mesmo: ‘O meu senhor tarda em vir’; e começar a bater em servos e servas, a comer, a beber e a embriagar-se, o senhor daquele servo chegará no dia em que menos espera e a horas que ele não sabe; ele o expulsará e fará que tenha a sorte dos infiéis. O servo que, conhecendo a vontade do seu senhor, não se preparou ou não cumpriu a sua vontade, levará muitas vergastadas. Aquele, porém, que, sem a conhecer, tenha feito acções que mereçam vergastadas, levará apenas algumas. A quem muito foi dado, muito será exigido; a quem muito foi confiado, mais se lhe pedirá».

Outras leituras do dia: Rom 6, 12-18; Sal 123 (124), 1-3. 4-6. 7-8


A quem muito foi dado, muito será exigido... (Evangelho)

Quem foi muito amado por Deus tem que amar muito. Quem foi muito amado pelos homens tem que amar muito. Toda a gente é muito amada por Deus, mas às vezes os homens põem-se de permeio e esse amor não chega ao seu destino. Daí termos uma responsabilidade especial por amar. Amar nem sempre resolve tudo. Longe disso. Mas às vezes ajuda. Às vezes ajuda muito. E é nisso que devemos apostar. O leitor é um bom apostador?

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Não reine o pecado no vosso corpo mortal;
Vivei antes na alegria sob o regime da graça;
Não praticareis e estareis livres de todo o mal,
É um regime sob o qual o pecado nunca passa.

Que o vosso corpo não seja escravo de ninguém,
Muito menos ainda, não seja escravo do pecado;
Obedientes à justiça, praticai antes todo o bem,
Caminho de Deus para vós e todo o necessitado.

A vós, meu filhos, muito vos foi dado,
É normal que muito vos seja exigido;
No dar está a alegria de quem é formado
Na minha escola, alguém que é destemido.

Meus filhos, estai preparados para qualquer hora;
A qualquer momento o Filho do Homem pode vir;
Bons administradores em todo o tempo, desde agora,
No Céu vos receberei de braços abertos a sorrir.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 20 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 35-38

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende os rins cingidos e as lâmpadas acesas. Sede como homens que esperam o seu senhor voltar do casamento, para lhe abrirem logo a porta, quando chegar e bater. Felizes esses servos, que o senhor, ao chegar, encontrar vigilantes. Em verdade vos digo: cingir-se-á e mandará que se sentem à mesa e, passando diante deles, os servirá. Se vier à meia-noite ou de madrugada felizes serão se assim os encontrar».

Outras leituras do dia: Rom 5, 12. 15b. 17-19. 20b-21; Sal 39 (40), 7-8a. 8b-9. 10 e 17


Eu venho, Senhor, para fazer a vossa vontade. (Salmo)

Todos deveríamos dizer isto, mas às vezes a vontade de Deus é tão dura… Lá diz Jesus que a porta é estreita. Temos que rezar a Deus para que Deus nos ajude a fazer a sua vontade. Temos várias ajudas, dos nossos amigos, da nossa família, dos nossos médicos. (Muitas vezes, a vontade de Deus tem a ver com a nossa saúde.) E como ela, por vezes, é dura implica uma grande motivação. A oração ajuda a isso, ajuda a que a nossa motivação venha da cabeça até ao coração.

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Por um homem só entrou o pecado no mundo
E pelo pecado chegou depois para nós a morte;
Seria um mistério de perdição tão profundo,
Se fossemos abandonados à nossa sorte.

Mas se pela falta de um só todos perecemos,
Também por um homem só chega toda a graça.
Com Jesus Cristo, servo obediente, todos temos
A salvação; em Jesus morre a nossa desgraça.

No seu sacrifício somos todos justificados;
Devemos agora em tudo ser vigilantes;
Ter as lâmpadas acesas, os cintos apertados,
Esperamos o Senhor, em todos os instantes.

Quando Ele chegar lhe abriremos a porta;
E com Ele tomaremos lugar à divina mesa.
Estamos bem, salvos e é isso que importa,
Será o mundo de Deus, de total beleza.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 19 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 13-21

Naquele tempo, alguém, do meio da multidão, disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo». Jesus respondeu-lhe: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?». Depois disse aos presentes: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». E disse-lhes esta parábola: «O campo dum homem rico tinha produzido excelente colheita. Ele pensou consigo: ‘Que hei-de fazer, pois não tenho onde guardar a minha colheita? Vou fazer assim: Deitarei abaixo os meus celeiros para construir outros maiores, onde guardarei todo o meu trigo e os meus bens. Então poderei dizer a mim mesmo: Minha alma, tens muitos bens em depósito para longos anos. Descansa, come, bebe, regala-te’. Mas Deus respondeu-lhe: ‘Insensato! Esta noite terás de entregar a tua alma. O que preparaste, para quem será?’ Assim acontece a quem acumula para si, em vez de se tornar rico aos olhos de Deus».

Outras leituras do dia: Rom 4, 20-25; Sal Lc 1, 69-70. 71-72. 73-75

Santo do dia
S. Paulo da Cruz, presbítero


Guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens. (Evangelho)

Jesus condena a avareza. Condena enchermos a alma de bens e com isso acharmos que não precisamos de Deus. E o que é precisarmos de Deus? É amarmos. E o que é amarmos? É pormos à disposição dos outros aquilo que temos. É não guardarmos tudo para nós. É praticarmos a justiça com os bens que Deus nos dá: tanto para os darmos aos pobres como para não os gastarmos mal gastos, como a água, o papel, a eletricidade.

