Domingo - 31 de maio de 2015

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DOMINGO IX DO TEMPO COMUM
SANTÍSSIMA TRINDADE – SOLENIDADE

Evangelho segundo S. Mateus 28, 16-20

Naquele tempo, os Onze discípulos partiram para a Galileia, em direcção ao monte que Jesus lhes indicara. Quando O viram, adoraram-n’O; mas alguns ainda duvidaram. Jesus aproximou-Se e disse-lhes: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e ensinai todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos».

Outras leituras do dia: Deut 4, 32-34. 39-40; Sal 32, 4-5. 6 e 9. 18-19. 20 e 22; Rom 8, 14-17


Uma semana depois do Pentecostes, e de regresso ao tempo litúrgico chamado “Comum”, a Igreja celebra neste dia uma outra Solenidade: a Santíssima Trindade. Este é o mistério fundamental da nossa fé: um Deus em três Pessoas.
A revelação de Deus tem acontecido ao longo da história da humanidade. De forma especial, a história da salvação acontece na região de Israel, onde Deus Se manifesta a um povo escolhido. Todo o Antigo Testamento manifesta o lento processo do desvelar da identidade de Deus Pai e o preparar da vinda do Filho Unigénito, como lemos hoje no Livro do Deuteronómio. Através de Moisés, é dado a conhecer que existe um único Deus criador de todas as coisas: «Considera hoje e medita no teu coração que o Senhor é o único Deus». Daqui se segue a consciência de que tudo, na vida deste povo, deve ser expressão do amor de Deus que quer estabelecer uma relação de amizade com os homens, que vem para que tenham vida em abundância. Diante destas palavras, somos confrontados com a nossa própria forma de estar no mundo. Deus é um só, mas nós temos a tendência a divinizar muitas outras coisas: a nossa imagem, o nosso bem-estar, a nossa carreira profissional e por aí adiante. Ao mesmo tempo, somos muito exigentes com aqueles que nos rodeiam, sem tomarmos consciência que a exigência deve começar por si mesmo. Pelos profetas, Deus mostra-Se compassivo e misericordioso, lento para a ira, rico em bondade e em fidelidade.
A revelação de Deus culmina com a encarnação do Verbo. Jesus é a Palavra do Pai. Por Jesus, completa-Se a manifestação de Deus. O Evangelho segundo S. Mateus traz-nos a despedida de Jesus, depois da ressurreição, no momento da Ascensão aos Céus. Parte para junto do Pai e deixa aos discípulos uma missão: «Todo o poder Me foi dado no Céu e na terra. Ide e fazei discípulos de todas as nações, baptizando-as em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-as a cumprir tudo o que vos mandei. Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos». Assim, Jesus revela definitivamente as três Pessoas da Santíssima Trindade e pede-nos para continuarmos a missão de incorporar a humanidade na comunidade de Deus, através do baptismo, e de anunciar a Boa-Nova a todos os povos da terra. Como cumpro esta missão, no testemunho de uma vida coerente e alicerçada no Evangelho?
Depois da morte e ressurreição de Jesus, dá-se a efusão do Espírito Santo e nasce a Igreja. O Apóstolo S. Paulo é exemplo de um homem transformado e renovado a partir da acção do Espírito Santo no coração dos homens. De perseguidor dos cristãos tornou-se seu aliado, deixou-se converter pelo amor de Deus e assumiu a sua parte na missão de servir Jesus Cristo, guiado pelo Espírito. Como ele, também nós podemos gerar vida de Deus à nossa volta. Podemos ser instrumentos do Pai que cria e recria, de Jesus que salva, do Espírito Santo que santifica. Neste sentido, diz o Apóstolo na Epístola aos Romanos: «Todos os que são conduzidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus». Nele recebemos «o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos: “Abba, Pai”». E, se «somos filhos, também somos herdeiros, herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo».

Revista Mensageiro do Coração de Jesus | Secretariado Nacional do Apostolado da Oração | www.apostoladodaoracao.pt


Moisés dirigiu-se ao povo; chamou-o a atenção:
Consultai os tempos e vede se há algo semelhante
Ao que a minha Palavra fez em toda a Criação:
Algo sublime que admirais instante após instante.

Também de vós fiz meu povo santo, bem-amado,
Arrancando-vos com força ao país da escravidão:
Liberdade, o melhor bem que vos poderia ter dado,
Foi para a liberdade que vos criei, minha nação.

Deixai-vos agora ser conduzidos pelo Espírito de Deus;
Já não sois escravos; não haja em vós algum temor;
Não caminheis por caminhos diferentes dos meus,
Aprendei a viver e agir por amor, só por amor.

Agora este é o meu mandato para o vosso futuro:
Ide e fazei discípulos no meio de todas as nações;
Que o meu Reino se estenda como sonho maduro
Por todo o mundo, graças à vossa palavra e ações.

Teófilo Minga, fms