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Diante da promessa, Abraão não hesitou
Homem grande, forte na esperança e na fé;
Não saberá talvez porque caminhos andou,
Sabe que para Deus o impossível possível é.

Se fortalece na fé e a Deus dá glória;
Caminha seguro e cheio de confiança;
Obedece a apenas: esta é a sua vitória,
Vitória indestrutível da esperança.

Caminhar assim com coração de pobreza
É ser feliz em total desprendimento;
Não vale a pena acumular tanta riqueza,
Que pode perder-se toda num só momento.

Aquele homem rico, mas insensato,
Perdeu em pouco tempo toda a colheita;
Rico aos olhos de Deus é ser de outro tato;
Riqueza onde a esperança não será desfeita

Teófilo Minga, fms

Domingo - 18 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXIX DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 10, 35-45

Naquele tempo, Tiago e João, filhos de Zebedeu, aproximaram-se de Jesus e disseram-Lhe: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir». Jesus respondeu-lhes: «Que quereis que vos faça?». Eles responderam: «Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». Disse-lhes Jesus: «Não sabeis o que pedis. Podeis beber o cálice que Eu vou beber e receber o baptismo com que Eu vou ser baptizado?». Eles responderam-Lhe: «Podemos». Então Jesus disse-lhes: «Bebereis o cálice que Eu vou beber e sereis baptizados com o baptismo com que Eu vou ser baptizado. Mas sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não Me pertence a Mim concedê-lo; é para aqueles a quem está reservado». Os outros dez, ouvindo isto, começaram a indignar-se contra Tiago e João. Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos; porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a vida pela redenção de todos».

Outras leituras do dia: Is 53, 10-11; Sal 32 (33), 4-5. 18-19. 20 e 22; Hebr 4, 14-16

Santo do dia
S. Lucas, evangelista


Frequentemente, a nossa sociedade apresenta os primeiros como aqueles que têm dinheiro e poder, como quem frequenta as festas badaladas nas revistas “cor-de-rosa” e se veste segundo as exigências da moda, como quem tem sucesso profissional e sabe colar-se aos valores do chamado “politicamente correto”. Mas a lógica de Jesus é bem diferente. O maior é aquele que se faz servo de todos e só é grande aquele que é capaz de servir e de oferecer a vida aos seus irmãos. É por aqui que nos conduzem as leituras deste domingo.
Nas nossas comunidades cristãs, quem são os primeiros? Jesus depara-Se, no Evangelho de São Marcos, com a interpelação de Tiago e João, filhos de Zebedeu, que fazem ao Mestre este pedido: «Mestre, nós queremos que nos faças o que Te vamos pedir. Concede-nos que, na tua glória, nos sentemos um à tua direita e outro à tua esquerda». As palavras da resposta de Jesus não deixam qualquer dúvida sobre o lugar dos discípulos no seio da comunidade: «Sabeis que os que são considerados como chefes das nações exercem domínio sobre elas e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder. Não deve ser assim entre vós: Quem entre vós quiser tornar-se grande, será vosso servo, e quem quiser entre vós ser o primeiro, será escravo de todos». A única grandeza de Deus é a grandeza de quem, com humildade e simplicidade, faz da própria vida um serviço aos irmãos. Não há donos, nem grupos privilegiados, nem pessoas mais importantes do que as outras, nem distinções baseadas no dinheiro, na beleza, na cultura, na posição social. Há irmãos iguais em dignidade, a quem a comunidade confia serviços diversos em vista do bem de todos. Aquilo que nos deve mover é a vontade de servir, de partilhar com os outros os dons que Deus concede.
Comentando esta passagem do Evangelho, dizia, no século IV, São João Crisóstomo numa homilia: «Se ambicionais o primeiro lugar e as maiores honras, procurai o último lugar, aplicai-vos a tornar-vos os mais simples, os mais humildes e os mais pequenos de todos. Colocai-vos atrás dos outros. Tal é a virtude que vos trará a honra a que aspirais. Tendes junto a vós um exemplo notável: ‘Pois também o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por todos’». Jesus é, para nós, um Sumo Sacerdote que Se apresenta como servo, capaz de Se compadecer das nossas fraquezas, como nos recorda a Epístola aos Hebreus. É ainda a concretização da profecia de Isaías do Servo sofredor, capaz de oferecer a sua vida como vítima de expiação e de justificação dos nossos pecados.
Seremos nós capazes de redimensionar a lógica do dinheiro, do poder e do prestígio em favor do serviço generoso e gratuito? Estamos preparados para superar a «globalização da indiferença» de que tanto fala o Papa Francisco, para colocarmos o que temos ao serviço dos marginalizados, dos estrangeiros, dos doentes incuráveis, dos idosos, dos que ninguém quer e ninguém ama? Quem serão eles na nossa comunidade?

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O Senhor provou o seu servo pelo sofrimento;
Ofereceu a vida como sacrifício de expiação;
Através das suas dores leva ao cumprimento,
No amor-dom, o plano universal de salvação.

Será o Sumo-sacerdote do tempo novo,
Em tudo igual a nós, menos no pecado;
O seu sacrifício é redenção para o povo,
Aurora de outro tempo há tanto anunciado.

Tempo que devemos viver na humildade,
Esquecidos de querer ser os primeiros,
Como se fossemos salvadores da humanidade;
De outros valores devemos ser pioneiros.

Seguir o Mestre em toda a fidelidade,
Mesmo se o sofrimento está ali à espreita.
Beberemos o cálice da dor, da ansiedade,
A missão de alegria e martírio será feita.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 17 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 8-12

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos de Deus. Mas quem Me tiver negado diante dos homens será negado diante dos Anjos de Deus. E todo aquele que disser uma palavra contra o Filho do homem será perdoado; mas quem tiver blasfemado contra o Espírito Santo não será perdoado. Quando vos levarem às sinagogas, aos magistrados e às autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de responder nem com o que haveis de dizer em vossa defesa. O Espírito Santo vos ensinará naquela hora o que haveis de dizer».

Outras leituras do dia: Rom 4, 13. 16-18; Sal 104 (105), 6-7. 8-9. 42-43

Santo do dia
S. Inácio de Antioquia, bispo e mártir


A todo aquele que Me tiver reconhecido diante dos homens também o Filho do homem o reconhecerá diante dos Anjos de Deus. (Evangelho)

Esta linguagem, que parece comercial, é-o apenas superficialmente. No fundo, os dois factos são a continuação um do outro. A união terrena com Cristo continua, naturalmente, no Céu. O Céu não é um prémio, mas a continuação da união que temos com Cristo nesta vida até à nossa transformação em seres celestiais. O leitor medite nisto. Talvez o ajude a encarar a morte mais pacificamente.

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Pela fé Abraão tem a sua descendência,
A promessa de que receberia o mundo;
Eis aqui o belo exemplo de uma existência
Que acolhe a Deus do modo mais profundo.

Grande como o mundo é a sua herança,
Mas por dom gratuito e absoluto de Deus;
Homem que crê contra toda a esperança,
A promessa multiplica-se nos filhos seus.

De Deus lhe vem absoluta proteção;
Caminha com Deus nesta caminhada;
A esperança não morre e o coração
Está firme, mesmo se longa é a estrada.

Hoje somos nós a reconhecer Jesus
Diante de um mundo quase pagão.
Chamados a ser sacramento da sua luz,
Sem medo, mesmo se nos levam à prisão.

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 16 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 12, 1-7

Naquele tempo, a multidão afluía aos milhares, a ponto de se atropelarem uns aos outros. E Jesus começou a dizer, em primeiro lugar para os seus discípulos: «Acautelai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem há nada oculto que não venha a conhecer-se. Por isso, tudo o que tiverdes dito às escuras será ouvido à luz do dia e o que tiverdes dito aos ouvidos, nos aposentos interiores, será proclamado sobre os telhados. Digo-vos a vós, meus amigos: Não temais os que matam o corpo e depois nada mais podem fazer. Vou mostrar-vos a quem deveis temer: Temei Aquele que, depois de matar, tem poder para lançar na Geena. Sim, Eu vos digo, a Esse é que deveis temer. Não se vendem cinco passarinhos por duas moedas? Contudo, nenhum deles é esquecido diante de Deus. Mais ainda, até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais. Valeis mais do que todos os passarinhos».

Outras leituras do dia: Rom 4, 1-8; Sal 31 (32), 1-2. 5. 11


Não há nada encoberto que não venha a descobrir-se... (Evangelho)

Jesus refere-se ao pecado, à hipocrisia dos fariseus. Há uma hipocrisia que tem a ver com a discrepância entre aquilo que achamos e aquilo que praticamos. Essa discrepância há de haver sempre. Mas é diferente sermos hipócritas porque ainda não correspondemos aos ideais que temos, ou sermos hipócritas porque nos estamos nas tintas para as nossas convicções, porque fazemos tábua rasa delas. Aí, a nossa hipocrisia «vem a descobrir-se» de uma forma dramática.

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Que diremos do nosso antepassado,
No início dos tempos, pai Abraão?
Terá sido pelas obras, justificado?
Acreditou, sua fé não foi em vão.

Não fez obras, mas acreditou em Deus
Que o lança na aventura dos caminhos,
Sem saber onde terminam os sonhos seus:
Muitas interrogações, alguns espinhos.

Abraão é exemplo, nosso pai na fé;
A fé que deve iluminar o nosso dia;
Este é o ensino de Jesus de Nazaré:
O fermento dos fariseus é hipocrisia.

Tudo o que é oculto será revelado;
Vivei sem medo na verdade e na luz,
Levando o Evangelho por todo o lado,
Mostrando a todos a salvação em Jesus.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 15 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 47-54

Naquele tempo, disse o Senhor aos doutores da lei: «Ai de vós, porque edificais os túmulos dos profetas, quando foram os vossos pais que os mataram. Assim dais testemunho e aprovação às obras dos vossos pais, porque eles mataram-nos e vós levantais os monumentos. É por isso que a Sabedoria de Deus disse: ‘Eu lhes enviarei profetas e apóstolos; e eles hão-de matar uns e perseguir outros’. Mas Deus vai pedir contas a esta geração do sangue de todos os profetas, que foi derramado desde a criação do mundo, desde o sangue de Abel até ao sangue de Zacarias, que pereceu entre o altar e o Santuário. Sim, Eu vos digo que se pedirão contas a esta geração. Ai de vós, doutores da lei, porque tirastes a chave da ciência: vós não entrastes e impedistes os que queriam entrar!». Quando Jesus saiu dali, os escribas e os fariseus começaram a persegui-l’O terrivelmente e a provocá-l’O com perguntas sobre muitas coisas, armando-Lhe ciladas, para O surpreenderem nalguma palavra da sua boca.

Outras leituras do dia: Rom 3, 21-30a; Sal 129 (130), 1-2. 3-4b. 4c-6

Santo do dia
S. Teresa de Jesus, virgem e doutora da Igreja


... porque tirastes a chave da ciência... (Evangelho)

A chave da ciência é a chave da caridade. Dos dois primeiros mandamentos, os mandamentos do amor, dependem toda a lei e os profetas (Mt 22, 38). O mesmo é dizer que toda a ciência da lei e dos profetas depende do 1º e do 2º mandamentos. Quem é duro de coração bloqueia dentro de si esses dois mandamentos, bloqueia a passagem desses mandamentos através de si, bloqueia a sua transmissão. É responsável pelo bem que não se faz. Faça o leitor um exame de consciência.

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Manifestou-se sem a lei de Moisés
A justiça de Deus atestada pela lei;
Justiça para o mundo que vem pela fé,
Justiça que salva o povo, toda a grei.

Foi Jesus que expiou todo o pecado,
Realizando entre nós a sua vitória;
Vitória que vem pelo sangue derramado,
Sangue que nos conquista a Sua glória.

Filhos de Deus, nós não devemos ser
Como os doutores da lei daquele tempo;
Jesus muda em nós o modo de ver,
Só importa o que somos por dentro.

Serão pedidas contas àquela geração;
Seja o nosso proceder em tudo diferente;
Esteja, de facto, convertido o coração,
Sendo a verdade de Deus para toda a gente.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 14 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 42-46

Naquele tempo, disse o Senhor: «Ai de vós, fariseus, porque pagais o dízimo da hortelã, da arruda e de todas as hortaliças, mas desprezais a justiça e o amor de Deus! Devíeis praticar estas coisas, sem omitir aquelas. Ai de vós, fariseus, porque gostais do primeiro lugar nas sinagogas e das saudações na praça pública! Ai de vós, porque sois como sepulcros disfarçados, sobre os quais passamos sem o saber!». Então um dos doutores da lei tomou a palavra e disse a Jesus: «Mestre, ao dizeres essas palavras também nos insultas a nós». Jesus respondeu: «Ai de vós também, doutores da lei, porque impondes aos homens fardos insuportáveis e vós próprios nem com um só dedo tocais nesses fardos!».

Outras leituras do dia: Rom 2, 1-11; Sal 61 (62), 2-3. 6-7. 9


Ai de vós... (Evangelho)

As pequenas coisas tinham-se tornado as grandes coisas. E Cristo diz: «ai de ti!» As pessoas dão aos animais comida especial própria, brinquedos próprios, casa própria e cuidados médicos, normalmente de uma maneira desproporcionada com os cuidados prestados aos mais pequeninos. Quanto é que o leitor gasta com os seus animais de estimação e em obras de caridade? «Ai de ti!». Pensa que Deus não lhe vai cobrar isso?

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Amigo, não te faças juiz de ninguém;
Julgar os outros é a tua condenação;
Sabemos sim, só Deus bom julga bem,
Só Ele sabe o que vai dentro do coração.

Tens coração duro e impenitente?
Sobre ti cai a indignação divina.
Sê correto em relação a toda a gente,
Então tua vida será luz que ilumina,

Não sejais como esses fariseus
Que pagam o dízimo da arruda,
Da hortelã e outros produtos seus,
Mas vede, na sua vida, nada muda.

Sim, podeis praticar todas essas ações,
Não desprezando o amor de Deus em nada;
Gostais de aparecer vestidos de pimpões,
Mas aos outros impondes carga pesada!

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 13 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 37-41

Naquele tempo, depois de Jesus ter falado, um fariseu convidou-O para comer em sua casa. Jesus entrou e tomou lugar à mesa. O fariseu admirou-se, ao ver que Ele não tinha feito as abluções antes de comer. Disse-lhe o Senhor: «Vós, os fariseus, limpais o exterior do copo e do prato, mas o vosso interior está cheio de rapina e perversidade. Insensatos! Quem fez o interior não fez também o exterior? Dai antes de esmola o que está dentro e tudo para vós ficará limpo».

Outras leituras do dia: Rom 1, 16-25; Sal 18 A (19), 2-3. 4-5


Dai antes de esmola o que está dentro... (Evangelho)

Esta frase não nos dispensa de darmos o que está fora. Temos que nos dar completamente. O que está dentro e o que está fora. Às vezes diz-se que o mais fácil de dar é o material. Suponho que depende da personalidade das pessoas. Conheço pessoas muito insensíveis a dar o de fora. Seja como for, temos que nos dar completamente. O leitor, hoje, reze sobre isto.

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Irmãos, não me envergonho do Evangelho;
É a força de Deus para a salvação do crente;
Meu grande desejo é por toda a parte vê-lo
Proclamado em todo o orbe, a toda a gente.

O Evangelho revela-se sempre na verdade
Que esta geração parece não compreender;
Geração má de toda a malícia e impiedade,
Deus não a preocupa em seu proceder.

Agarra-se a coisa externas e superficiais,
Como aquele fariseu que convidou Jesus;
São lei e mais leis às quais são mui leais,
Pouco mais que escuridão, nada de luz.

Fariseus, limpais o exterior dos pratos,
Mas o vosso interior está cheio de rapina;
Sois gente de malvadez, sois insensatos,
Lâmpadas apagadas sem luz que ilumina.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 12 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 29-32

Naquele tempo, aglomerava-se uma grande multidão à volta de Jesus e Ele começou a dizer: «Esta geração é uma geração perversa: pede um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, senão o sinal de Jonas. Assim como Jonas foi um sinal para os habitantes de Nínive, assim o será também o Filho do homem para esta geração. No juízo final, a rainha do sul levantar-se-á com os homens desta geração e há-de condená-los, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; e aqui está quem é maior do que Salomão. No juízo final, os homens de Nínive levantar-se-ão com esta geração e hão-de condená-la, porque fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas».

Outras leituras do dia: Rom 1, 1-7; Sal 97 (98), 1. 2-3ab. 3cd-4


Fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas. (Evangelho)

Normalmente, penitência está associada a coisas que custam. Penitência é uma prática para nos fazer voltar ao bom caminho. E qual é o bom caminho? É mais amarmos a Deus. E o próximo como a nós próprios. A penitência não pode ser uma coisa do tipo: «agora não como bolos para fazer penitência». O sacrifício tem que ter por objetivo melhorar-nos. O leitor não se esqueça disso. Hoje planeie um sacrifício.

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Sou Apóstolo por chamamento divino,
Destacado para servir o Evangelho de Deus;
Quero por todo o lado deixar escrito um hino
E fazer de todos o Seu povo, filhos Seus.

Jesus Cristo é em tudo Deus e Senhor;
Por Ele recebemos a graça e a dignidade
De ser apóstolo da Palavra, com ardor:
É a minha razão de ser; é a minha vontade.

Pregar sempre, a tempo e a contratempo
Mesmo a uma geração indigna e perversa;
A Palavra deve espalhar-se como o vento,
Alcançar a todos da maneira mais diversa.

Aqui está quem é mais do que Salomão;
Vem a rainha do sul para ouvir o rei;
Também Nínive se converteu de coração;
Este povo esquece sempre o que lhe preguei.

Teófilo Minga, fms

Domingo - 11 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


DOMINGO XXVIII DO TEMPO COMUM

Evangelho segundo S. Marcos 10, 17-27 ou Mc 10, 17-30

Naquele tempo, ia Jesus pôr-Se a caminho, quando um homem se aproximou correndo, ajoelhou diante d’Ele e Lhe perguntou: «Bom Mestre, que hei-de fazer para alcançar a vida eterna?». Jesus respondeu: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu sabes os mandamentos: ‘Não mates; não cometas adultério; não roubes; não levantes falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe’». O homem disse a Jesus: «Mestre, tudo isso tenho eu cumprido desde a juventude». Jesus olhou para ele com simpatia e respondeu: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». Ao ouvir estas palavras, o homem ficou abatido e retirou-se pesaroso, porque era muito rico. Então Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: «Como será difícil para os que têm riquezas entrar no reino de Deus!». Os discípulos ficaram admirados com estas palavras. Mas Jesus afirmou-lhes de novo: «Meus filhos, como é difícil entrar no reino de Deus! É mais fácil passar um camelo pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino de Deus». Eles admiraram-se ainda mais e diziam uns aos outros: «Quem pode então salvar-se?». Fitando neles os olhos, Jesus respondeu: «Aos homens é impossível, mas não a Deus, porque a Deus tudo é possível».

Outras leituras do dia: Sab 7, 7-11; Sal 89 (90), 12-13. 14-15. 16-17; Hebr 4, 12-13


Há diversos tipos de pessoas sábias: as que têm muitos conhecimentos científicos, fruto de longos anos de estudo e investigação; as que se distinguem num ofício, resultante de uma longa experiência nessa área; as que sabem como ninguém de uma arte em concreto... e os exemplos não terminariam. Quase sempre, associamos a pessoa sábia a conhecimento acumulado e esquecemo-nos de uma outra forma de sabedoria que é bem mais importante: a capacidade de distinguir o bem do mal e de discernir a vontade de Deus nas escolhas que se vão fazendo na vida. É por aqui que nos orientam as leituras deste domingo.
O Livro da Sabedoria traz-nos o elogio da sabedoria, descrita como dom recebido de Deus, fruto da oração mais que do esforço pessoal. «Orei e foi-me dada a prudência; implorei e veio a mim o espírito de sabedoria». Neste sentido, o sábio é um homem reto e sintonizado com Deus. Por isso, continua o autor do Livro: «Preferi-a aos cetros e aos tronos. Amei-a mais do que a saúde e a beleza e decidi tê-la como luz, porque o seu brilho jamais se extingue. Com ela me vieram todos os bens e, pelas suas mãos, riquezas inumeráveis». Estamos a falar de um conhecimento inestimável que permite reconhecer o valor das coisas no seu devido lugar. Rico não é tanto quem tem muitos bens, mas quem sabe pôr a render o que tem como oportunidade de cumprir a sua missão.
Na mesma linha do autor sapiencial, a Epístola aos Hebreus introduz-nos na sabedoria do Evangelho. «A palavra de Deus é viva e eficaz, é capaz de discernir os pensamentos e intenções do coração». No confronto com a Boa Nova do Reino apresentada por Jesus, o crente é capaz de discernir a vontade de Deus, isto é, tem a capacidade de decidir e de escolher o que mais o completa como cristão. Mais do que informação adquirida, é um princípio de vida capaz de iluminar o entendimento, de interpretar os acontecimentos e de acolher os imprevistos como sinais da presença de Deus que guiam e conduzem.
Por fim, o Evangelho segundo São Marcos traz-nos a concretização destas ideias. Jesus encontra-Se com um homem crente, desejoso de ser mais perfeito, à imagem do próprio Deus, que O interpela com a questão: «Bom Mestre, que hei de fazer para alcançar a vida eterna?» Diz o texto que Jesus olhou para ele com simpatia, como quem reconhece estar diante de uma pessoa boa, e respondeu-lhe propondo alguma coisa de mais no caminho da santidade: «Falta-te uma coisa: vai vender o que tens, dá o dinheiro aos pobres, e terás um tesouro no Céu. Depois, vem e segue-Me». As exigências do Reino e do seguimento de Jesus requerem sabedoria e discernimento. Não é que seja necessário deixar tudo o que se tem, mas é imprescindível não perder a liberdade interior de seguir por onde Deus desafia a ir. A sabedoria cristã tem de ser impregnada da caridade, tem de ir ao encontro dos mais necessitados, tem de ser vivida e experimentada no confronto com os outros que vivem ao nosso lado.

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Orei e na oração foi-me dada a inteligência,
Implorei de Deus o espírito de Sabedoria;
Ela mudou o rumo da minha existência,
Às riquezas, cetros e tronos eu a preferi-a.

Tal como a Palavra de Deus que é viva,
Mais afiada que espada de dois gumes;
Penetra no meu coração, é persuasiva;
Com ela posso subir aos mais altos cumes.

Não como aquele jovem, rico e cumpridor,
Que queria a vida eterna como herança;
Mas voltou para trás, quando o Senhor
Diz: “Vende os bens…”. Caiu a esperança!

Porque estar agarrado aos bens terrenos?
O Céu deve em tudo ser nosso tesouro.
Tanta mediocridade e corações pequenos,
Tão agarrados à riqueza da prata e do ouro.

Teófilo Minga, fms

Sábado - 10 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 27-28

Naquele tempo, enquanto Jesus falava à multidão, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e disse: «Feliz Aquela que Te trouxe no seu ventre e Te amamentou ao seu peito». Mas Jesus respondeu: «Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Outras leituras do dia: Joel 4, 12-21; Sal 96 (97), 1-2. 5-6. 11-12


Mais felizes são os que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática... (Evangelho)

Mais felizes do que Nossa Senhora, diz Jesus. Mais felizes do que aquela que O trouxe no seio. Já noutra ocasião, Jesus prefere os que fazem a sua vontade à sua família. Para Jesus, o mais importante de tudo, mesmo que a família, é fazer a sua vontade. E o leitor sabe qual é a vontade de Jesus a seu respeito? Tem ideias concretas? Se não tiver nenhuma ideia concreta, não pode concretizar a vontade de Jesus a seu respeito…

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Despertem as nações, vão ao vale de Josafat;
Ali justificarei todas as nações das cercanias;
É tempo de meter a foice, a seara madura está,
E haja conversão na luz serena de outros dias.

Esse vale, será também o Vale da Sentença,
Onde o sol e as estrelas escondem seu brilho;
Em relação a Deus, vede vossa pertença,
Seja o vosso comportamento de um bom filho.

Porque Sabeis, o Senhor é refúgio e abrigo;
Refúgio seguro e certo para a dor do seu povo.
O Senhor nunca está distante: próximo e amigo,
Nele, a certeza de um sonho, o HOMEM NOVO.

O homem que vive na dimensão da fé.
Aquela que te amamentou ao seu peito
É bem-aventurada: é Maria de Nazaré!
Guardar a Palavra é, de todo, outro feito!

Teófilo Minga, fms

Sexta feira - 9 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 15-26

Naquele tempo, Jesus expulsou um demónio, mas alguns dos presentes disseram: «É por Belzebu, príncipe dos demónios, que Ele expulsa os demónios». Outros, para O experimentarem, pediam-Lhe um sinal do céu. Mas Jesus, que conhecia os seus pensamentos, disse: «Todo o reino dividido contra si mesmo, acaba em ruínas e cairá casa sobre casa. Se Satanás está dividido contra si mesmo, como subsistirá o seu reino? Vós dizeis que é por Belzebu que Eu expulso os demónios. Ora, se Eu expulso os demónios por Belzebu, por quem os expulsam os vossos discípulos? Por isso eles mesmos serão os vossos juízes. Mas se Eu expulso os demónios pelo dedo de Deus, então quer dizer que o reino de Deus chegou até vós. Quando um homem forte e bem armado guarda o seu palácio, os seus bens estão em segurança. Mas se aparece um mais forte do que ele e o vence, tira-lhe as armas em que confiava e distribui os seus despojos. Quem não está comigo está contra Mim e quem não junta comigo dispersa. Quando o espírito impuro sai do homem, anda a vaguear por lugares desertos à procura de repouso. Como não o encontra, diz consigo: ‘Voltarei para a casa de onde saí’. Quando lá chega, encontra-a varrida e arrumada. Então vai e toma consigo sete espíritos piores do que ele, que entram e se instalam nela. E o último estado daquele homem torna-se pior do que o primeiro».

Outras leituras do dia: Joel 1, 13-15 – 2, 1-2; Sal 9 A (9), 2-3. 6 e 16. 8-9


Quem não junta comigo dispersa. (Evangelho)

O pecado dispersa, divide. O bem é um fator de união e só se pode juntar com Cristo porque só Cristo é que é o Bem. Só Deus é que é o amor e não há bem fora do amor, fora de Deus. Nós temos que nos unir a Deus, unirmo-nos uns aos outros, unirmo-nos interiormente. Ao unirmo-nos mais, vamos participando mais do amor de Deus, amando mais ficamos mais unidos. É um movimento recíproco. O leitor una-se dentro de si (reze), una-se ao seu irmão (ame) e una-se a Deus (reze e ame).

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Sacerdotes, ponde vestes de penitência,
Lamentai-vos e gemei servidores do altar;
Mude de rumo e cor a vossa existência,
Que na alegria, a Deus possa louvar!

Convocai uma Assembleia sagrada
E proclamai um jejum grande, solene:
É o caminho para Deus, a Sua estrada,
Onde o vosso louvor deve ser perene.

Assim aparecerá então outro povo,
Um povo unido em nome do Senhor,
Com rosto diferente, com rosto novo,
Onde a única linguagem é o amor.

Não se expulsam os demónios por Belzebu,
Assim um reino fica dividido e se arruína;
Acolhamos antes a luz divina, eu, nós, tu
E seja a nossa vida testemunho que ilumina.

Teófilo Minga, fms

Quinta feira - 8 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 11, 5-13

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se algum de vós tiver um amigo, poderá ter de ir a sua casa à meia-noite, para lhe dizer: ‘Amigo, empresta-me três pães, porque chegou de viagem um dos meus amigos e não tenho nada para lhe dar’. Ele poderá responder lá de dentro: ‘Não me incomodes; a porta está fechada, eu e os meus filhos estamos deitados e não posso levantar-me para te dar os pães’. Eu vos digo: Se ele não se levantar por ser amigo, ao menos, por causa da sua insistência, levantar-se-á para lhe dar tudo aquilo de que precisa. Também vos digo: Pedi e dar-se-vos-á; procurai e encontrareis; batei à porta e abrir-se-vos-á. Porque quem pede recebe; quem procura encontra e a quem bate à porta, abrir-se-á. Se um de vós for pai e um filho lhe pedir peixe, em vez de peixe dar-lhe-á uma serpente? E se lhe pedir um ovo, dar-lhe-á um escorpião? Se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem!».

Outras leituras do dia: Mal 3, 13-20a; Sal 1, 1-2. 3. 4 e 6


Dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem... (Evangelho)

Se um homem atende o vizinho por ele ser impertinente, quanto mais Deus que nos ama. Os nossos pedidos não devem ser com muitas palavras, mas pela intensidade do querer. E no fim desta passagem Jesus diz-nos o que é que devemos pedir: o Espírito Santo. Não nos diz que peçamos qualquer coisa, mas que Lhe peçamos o Espírito Santo porque é isso que nos dará. Hoje, o leitor peça-O.

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Que lucrámos em cumprir as ordens do Senhor
E andar por aí, pobres, com vestes de penitência?
Eis pois os arrogantes: parecem felizes e sem dor,
Mil maravilhas na sua rica e vazia existência.

Os que temem a Deus sabem que não é assim.
Vale a pena, na verdade, venerar seu nome santo,
Vale a pena ser homem de Deus, homem do SIM
Aos seus mandamentos: a vida é, então, encanto!

Deus não nos abandona; seu amor é infinito,
Mesmo se pedimos fora de tempo e lugar.
Como poderia Ele esquecer o nosso grito
Se Ele é, por definição, o Amor, o verbo Amar?

Até os maus dão coisas boas a todos os seus.
Como poderia, Eu esquecer os vossos pedidos?
Lembrai-vos: vós sois todos filhos de Deus.
No Espírito vos deixará sempre surpreendidos.

Teófilo Minga, fms

Quarta feira - 7 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO

Evangelho segundo S. Lucas 1, 26-38

Naquele tempo, o Anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma Virgem desposada com um homem chamado José, da descendência de David. O nome da Virgem era Maria. Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo: «Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo». Ela ficou perturbada com estas palavras e pensava que saudação seria aquela. Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Conceberás e darás à luz um Filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo. O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David; reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim». Maria disse ao Anjo: «Como será isto, se eu não conheço homem?» O Anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra. Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus. E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice e este é o sexto mês daquela a quem chamavam estéril; porque a Deus nada é impossível». Maria disse então: «Eis a escrava do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra».

Outras leituras do dia: Jonas 4, 1-11; Sal 85 (86), 3-4. 5-6. 9-10 ou Act 1, 12-14; Sal Lc 1, 46-47. 48-49. 50-51. 52-53. 54-55; Lc 11, 1-4


Faça-se em mim segundo a tua palavra. (Evangelho)

Esta frase dá a impressão que Nossa Senhora tinha dentro de si uma espécie de alma independente onde se fazia a vontade de Deus. E nesta alma parece haver uma serenidade, uma naturalidade desconcertante. (O leitor lembre-se que não estamos a falar da Senhora de Fátima, mas de uma rapariga que devia ter uma fé serena. Serenidade que nos pode ajudar a ter se lha pedirmos. Serenidade bem precisa na montanha russa da vida.)

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Que Jonas este, tão estranho profeta!
Não aceita um Deus bom e compassivo;
Jonas tinha falhado em tudo a sua meta
E, ainda por cima, fica agora apreensivo.

Desiludido pede ao Senhor para morrer.
O Senhor de bondade lhe faz ver que está mal.
A minha misericórdia te deixa então a sofrer?
Deixa-me dizer-te uma palavra bem frontal.

Tens pena deste pequeno carrapateiro
Que te dá sombra e livra do mau humor.
Agora pergunto: que deve, ser primeiro,
A tua irritação ou a grandeza do meu amor?

Vai e aprende na obediência da oração
A edificar o tempo e o espaço do Senhor:
Venho para todos; para todos é a salvação,
Seja o mundo inteiro espaço do meu amor.

Teófilo Minga, fms

Terça feira - 6 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 10, 38-42

Naquele tempo, Jesus entrou em certa povoação e uma mulher chamada Marta recebeu-O em sua casa. Ela tinha uma irmã chamada Maria, que, sentada aos pés de Jesus, ouvia a sua palavra. Entretanto, Marta atarefava-se com muito serviço. Interveio então e disse: «Senhor, não Te importas que minha irmã me deixe sozinha a servir? Diz-lhe que venha ajudar-me». O Senhor respondeu-lhe: «Marta, Marta, andas inquieta e preocupada com muitas coisas, quando uma só é necessária. Maria escolheu a melhor parte, que não lhe será tirada».

Outras leituras do dia: Jonas 3, 1-10; Sal 129 (130), 1-2. 3-4ab. 7-8


... andas inquieta e preocupada. (Evangelho)

Jesus critica Marta por andar inquieta e preocupada. Por estar inquieta e preocupada, Marta está a trabalhar fora de horas. Claro que aquele trabalho tinha que ser feito. A mesa tinha que ser posta, a altura é que não era a ideal. Jesus estava a pregar e Maria estava a ouvi-Lo. Foi a inquietação que fez com que Marta perdesse o sentido da realidade. O leitor não deixe que a inquietação lhe faça perder a perspetiva, porque no meio vai a vontade de Deus.

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Jonas pôs-se finalmente a caminho
De Nínive, a cidade que Deus indicara;
Foi para ele, talvez a dor de um espinho:
Tinha escolhido outra direção; não para

E, agora sim, começou a sua pregação.
Porque não fazeis, amigos, penitência
E vos converteis de todo o coração?
Mudai de rumo na vossa existência.

Todos ouviram aquela palavra santa,
Tanto que Deus desistiu do castigo;
A alegria naquela cidade foi tanta,
É outro tempo diferente do antigo.

Também Marta anda preocupada,
Com coisas importantes, mas há mais…
Uma coisa fique no teu coração gravada:
Acorre ao Senhor, e pensa nos demais.

Teófilo Minga, fms

Segunda feira - 5 de outubro de 2015

Ouvir o Evangelho


Evangelho segundo S. Lucas 10, 25-37

Naquele tempo, levantou-se um doutor da lei e perguntou a Jesus para O experimentar: «Mestre, que hei-de fazer para receber como herança a vida eterna?». Jesus disse-lhe: «Que está escrito na Lei? Como lês tu?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu coração e com toda a tua alma, com todas as tuas forças e com todo o teu entendimento; e ao próximo como a ti mesmo». Disse-lhe Jesus: «Respondeste bem. Faz isso e viverás». Mas ele, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: «E quem é o meu próximo?». Jesus, tomando a palavra, disse: «Um homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos dos salteadores. Roubaram-lhe tudo o que levava, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o meio- morto. Por coincidência, descia pelo mesmo caminho um sacerdote; viu-o e passou adiante. Do mesmo modo, um levita que vinha por aquele lugar, viu-o e passou também adiante. Mas um samaritano, que ia de viagem, passou junto dele e, ao vê-lo, encheu-se de compaixão. Aproximou-se, ligou-lhe as feridas deitando azeite e vinho, colocou-o sobre a sua própria montada, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte, tirou duas moedas, deu-as ao estalajadeiro e disse: ‘Trata bem dele; e o que gastares a mais eu to pagarei quando voltar’. Qual destes três te parece ter sido o próximo daquele homem que caiu nas mãos dos salteadores?». O doutor da lei respondeu: «O que teve compaixão dele». Disse-lhe Jesus: Então vai e faz o mesmo».

Outras leituras do dia: Jonas 1,1 – 2,1.11; Sal Jonas 2, 3. 4. 5. 8


Amarás o Senhor teu Deus com todo o teu... tua... tuas... teu... (Evangelho)

O que eu quero realçar com a maneira como transcrevi esta frase é que temos que amar a Deus com aquilo que é nosso, não o que é dos outros. Se a nossa espiritualidade for mudando ao sabor dos livros que vão aparecendo ou do padre que está mais na moda, é sinal que não estamos a pensar pela nossa cabeça. É preciso vermos se temos uma linha condutora e desde há quanto tempo. O leitor reze sobre isso.

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Põe-te a caminho… Jonas muda de direção
E não obedece claramente à voz do Senhor.
Que teria ele, pobre homem, no coração,
Para não proclamar a Palavra ao pecador?

Levanta-se então grande tempestade,
E ninguém sabe donde vem esta desgraça.
O que fazer agora em toda a verdade?
O pavor e o medo nos corações passa…

Lançam então Jonas ao revolto mar.
O mar acalma; para todos grande satisfação.
Mais tarde um doutor, para experimentar
Jesus, pergunta: que fazer para obter a salvação?

Ama o teu próximo como aquele samaritano.
Parou ali, quando outros olharam para o lado.
O sacerdote e o levita: comportamento leviano…
A misericórdia seja o teu condão sagrado.

Teófilo Minga, fms